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Tópico: Bloodoath

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    Padrão Capítulo 1 - A Teoria do Anjo Cruel

    Citação Postado originalmente por Neal Caffrey Ver Post
    Thank you, God! Tanta insistência e, finalmente, o desgraçado iniciou a continuidade de Bloodtrip. Que momento das nossas vidas.

    O prólogo diz pouco, mas já demonstra que Bloodoath será uma continuação cabulosa desde o nascituro. Como aspecto fundamental de prosseguimento de Blootrip ou não, o importante é que tu és um grande escritor e que seus trabalhos acrescentam pra nós da forma como você sabe que acrescentam. Este é um grande momento.

    A respeito da expressão "doente mental": pelo visto, não sou só eu quem traz ao texto traços da própria personalidade, né não? Quase deu pra imaginar você pronunciando isso.

    Aguardando o primeiro capítulo. Pau!
    Salve Neal. Estava bem incerto sobre começar a sequência ou não, mas, realmente, sua insistência fez a diferença, agora não hesito em continuar. Agradeço por isso.

    O prólogo engloba a história inteira como um todo. Não é de fácil entendimento entretanto, é algo que só será melhor entendido lá pro final, o que vai demorar. E sim, vai ser cabuloso mesmo, até porque eu planejo escrever uma história maior que Bloodtrip. Mais violenta também.

    Você comentou sobre a expressão e rapidamente não achei uma boa ideia usá-la, mas você já explicou melhor o que quis dizer, então permanecerá lá. Afinal, isso é coisa do personagem que está narrando o prólogo.


    Agradeço a presença constante e conto contigo no futuro.










    Normalmente eu não demoro pra jogar o primeiro capítulo depois de ter lançado o prólogo, mas hoje é um dia especial: Sexta-feira 13. Que dia melhor para dar início à história?

    Bem, vamos lá. Devo dizer apenas que a história ainda se passa em Tibia, mas com diferenças e criações minhas, que serão pouco visíveis nesse primeiro capítulo. Mas vocês vão se acostumando, não mandarei tudo de uma vez só.

    Primeiro, uma introdução melhor para a história:



    Spoiler: Prefácio






    Capítulo 1 – A Teoria do Anjo Cruel




    Thais. A capital do império fora lançada a uma noite sombria neste dia.

    Embora luzes não faltem naquele que era apenas mais um dos quatorze distritos residenciais localizados na capital, que permanece crescendo a cada ano que passa, seja com a ajuda da magia ou da engenharia inteligente e da genialidade dos seus arquitetos, qualquer valorização àquele distrito é inútil agora, considerando o que está diante dos vários policiais cercando e fechando a área.

    Um corpo. Este humano fora morto de maneira inexplicavelmente ágil, como se já tivesse aparecido morto. Seu abdômen está aberto, seus intestinos espalhados de forma a lembrar de algum símbolo específico, desconhecido para as autoridades. Seu sangue está espalhado pelo asfalto e é possível notá-lo mesmo nas paredes das casas ao redor, o que fez os habitantes correrem para outros distritos, e os mais abastados para hotéis. Não são muitos os que ousam chegar perto dessa cena brutal, então reforços foram chamados.

    Ao redor do corpo, há várias carroças, e nos postes de luz e energia, vários cavalos amarrados. Ambos meios de locomoção foram usados para trazer ao menos vinte e seis policiais, cujas fardas modernas, compostas de um casaco vermelho de comprimento comum, que vai até a cintura, frontalmente dividido em dois, fechado por uma abertura para um botão na lateral superior direita do peito. Este casaco, as calças brancas e os sapatos de cor escura, acompanhados de um chapéu de aba curta de mesma cor do casaco, e com seu distintivo de prata na lateral direita, tudo isso busca ser um destaque que lembre bem quem são eles, e o que farão se você estiver fazendo algo contra as leis.

    Mesmo que eles não saibam exatamente como reagir frente ao que está diante deles.

    Da entrada oeste para a rua principal daquele distrito, onde o crime ocorreu, surgem oito cavaleiros. Ao chegarem próximos da cena, eles descem de seus cavalos e deixam aos cuidados dos policiais que não estão cuidando diretamente da cena, mas em assegurar o perímetro.

    O líder deles é um homem relativamente jovem, sem barba, de queixo alto, com um capacete característico dos cavaleiros comuns de Thais. Chifres nas laterais e com a proteção indo até próximo do queixo, ele foca em não expor muito a parte mais importante de um cavaleiro. Armadura padrão de ferro, e diferenças no visual: As ombreiras estão menores, e agora a capa xadrez é mais larga, cobrindo os ombros e escondendo parte do peito do cavaleiro. O usual pano no centro do cinto não está mais presente.

    Eles estão armados com espadas, mas a capa as oculta de forma quase mágica, o que aumenta a sensação de perigo que eles passam. Esse líder passa ainda mais: Ele tem uma faixa no braço direito, com três estrelas: Duas de prata e uma púrpura. O lado direito de sua capa está puxado para trás, para que a faixa fique visível.

    É um Tenente Especial. E ao lado dele, há outro com uma faixa incomum também, levando três estrelas de seis pontas, todas de prata. Este é um Inspetor.

    O Inspetor é um homem velho, mas ainda em forma. Vestido de um longo casaco vermelho-escuro semelhante ao dos policiais, mas com diferenças na gola e em todas as bordas, dobradas precisamente e cuidadosamente de forma a não estragar o uniforme. Esse casaco está aberto e revela um gibão irregular que vai um pouco além da sua cintura, de cor branca, marcado com vários hexágonos. Usa um óculos branco de armação quadrada.

    Os cavaleiros passam a andar pelo perímetro com cuidado, enquanto ambos Tenente e Inspetor chegam perto da cena. Os policiais e peritos antes analisando a cena entreolham-se e se retesam frente as autoridades superiores.

    Um homem um pouco gordo, branco e com uma faixa de duas estrelas de prata, mas parte da polícia, aproxima-se dos dois. O inspetor coloca as mãos atrás das costas, como se quisesse evitar contato. Apenas o cavaleiro percebe isso.

    — Santo Fardos. Não é como se precisássemos do exército toda vez que um crime bizarro desses acontece.
    — Boa noite para você também, Primeiro-Tenente Scharvel. — Cumprimenta o cavaleiro, oferecendo sua mão. O policial não recusa, entretanto.
    — Tenente Especial Arthur. A cena está sob controle.
    — Agradeço o comprometimento Tenente, mas eu preciso do máximo de informações a respeito do caso. A cidade logo vai estar um caos, a informação já está escapando para civis de outras áreas.
    — Além disso, simples policiais não conseguirão lidar com algo desse nível. É melhor apenas manter distância. — Dispara o inspetor, visivelmente incomodado com a chegada do policial.
    — Pra que tudo isso? Não é um caso tão feio assim. Lembra até o que as gangues de Fibula e Ulna* costumam fazer com traidores.
    — Ora, tenente de araque. Saia do caminho de uma vez. Jovens retardados e imaturos como você não podem ficar encarregados de situações desse porte.
    — O que disse, velho? — Vocifera Scharvel, irritado.
    — Os dois, por favor, silêncio. — Disse Arthur calmamente, o que acalma os ânimos de imediato. É um homem respeitado por ali, afinal. — Scharvel, precisarei que os seus policiais somente guardem o distrito junto dos meus cavaleiros. A Primeira Delegacia Distrital da Capital encarregou a mim e ao Inspetor Mirladan o caso, pois tenho algum conhecimento sobre os possíveis verdadeiros responsáveis.
    — Entendo. A PDDC fez isso, pois como envolve o primeiro distrito residencial da cidade, é muito importante. Afinal, esse morto é um diplomata e há vários burocratas vivendo por aqui. Tem que agilizar pra eles não voarem nos pescoços dos nossos superiores, não é?
    — Não. É um humano morto brutalmente. Estamos analisando o caso para evitar que outros seres humanos sejam mortos da mesma maneira.
    — Não faz sentido você considerar gente dessa laia como seres humanos.
    — Não faz sentido você me impedir de descobrir como um ser humano foi morto desta maneira.

    Arthur aproxima-se do rosto do policial, que luta para não recuar.

    — Será que é você o culpado?

    Scharvel engole em seco. Seus olhos expressam medo, embora ele não tenha feito nada de ruim.

    — Será que você... É um deles?
    — O-O q-quê? O q-que por tudo que é mais sagrado você está dizendo, Tenente Especial?

    Arthur dá um sorriso reservado.

    — Para permitir que o inspetor analise a cena. Não irá demorar e você não perderá a chance de subir na PDDC. Ainda pensa em comandar todo o distrito leste da capital, não é?

    Scharvel não responde, mas recompõe a postura, acompanhada de um olhar hostil.

    — Filho da aristocracia. Você pode ser esse corretinho por fora, mas sei que é um monstro cruel e traidor por dentro. Conheço seu tipo, e estou de olho.

    Arthur não pensa em responder, até porque o tenente já se afastou da dupla e foi de encontro a alguns policiais próximos.

    — Finalmente. Odeio esses infelizes que acham que só porque não têm rugas no rosto que podem bancar os sabidos.

    Arthur faz menção de rir, mas mantém-se em silêncio. Mirladan aproxima-se, tira luvas marrons de algum material elástico de um saco transparente cuidadosamente colocado nos bolsos, coloca-as e põe-se a analisar a cena, sem se agachar. Ele também aproveita para pegar outra coisa dentro desse saco: Um dispositivo estranho, composto por três lentes, pequenas, uma menor que a outra. Ele conta com presas nas quatro pontas, que o homem usa para integrá-lo a seu óculos. Tanto Arthur quanto os policiais parecem curiosos.

    Finalmente, após um bom tempo circundando o corpo, ele parece achar algo relevante. Ele se abaixa e por pouco não começa a revirar suas entranhas, e por pouco não faz um dos policiais vomitar o almoço. Ele põe uma mão no queixo enquanto analisa um objeto estranho retirado do corpo.

    Parece sangue. Mas ele está endurecido e possui um formato que lembra mais um coral, com cores brancas e azuis aqui e ali. Ele acha mais desse material em tamanhos menores dentro do corpo. Infelizmente, um dos policiais acaba vomitando. Mirladan revira os olhos.

    — Veja, Arthur. Deve ser algo que te interesse. — Disse o inspetor, dando a volta pelo corpo e indo até o tenente, com o maior dos materiais em mãos. — Isso tem o formato de sangue, mas nem de longe a textura. Mas é como se já tivesse sido antes. Isso seria...?

    O tenente se põe a pensar. A expressão que toma mostra que aquilo certamente não é bom.

    — Peço que guarde isso. Irei precisar fazer algumas investigações a respeito. Te chamarei quando der. Diga para os policiais começarem a ajeitar os relatórios e a papelada para expedir o corpo ao Necrotério.
    — O homem foi morto por algum daqueles malucos?
    — É o que eu penso.
    — Mas... Eles não... Desapareceram?
    — Óbvio que não! Você não lembra que a guerra só parou por causa deles?

    Mirladan começa a olhar para os lados enquanto engole em seco. Está ficando um tanto desesperado.

    — Não é como se desejassem invadir essa cidade e destruí-la. Eu não acho que eles tenham capacidade pra fazer isso.
    — Você não viu o que fizeram antes com Darashia?
    — Darashia já está de pé de novo, o povo do deserto não pode ser derrotado com tanta facilidade. Vamos, Mirladan, coragem! Se ficarmos intimidados, não conseguiremos resolver essa crise em que Tibia se encontra.

    O inspetor respira fundo.

    — Pode ir, mas pelo amor dos deuses, tome cuidado. Se você morrer, jovem...
    — Não se preocupe. Tem outros onze Tenentes Especiais nessa cidade.
    — E nenhum deles sabe lhufas sobre esses assassinos.

    Arthur sorri, dá alguns tapas no ombro de Mirladan e vai até o seu cavalo. Ele informa aos policiais o que fará, e leva consigo o sangue endurecido, dentro de um pacote de papel, dado por um dos investigadores na área. Com aquilo, a cena deve ser limpada em breve.

    O Tenente segue cidade adentro, seguindo por alguns becos. Ele chega a uma área residencial que já está sob o toque de recolher estipulado pelas autoridades, e nenhuma das casas possui iluminação dentro delas. Há uma praça pequena por ali, mas estranhamente, não há iluminação nela.

    Arthur achou quem procurava. Um homem de chapéu e sobretudo negros, usando uma máscara vermelha pouco visível, surge de dentro das sombras. Com as mãos no bolso, afastado das luzes dos postes na rua principal, ele não chega nem a encarar o cavaleiro.

    — Boa noite, detetive. Acredito que não preciso dizer que desejo sua ajuda.
    — Não preciso das suas formalidades. Seja direto. — Responde o homem de chapéu, estendendo uma das mãos na direção do cavaleiro, exigindo algo.

    Arthur atira o saco de papel para o detetive, que o toma no ar sem problemas e guarda dentro de suas roupas.

    — O homem morto formava um símbolo estranho com os... Intestinos. Acho que você me disse que aquele símbolo de quatro pontas era...
    — Uma suástica. É um símbolo de paz e religiosidade, vindo dos nativos de Porto Esperança. Também existe entre uma antiga tribo de Vandura que já deixou de existir há algumas décadas. É um símbolo também presente no Palácio Asura.
    — O que um símbolo de religiosidade tem a ver com eles?
    — Significa que um dos Órgãos principais de Porto Esperança agora está nesse continente. Aquilo foi um aviso.

    Arthur começa a ficar aterrorizado.

    — Fará algo a respeito?
    — Não. Eu vou atrás do monstro por trás disso aqui. — Disse ele, abrindo o saco e revelando a si mesmo o sangue endurecido. — Sei quem é. Ele não deveria estar vivo, mas está.
    — Espere. E quanto a Thais?
    — Ora, rapaz, o Império se vira sozinho. Não é como se eles não conseguissem fazer mágica com seus mosquetes.
    — Mas...
    — Estamos em 507, Arthur. A magia e o mistério de Tibia já morreram. É claro que o inimigo já se adaptou as mudanças, mas os imperiais não são fracos ao ponto de não conseguirem fazer nada contra os vermelhos. E estou tentando ser otimista.

    Arthur não consegue deixar sua preocupação de lado. Ele volta a encarar a estrada adiante para o quarteirão onde está a sede do PDDC, com um olhar mais sério.

    — Que seja. Investigar essas coisas é o seu dever, não é? Faça isso. Se possível, traga as informações que conseguir para mim, e continuarei garantindo sua segurança e invisibilidade dentro da capital.
    — Pois bem.

    O detetive some nas sombras de novo, como se nunca tivesse pisado naquele lugar antes e não passasse de uma ilusão. Arthur guia seu cavalo adiante, e a praça volta a seu silêncio noturno habitual.



    ~*~




    Não existe mais paz naquela ilha gelada. Nem caos. Nem humanos ou animais.

    Mas ainda resta uma única vida.

    Sentada sobre uma placa de boas vindas para a ilha de Senja, ela observa o cavaleiro de ouro que acaba de chegar na praia. Ela ajeita seu anel de topázio em formato de losango, de coloração alaranjada, que brilha fortemente assim como seu colar, de mesmo formato. Sua roupa branca e seu capuz igualmente branco disfarça qualquer sinal que um dia aquilo já foi um humano.

    O cavaleiro faz uma prece rápida a qualquer deus que estiver observando sua luta, desembainha sua espada e observa.

    — Últimas palavras? — Disse o demônio sobre a placa.
    — Não se preocupe, Implacável do Massacre. Logo serei eu quem estará dizendo isso.

    Ela sorri, mostrando dentes afiados como os de um animal.






    Próximo: Capítulo 2 – St. Olias







    Notas:

    *: Ulna é uma pequena cidade como Fibula, criação minha. O nome foi tirado de um dos ossos do antebraço, semelhante ao nome Fibula, que é um osso da perna.

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    Última edição por CarlosLendario; 14-04-2018 às 14:13.



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