Bom capítulo, fazia tempo que não entrava na seção, mas parabéns pelo capítulo e pela história, acho que para comentar melhor terei que ler desde o começo sua história, mas esse lance de almofadas acho que deve ser uma quest? que to meio perdido pra entender.
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Yami deveria ter morrido naquela UE do Ireas, puta bicho chato.
Ótimo capítulo, me lembrou que já cheguei a ficar 1 hora e 30 nessa parte ai e acabei nem conseguindo resolver, acabei pegando a foda fora e nunca mais fiz a quest. Quem sabe num futuro próximo eu não arrume coragem pra fazer de novo e pegue a roupa da Brotherhood, ela é bem interessante.
Aguardo o próximo.
Parabéns, você reviveu o Izan. Quanto gold tu quer por essa conquista?
HAHAHA... Tava curioso pra saber como você iria descrever a solução do puzzle, muito bem feito, no aguardo do próximo!
Ainda mais curioso pra saber como vai ser o resto da quest ;-;... É uma das minhas preferidas.
Demorei mais do que gostaria, mas espero que o capítulo tenha ficado bom! Como havia comentado no meu último post, começarei com uma rodada de Extras para essa história, e já trago para vocês o link do primeiro extra desse ano, que estará também disponível na página inicial de A Voz do Vento.
HAHAHA... Tava curioso pra saber como você iria descrever a solução do puzzle, muito bem feito, no aguardo do próximo!
Ainda mais curioso pra saber como vai ser o resto da quest ;-;... É uma das minhas preferidas.
Saudações!
Que bom que você gostou -- diga-se de passagem, eu também gostei MUITO de quando fiz essa quest... Eu tenho ainda as Screenshots de quando a fiz, bem como o post em que mostro a minha Versão Roleplay dela. Só fuçar no meu L.T. (que tá paradão) que você encontra xD
Abraço, e espero que goste desse capítulo!
Postado originalmente por CarlosLendario
Yami deveria ter morrido naquela UE do Ireas, puta bicho chato.
Ótimo capítulo, me lembrou que já cheguei a ficar 1 hora e 30 nessa parte ai e acabei nem conseguindo resolver, acabei pegando a foda fora e nunca mais fiz a quest. Quem sabe num futuro próximo eu não arrume coragem pra fazer de novo e pegue a roupa da Brotherhood, ela é bem interessante.
Aguardo o próximo.
Parabéns, você reviveu o Izan. Quanto gold tu quer por essa conquista?
Vejamos... Quero 7kk!
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Brinks!
Lembrei que a Dreamer's Challenge é um trauma particular teu. Eu gastei um tempo similar, mas curti pq tava tranquilo e favorável de solar e era um dia em que eu não estava com muita pressa xD
E o Yami é um porre mesmo HSUAHSAUHSU
E essa quest é bem bacana, dê uma nova chance a ela, quando puder...
Espero que goste do capítulo!
Postado originalmente por Sombra de Izan
Bom capítulo, fazia tempo que não entrava na seção, mas parabéns pelo capítulo e pela história, acho que para comentar melhor terei que ler desde o começo sua história, mas esse lance de almofadas acho que deve ser uma quest? que to meio perdido pra entender.
Oh my God, I revived Izan!
Caramba, que saudades de você, rapaz! Leve o tempo que precisar para reler a história! Ficarei no aguardo do seu feedback uma vez mais!
O "lance das almofadas" é parte da Dreamer's Challenge Quest, aquela que fazemos pra ir ou pro lado dos Nightmare Knights ou da Brotherhood of Bones. É parte do joguinho Genius, onde você tem que combinar as almofadas de forma similar ao exemplo apresentado no norte da sala.
Abraço, e espero você novamente por essas bandas!
Sem mais delongas, o Capítulo de Hoje!
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Spoiler: Extra Musical
Para um "up" na experiência de leitura com o Capítulo de hoje, recomendo que ouçam:
Já queria postar essa música aqui a algum tempo, mas só agora pude fazê-lo. Aproveitem!
Capítulo 38 — Esquecimento, a Eterna: O Desafio dos Sonhadores (Parte 2)
“For King and Country
With Honor and Virtue
We will Protect this place
So that HE can never return…”*
(Narrado por Andarilho do Vento)
Pouco a pouco, fomos nos entendendo; aquele teste de cores era mais um teste de paciência que qualquer outra coisa. Ireas, posicionado próximos às plataformas ao norte do salão, nos orientava quanto às plataformas a serem pisadas.
Começamos a ir bem; depois de perder todo aquele tempo com aquela briga — à qual certamente tentaria retomar, para que Ireas visse seu erro —, começamos a mover as almofadas para os locais corretos. Linha a linha, coluna a coluna, transformamos aquela confusão de cores em regimentos bem alinhados e segregados conforme o exemplo que havíamos visto. Ouvi o som de algo energético sendo criado ao longe, e vi um campo de força mágico aparecer no outro canto da sala: havíamos concluído a primeira etapa do desafio.
— E agora, ? — Indagou Ireas.
— Agora... É passar pelo campo, eu acho. — Jack replicou, hesitante. — Não tem mais o que ser feito nessa sala, e tenho a impressão de que isso foi apenas um aquecimento.
— Espero que esteja certo, Spider... — Resmungou Yami. Quisera eu que ele estivesse de volta à sua Lâmpada.
— Vamos atravessar o campo, então. — Ireas falou, aproximando-se de nós. — Vamos todos juntos e de uma vez, só por garantia.
Concordamos com a sugestão do Norsir, e seguimos juntos para o próximo desafio, passando pelo campo mágico sem dizer uma única palavra. Em pouco tempo, estávamos diante de um corredor escuro e comprido, sem ter muita referência para onde ir à seguir. Continuamos em frente, até uma luz azul clara se manifestar no horizonte: mais um teleporte para o desconhecido. E não tivemos outra opção senão tomá-lo...
***
(Narrado por Rei Jack Spider)
Uma salinha espremida com quatro alavancas, uma em cada canto das paredes. Era isso que nos aguardava ao final daquela estranha caminhada; além disso, havia um teleporte no centro da sala. Respirei fundo; talvez as nossas dificuldades fossem começar.
— Bem... – Comecei, hesitante. — Acredito que tenha uma ordem para se puxar essas alavancas. Agora, o que elas fazem... Eu não sei.
— Vamos descobrir, então. — Yami falou, dirigindo-se a uma das alavancas.
Assim que ele a puxou na direção oposta à que estava, ouvimos um clique, e nada aconteceu; certamente, puxara a alavanca errada. Eu o vi erguer uma sobrancelha em sinal de confusão, e logo Ireas decidiu puxar uma das alavancas. Ouvimos novamente o clique e, dessa vez, a parede desceu. Vimos três pilares suntousos à nossa frente, e não demorou muito até começarem a disparar projéteis mágicos em nossa direção.
— Droga! Exura San! — Gritei, assustado. — Não era isso que eu tinha em mente! Exura San!
— Exura Gran! — Ireas replicou, resmungando o feitiço. — Wind! Abaixa a alavanca! Exura!
Wind obedeceu o clamor de Ireas, e a segunda parede cedeu ao clique da alavanca; infelizmente, isso revelou mais três pilares mágicos, que continuram a nos açoitar com sua magia interminável.
— Yami! Sua vez! — Rugiu Ireas entre um feitiço e outro.
Yami concordou, e o mesmo problema de outrora aconteceu.
— Pelo amor de Uman, não é possível! — Vociferou Wind. — Exura Ico!Acertem a alavanca!
— É a minha! — Gritei. — Yami, comigo! Ao mesmo tempo!
O Darashiano obedeceu e todas as paredes cederam, revelando um total de doze dos pilares mágicos; Wind nos empurrou para dentro do teleporte central, na esperança de nos proteger. No fim das contas, era isso que precisava ser feito.
Estávamos em outra sala — e bem feridos.
****
(Narrado por Yami, o Primeiro)
O local parecia um antigo quartel — barris de provisões pútridas, deixadas ali ao sabor do tempo, armários, camas e algumas roupas puídas jogadas no chão. Havia, também, um espírito a nos olhar: o espírito de uma mulher, a qual parecia ter sido uma nobre em vida. Ela tremia, como se sentisse frio. Talvez ela estivesse com frio de fato.
Os outros dois pareciam observá-la atônitos, sem entender o que deveria ser feito ali; Ireas estava pensativo, intrigado com a aparição e provavelmente pensando na melhor forma de abordá-la. Eu, por outro lado, sabia o que fazer.
—Olá, senhorita. — Falei, aproximando-me da aparição, que virou seu rosto em minha direção. — O que faz aqui?
— Eu... Eu já fui viva uma vez... — A aparição tinha uma voz divina, doce. — Era um membro dos Cavaleiros do Pesadelo... Agora, não sou mais que uma sombra vagando por esses frios corredores... — Dito isso, ela voltou a alisar os braços com fervor, tentando livrar-se do frio que a afligia.
— Então, você também teve que passar por esses testes? — Ireas indagou, aproveitando minha deixa.
A aparição sorriu para nós.
— Esses salões são apenas uma distração para aqueles que não prestam atenção. — Ela silvou lentamente. — O caminho verdadeiro está bem escondido...
— Fale-nos sobre o caminho! — Jack pediu, por fim.
— Há um segredo... — A aparição estava cada vez mais errática. — Mas eu... Eu não consigo lembrar... E não poderia contar-lhes de forma alguma. Mas... Talvez... Está tão frio aqui... Se vocês puderem me dar um parzinho de botas que possam aquecer-me eu possa lhes dar alguma dica.
Dito isso, estalei meus dedos e conjurei um par de botas para a moça, entregando-lhe com simpatia.
— Aqui está. São para você.
A aparição pegou as botas, e vi os pares deixarem de ser físicos, convertendo-se em energia espiritual; achei aquilo tudo fascinante, e aguardei pela resposta da moça.
— Oh! Muito obrigada, gentil rapaz! — A aparição falou, com um sorriso no rosto. — Essas botas certamente me trarão algum conforto... Está frio assim desde minha morte... Bom, quanto à dica que lhes prometi, tudo o que posso dizer é que apenas os herois que caíram podem lhes mostrar o real caminho; e, apesar de ser um jogo, pode mudar o que acontecerá no futuro.
Com isso, a aparição dissolveu-se no ar, deixando para trás uma brisa gélida, que seguiu em duas direções: à frente e à esquerda. Eu e Ireas seguimos à esquerda, e os outros dois foram para a direita. À nossa frente estavam os seis catres velhos e os armários e baús. Começamos então a investigar aquele recinto, olhando as camas e os baús. Enquanto isso, eu ouvia os outros dois conversarem sobre alguma coisa.
— Bem, parece ser um tabuleiro de jogo-da-velha. — Falou Jack. — Fora isso, nada de mais.
— Sendo assim, vamos voltar e ver como está Ireas... — Resmungou Wind.
— Tem certeza? — Jack indagou. — Você não parece nem um pouco animado com isso...
— Eu não gosto de Yami, e tenho certeza que ele está tramando algo. — Wind replicou, abaixando o tom de voz. — E eu acho que Ireas não suspeita de nada.
Revirei meus olhos com aquilo; que absurdo! Nesse meio tempo, enquanto aqueles dois continuavam a tricotar como duas velhas agourentas, encontrei algo em um dos baús: um livro entitulado “Livro dos Herois Perdidos”. Abri-o, e encontrei as seguintes inscrições:
O Norsir veio em minha direção, para o desgosto da outro dupla; entreguei-lhe o livro e nos reunimos no centro do salão, pensando no que fazer à seguir.
— Tem uma alavanca naquela sala, e parece ser um grande tabuleiro de jogo-da-velha. — Wind falou, cruzando os braços. — O que vocês acharam?
— Os nomes de seis herois antigos dos Cavaleiros do Pesadelo. — Repliquei com leve desinteresse em minha voz. — O que faremos com essa informação?
Ireas e Jack se deslocaram para a outra sala, indo em direção à alavanca; o Norsir a puxou, e surgiram peças enormes de jogo da velha no chão: X e O em uma quantidade exata.
— Ao que parece, os herois do passado vão guiar o jogo mais monótono que conheço... — Falei após soltar um largo suspiro. — Vamos aos trabalhos.
— Bom, como só tem X e O, suponho que tenhamos que preencher apenas as lacunas correspondentes a essas letras. — Jack concluiu. — Seria legal se um de nós cuidasse da lista para os outros completarem as lacunas.
— Certamente! – Falou Ireas. — Dessa vez, Wind, você pode assumir essa tarefa.
Eu sorri um sorriso mau quando Ireas disse o que dissera; seria uma ótima oportunidade para o Yalahari falar menos que a boca. Ele abriu o livro com um resmungo, e eu me preparei para pegar as peças necessárias para a tarefa.
— Acho que devemos começar do topo, da fileira mais próxima à parede... — Falou o Yalahari, pigarreando de leve. — Askuro! — Wind ditou. — O Mantar não precisa... Deixem a fileira livre... Ildoni!... Maxmof... Xemodo... Tá certo isso? — Eu ouvi um riso baixo vindo por parte do ruivo.
Na medida em que Wind ditava, posicionávamos as peças pensando em escrever os nomes de cada heroi no chão. Para cada X ou O presentes nos nomes, colocávamos a peça equivalente. Caso fosse outras letras, deixávamos o espaço equivalente em branco.
— Oxanti! Pronto, foi o último! — O Yalahari falou enquanto enfim colocávamos a última peça no lugar. — E agora?
Ouvimos um novo sussurro no vento parado daquele salão; saímos da sala e nos deparamos com uma alavanca que outrora não estava lá; puxei a alavanca e um novo campo mágico surgiu; e eis que todos nós optamos pela travessia...
****
(Narrado por Ireas Keras)
Mais uma sala; dessa vez, havia uma alavanca, uma fonte seca e um dispositivo estranho ao centro; testei a alavanca, e, sem muita cerimônia, um líquido verde e borbulhante preencheu a fonte de pedra; ouvimos o som de estática, e logo surgiu a luz, gerada por feixes mágicos de energia , orientadas pelas cercas de metal que mantinham grandes menires mágicos. Fiquei intrigado, e decidi seguir em direção ao estranho espaço, e os demais me seguiram.
— Acho que esse é o transporte de que meus pais haviam falado. — Disse Jack ao olhar a estrutura. — Bem, nessa estrutura, têm quatro plataformas... Uma em cada direção. Para cada uma, temos que sacrificar algo que simbolize a vida e a morte.
— Podemos usar os aneis como antes. — Yami disse, conjurando mais uma quantidade de Aneis da Morte.
— Vamos precisar de Aneis da Vida também, Yami. — Disse Jack. — E acho que um para cada um de nós.
Yami assentiu e criou quatro Aneis da Vida, distribuindo-os.
— Agora... Se não me falha a memória, precisamos de fogo e água; ambos podem dar a vida, e tirá-la se assim desejarem.
Assim que Jack falou isso, Yami conjurou quatro baldes de água e quatro runas de Campo de Fogo; comecei a estranhar aquela gentileza toda; aquele não aprecia ser o Yami que conhecíamos...
Cada um de nós tinha o que era preciso para ativar a máquina. Jack foi primeiro; ele usou a runa à sua frente, fazendo aparecer o fogo dourado; ele estendeu o braço esquerdo em direção à outra plataforma e depositou o Anel da Vida ali; em seguida, jogou água no caminho da entrada, e usou o braço direito para jogar o Anel da Morte na última plataforma. Vi um campo mágico surgir no meio da estranha estrutura, e Jack entrou nele, desaparecendo logo em seguida.
Wind olhou rapidamente para mim, preocupado e decidido ao mesmo tempo. Acenei postivamente com a cabeça, e deixei-o ir à frente, torcendo para que esses testes logo chegassem ao fim. O ruivo repetiu o mesmo procedimento e, assim como Jack antes dele, jogou-se no teleporte e desapareceu. Agora, éramos eu e Yami. E ficamos um tempo ali em silêncio.
— Quer que eu vá primeiro? — Yami indagou, estranhamente afável.
— Diga-me o que quer. — Repliquei, desconfiado. — Estamos aqui há horas, e você mudou da água para o vinho; antes estava agindo como um imbecil arrogante, e agora está... Dócil. Então, eu quero saber, Yami: o que você quer, afinal?
O Efreet ficou um tempo calado, assustadoramente sério; fiquei olhando para ele, esperando alguma resposta. Alguma reação... Algo que me dissesse suas verdadeiras intenções.
— Quero entender seus motivos. — Ele replicou, levemente melancólico. — Quero entender por que você me manteve vivo, sendo que pertenço agora a uma raça em extinção. Quero entender os termos da minha penitência. Só isso.
Dito isso, ele fez o mesmo que Wind e Jack fizeram, e eu fui logo atrás, na esperança de conseguir mais respostas...
****
Vi meu próprio corpo deitado em uma cama, dormindo o sono dos justos... Mas minha mente estava ainda bem desperta... No primeiro cenário em que me vi, nos campos ainda verdes de Rookgaard, lá estava Yami, andando sem rumo e sem destino.
— Como assim, “raça em extinção”? — Indaguei, tentando atrair sua atenção.
Yami parou de andar, e vi as cores de Rookgaard mudarem tragicamente; os campos morreram, o céu escureceu e tudo ficou mais decrépito do que me lembrava. E Yami continuou lá, parado.
— Os Efreets não tem mais espaço nesse mundo, Keras. — Yami falou por fim, olhando-me de soslaio. — Acabou para nós...
Dito isso, ele começou a andar e eu o segui, procurando por respostas; foi então quando senti uma enxurrada me atingir, e vi-me embaixo de águas que eu não conhecia, com um misto de grandes estruturas rochosas e de puro gelo ao longo do assoalho oceânico. Estranhamente, eu não me sentia sufocar; na realidade, respirar era uma atividade normal, assim como andar. Agora, Yami estava com o rosto virado em minha direção, olhando-me por cima do ombro.
— Você não sabia de onde vinha ou ao quê pertencia, não é? — Indagou-me o Djinn. — Eu não sabia também até o dia em que conheci Malor... E agora, ele não está mais nesse plano. Ele está eternamente preso na Lâmpada Amaldiçoada, e clama por nós para que venhamos a dormir o sono eterno ao seu lado...
Yami virou o rosto em direção ao horizonte, ficando de costas para mim.
— Um a um, vamos todos ser mortos por aquele que nos prometeu liberdade.
O Darashiano continuou a andar e eu apressei meu passo, saindo da água e passando direto por um salão ardente, tomado por demônios de colossal estatura e Efreets de cimitarras gemadas e peles esverdeadas com o aspecto vítreo. Yami começou a acelerar o passo; e as imagens passaram rapidamente.
Vi a minha infância e a dele naquele tempo-espaço confuso; vi a vida que Yami levara com a irmã até o dia em que minha mãe surgira em sua vida; vi Esquecimento Eterno prometer-lhe liberdade caso Malor falhasse; e vi a vida de Yami quase se esvair em minha última investida, e em como ele sonhou com o dia em que sua irmã voltaria a amá-lo como o Yami que costumava ser.
Começamos a ouvir o som de relógios; eles todos soavam em cânone, com os ponteiros em diferentes horas e minutos, com os pêndulos indo para lá e para cá em uma marcha infernal; vi o medo de Yami projetado céu acima enquanto ele estava parado novamente, com a cabeça baixa.
— Malor foi traído por um dos nossos... — Yami falou em tom queixoso, meneando a cabeça. — E agora é nosso sangue que ele quer. Ele fez tudo o que fez apenas para si... A cor de nossas peles nunca importou, afinal...
“VOCÊ ESTÁ SONHANDO... VOCÊ ESTÁ SONHANDO... VOCÊ ESTÁ SONHANDO...”
— Use essa chance então para se redimir, Yami. — Falei, aproximando-me dele. Uma vez que a verdade é vista, nunca é tarde para mudar.
“VOCÊ ESTÁ SONHANDO... VOCÊ ESTÁ SONHANDO... VOCÊ ESTÁ SONHANDO... VOCÊ ESTÁ SONHANDO... VOCÊ ESTÁ SONHANDO... VOCÊ ESTÁ SONHANDO...”
O som começou a ficar cada vez mais infernal.
— É hora de acordar, Yami. Precisamos acordar!
“VOCÊ ESTÁ SONHANDO. VOCÊ ESTÁ SONHANDO. VOCÊ ESTÁ SONHANDO. VOCÊ ESTÁ SONHANDO. VOCÊ ESTÁ SONHANDO. VOCÊ ESTÁ SONHANDO.VOCÊ ESTÁ SONHANDO. VOCÊ ESTÁ SONHANDO. VOCÊ ESTÁ SONHANDO...”
Ele fechou os olhos, e eu também; segurei seu braço e corri para frente com Yami; quando abrimos nossos olhos novamente, vimos Jack e Wind falando com um senhor espectral. Eu, infelizmente, já sabia que não era com aquele senhor que eu deveria falar. Pedi para Yami fazer silêncio; abrimos um dos baús e ganhamos algumas pequenas recompensas pelo nosso esforço.
Felizmente, eles estavam distraídos demais para perceber que eu e Yami já havíamos saído do Reino dos Sonhos... Agora, íamos em direção ao fim daquele corredor sombrio, onde havia manchas de sangue e caveiras espalhadas no chão. Lá, eu já sabia quem me esperava.
O Mestre dos Ossos. Havia chegado a hora de eu conseguir o prêmio que eu tanto almejava.
Era um homem vestido de preto da cabeça aos pés; só conseguia distingir dois pontos vermelhos brilhantes por dentro de seu capuz. Ele riu de forma grave e sinistra quando eu e Yami chegamos até ele.
— Até que enfim... Aguardava ansiosamente por esse dia. — O homem tinha um Tomo em mãos, e mostrou-me com suas mãos cadavéricas. — Antes de entregar isso... Pela ironia das circunstâncias, preciso perguntar... Ireas Keras, você quer se juntar à Irmandade dos Ossos?
Continua...
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Glossário:
(*): Os dizeres completos do lema dos Cavaleiros do Pesadelo, afixados nas Ruínas de Plains of Havoc. Em tradução livre, fica:
"Pelo Rei e pelo País,
Com Honra e Virtude,
Nós Protegeremos esse Local,
Para que ELE nunca possa retornar...
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Demorei, mas postei! Fico no aguardo de seu feedback, pessoal! até a próxima
Nos próximos dias, estarei viajando, mas pretendo continuar preparando os capítulos e os extras! Abraço!
Ótimo capítulo. Yami parece ter ficado bonzinho, tá até mostrando que pode conjurar várias coisas quando quiser. Nesse ritmo, ele vai invocar o Gaz'Haragoth só pra matar o grupinho do Ireas. Aposto 12 conto que esse é o final da história
E também ficou excelente a narrativa dessa quest, ela é realmente muito boa, só não gosto da parte do puzzle da almofada. Me pergunto como eles não se cagaram com os Demons ao redor deles. E espero que o Ireas diga sim, pois será muito interessante ver ele destruindo essa Irmandade de dentro pra fora.
Aguardo o próximo.
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Essa história andou um pouco mais parada... Assim como a Seção em um geral. Galerinha deu uma sumida
Mas, o show não pode parar... Aos visitantes desse tópico e da Seção como um todo, incentivem a galera; caso tenham uma crônica ou uma história curta sobre o Tibia e queiram compartilhar aqui, não se acanhem e criem um tópico. Sangue novo na Seção faz bem, o que não pode acontecer é ficar parado xD
Antes de mais nada, vou responder ao único Comentário da vez, que foi do @CarlosLendario
Spoiler: Respostas aos Comentários
Postado originalmente por CarlosLendario
Ótimo capítulo. Yami parece ter ficado bonzinho, tá até mostrando que pode conjurar várias coisas quando quiser. Nesse ritmo, ele vai invocar o Gaz'Haragoth só pra matar o grupinho do Ireas. Aposto 12 conto que esse é o final da história
E também ficou excelente a narrativa dessa quest, ela é realmente muito boa, só não gosto da parte do puzzle da almofada. Me pergunto como eles não se cagaram com os Demons ao redor deles. E espero que o Ireas diga sim, pois será muito interessante ver ele destruindo essa Irmandade de dentro pra fora.
Aguardo o próximo.
Esse Carlos já querendo ver o endgame... Paciência, rapá! HSAUSHAUSAUSH
Quanto à Irmandade, não se preocupe... Ele vai dar a resposta necessária. Acho só que não se cagaram pq acabei agilizando o cap... Se te serve de consolo, quando eu fiz a dita-cuja quest, me caguei E MUITO. Estava crente que me daria um instant kill lá HSUAHSAUSAUSHUASHUAHS
Espero que goste desse capítulo também... A história já está caminhando para o fim e espero conseguir escrever o fim que ela merece...
Abração!
Sem mais delongas, o Capítulo de Hoje!
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Capítulo 39 — Esquecimento, a Eterna: Ramoa, Submundo em Tibia
E quando passarmos para o outro mundo... Quem estará à nossa espera?
(Narrado por Sírio Snow)
É o fim do mundo. Desolação para todos os lados. Uma terra de solo seco e infértil, que se mantém viva por meio de necromancia e do ciclo interminável de sacrifício e reanimação de feras antigas. Não sei como chegamos aqui tão rápido...
— Argh... Minha cabeça...
Só lembro de ter transportado meu irmão às pressas até Goroma; lembro de termos ouvido a erupção à distância, vendo o feixe de lava quente e brilhante ascender aos céus. Eu recuei; mesmo distante da cadeia montanhosa e flamejante, pude sentir o calor irradiar pela areia, ainda mais quente que o habitual. O portal mágico que eu abri nos deixou na areia fervente, e o barco de Jack Fate não estava nas proximidades da costa.
Na realidade, foi a primeira vez que eu vi Goroma totalmente deserta... Os trolls nativos encontraram uma forma de se esconder ilha abaixo, e os outros animais acabaram perecendo diante do calor súbito. Só houve um momento em que a ilha começou a arder dessa maneira...
Quando Morgaroth ainda estava vivo.
Olhei para Morzan, e vi nos olhos de meu irmão um brilho fantasmagórico; assim como eu, ele não esperava por aquilo. Nós dois respiramos e nos dirigimos à gruta inóspita no meio do primeiro cinturão de rochas de Goroma. De lá, seguiríamos adiante por um caminho mágico e sinistro em direção ao fim do mundo.
— Droga... — Resmunguei.
Eu consegui me levantar com dificuldade; minhas pernas estavam muito doloridas, e eu sentia o gosto de meu próprio sangue em minha boca.
— Morzan?! — Indaguei com a voz rouca, contaminada pelo meu próprio sangue. — Morzan!
Comecei a ouvir o som de estalidos muito altos e graves; minha visão ainda estava embaçada, mas pude distinguir as feições de meu irmão em meio a uma massa branca e fétida. Tentei alcançar um Anel de Invisibilidade que estava guardado em meu bolso. Assim que o coloquei, minha visão melhorou e me deparei com meu irmão enfrentando pelo menos três Bestas Ósseas*; ao seu lado, haviam nacos de carne em decomposição — certamente eram Bamboleantes de Criptas** que foram rendidos por sua espada.
Levantei-me; precisava ser útil naquela ilha se quiséssemos ter chance de retornar ao Continente.
— Exura Gran! — Conjurei, sentindo minha voz voltar aos poucos.
As feras estavam castigando meu irmão; sua espada não era forte o bastante para danificar as criaturas como ele desejava. Respirei fundo e conjurei bolas de fogo em direção àqueles seres, na esperança de derrubá-los mais rápido.
Felizmente, meu plano começou a surtir efeito; vi meu irmão acertar as partes mais chamuscadas das feras e separar seus membros até as criaturas enfim tombarem diante dele. Estávamos exauridos, e o cheiro de morte daquele local não nos ajudava em nada. Removi o Anel assim que o perigo passou.
— Exura Ico... — Meu irmão conjurou após dar um grande gole em uma Grande Poção de Cura. — Foi mais difícil do que achei que seria... Estou bem enferrujado...
— Irmão... Como chegamos aqui? — Indaguei, ainda tossindo sangue.
Morzan me olhou com surpresa e preocupação em seu semblante.
— Caramba, você não lembra? — Ele indagou. — Nós fomos pelo Templo Sagrado... Passamos pelos campos de força... Ah! — Ele bateu a palma da mão contra sua testa. — A pancada que você levou... Assim que chegamos, você esqueceu de colocar o Anel de Invisibilidade e uma das Bestas te acertou em cheio antes que eu pudesse fazer algo...
Dito isso, ele me ajudou a me manter de pé, passando um de meus braços por cima de seus ombros.
— Devo ter conseguido afastar a maior parte das criaturas, mas logo elas virão em peso para cá. — Falou Morzan, olhando para os céus. — Entretanto, está claro, e isso faz com que elas fiquem mais... Tímidas.
Ele olhou para seu lado direito, e seus olhos se arregalaram; virei minha cabeça para a mesma direção e deparei-me com a visão da única Aranha Gigante de Ramoa. Seria uma Aranha Gigante como qualquer outra, exceto por um pequeno detalhe.
— Vê aquilo atado à perna dela? — Indagou meu irmão, sussurrando.
Franzi meu cenho e tentei me concentrar na fera à frente; em uma das pernas dela, eu vi uma estranha atadura e o que parecia ser a capa de um livro pendendo para fora dela.
Um dos Tomos de Esquecimento Eterno estava ali.
****
(Narrado por Icel Emonebrin)
Eu não deveria tê-lo deixado para trás. Foi uma das piores decisões que tomei na vida.
Fui até o barco para sair de Edron, mas não fui para Thais; depois dos últimos eventos, não queria voltar para lá. Não me parecia certo, e foi com esse pensamento em mente que pedi ao capitão que me levasse a Venore o mais depressa possível. Quando o barco desancorou e içou velas, desejei não ter pagado aquele cidadão. Queria ter voltado para lutar ao lado de Liive uma última vez...
Naquele dia, senti-me o mais covarde dos Paladinos... Estava deixando um dos meus melhores amigos para morrer enquanto eu continuaria a viver para passar um recado... O qual não tinha certeza se chegaria.
A sensação piorou no ápice da madrugada, quando olhei para o céu estrelado e vi feixes de sombra rasgarem os céus enquanto voavam rapidamente em direção a Edron. Suspirei, ajoelhei e comecei a rezar. Rezava para que Liive e os demais habitantes da cidade pudessem sair daquela situação incólumes. Rezei a noite toda, e devo ter continuado a rezar em meus sonhos.
No fim das contas, de pouco ou nada adiantaria. E eu só saberia disso quando enfim pisasse em Venore.
****
(Narrado por Morzan Snow)
Aquela aranha solitária... Me parecia fácil demais. Não podia ser tão fácil assim. Sinalizei para Sírio não ficar a mais de cinco metros de distância de mim. Aproveitaria o calor e a luz do sol para chamar a atenção da aranha e distanciá-la dos outros mortos-vivos. Respirei fundo, desembainhei minha espada e preparei o arremesso.
— Exori Hur!
A mana fluiu do meu braço para minha espada; renovado por aquela energia, usei minha força e velocidade para fazer o melhor arremesso que eu podia. A espada zuniu em direção à Aranha, cujo silvo de dor fora o sucifiente para fazê-la vir em minha direção: bem a tempo da espada magicamente voltar para as minhas mãos.
— Exeta Res! — Conjurei em alto e bom tom.
Minha mana fez minha voz projetar-se mais e modificou minha aparência de forma tal que aparentei ser bem maior do que de eu de fato era; com isso, a Aranha não teve outra opção senão voltar suas atenções para mim. Dessa forma, Sírio estava livre para atacá-la sem sofrer um arranhão sequer.
— Exori Gran Flam! — Ouvi Sírio conjurar a alguns metros de distância.
A bola de fogo veio rápida e mordaz, atingindo a aranha em sua face; a fera recuou e se enfureceu, dando uma cusparada de veneno em direção ao meu irmão.
— Exeta Res! — Insisti para que a Aranha Gigante me enfrentasse diretamente.
A besta ficou furiosa; ela tentava me ferir com suas pernas finas, porém fortes, as quais rasgavam minha pele no mais breve e veloz contato que obtinham; com minha espada, tentava impedir que suas quelíceras gigantes fossem enterradas em meu peito. Limitei-me à curar minhas feridas e manter a atenção da Aranha somente em meus movimentos enquanto meu irmãozinho se encarregava de derrubá-la.
— Exori Mort! — Ouvia meu irmão conjurar. — Ela não cede! Exori Mort!
Arregalei meus olhos e movimentei rapidamente minha espada — por muito pouco a miserável não me golpeou de morte. Ela estava se inclinando cada vez mais em minha direção, determinada a sugar meu sangue e ver-se livre de mim. Com um movimento sorrateiro de suas patas, ela conseguiu me desequilibrar; foi quando vi as chagas aparecerem no corpo do grande aracnídeo, que caiu inerte pouco depois.
— Essa... Foi por pouco. — Falei, ofegante.
Olhei para Sírio, e vi uma runa desaparecer de suas mãos. Certamente utilizara uma runa poderosa, conferida apenas àqueles magicamente habilidosos.
— Morte súbita. — Disse meu irmãozinho, aproximando-se de mim. — Sempre ando com algumas dessas à mão.
Ele me ofereceu uma das mãos para me ajudar a levantar. Olhei para cima e notei que, estranhamente, o céu começara a escurecer antes da hora.
— Droga... Lá se vai nossa vantagem temporária... — Resmunguei, contrariado. — Vá para o Templo! Eu pegarei o livro e te alcanço!
Meu irmão assentiu e saiu correndo da cena; comecei a ouvir o som de ossos estalando novamente. Aquelas bestas que eu outrora derrubei estavam começando a se reerguer. Acelerei minha busca pela perna premiada e, sem muita cerimônia, removi o Tomo de sua amarra, joguei-o dentro de minha Mochila de Pirata e saí correndo atrás de Sírio.
Sete apressados passos foram o suficiente para eu ver um exército de mortos-vivos vindo em direção à entrada do Templo, famintos pela força vital de Sírio. Corri um pouco mais e me joguei em meu irmão, derrubando-o dentro das escadarias. A tamanho foi o impulso que dei que entramos direto no teleporte para Goroma, onde acabei perdendo os sentidos.
****
(Narrado por Sírio Snow)
Meu irmão é uma mula.
Não havia a necessidade de ter feito o que fez...
Consegui sair do Templo maldito com meu irmão desacordado apoiado em mim; o vulcão já estava ficando mais calmo, e não demorou muito até conseguir retornar à embarcação de Jack Fate, o qual decidiu abrir uma exceção e levar-me para outra cidade que não Liberty Bay.
— Depois dessa brincadeira em alto-mar, não piso em Thais por um bom tempo. — Resmungou o capitão. — O mais próximo disso que posso te levar é Venore; graças à confusão toda dos últimos meses, duvido que alguma autoridade de Thais vai me deixar atracar tranquilamente no porto da cidade...
Assenti e ajudei-o a preparar a embarcação; se eu tivesse sorte, chegaria a Venore em alguns dias. Coloquei meu irmão em um local tranquilo para descansar e sentei-me ao seu lado, olhando para o horizonte negro que se desenhava acima do vulcão de Goroma...
O que estava acontecendo? Haveria a possibilidade da escuridão enfim tomar nosso mundo?
****
Naquele dia, a corrida de Fafnar e Suon correu como qualquer outro... Exceto em uma cidade. Uma cidade que se julgava iluminada demais por trás de sua cidadela de pedras bem-polidas. Cidade essa que se julgava inestimável pelo conhecimento que exibiam em suas torres.
Os ditos “reforços” mandados à cidade chegaram através da ilha vizinha; uma comitiva formada por Cavaleiros de Thais e Amazonas de Carlin deparou-se com um cenário de horrores concebível apenas em seus mais horrendos e selvagens sonhos.
Aquela gente se deparou com o que viria a ser conhecido como o Silêncio dos Sábios...
Continua...
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Glossário:
(*) Bestas Ósseas: Tradução livre para [CRIATURA]Bonebeast[/CRIATURA].
(**) Bamboleantes de Criptas: Tradução livre para [CRIATURA]Crypt Shambler[/CRIATURA].
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Demorou, mas chegou!
Espero que gostem... Sugestões, reclamações, dúvidas, alegrias e tristezas são sempre muito bem-vindas aqui!
Muito boa a forma que você descreveu o decorrer da quest, tão boa quanto eu esperava que fosse
Eu sabia que o Yami era dahora.
Mas uma coisa que eu nunca deixo de reparar, é como a tradução dos nomes medievais em inglês ficam esquisitos quando trazidos para o português... Nenhuma crítica a respeito da sua escrita, é uma coisa minha mesmo, acho engraçado. Geralmente pra fugir disso eu descrevo a criatura de forma breve XD
Então a hora final tá chegando? Massa, mortes estão por vir, muito massa. não é massa não, desde o final de fate/staynight parou de ser massa pra mim
O capítulo foi rápido dessa vez, eles estão conseguindo mais tomos, mas parece que estão ficando atrasados demais. Se o próximo dia amanhecer escuro, acho que eles não terão mais muito tempo pra derrotar Esquecimento Eterno ou do Ireas conseguir destruir a Irmandade de dentro pra fora. Mas espero que as coisas deem certo e essa puta morra logo.
Também to sentindo cheirinho de traição, você deve saber de que se trata(Afinal, é você quem está escrevendo essa história...).
Venho aqui trazendo mais um Capítulo em tempo recorde e volume considerável de caracteres. Peço, quase dando spoiler, que vocês não me odeiem (muito) ao final desse Capítulo.
Antes de qualquer coisa, as Respostas aos Comentários e os Extras da vez:
Spoiler: Respostas aos Comentários
Postado originalmente por Bruttar
Muito boa a forma que você descreveu o decorrer da quest, tão boa quanto eu esperava que fosse
Eu sabia que o Yami era dahora.
Mas uma coisa que eu nunca deixo de reparar, é como a tradução dos nomes medievais em inglês ficam esquisitos quando trazidos para o português... Nenhuma crítica a respeito da sua escrita, é uma coisa minha mesmo, acho engraçado. Geralmente pra fugir disso eu descrevo a criatura de forma breve XD
Faaala, Gabru!
Essa relação de amor e ódio com o Yami é de lascar HSUASAUSHUASHU
As traduções ficam um pouco esquisitas, mas são um ótimo exercício... Bem, eu me propus a escrever a história em português na maior parte do tempo, até para deixar o Tibão ainda mais próximo da gente. Mas tem coisas que realmente soam zoadas. Eu recorro a isso muitas vezes pq não quero me prolongar na descrição da dada criatura SHAUSHAUSHA
Espero que goste desse capítulo também... E não me odeie muito, por favor.
Abraços!
Postado originalmente por CarlosLendario
Então a hora final tá chegando? Massa, mortes estão por vir, muito massa. não é massa não, desde o final de fate/staynight parou de ser massa pra mim
O capítulo foi rápido dessa vez, eles estão conseguindo mais tomos, mas parece que estão ficando atrasados demais. Se o próximo dia amanhecer escuro, acho que eles não terão mais muito tempo pra derrotar Esquecimento Eterno ou do Ireas conseguir destruir a Irmandade de dentro pra fora. Mas espero que as coisas deem certo e essa puta morra logo.
Também to sentindo cheirinho de traição, você deve saber de que se trata(Afinal, é você quem está escrevendo essa história...).
Aguardo o próximo.
Faaala, Carlos!
O final está próximo, isso é um fato... E o atraso deles também é outro fato, perspicaz da sua parte notar isso. Agora, quanto às coisas que você apontou, bem...
Veremos o que acontece à seguir.
Espero que você goste desse Capítulo, e fico no aguardo do seu feedback. Além disso, quando você vai retomar sua história, meu amigo? Precisamos de mais finalizadores de narrativas por aqui, até por que a sua merece um final digno de toda a trama!
Para uma ambientação mais interessante durante a leitura desse capítulo, eis a trilha sonora recomendada:
Bom proveito!
Capítulo 40 — A Ponte para a Primavera Eterna
E quando passarmos para a Primavera Eterna... Você cantará comigo minha canção?
Naquela fatídica noite em que Icel Emonebrin zarpou de Edron para Venore, ele acidentalmente selou o destino de centenas de habitantes.
O Silêncio começou com a última das doze badaladas da meia-noite; a última porta aberta em Stonholme fora fechada, encerrando a rotina do toque de recolher. Todas as casas haviam apagado as chamas de seus candelabros e os únicos locais ainda iluminados eram as instalações dos correios, loja de frutas e banco, juntamente com a Torre de Marfim.
O vento frio soprava por entre os corredores de pedra da cidade; não havia nenhum movimento na colônia Thaiana; somente as folhas que se desprendiam das árvores vagavam livres pela cidade. E elas foram as primeiras testemunhas dos horrores que estavam por vir.
O som do ar mudou; a voz do vento tornou-se rouca e ainda mais gélida. Risadas cruéis começaram a ecoar nos ares, mas nada se via além do denso véu da noite; Liive, o bárbaro nascido e criado nos campos de Hrodmir, havia terminado de afiar seu machado quando a gritaria começou.
O sino da cidade começou a baladar em estado de alerta; o Norsir olhou para trás e viu que Tereban e os outros civis já havia se escondido. Ele sorriu, certo de que eles sobreviveriam à noite se fossem espertos.
— Edron está sob ataque! Escondam-se! — Ele ouviu os guardas gritarem ao longe. — Escon...
O som de feitiços lançados ao ar abafara os gritos dos civis armados apenas com aço e ferro; o ruivo lançou-se na escuridão certo de que aquela poderia ser sua última batalha. Em sua mente, estavam apenas seus momentos mais recentes... Suas amizades adquiridas e a vontade de se redimir perante elas. Sim... Liive não se esquecera como a Dama do Pavor o fizera de capacho meses antes, e de como suas ações partiram o coração daqueles com quem mais se importava.
Sim... O bárbaro estava pronto para dar sua vida em busca de uma oportunidade para ser lembrado como o homem direito que era — especialmente pelo fato de que seu caminho de redenção seria pavimentado por sangue e glória de Tibia até a Primavera Eterna...
****
Naquela mesma noite, outra batalha estava sendo travada. Contudo, era uma batalha pela vida — Silfind, após meses de solidão em Nibelor, entrara em trabalho de parto. O dia, até então, havia sido normal: coletar ervas, trabalhar em novos antídotos e escrever ao irmão de seu falecido marido, Ireas Keras, contando-lhe as poucas novidades que tinha em uma tentativa de se agarrar às memórias que ainda tinha de Hjaern. Ela deixou cair de suas mãos o frasco que segurava ao sentir uma mudança na pressão em seu baixo-ventre; ela olhou para baixo com espanto ao perceber uma poça de água morna e viscosa se formar aos seus pés. Uma de suas mãos alcançou a parede gelada quando as contrações começaram.
Pela primeira vez em meses, a xamã começou a sentir algo que há muito não sentia. Desde a última grande batalha vivida por Svargrond, Silfind havia sentido uma boa parte dela morrer junto com seus conterrâneos. Ela sentira seu coração parar quando a vida de Hjaern fora tirada, e nem mesmo a gravidez parecia ter-lhe renovado as esperanças em continuar viva. Entretanto, no momento em que as dores começaram, ela sentiu algo que ela não esperava.
A ficha enfim caíra — ela estava grávida, prestes a dar à luz; sua cria nasceria sem saber quem o pai era, e o tio não chegara à tempo como prometera. O coração de Silfind voltou a bater rapidamente. Ela estava viva novamente. E estava com medo dessa nova vida.
— Nilsor! — Ela começou a gritar, rouca, enquanto dirigia-se para fora do templo de pedra. — Nilsor!
O vento gelado de Nibelor açoitou seu corpo gestante e fez aumentar as dores sentidas pela xamã parturiente. Ela continuou a gritar por ajuda enquanto caminhava lentamente pela neve fofa e gélida. Nilsor, o domador de huskies, sentiu que havia algo de errado na pacata parte da ilha; o vento soprava em seus dreadlocks louros com um aviso e um pedido de socorro.
O Norsir apressou-se em auxiliar a xamã; infelizmente, Nibelor não era um local propício para a chegada de uma criança ao mundo. Por mais sagrado que aquele solo fosse, ele não poderia prover para mãe e criança. O homem loiro não teve opções senão levá-la às pressas para Svargrond, contrariando todas as suas crenças e vontades.
****
A escuridão trouxe consigo uma horda de Irmãos dos Ossos; eles tiraram crianças de suas camas, atormentaram os sonhos dos jovens e começaram a levar os velhos ao limite da sanidade, resultando em suicídio por parte dos que possuíam menor força de vontade. Entretanto, havia aqueles que conseguiram despertar de seus pesadelos e se armar para revidar.
Liive estava junto a esses poucos, porém bravos guerreiros; o ruivo respondeu à ameaça de terrores noturnos com um descer de lâmina fulminante. Cada bola de energia lançada era retrucada por um arremesso rápido e eficiente de um Machado Asa-de-Demônio*. Aquelas risadas, uma a uma, seriam caladas pelo fio de sua arma — ele seria bem-sucedido ou morreria tentanto.
Apesar dos esforços das tropas armadas em aço e ferro, não demorou muito até notarem que não havia nenhuma movimentação vinda da Torre de Marfim. Liive cerrou seus punhos, tentou curar suas feridas mais brandas e começou a investir com mais fúria e força; por que diabos a Torre não fazia nada? Os magos prefeririam ver a cidade em ruínas a tirar os narizes de seus livros e serem úteis ao menos uma vez em batalha?
Os corpos começaram a tombar; os membros da Irmandade, ainda em clara vantagem, miraram nas mentes menos concentradas, atacando-os em um plano que nenhuma arma poderia atingir. O bárbaro gritou para que os guerreiros ainda livres fossem atrás dos membros ainda corpóreos da Irmandade; o ruivo viu-se sem outra alternativa senão tirar a vida dos combatentes rendidos em seus sonhos. Não poderia deixar a Irmandade ganhar espaço. Para cada soldado dominado, a morte de seu corpo simbolizaria a libertação de duas almas — e essa matemática parecia atender melhor às necessidades de Liive.
O combate se tornou frenético; os corruptos Irmãos começaram a sentir a pressão dos guerreiros, cujos números começavam a subir com a chegada de reforços vindos da antes adormecida Stoneholme. Um sorriso sinistro veio ao rosto ensanguentado de Liive quando ele avistou mais quinze almas livres correndo em direção à multidão vestida de preto. Ainda não era o bastante para bater a vantagem numérica da Irmandade, mas ao menos as chances de diminuí-la haviam aumentado.
Ainda assim, nenhuma sombra foi vista saindo ou entrando na Torre de Marfim; aos poucos, o combate saía do átrio central do Castelo de Edron e aproximava-se perigosamente do refúgio dos magos; enquanto a Irmandade continuava a ensaiar uma falsa retirada, foram deixados para trás dezenas de corpos desfigurados, sobretudo de inocentes crianças, cuja expressão de pavor ficara para sempre gravada em seus rostos. A morte no Reino dos Sonhos parecia ser infinitamente pior do que aquela promovida no plano comum.
****
Os gritos de dor de Silfind se inensificaram na madrugada extraordinariamente gelada; Nilsor pedira a Iskar para olhar por seus cães enquanto levava a jovem xamã até alguém que pudesse ajudá-la. Ela tremia e parecia febril a cada passo que davam.
— Eu não vou aguentar... — Ela resmungava de dor por entre os dentes, controlando-se para não gritar. — Eu não consigo...
— Você precisa ser forte! — Nilsor fazia o possível para soar encorajador. — Faça isso pela criança, Silfind! Faça isso por Hjaern!
— E-eu não sou... Tão forte...! — A moça gemeu enquanto tentava abafar outro grito de agonia. — Não... Sou...
— É sim! — Replicou o domador, fazendo o possível para mantê-la consciente. — É uma das mulheres mais fortes que eu conheço... Os deuses estão te fazendo passar por essa provação porque sabem que somente você poderia aguentar! Tenha fé, Silfind... Vai dar tudo certo, tenho certeza...
O Norsir de Nibelor continuou a caminhar com a xamã apoiada em seu corpo; o Templo de Svargrond não estava muito longe, e havia somente um homem que poderia ajudar naquele momento de extrema necessidade: Kjesse, o único médico e xamã da cidade.
****
Não demorou muito até as ruas de Edron assumirem a cor tinta de sangue; os gritos estridentes e demoníacos da Irmandade ecoavam no ar na medida em que ganhavam mais terreno; guerreiros tombavam nas ruas tão rápido quanto saíam das edificações para atender aos pedidos de socorro; até onde Liive conseguira acompanhar, a contagem de mortos começava a beirar às centenas, e as baixas da Irmandade não estavam sendo suficientes para desanimar seus espíritos negros e sedentos de sangue.
A única coisa que mantinha os ânimos dos defensores de Edron era Liive; seu espírito indomável, seus golpes certeiros e suas ferozes investidas contra os sarcedotes das trevas eram os únicos fatores que mantinham a moral elevada. A multidão de guerreiros comandada pelo ruivo fazia o impossível para manter a Irmandade longe da Torre de Marfim.
Foi preciso mais um grito de uma criança inocente para enfim a elite mágica de Edron responder aos gritos por socorro. No momento em que Liive arremessara seu machado contra a multidão, ele viu um raio poderoso seguir o mesmo trajeto de sua arma, ferindo de morte sete Irmãos dos Ossos. Edron começou a lutar sua batalha à sua maneira, e os urros de ânimo da multidão ecoaram pelas ruas de pedra e sangue.
O bárbaro sentiu suas forças se recuperarem em uma velocidade assombrosa; a adrenalina era tanta que ele se sentia capaz de derrubar vinte mamutes de uma só vez. Entretanto, essa mesma adrenalina logo provaria ser sua ruína. Haviam feridas abertas no corpo do bárbaro; feridas que ninguém havia percebido. E não demoraria muito para essa desatenção cobrar seu preço.
****
A febre de Silfind aumentava junto com suas contrações. Deitada em um catre improvisado de palha e madeira, ela sentia seu corpo sendo levado ao limite. Do seu lado direito, havia Nilsor, que lhe entregava pedaços de gelo ou frutas para consumir; do seu lado esquerdo estava Kjesse, um xamã de meia idade de olhos verdes e cabelos grisalhos, monitorando a parturiente. De todos no recinto, era aquele que parecia incrivelmente mais calmo, quase como se não estivesse ali.
— Respire! — Kjesse falou, aproximando-se das pernas da xamã. — Respire e faça força, empurrando. Vamos ajudar essa criança a sair!
Silfind abafou um gemido de dor enquanto usava suas forças para expelir a criança de seu ventre; o xamã de meia-idade espiava por entre as pernas da moça na esperança de auxiliar na extração do bebê o quanto antes.
— Vai precisar de mais força... — Ele resmungou, descontente. — Não faz sentido... Ela está sofrendo a horas... Será que a criança não quer nascer ainda?
— Preocupe-se em manter Silfind desperta e forte. — Replicou o xamã, sereno e sério. — Tenho a impressão de que esse parto será longo e difícil para ela. O mínimo que podemos fazer é ampará-la e torcer para que tudo ocorra bem.
A agonia da xamã continuou; suas dores e contrações arrastar-se-iam por mais algumas horas. Cabia àqueles dois homens serem pacientes e darem a ela o apoio tão necessário. Kjesse olhou para os céus através de uma abertura no telhado de pele e palha. Seu cenho franziu-se lentamente na medida em que percebeu algo que antes não pudera ver.
Haviam estrelas novas no céu. Estrelas vermelhas, que brilhavam como sangue exposto à luz de tochas.
Algo sinistro estava acontecendo em outra parte de Tibia. Algo muito ruim e muito, muito sangrento.
****
Mais sangue. Mais raios. Mais fogo. Mais chagas.
Edron estava em seu limite, mas a Irmandade começava a sofrer com as baixas.
A batalha pela Torre de Marfim estava chegando em seu clímax. Aqueles que podiam usar de algum feitiço para auxiliar, assim o faziam.
Liive estava no limite de suas forças; suas feridas estavam ficando cada vez mais abertas e sua carne, mais e mais exposta à corrupção latente que atingia a cidade. Com a ponta do cabo de seu machado e toda a força que tinha em sua mana, ele começou a vociferar:
— Exori Mas!
O Norsir fez o chão tremer com uma pancada de machado contra o chão de pedra, e uma dezena de Irmãos de Ossos curvaram-se ante à instabilidade gerada por sua determinação. Ele ofegava, exausto; estava naquela dança de trevas e morte horas a fio. Suas pernas cambaleavam, seus braços queriam ceder e seus olhos ardiam. Ele meneou a cabeça em uma tentativa de se manter desperto; quando abriu os exaustos olhos novamente, viu um Irmão de Ossos que se destacava da multidão, segurando um sinistro mangual e olhando fixamente para ele.
O Norsir sorriu e estalou o pescoço — enfim, um desafio à altura de sua força e de suas proezas. Ele segurou firme o cabo de sua Asa-de-Demônio e caminhou vigorosamente em direção ao seu adversário, o qual também sorria por trás de seu capuz negro. Esse também avançou, determinado a derrubar o guerreiro que já estava causando muito mais problemas que o devido.
Machado contra foice; o ruivo descia o machado contra seu adversário, e isso servia apenas para ele se desfazer em sombras e reagrupar longe do alcance de sua arma; entretanto, Liive conseguia evitar o alcance de sua enorme foice, desviando quase sempre no último instante possível.
A desvantagem do bárbaro era clara; nem mesmo suas magias de cura estavam sendo capazes de lidar com as feridas já abertas e há muito expostas; exausto, o gladiador de Svargrond começou a investir em ataques rápidos e fortes; em golpes de machado que pudessem cortar e atordoar aquele adversário trabalhoso.
Ele estava oficialmente alheio a todo o cenário ao seu redor; ele não mais ouvia o som dos feitiços conjurados, tampouco do choque de armas e da queda livre de combatentes de ambos os lados. Tudo o que ele conseguia ouvir agora era a sua respiração e à de seu adversário, bem como os batimentos de ambos corações. No fim daquele combate, ele tinha certeza de uma coisa: que o coração de seu adversário pararia de bater.
Com o cabo de seu machado, ele golpeou o ventre do Irmão de Ossos na primeira oportunidade que teve; o ceifador soltou sua arma com o susto. Liive aproveitou a oportunidade para cortar-lhe o tronco. Ele não contava com a malícia de seu adversário; assim que desceu o fio de seu machado, o Norsir ruivo sentiu algo perfurar seu corpo, freando seu movimento. Ele olhou para baixo e se deparou com a ponta de uma foice saindo de seu abdome; o ruivo sentiu o ímpeto de vomitar sangue, mas se conteve.
Seu adversário começou a se levantar, com os olhos vermelhos tremulando em sinal de regozijo com a cena. Liive começou a sentir sua vida esvaindo aos poucos, e decidiu fazer aquele momento valer à pena.
— Pela Voz do Vento! Exori Gran Ico!— Urrou, descendo a lâmina em direção ao pescoço do Irmão de Ossos.
****
— Vamos lá, Silfind! Você está quase lá! A cabeça já está saindo!
A resiliência da xamã estava em seu limite; a dor era insuportável, e a criança parecia não querer sair de seu corpo; perceber que a criança poderia estar prestes a sair deu novas forças a Silfind, que se concentrou para dar o último empurrão que sua cria precisava para conhecer o mundo que a aguardava.
— Isso! Mantenha a força... Vou te ajudar aqui... — Falou Kjesse, aproximando as mãos da cabeça da criança. — Mantenha!
O xamã começou a puxar gentilmente a cabeça da criança junto ao esforço que a gestante fazia. Em um único empurrão, a cabeça saiu e passaram os ombros, braços, tronco, pernas e pés. Banhada em sangue e fluidos, viera ao mundo o filho de Silfind e Hjaern. E tudo estaria bem se não fosse um pequeno detalhe.
— É uma menina! É tão pequena..! — Kjesse falou, ajeitando o pequeno ser nos seus braços.
— Como ela está?! — Silfind perguntou, afoita. — Ela está bem?
— Ela... Ela não está respirando... — Kjesse sussurrou, assombrado. — Não... Não pode ser. Nilsor! Ajude-me aqui! A pequena não respira!
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O ar começou a ser substituído por sangue nos pulmões de Liive; o coração de seu adversário parou de bater, e ele ouviu o som da cabeça dele indo de encontro ao chão, separada de seu corpo. O Norsir conseguira — mais um Irmão de Ossos abatido, e esse era dos grandes. O ruivo caiu de joelhos e começou a regorgitar seu próprio sangue; ele sentiu a luz vir até seu rosto, e viu o que seria o último nascer do sol de sua vida.
Em uma tentativa final de se recuperar, o Norsir levou suas mãos para trás de suas costas, alcançando o cabo da foice. Usando o que restava de suas forças, removeu a arma de seu abdome, deixando um buraco sangrento no lugar.
Com esse último esforço, Liive, o Bárbaro, tombou ao amanhecer, dando seu último suspiro em meio aos corpos caídos dos sábios e dos guerreiros aflitos.
Nesse mesmo momento, a filhinha de Silfind inspirou pela primeira vez, incentivada por três tapinhas dados por Kjesse. A pequena cuspiu fluidos maternos e chorou um choro alto, digno de uma Norsir de sua linhagem.
Kjesse olhou de novo para o céus e notou outro fenômeno — uma das estrelas avermelhadas se apagou, e uma estrela branca tomou seu lugar. O vento começou a soprar de forma mais gentil, quase com um som triste, de quem chora a perda de alguém.
Um Norsir morreu, e outro veio em seu lugar.
Continua...
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Glossário:
(*): Tradução livre para o item "Demonwing Axe"
Spoiler: Considerações Finais
Deixo claro que, na realidade, não era para ter sido assim a minha despedida desse Personagem; esperava tê-lo mantido vivo até o fim desse Pergaminho, mas a sua morte infelizmente fez-se necessária, e logo entenderão o porquê. Pensei em salvar esse Personagem desde que o coloquei nessa situação (vide Segundo Pergaminho, Capítulo 34: "Esquecimento, a Eterna: Edron"), mas, na realidade, queria dar uma apimentada nesse Pergaminho, por sentir que a História estava começando a cair em um marasmo inesperado.
Sei que estou me despedindo de um Personagem muito querido, que simbolizava, e ainda simboliza uma das amizades mais significativas que tive nesses meus anos de Tibia. A morte desse Personagem simboliza o fim de um ciclo vivido por seu antigo dono, dono esse que infelizmente perdi contato, mas que tenho muita esperança em reaver algum dia.
Mas, para uma estrela que se apaga, outra surge em seu lugar -- e espero que o vazio deixado por Liive, o bárbaro, seja prontamente substituído, e que seja uma substituição digna do homem que o Norsir ruivo e brigão foi.
Bem, é isso... O Capítulo veio rápido, longo e escrito de todo coração. Apesar dos pesares, espero que tenham gostado. Comentários são muito bem-vindos!