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Tópico: Bloodoath

Visão do Encadeamento

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    Padrão Capítulo 3 - Akumonogatari III

    Citação Postado originalmente por Neal Caffrey Ver Post
    Cara, vou fazer um primeiro apontamento: este capítulo é curto e efetivo. Parabéns por isso. Muito mais eficaz para manter alguém concentrado nele.

    O final deixa uma dúvida: Redeater ainda está sonhando ou Lana não morreu? Agora, eu diria mais: Redeater é uma espécie de paranormal. Tem as habilidades para revisitar um determinado ponto da história de forma a reconstruir a cena dos crimes que investiga. Lana, obviamente, sempre esteve morta. Ele a viu assim, como viu os milhares de corpos quando subiu. E, agora, ela surge outra vez. Morta, provavelmente. Finalmente, o ar de melancolia de Lana parece justificado. Esse é um aspecto do caralho deste capítulo.

    É claro que posso estar enganado. Na verdade, Redeater pode estar louco, como aqueles que costumavam ocupar o manicômio que, de verdade, agora está vazio, sobrevivendo do eco dos espíritos que ali habitam, oriundos dos corpos daqueles que costumavam ali habitar.

    Gosto disso. Múltiplas interpretações para um mesmo episódio. Acertou de mão cheia.

    Aguardo pelo próximo, irmão! Fez um excelente trabalho neste capítulo e tem condições de mantê-lo por muito tempo.
    Salve Neal. Gostei das teorias cara, aparentemente o arco chamou bastante a sua atenção. A intenção aqui é introduzir o leitor a uma dinâmica diferente da de Bloodtrip, então ao menos pra você isso está funcionando.

    Fazer um capítulo curto como esse foi meio estranho também, então esse de agora pode estar um pouco grande também; Mas fiz o possível para que ele fosse dinâmico e fluído, como em todos os outros.

    Não vou manter esse arco por muito tempo pois tenho muitos planos pra história, então não posso ficar muito tempo na mesma coisa. Mas fico feliz que esteja gostando. O arco estava me desagradando um pouco por algum motivo.


    Espero que goste desse capítulo!












    Vou jogar mais teorias no ar com esse capítulo, mas não se preocupem, logo serão sanadas.

    Eu acho que depois desse arco a história entrará num pequeno hiato por razões pessoais, mas não tenho certeza. Veremos.




    No capítulo anterior:
    Redeater tenta descobrir mais a respeito do que viu no quarto indo falar com o gerente, mas encontra um velho misterioso que não diz nada com nada. Depois, tenta procurar pelo quarto que encontrou antes, mas encontra outro diferente, este cheio de corpos. E encontra Lana logo depois.





    Capítulo 3 – Akumonogatari
    Parte 3





    De volta ao pátio, cheio de dúvidas.

    O detetive, no dia anterior, encontrou um quarto cheio de corpos que sumiu no momento seguinte, e Lana acabou aparecendo logo depois, mesmo após ele a ver sendo devorada por uma criatura enorme. Ele a nocauteou e a deixou no mesmo banco de antes, mas não voltou ao lugar de novo, por algum motivo.

    Por alguma razão, ele ao mesmo tempo sente que não deveria ter feito aquilo. Mas não houve noticias de alguém encontrando um corpo no meio de um corredor, despedaçado por um monstro, então tudo deve ter corrido nos conformes.

    Mas mesmo agora, ele não sabe se deve ir atrás da sala de novo, ou tentar a sorte e encontrar o mesmo lugar onde ele encontrou Lana morta. Deveria, ao menos, tentar encontrar uma caixa de música em algum lugar, pois seria a melhor pista para encontrar qualquer coisa a respeito daquela paciente.

    Redeater, ou Joseph, põe-se de pé novamente e vai em direção da sala do gerente. Não sabe se o mesmo está ali, mas ele é a sua melhor chance.

    Como esperado, ele não encontra ninguém na sala do gerente. A janela, no entanto, está inteira e entreaberta, sugerindo que alguém esteve ali antes. Sem alguém para impedi-lo de fazer seu trabalho, mesmo que este seja significantemente invasivo, ele começa a investigar as estantes, observando as muitas pastas de couro recheadas de papiros com arquivos e tentando encontrar as mais recentes para achar algo sobre Lana.

    Ele novamente passa horas dentro daquela sala, e por sorte ou destino, ninguém entrou ali durante todo esse tempo. Observando os registros meticulosamente, ele esforça-se para conseguir encontrar o que precisa, mas como esperado, a Lana que esperava encontrar ali simplesmente não existe. Não há descrições sobre a paciente que Redeater conversou naquele dia. Mas algo chama a atenção: Também há uma falta imensa de pacientes que aparecem em registros de pelo menos dois à seis meses atrás, que sumiram dos registros recentes. Ele reúne esses nomes em um único papiro e o guarda para uma analise mais aprofundada.

    No entanto, ele amaldiçoa o fato de Tibia não ter evoluído o suficiente para possuir algo que registrasse os rostos das pessoas em papiros de forma mais rápida do que um desenho ou uma pintura. Tornaria seu trabalho muito mais fácil.

    Ele guarda todas as pastas novamente, e é nesse momento em que ele repara que esteve sem seu disfarce por todo aquele tempo.

    Ou eu ando muito sortudo ou muito azarado. Pensa ele ao recapitular tudo que aconteceu desde que entrou em St. Olias.



    ~*~



    Nada sobre Lana e um súbito desaparecimento de pacientes.

    Uma sala cheia de corpos que aparece e some do nada. Uma criatura que lembra mais um cão dentro daquele edifício devorando pacientes.

    E, pra piorar, o gerente está ausente há mais de um dia.

    Redeater reflete sobre tudo isso enquanto se dirige ao banco do quarto andar. Não viu Lana na sala de antes, mas não pretende esperar para saber se a encontrará na sorte. Ele simplesmente espera que será possível encontrá-la, embora tenha visto ela morta dois dias atrás.

    E lá está ela. Sentada na cadeira, sozinha com seus pensamentos, tão distraída que nem percebe a aproximação de Redeater. Ou Joseph, já que ele está devidamente disfarçado.

    — Está sempre aqui, não é?

    Lana olha pra sua direção com alguma surpresa. Mas ela o esperava, de qualquer maneira.

    — Você parece ter ganhado o costume de vir aqui também.
    — Só apareci aqui naquele dia.
    — Mas pode acabar aparecendo nos próximos também. Não é?
    — Não diga coisas assim com tanta certeza.

    A mulher sorri. Joseph chega a evitar olhar para o seu rosto, mas decide sentar ao lado dela novamente. Embora seu método não seja arrancar respostas rapidamente de seus alvos, ele sabe que não pode perder tempo naquele manicômio. Há uma alta possibilidade de pessoas estarem morrendo e o culpado permanece oculto. Dessa forma, terá que ser mais direto com Lana.

    Mesmo que seu rosto belo dificulte um pouco as coisas.

    — Lana, há quanto tempo está nesse manicômio?
    — Ah... — Lana põe a mão no queixo, como se fizesse um esforço para lembrar — Acho que já tem três ou quatro anos. Talvez cinco. Mas tenho a sensação de que sempre estive aqui.
    — E como exatamente você veio parar aqui?
    — É... Uma boa pergunta. Eu paro pra pensar aqui todos os dias.

    Redeater já esperava por isso. Ele respira fundo e continua.

    — E o que você lembra da sua vida antes desse lugar?

    Lana demora a responder essa pergunta. Seu olhar é muito nebuloso, difícil de se ler.

    — Quase nada, Joseph... É muito ruim. Os tratamentos eram pesados no começo, e as pessoas que me colocaram aqui... Esqueceram da minha existência. É, acho que essa é a melhor possibilidade. Podem ter morrido, também. Me lembro de ter sido colocada aqui um pouco após a guerra, então... Acho que eles não devem ter falecido.
    — Mas você não se lembra de quem eles são?
    — Eu tento lembrar sempre, mas... Não passam de borrões. Nem mesmo sei se tive um pai ou uma mãe. Toda a minha vida se resume a esse manicômio.
    — E sendo assim, você nunca reparou nada de estranho aqui?

    Lana fita-o com curiosidade.

    — Você acha que há algo de estranho aqui?
    — Acho. Não, eu tenho certeza.
    — Então você está quase consciente o suficiente pra deixar esse lugar, Joseph.

    Aquilo deixa Joseph estranhamente tenso.

    — O que quer dizer?

    Lana levanta-se de forma incomum. Ela tenta suprimir um bocejo com a mão, e dirige-se para o corredor à direita.

    — Você vai entender em breve.
    — Onde pensa que vai? Ainda tenho perguntas.
    — Ver uma velha amiga. Hoje nossa conversa não irá durar muito.

    Joseph se levanta rapidamente.

    — Deixe-me ir contigo.
    — Mas...
    — Sem objeções. Eu devo acompanhá-la. Eu não sinto que você está segura.
    — E o que poderia me ameaçar aqui dentro, Joseph? — Disse ela, sorrindo e torcendo levemente a cabeça para o lado — É um lugar construído para gente como nós, para ficarmos seguros do mundo cruel que nos aguarda do lado de fora.
    — E quem disse que eu sou como vocês?

    Lana dá as costas para Joseph ao ouvir essa resposta.

    — É por isso que eu disse que você está quase consciente. Só precisa acordar.

    Uma resposta dura para Joseph. Pois mesmo aquele detetive mal sabia responder aquilo, tamanha a confusão que está sentindo.

    — Ah, você está aí!

    Uma voz chama o detetive através do corredor, não tão longe das escadas. Ele olha para a direção dela e vê o gerente Uldin vindo. Só que um pouco diferente.

    Embora ainda tenha o mesmo corte afetado, ele está bem arrumado de um terno e calças amarelos estranhamente modernos, cheios de linhas negras, retas e finas. Ele parece alegre, com uma pasta de couro embaixo do braço esquerdo, enquanto balança o direito, chamando a atenção de Joseph.

    Quando este olha para o outro corredor, Lana já está do outro lado, seguindo para outro corredor. Sua agilidade é estranha, mas foi uma visão melhor do que vê-la sumindo do nada.

    — Clark Uldin. — Disse Redeater, desmanchando seu disfarce, com alguma irritação. Ele o faz sem olhar para a sua direção.
    — Hã? Algo errado... Coveiro?

    Redeater finalmente passa a olhar para o senhor.

    — Eu que pergunto. Que... Visual é esse?

    Uldin ri a toa e continua se aproximando de Redeater.

    — Ah, rapaz, você nem iria acreditar! Fui para a cidade e encontrei o melhor bordel que já vi na minha vida, tinha até elfas ali! Elfas! Era um lugar tão viciante que eu só consegui voltar pra cá hoje. Veja, nem sei como arranjei essa roupa. É tão moderna, não? E me serve muito bem!

    Redeater respira fundo.

    — Uldin... Você é completamente incompetente. Ir pra um bordel quando é o gerente de um manicômio desses... Incrível.
    — Quê? Eu não fui porque eu quis! Fui para o Banco Central Carlinídeo resolver problemas com os fundos desse lugar, e por coincidência, encontrei um amigo. Fui beber um pouco com ele, mas ele acabou me levando pra aquele bordel... Ah, aquele bordel. Preciso levá-lo lá, coveiro.
    — Imbecil.

    O detetive ignora Uldin e começa a andar rápido pelo corredor, visando alcançar Lana. O gerente corre atrás dele, um pouco atrapalhado, tentando chamá-lo. Mas Redeater parece enfeitiçado. De novo.

    — Eu tenho aqui os registros de todos os pacientes! Podemos encontrar a tal Lana!

    O mascarado finalmente para. O gerente usa essa brecha pra se aproximar, enquanto abre a pasta e analisa os arquivos.

    — Olha... Lana, não é? Conseguiu o sobrenome e o número de registro?

    O detetive lembra-se de conseguir o número na camisa dela quando a deixou num banco próximo de onde encontrou os corpos, mas não se lembra do sobrenome.

    — Só o número. 566.

    Uldin começa a olhar obsessivamente pelos pacientes de número 500. Enquanto o faz, o mascarado finalmente percebe que não falou a respeito das anormalidades que encontrou. Mas antes que pudesse abrir a sua boca pra falar algo a respeito, Uldin começa a encará-lo com dúvida.

    — Agora que eu reparei... Não tem número 566 aqui, Redeater. Só vai até o 530. Tem certeza que não foi talvez 56? 66? Melhor, vou olhar de imediato.

    Redeater já esperava por isso. Chega a ser clichê.

    — Tire essa roupa de merda, logo voltarei pra sua sala. Eu acabei de falar com ela. Ainda posso encontrá-la e levá-la lá.
    — Bem... Boa sorte. Ficarei esperando.

    Redeater começa a correr a toda velocidade pelo corredor, alheio ao fato de que não está mais disfarçado. Embora seu sobretudo negro pese um pouco, ele consegue superá-lo e manter uma velocidade satisfatória para ele. Sua corrida permite que ele alcance o outro lado do corredor, tomando o lado esquerdo, com pressa. Ele mantém a velocidade enquanto abre várias portas, encontrando alguns pacientes em pequenas bibliotecas ou salas de reunião e ignorando a surpresa dos poucos funcionários daquela área.

    Ele para de achar pessoas por ali quando chega num corredor um pouco familiar. No final deste, ele novamente encontra as portas de bambu.

    Dessa vez, ele puxa algo de dentro do sobretudo: Uma pistola. Seu design é um tanto antigo, lembrando uma pistola de fecho de mecha*, mas com aspectos mais modernos. O cano longo procura dar a potência que ele precisa para o tiro que irá dar no que vai encontrar.

    Ele abre devagar as portas.

    Utevo Max Lux.

    Criando uma iluminação poderosa, ele revela o que há naquela sala escura.

    Caixa de música. Uma mão pálida sobre ela. Mão de uma mulher bela e pálida. Pálida pois está sem vida. Sem vida pois está sendo devorada por um cão de pelo menos cinco metros de comprimento.

    Redeater respira fundo, outra vez.

    Sem hesitar, o mascarado aponta sua arma na direção do monstro. Quando o faz, o bicho some em um instante. Apenas Lana está na sala agora. Ouve um barulho logo ao seu lado, e vira-se também num instante para disparar.

    Ele atira no cão preto e amarelo do seu lado, que some com uma fumaça negra, fazendo o disparo abrir um buraco na parede. Em seguida, ele corre pra dentro da sala e guarda a pistola, ajoelhando-se rapidamente ao lado de Lana. O detetive analisa melhor o que aconteceu, mas mal consegue olhar para o buraco na lateral do seu corpo. Além disso, por algum motivo, a caixa de música não está tocando, e nem estava tocando antes.

    Agora, seus mecanismos começam a se mover. Ele a observa por alguns instantes, e nota que ela é dourada, e bem bonita. Assim como sua melodia.

    — Está tudo bem.

    Redeater escuta a voz de Lana, mas ela não veio de sua boca. Ele começa a olhar para os lados, perdido e confuso.

    — Está tudo bem. Logo isso irá acabar.

    Finalmente conseguiu encontrar a voz, que vem da caixa de música.


    Mas ele não me responde.


    Mais uma vez, Redeater respira fundo.

    Para não gritar de ódio.



    Próximo: Capítulo 3 – Akumonogatari IV




    Notas:

    *Fecho de mecha, ou matchlock, foi o primeiro mecanismo inventado para disparos automáticos.

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    Última edição por CarlosLendario; 11-05-2018 às 11:43.



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