Que Deus tenha piedade de nós. Que capítulo formidável.
Antes, gostaria de fazer uma ressalva para quem possa interessar, e peço perdão pelo fato de que o seu tópico é o receptáculo disso: a seção Roleplay está
abandonada. Está terminantemente longe de ser o que conheci, há 10 anos, mas isso é compreensível, afinal, muitos de nós deambularam para outra posição. O que não consigo aceitar é que a seção esteja como está. Sinto por aqueles que passam aqui diariamente e que não se manifestam sobre os contos que têm tanta qualidade e são continuamente objeto de atualização. Além de desincentivarem os excelentes escritores que temos (afinal, todos gostam de ver comentários sobre suas obras), acabam por fadar histórias magníficas ao insucesso. Mesmo considerando o que você me disse pessoalmente, a respeito do seu desânimo para a publicação de Bloodoath, peço que prossiga postando os capítulos. Se houver um único ser aqui que se disponha a te incentivar, vale a pena escrever para esse único ser. Considere-o a mim. Como sempre deixei claro.
De volta ao tópico: secretamente, tomei uma decisão pessoal. Meus comentários abordarão alguns pontos da sua gramática. "Matheus, você quer me foder?", não, longe disso. Como a sua criatividade é ímpar, minha intenção é a de ajudá-lo a aprimorar sua escrita, que só tem melhorado. Então, antes de adentrar nos pontos específicos a respeito da história em si, gostaria de destacar alguns aspectos importantes.
Primeiro: decida-se. A norma culta da língua portuguesa nos permite escrever os numerais por extenso antes de 10, e por numerais, após 10. Por exemplo: um, cinco, sete, 10, 14, 20. Há um ponto em que você aponta "vinte e seis" e, após, "Somos 507". Entende a discrepância? Faça esse ajuste. É uma idiotice, mas leitores chatos, imbecis e sádicos, como eu, varrem textos procurando por falhas e, se estamos procurando por elas, elas saltam aos olhos. Sabe como é.
Mais:
Odeio esses infelizes que acham que só porque não tem rugas [...]
Quem "não tem rugas" não são os "infelizes"? Então, podemos livremente odiar esses infelizes, já que eles não
têm rugas. É uma questão de concordância. Singular/plural.
O Tenente segue cidade adentro, seguindo por alguns becos [...]
Isso não é um erro, é uma chatice minha. Ele "segue" cidade adentro, "seguindo" por alguns becos. Saca a questão da repetição? E sabe o que é o pior? O seu vocabulário é vasto. Essas coisas passam mesmo pelas mais minuciosas revisões. Faz parte, mas fica a dica.
Quanto à história, eu tô um pouco... abismado. Seria o detetive em Thais Nightcrawler? Ou será Dartaul? Teria Nightcrawler sobrevivido no embate contra Senzo? E, mais: a Irmandade, tida como extinta, retornou? Faz vítimas? Manda mensagens. Caralho. Que mindblow. Achei top demais.
As vestimentas dos cavaleiros (perdão) me lembraram as dos cavaleiros templários. Aliás, com que riqueza de detalhes você é capaz de descrever alguma coisa. Sinceramente. Os policiais e o investigador foram desenhados diante dos meus olhos através das suas palavras. Sensacional. Pena que o tal do Scharvel, aparentemente, é um arrombado de primeiríssima monta. Apesar disso, na nossa nação, a Polícia Militar tem muito respeito pelas técnicas do Exército. É bom retornar a um ponto em que as instituições conflitam entre si. Gostei disso.
Aliás, é importante pontuar uma coisa: este capítulo parece sofrer uma influência (positiva, não me entenda mal) de Death Note e Monster, dois animes... razoáveis, considerando a natureza de cada um. Mais Monster do que Death Note. Sim, cara, eu já assisti isso. Achei bom na medida do que podia ser. Obviamente, seu conto é um enredo melhor pra um anime do que a cabeça de qualquer produtor.
Oportunamente:
— Uma suástica. É um símbolo de paz e religiosidade, vindo dos nativos de Porto Esperança. Também existe entre uma antiga tribo de Vandura que já deixou de existir há algumas décadas. É um símbolo também presente no Palácio Asura.
Essa é uma abordagem interessante. Como o pentagrama de Vênus, poucos conhecem a origem da suástica nazista. Ela tinha um certo fundo antes de se tornar um símbolo de ódio. Agora, de forma bisonha, lembrei-me do pessoal que tem espalhado gold coins no chão, dispondo-as e fazendo-as assumir a forma da suástica. Muita gente nas lives fica puto com isso.
O capítulo é excelente e o enredo começou bastante bem. Fico feliz de, apesar de ser vinculada a Bloodtrip, Bloodoath visivelmente ter sua cara própria. Isso mostra o quão capaz você é como escritor.
No guardo do próximo, Carlinhos! Abraço.