Resultados da Enquete: Que Facção deveria Ireas Escolher?

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Tópico: A Voz do Vento

  1. #251
    Cavaleiro do Word Avatar de CarlosLendario
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    Grande Iri.

    Ótimos capítulos, como sempre. Notei que a narração de alguns personagens ficou um tanto coloquial, mas não lembro exatamente se ela já era assim antes. Sei que achei uma boa forma de diferenciar um do outro. Também notei uns pequenos erros de revisão nesses capítulos, mas nada demais.

    Sobre os capítulos, só posso dizer uma coisa: Eu deixava o Yami morrer. Afinal, uma vez que se toma um caminho, é preciso lidar com as consequências dele. E eu sei que muito provavelmente o Yami voltaria a ser capacho da mãe do Ireas, então não compensa salvá-lo.

    E será que o Brand cai na friendzone ou rola mesmo?

    No aguardo do próximo capítulo

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  2. #252
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Segundo Pergaminho, Capítulo 30

    Saudações, galerinha!

    Demorei BASTANTE para vir com esse Capítulo... Essa reta final desse semestre da faculdade está mais tenso, mas vou fazer o melhor que eu puder a fim de não ter que fazer nenhuma matéria de novo SAUHSAUHUASH

    De qualquer forma, quero agradecer a todos por seus comentários! Vocês são o combustível que me faz manter essa história!

    Antes do Capítulo novo, responderei aos Comentários da vez!


    Spoiler: Respostas aos Comentários



    Sem mais delongas, o Capítulo de Hoje! (esse saiu maiorzinho)


    -----

    Capítulo 30 — Quando o Vento deixou de Soprar: Culto Caído (Parte 3)

    Ireas e Jack se veêm diante de uma nova fase em suas vidas...



    [Uma hora antes da chegada de Yumi Yami a Carlin]

    (Narrado por Ireas Keras)



    — Antes de mais nada, Icel e Liive estão aqui também?

    Foi o que eu perguntei antes de continuar com minha proposta.

    — Sim.— Brand replicou, cruzando os braços — Eles foram para a prisão de Carlin. Ao que parece, as guardas da cidade não acharam nossa história lá muito real e não gostaram de como chegamos, muito menos de termos um Norsir como amigo.

    Meneei a cabeça e soltei um suspiro frustrado; eu já conhecia Liive o suficiente para saber que muito provavelmente ele estaria preso junto com Icel. Eu esperava estar errado, mas, a julgar pela hora e pela ausência deles, a prisão se tornara uma preocupante certeza.

    — Precisaremos falar com Shauna pela manhã. — Falei, decidido. — Infelizmente eles terão que ficar lá pela noite... Odeio isso... — Resmunguei a última frase em tom abafado, frustrado com aquilo. — De toda forma, terei que explicar o plano todo para eles amanhã... Enfim, vou falar logo antes que eu acabe esquecendo algum detalhe importante.

    — Bem, prossiga... — Falou Jack.

    — São Oito os Tomos a serem pegos, certo? — Comecei minha retórica, sério. — Há um aqui em Carlin, e pretendo tomar posse dele o mais depressa possível. Há lugares em que eu não poderei pisar ainda... E eu tenho tido... Sonhos perturbadores quanto a eles...

    Lembrei-me da visão da Aranha Gigante e da furiosa tempestade como cenário; por um instante, podia jurar que o local que vi não era mais as Planícies do Pavor, senão... Alguma outra paisagem que desconhecia...

    — Esses sonhos me levaram a concluir que tem algo para que não estou pronto. — Continuei, forçando-me a afastar da mente aquela visão. — E eu preciso descobrir o porquê disso, e sozinho. — Vi que Brand e Jack estavam se preparando para protestar, e os detive rapidamente. — Por isso, decidi que vou tentar descobrir mais sobre a Irmandade dos Ossos... E tentar me juntar a eles.

    — É oficial: você ficou louco de vez! — Protestou Brand. — Não percebe que assim você vai cavar a sua própria cova?! É exatamente o que a perturbada da sua mãe quer!

    — Deixe-me ver se entendi — Começou Morzan, intrigado —, você, Ireas, é filho de alguma sorte de infeliz que trabalha com a Irmandade dos Ossos, a mesma Irmandade responsável por lendas atrozes que somente os mais corajosos e loucos ousam contar, e você, que é completamente avesso a tudo, tudo o que eles fazem, quer se juntar a eles?! Eu entendi direito?! E outra – a troco de quê?!

    — Respostas. — Repliquei, ríspido. — Faltam peças nesse quebra-cabeça maluco que é a minha vida. Ela me abandonou em Rookgaard por ter tido algum peso em sua consciência, e vem me perturbando desde que tenho tentado encontrá-la! Para garantir que eu não chegaria perto dela, ela mandou Yami em meu encalço através de você, Sírio! — O Vandurano concordou com a cabeça, ainda possesso com a traição do Efreet. — Alguma coisa a mudou radicalmente a ponto de ela largar suas conexões com Nurnor e traçar o caminho das trevas e da Irmandade, e eu preciso descobrir o quê para poder detê-la e acabar com toda essa loucura! E eu tenho quase certeza de que os Tomos e a Irmandade são as chaves de que preciso para destrancar essas portas!

    Eu parei de falar; estava ofegante, falando mais rápido e alto do que o normal. Meu rosto estava em chamas, e minha mente fervilhava com tantas lembranças vindo à tona ao mesmo tempo; não queria continuar com tudo aquilo, não queria continuar a envolvê-los em todos os meus problemas, mas não havia muito o que fazer — eu precisava de ajuda para conseguir acabar com aquela história toda e seguir em frente com a minha vida.

    —Cara... Você tem uma história muito complicada, Ireas. — Morzan continuou, intrigado. — E isso te torna uma figura interessante. Desembucha logo o que você quer que façamos.

    — Bom... — Comecei, voltando meus olhares para cima. — Vou precisar que vocês se dividam de novo... Eu já tomei minha decisão quanto à Irmandade dos Ossos: e isso pode vir a me atrasar. Então, nesse meio tempo, conto com a ajuda de vocês para encontrar os outros Tomos. Morzan, quando descrevi um dos locais, você me pareceu conhecê-lo muito bem. Sei que você mal me conhece, mas precisarei de sua ajuda mais do que nunca. Posso contar com você?

    O Vandurano mais velho ficou reflexivo e calado, e eu comecei a ficar ansioso.

    — Ireas, eu entendo o seu plano, mas não acho prudente você se expôr desse jeito. — Brand falou, sério. — Mas... A vida não é minha. Me preocupo demais com você, assim como todos aqui, mas, se você tomou sua decisão, o máximo que posso fazer é te ajudar. Até agora, não vi Wind... Cadê ele? E o outro moleque, o Emulov?

    Assim que ouvi essas perguntas, senti meu coração travar; era só uma questão de tempo até me perguntarem sobre o Yalahari. Infelizmente... Eu já não sabia mais de seu paradeiro desde... Desde que tomei aquela decisão.

    — Emulov está em Ab’Dendriel... — Repliquei, controlando-me para não gaguejar com o susto. — E Wind... Bem... Wind ficou por lá, suponho.

    “Supõe”, Ireas? — Brand estava começando a ficar irritado. — Olha só, eu sei que vocês dois são bem complicados e em igual medida, mas a forma como vocês vem se tratando não tem justificativa! Quando é que você vai tirar o rapaz da penitência dele?

    — Eu já tirei! — Repliquei de forma feroz, à beira de perder o controle. — Eu... Depois de sairmos da Fortaleza, eu... Antes disso, na verdade... — Comecei a menear a cabeça, confuso. Respirei fundo e me levantei de minha cadeira, encarando Brand de frente. — As coisas entre nós já estavam abaladas demais para serem consertadas... De verdade, Brand... Eu nunca quis que ele sofresse por minha causa. — Comecei a falar em um tom mais suave e baixo conforme me mantinha controlado. — Eu disse a ele que gostaria de voltar ao que éramos antes... À amizade que tínhamos. Falei isso depois de retornarmos à Ab’Dendriel. Ele sumiu na escuridão da mata e eu fui surpreendido por Yami uma ou duas horas depois...

    Brand ficou pasmo por alguns segundos; depois, ele levou o polegar e o dedo médio de sua mão esquerda à altura dos olhos, pressionando o local em uma expressão de irritação e decepção. Jack meneou a cabeça com uma expressão mais triste, e pude ver em seus olhos que ele parecia esperar por isso ainda que quisesse que fosse algum tipo de brincadeira de mau gosto de minha parte.

    — Santo Crunor, Ireas... — Ele falou em um tom rouco e frustrado. — Bem... Melhor dar tempo ao tempo; Wind deve ter percebido que precisaria de espaço e tempo para digerir a informação.

    — Eu estou bem confuso aqui! — Morzan falou. — Quem é essa pessoa e o que ele e Ireas têm a ver um com o outro?!

    — Ele e Ireas tinham algo especial juntos. — Sírio respondeu por mim. — A mãe do Ireas fez o favor de estragar tudo e... Bem, o resto você acabou de saber.

    Morzan parecia preparar-se para dizer algo, mas acabou por calar-se e ficar apenas com uma expressão de incompreensão, esperando, talvez, por alguém que mudasse de assunto.

    — De qualquer forma... Ireas precisa de nossa ajuda. — Sírio interveio. — Olha, eu estou disposto a fazer o que tiver de fazer. É só dizer para onde terei que ir que irei!

    — Se puder, Sírio, eu gostaria que você e seu irmão fossem para Ramoa. — Falei, decidido. — Eu fiz uma cópia da capa do Tomo que Brand achou em Ankrahmun. Espero que com esse desenho vocês consigam encontrar mais facilmente esse Tomo.

    Os irmãos Snow concordaram com um aceno de cabeça, e Sírio pegou de minhas mãos o pergaminho contendo o desenho.

    — Antes de eu tentar descobrir mais sobre a Irmandade, procurarei pelo Tomo daqui de Carlin. — Concluí. — Amanhã, quando Icel e Liive saírem da cela, direi a eles para onde preciso que vão e procurarei por Wind. Certamente ele ainda deve estar em Ab’Dendriel, são e salvo.

    — Faltou você falar para onde quer que eu vá, baixinho. — Brand falou, visivelmente cansado e com dor.

    — Por ora, quero que você descanse e se recupere. — Repliquei com um sorriso. — Um passo de cada vez... Agradeço a boa vontade de todos, e espero que essa seja a última vez que eu os peça para se envolver em algo assim. Desculpem pelo enorme trabalho...

    Dito isso, me virei e saí do recinto rapidamente, sem ter tido tempo de ouvir suas respostas; saí apressado e chateado comigo mesmo. Como pude ser tão vil com alguém? Como podia ser tão indiferente com as outras pessoas? Por que eu não era capaz de interagir com as pessoas como Jack, Brand ou Sírio? O que havia de errado comigo? Por que continuava a ser daquela forma?

    De qualquer forma, segui adiante; em algum lugar de Carlin estaria aquele Tomo. Tudo o que eu tinha a fazer era procurar... E torcer pelo melhor, esperando o pior.


    ***


    [Quarenta Minutos depois de Yumi e Brand saírem de Carlin]

    (Narrado por Emulov Suv)



    Ué, cadê todo mundo?

    Eu não posso ter dormido desse tanto...

    Brand e Yumi não estavam mais lá; não havia nenhum sinal de Ireas em parte alguma, e eu não fazia a menor ideia de onde poderia estar. Fazia tempo, também, que eu não via o Andarilho do Vento, e não tinha a menor ideia de onde ele poderia estar. Só que notei uma coisa — minha mochila estava um pouco mais leve.

    Meu coração bateu mais forte; peguei minha Mochila Draconiana e a revirei; fora umas Bolotas de Arroz, meus equipamentos básicos, algumas Poções e Runas, dei pela falta da Lâmpada de Gemas que eu e Ireas conseguimos com o Rei Orc. Fiquei desesperado; não poderia ter perdido aquilo!

    Foi quando um pedaço de pergaminho caiu de minha mochila; trêmulo, peguei o papelzinho e o desdobrei — era um bilhete cuja escrita não me era familiar, mas entendi do que se tratava. Yumi e Brand foram para Ankrahmun entregar a Lâmpada para Gabel e dar o devido crédito a mim e Ireas pelo feito; ao fim da leitura, suspirei aliviado. Menos um problema para resolver. Agora, tudo o que eu teria que fazer era vigiar Yami, o qual estava deitado no lugar de Brand; era só uma questão de tempo até ele acordar...

    E não demorou muito mesmo; assim que guardei o bilhete de Yumi em minha mochila, me deparei com os olhos dourados de Yami bem abertos e arregalados; sua respiração estava ofegante e seu semblante exibia um misto de confusão, irritação e dor; ele parecia um animal selvagem que acabara de acordar em um território desconhecido, e cabia a mim domar aquela fera.

    Que serviço ingrato... Ireas, cade você?!



    ****


    (Narrado por Ireas Keras)


    Nada ainda.

    Procurei na biblioteca de Tibra — nada. Corri até o castelo da Rainha — nada também. Tentei falar com Padreia, e também não surtiu efeito algum. Poderia Nurnor ter se enganado? Talvez ele apenas tivesse visto minha mãe passar por essa bela cidade, mas não ter deixado nada aqui. Talvez a ligação que ele tinha com minha mãe já fosse tão fraca que ele apenas pode nos passar pequenos trechos de memória que tinha da relação dele com Esquecimento Eterno.

    Em um dado ponto, decidi parar minha busca por alguns minutos; talvez eu estivesse pensando demais, supondo coisas que eue não poderia simplesmente por não ter informações o bastante; era hora de tentar dar uma folga para minha mente.

    Com esse pensamento em mente, caminhei até uma parte ao sul do casebre de Padreia; solitário, tirei minhas Botas de Agilidade e coloquei-as em minha mochila, deixando meus pés desnudos tocarem a grama. Fazia muito tempo que eu não andava descalço, e um sorriso triste me veio ao rosto — era assim que eu costumava andar na abadia de Cipfried; era descalço que eu costumava percorrer as ruas de Rookgaard com um sorriso no rosto, despreocupado como qualquer criança deveria ser.

    Fechei meus olhos e me sentei à beira do rio; coloquei meus pés na água e senti o quão fria estava; imediatamente, me lembrei de Svargrond; mais especificamente, da primeira vez em que pisei lá. Lembrei-me dos ventos, da neve, dos huskies, da cidade, de Eirik e de...Sven e o teste. Sua voz ainda estava bem viva em minha mente.

    “Ora essa, um forasteiro! A julgar pelo bronzeado, deve ser um daqueles moradores do Deserto, onde a neve não tem vez...”

    Aquela expressão. Aquele desdém. Aquela descrença quase inabalável. Era como se aquele semblante fosse me perseguir pelo resto da vida.

    “Todo bárbaro que se preza entende de bebida, e consegue aguentar até o mais forte hidromel. Beba oito doses sem cair, e me impressionará. Se falhar...”

    Talvez eu tivesse começado a me acostumar ali com aquele tratamento. Afinal, quem iria esperar alguma coisa de um desajustado como eu?

    “Meus parabéns...Pensa que acabou? Não!”

    Nunca acabou, Sven. Nunca mesmo; e eu acho que te devo uma parabenização... Nunca suas palavras soaram tão certeiras...

    “...Vá até a caverna do urso adormecido, nas cercanias da cidade e...Dê um abraço nele. Procure voltar... Vivo.”

    Era como se cada dia fosse um ursão diferente; mas, diferentemente daquele urso, hidromel não surtaria efeito algum contra eles, e eu estava cansado daquela situação toda.

    “Você provou que merece o último teste... Vamos ver como se sai. Naquela mesma montanha onde você foi há, mais ao nordeste, um mamute. Derrube-o sem matá-lo, e provará para mim e para esses homens que você merece o título de Bárbaro Honorário.”

    Como aquelas palavras me doeram; eu consegui aguentar cada provação pela qual ele me fez passar, mas nada se comparara ao fato de que aquele reconhecimento me fora negado muito antes por minha mãe. O vento soprou em meu rosto e as memórias se adiantaram um pouco mais, e pude ver meu irmão Hjaern uma vez mais. Em vez de me deixar dominar pela tristeza, senti meu sangue ferver e deixei o meu luto me dominar em forma de fúria.

    — Sua morte não será em vão, meu irmão! — Murmurei para mim mesmo em um tom baixo, rouco e que nunca soara tão claro e decisivo em minha vida. — Nem a sua, nem a de nosso pai, nem a de Ishebad ou de tantos outros que foram mortos por ela.

    “Então... Você conseguiu. Fez tudo o que lhe pedi, e voltou inteiro... E bêbado como um de nós.”

    — Então levanta daí, moleque. A Esquecimento não vai ser detida com um discurso bonito!

    Eu me virei rapidamente em direção à nova voz, com o semblante tomado pela estranheza e raiva. A moça, dona de longos cabelos castanhos-claros, presos em uma trança, pele levemente bronzeada, olhos castanhos-escuros, vestido preto e echarpe escarlate em volta dos braços, me fitava com um sorriso irônico. Ao seu lado estava Jack, ofegante e mostrando contentamento em seu rosto.

    — Meu nome é Lea, e sou a líder da Guilda de Feiticeiras dessa cidade. — Falou a mulher, sem tirar o sorriso do rosto. — Finalmente estou diante do filhinho da Esquecimento. Levanta daí, moleque, que eu tenho algumas coisas pra conversar contigo e com esse outro guri aqui. Se vocês dois se comportarem direitinho, darei o que vieram procurar na minha cidade. Andiamo.

    Sorri de forma melindrosa para a mulher e me levantei da beira do rio, seguindo-a descalço até seu lar na sobreloja de poções de Carlin. Alcancei Jack, que deu uns tapinhas no meu ombro; pelo visto, a noite terminaria com uma boa notícia para nós.

    ***

    Os aposentos de Lea contavam com uma cama, uma mesa com quatro lugares, um criado mudo com um candelabro e três estantes de livros de muito respeito, além de uma mesa contendo uma grande bola de cristal recém-polida. Ela nos indicou nossos assentos e trouxe chá para nós. E, pela primeira vez na vida, eu recusei a bebida, dando preferência àquela que antigamente eu consideraria um grande veneno.

    — Agradeço o chá, Lea, mas acho que ficarei com meu hidromel essa noite.

    Realmente, eu era, de fato, o Vento do Norte, e eu sorri para mim mesmo; Jack, por outro lado, estranhou, e muito, minha atitude, enquanto que Lea ficou indiferente, pegando a xícara fumegante para si.

    — Bem, agora que vocês estão bem-instalados, posso começar a falar. — Lea tomou um gole do chá antes de continuar. — Esquecimento Eterno nasceu aqui, nessa bela cidade, em uma primavera incomum; era um ano de estiagem bem hostil, e as chuvas não chegaram na época da floração das macieiras. Sua avó materna, Dubra Keras, era muito amiga de Padreia, e era uma Feiticeira muito hábil. As duas eram responsáveis por manter o culto a Nurnor aqui na cidade, e todas as Feiticeiras, Druidas e Cavaleiras foram iniciadas segundo os princípios do deus dos Ventos; até mesmo as Paladinas mais tementes a Uman e Banor também seguiam a filosofia de Nurnor. — Ela pigarreou um pouco e parou para tomar mais um pouco de chá e comer duas uvas. — No ano em que sua mãe nasceu, sua avó fez uma grande promessa aos deuses para que a estiagem pudesse acabar: prometeu a própria filha para honrar eternamente os Deuses em troca de anos de fartura e clima ameno. Dubra e Padreia fizeram um ritual complexo e longo, que envolveu a ajuda das Bonecrusher e da mãe de Trisha também; todos os cânticos e sacrifícios necessários foram feitos e, então, no dia em que sua mãe veio ao mundo, tivemos a primeira chuva em mais de um ano de seca.

    — E a Vó Keras cumpriu a promessa, no fim das contas? — Jack indagou de forma retórica.

    — Sim. — Replicou Lea com uma expressão nostálgica. — Sou quatro anos mais velha que sua mãe, Ireas, e me lembro bem de quando ela foi iniciada em nosso culto. Era uma menininha linda, com os cabelos bem negros, com uma mecha avermelhada do lado direito da cabeça, e olhos castanhos com um brilho avermelhado; dona Dubra, nossa Anciã, iniciou, com toda a pompa e circunstância, aquela que viria a se tornar Esquecimento Eterno: Seline Keras, sua mãe, se tornou uma Donzela das Brisas naquele dia e, até seus dezesseis anos, cumpriu com o acordo que sua avó fizera anos atrás, sendo uma das mais prestigiadas sarcedotisas dentre nosso Culto. Até o maldito dia em que ela resolveu sair do Continente.

    Seline Keras. Esse era o nome de minha mãe. Era um nome tão bonito! E ela foi uma menina tão bonita e honrada; como poderia então ter ferido esse acordo?! Como pôde passar de exemplo de modéstia à demonstração de corrupção e decadência?! Isso não fazia o menor sentido!

    — Conta mais, Lea. — A voz de Jack me mantinha relativamente presente na cena. — O que aconteceu para a Seline ter se transformado em Esquecimento Eterno?

    — Seline, por muito tempo, não questionou nenhum de nossos preceitos. — Disse Lea, entristecida. — Uma de nossas regras era o Celibato até Arranjo: ou seja, deveríamos nos manter cem por cento virgens até o fim de nossas vidas ou até que algum parceiro nos fosse designado dentre nossa Ordem. Como aqui em Carlin só admitíamos mulheres dentro do culto de Nurnor, muitas de nós ou eram casadas com outras moças, normalmente por amor, convivência e arranjos feitos pela Anciã e suas Senhorias, ou éramos levadas às Rodas com os cultos em outras cidades para encontrarmos parceiros dignos.

    — Rodas? — Indaguei, voltando aos poucos àquela conversa. — Eram as suas... Reuniões?

    — Isso mesmo. — Replicou Lea com um sorriso cheio de memórias. — Naquela época, Carlin, Ab’Dendriel e Thais tinham grandes cultos a Nurnor. Lembro que eu e Seline havíamos sido designadas para ir a Thais para a Roda de Outono; íamos finalmente conhecer os homens que cultuavam Nurnor, e provavelmente veríamos aqueles que seriam nossos parceiros para todo o sempre. Eu, por muito tempo, achei que seria designada a me casar com sua mãe, Ireas, pois éramos muito próximas. Mas acho que Nurnor e a Anciã tinham planos distintos para nós. Enfim...

    Ela respirou fundo e passou uma das mãos pelo rosto; depois, pegou o bule de chá e preencheu as xícaras dela e de Jack, as quais estavam vazias; eu ainda bebia meu hidromel, cujo recipiente estava na metade. Começando a sentir os efeitos da bebida, procurei comer alguns biscoitos de leite para não ter o mesmo inconveniente que tive após meu teste barbárico em Svargrond.

    —Só sei que tanto eu como ela estávamos muito empolgadas com tudo aquilo. Afinal, não tínhamos muito contato com homens; fomos afastadas de nossos pais quando fomos mandadas a Rookgaard para escolhermos nossa Vocação; podíamos receber e responder suas cartas, mas nunca mais pudemos falar com eles ou vê-los de fato... — Os olhos de Lea marejaram. — Era a única parte realmente dolorosa de nosso culto; em Carlin, para as meninas se tornarem mulheres, é preciso que elas deixem de ser as princesinhas de seus pais... E isso foi um golpe muito duro para todas nós. — A mulher se deteve um pouco, respirando fundo e secando as lágrimas. — De qualquer forma... Naquele dia, aconteceu uma coisa estranha; em um momento, lembro que Seline estava ao meu lado e que conversávamos abertamente quanto às nossas expectativas para os homens que encontraríamos; de repente, ela começou a olhar fixamente para um ponto mais escurecido nas proximidades do Deserto de Jakundaf, intrigada. Então, eu lembro que outras sarcedotisas mais velhas puxaram assunto comigo, eu dei atenção para elas e Seline já não estava mais se comportando como antes.

    Eu e Jack ficamos intrigados com aquilo? O quê poderia ter atraído a atenção de minha mãe a esse ponto... Ou seria quem?

    — Aqueles dias em Thais foram dias negros... — Lea continuou em um tom mais sombrio. — Eu e Seline nos falávamos bem menos; eu havia encontrado um Thaiano muito especial naquela Roda. Seu nome era Oneiros, e ele era o homem que veio a se tornar meu marido; Seline também havia sido designada a um outro rapaz, mas, por algum motivo, ela não o quis. Ela ficava falando nesse cara que ela vira em Jakundaf... Em sua aura misteriosa... Em seu olhar lascivo e convidativo... E foi a primeira vez que comecei a notar que Seline, apesar de ter sido prometida aos deuses, não era cem por cento santa e convicta de sua fé. Ela sumia do santuário sem dar nenhuma satisfação e só voltava horas depois. Depois que a Roda acabou e que ela voltou ainda imaculada, ela brigou muito feio com sua avó e saiu da cidade, rumando para o norte.

    — Svargrond? — Indaguei, mortificado.

    — Não... Para um local exatamente ao norte. — Replicou Lea. — na realidade, para um local que até hoje ninguém entendeu ao certo como que podem habitar tantas criaturas em meio à corrupção. Eu só sei que ela ficou meses fora e voltou de lá modificada. Não era mais a mesma Seline; era lasciva, sensual demais, perigosa demais... E progressivamente poderosa. Ela me parecia perturbada, consumida por visões estranhas de lugares que ninguém jamais vira antes; por fim, a forma como ela vinha se comportando foi tão insuportável e dolorosa para sua avó que ela acabou cometendo suicídio, por sentir que falhou com os deuses. E Seline... Bem... Ela rumou para as Planícies do Pavor e voltou de lá terrivelmente mudada. Ela reapareceu aqui já sob a alcunha de Esquecimento Eterno e... — A voz de Lea começou a engasgar conforme a dor daquelas memórias vinha à tona. — Ela destruiu nosso culto, Ireas! Destruiu o culto a Nurnor que havia aqui em Carlin! Eu tentei impedi-la, mas era tarde; eu e meu marido não pudemos fazer nada. Em uma questão de meses, ela perseguiu os adoradores do Vento de Ab’Dendriel em seus sonhos e os aniquilou de dentro para fora...! Foi horrível, meninos! Horrível...

    Eu e Jack abaixamos nossas cabeças em luto; eu ainda não conseguia acreditar que minha mãe deixara toda sua vida por causa de uma promessa bruta de poder. E também não conseguia acreditar nas atrocidades que ela também fizera ao povo élfico.

    — Os poucos de nós que haviam sobrevivido ao primeiro assalto de Esquecimento Eterno rumaram o mais rápido possível para Svargrond; ensinamos aos poucos xamãs locais sobre o nosso culto, e eles nos receberam de braços abertos. Pudemos manter o culto por um tempo lá, mas não sabíamos até quando. Tive que retornar para Carlin para cuidar de Oneiros, o qual estava muito doente; e eu, grávida, não poderia lutar de forma alguma contra Esquecimento Eterno. — Um sorriso triste seguido por lágrimas da mulher a impediram de continuar a falar. — Não adiantou de muita coisa... Perdi meu homem alguns meses depois, assim como meu bebê, que foi levado dessa vida quando completou três meses de vida...

    Ela se levantou e foi em direção às estantes; sem pensar duas vezes, deixei a garrafa de hidromel na mesa e fui até ela e a abracei; queria, por alguns instantes, poder absorver a dor que ela sentia e fazê-la ficar melhor. Queria tirar essa culpa dela e de algum modo poder usar essa dor para dar à minha mãe aquilo que ela merecia pelo sofrimento que vinha causando.

    — Eu perdi tudo, Ireas... Tudo! — Lea chorava alto, com a cabeça enterrada entre meu ombro e pescoço. — Perdi minha melhor amiga, minha doutrina, o segundo amor da minha vida e meu bebê e não pude fazer nada para impedir toda essa desgraça!

    Dito isso, ela caçou com determinação um livro em sua estante; em pouco tempo, ela me entregou um livro exatamente igual ao Tomo que Brand encontrara em Ankrahmun. Agora, eu tinha o segundo Tomo de minha mãe em mãos.

    — Apesar de toda a dor que Seline me causou, eu guardei uma de suas recordações de quando ainda era uma mulher sã e digna. — Lea me falou com determinação e raiva. — Eu esperei mais de vinte anos por essa chance, e eu sei que você vai fazer o que tem de ser feito. Boa sorte, moleque... E eu quero que saiba de uma coisa.

    — O que? — Indaguei.

    — Eu a amava, Ireas. — Lea confessou com pesar e raiva. — Ela foi meu primeiro grande amor, e, apesar de tudo, eu continuei a amá-la por muito tempo. Mas, amo todas as minhas lembranças o bastante para saber que preciso deixar esse amor ir embora; a Seline que eu tanto admirava e apreciava foi embora há muito tempo, quando decidiu se juntar àquela ordem odiosa e fazer todas as atrocidades que fez. Eu espero que você não faça nenhuma besteira, Keras. Estou de olho em você.

    Eu assenti com a cabeça, e prometi a ela que faria o que tivesse de ser feito. Eu a abracei fortemente, e Jack tambem o fez. Lea acabou falando alguma coisa em particular para Jack, e pediu-nos para continuar a jornada com muito cuidado. Dito isso, saímos de seus aposentos e a deixamos sozinha com seu pensamentos. Me senti destruído por dentro ao ouvir tudo o que ela dissera; enfim, sabia ainda mais sobre aquela pessoa, e ainda não conseguia crer no preço que fizera outros pagar em busca de mais poder. Ainda não conseguia digerir tudo aquilo, e havia acabado com a garrafa de hidromel.

    Estávamos voltando para o local onde Brand repousara, quando então ouvimos uma gritaria vindo de dois focos diferentes — um conjunto de vozes parecia vir da delegacia de Carlin e o outro... De onde Brand dormia.

    — Mas que diabos?! — Falei, irritado.

    — Ireas, eu vou até a delegacia! — Jack gritou, tomando a dianteira. — Você vai cuidar de Brand! Vá logo! Já!

    Utani Gran Hur!

    Obedeci Jack sem pensar duas vezes; corri até o local onde Brand repousava, rezando para ser apenas um mal-entendido, algum som confuso e inofensivo. Subi as escadarias e abri a porta com um pontapé forte e preciso, dando de cara com um Emulov trêmulo, de olhar feroz e Varinha de Chamas Eternas em punho mantendo um certo Djinn preso na parede por meio de grilhões de metal derretido. Yami ainda estava vivo... E eu sabia o porquê.

    — I-Ireas! — Emulov gritou ao me ver. — Eu não queria resgatá-lo! Juro que não queria! E-eu fui te procurar e... A irmã dele pediu ajuda! E-eu n-não pu-pude recusar! S-sinto muito! — Ele silvava nervoso enquanto eu caminhava lentamente em sua direção.

    — Minha Lâmpada! — A voz de Yami saía rouca e dolorida; ele claramente estava sofrendo. — Devolva-me...!

    — Não faz mal... — Eu repliquei, me aproximando da cena. — Pra onde Brand foi?

    — Para Ankrahmun com Yumi. — Silvou Emulov, ficando mais calmo. — Ela é de confiança... Eu acho. Eles foram entregar a Lâmpada de Mil Gemas para Gabel; para acabar com a guerra entre os Djinns...

    — Minha... Lâmpada... — A voz de Yami estava começando a falhar. — Sem ela... Eu não sou... Nada. Eu... Não... Por favor... Minha... Lâmpada...!

    — Eu já te falei, ela não está conosco! — Emulov replicou no tom de voz mais alto que pôde, para a minha surpresa. — Você a perdeu.

    — Men...Ti...Ra! — Yami protestou em meio a uma tosse rouca e cheia de dor.

    — Não. Ele não a perdeu. — Eu falei, por fim, de forma tão fria que quase não me reconheci.

    — Como assim?! — Emulov indagou, surpreso.

    Eu abri minha Mochila de Pêlo e tirei uma lâmpada de cor avermelhada de dentro dela; os olhos de Yami brilharam, e poderia jurar que vi algum princípio de lágrima se formando em seus olhos. Emulov entendeu imediatamente o que estava acontecendo e parecia não saber se gritava comigo ou se ficava impressionado com o que fiz.

    — Piedade...Keras... — Yami falou ao ver sua Lâmpada em minhas mãos. — Piedade...

    — Piedade? Piedade?! —Silvei com rancor. — Igual à que você teve comigo e Emulov? Com meus amigos?

    Yami não respondeu; ele parecia exausto demais para tentar reagir. Eu estava com ódio daquele sujeito; queria tê-lo reduzido a pó quando tive a chance. Pelo que entendi, a irmã deve tê-lo salvado quando usei minha magia mais forte. Agora, ela não estava lá para protegê-lo e, apesar de tudo o que ele havia feito contra mim e meus amigos, sentia algum tipo de... Empatia, por assim dizer. Sabendo que Brand estaria à caminho de Ankrahmun para ajudar no fim daquela guerra, Yami ficaria sem facção e sem aliados. Além disso, provavelmente ele não seria mais tão útil para minha mãe... E eu estava começando a engendrar um plano maluco em minha mente. O hidromel parecia estar fazendo efeito. Ótimo.

    — Eu vou te dar uma chance de se redimir, Yami. — Falei em tom solene e sinistro. — De agora em diante, se quiser viver, terá de me obedecer. Serei seu amo e estarei em posse de sua Lâmpada o tempo todo; você não vai mais tentar me sacanear e eu não mato você. Você vai me ajudar a encontrar minha mãe e confrontá-la e caso pense em me trair, pode apostar que eu te transformarei em uma montanha de cubos de gelo. Eu fui claro?

    Vi a contrariedade clara como água no semblante de Yami. Resignado, ele fechou os olhos e meneou lenta e afirmativamente a cabeça — felizmente, ele soube reconhecer sua derrota... Ao menos por enquanto. Emulov desfez as correntes que criara e Yami virou fumaça verde, entrando na Lâmpada. A fim de impedir uma eventual escapada dele, tampei o bico da Lâmpada com um cilindro metálico e a guardei na mochila. Realmente, Sven e os Norsir tinham razão — álcool realmente dá coragem àqueles que o consomem.

    — Emulov.

    — Sim?

    — Preciso te contar meu plano. — Comecei após respirar bem fundo. — Tenho uma missão final para cumprir e precisarei de sua ajuda. Em um dado momento, precisarei ir para Zao e você é a única pessoa que conheço que vem de lá.

    — Claro que te ajudo! Me conte seu plano!

    Contei a Emulov tudo; contei sobre mim e Jack, sobre o fato de sermos as Vozes do Vento; falei para ele sobre os Tomos que minha mãe escreveu e os locais para onde foram; por fim, contei quem era minha mãe de fato e o que ela vinha me causando até então, e confessei que procuraria mais informações sobre a Irmandade dos Ossos nem que isso significasse me juntar a eles. O Zaoano me ouviu com muita atenção e manteve-se quieto até o fim; então, quando terminei de contar tudo, esperei por sua resposta.

    — Olha, poder te guiar eu posso... — Silvou o Zaoano — Mas, tem um pequeno problema: eu não posso te levar direto ao meu povo; você vai precisar encontrar outra maneira de chegar até os Altos Lagartos. Por sorte, eu ouvi dizer que os Anões de Kazordoon estão liderando uma expedição de “desbravamento” em minha terra natal, e que estão aceitando exploradores novos todos os dias. Depois de você terminar de designar o pessoal para cada local e fazer o que precisa fazer, eu irei com você e te ajudarei com isso. Espero que você possa encerrar esse capítulo negro da sua história o quanto antes...

    “Então é com muita honra que te dou o título de Bárbaro Honorário de Svargrond.”

    Meneei a cabeça de forma afirmativa; tudo que eu queria era confrontar Esquecimento Eterno, ou Seline, o quanto antes e seguir adiante com a minha vida. Para então poder fazer aquilo que eu começava a acreditar que estava destinado a fazer... E um sorriso veio às minhas faces.

    “Seja bem-vindo ao seu lar, Ireas Keras.

    Eu iria cumprir com o meu destino ao final de tudo.


    Continua...

    ------


    E é isso aí, pessoal!

    Esse Capítulo saiu grandinho e espero que tenha compensado o tempo que demorei a postar! Fico no aguardo do feedback de todos vocês! Uma excelente semana e até a próxima!

    Hoje devo atualizar meu L.T. --> é só clicar em L.T. na minha assinatura e dar uma conferida lá. Além disso, estou cuidando de recolocar as minhas imagens antigas no L.T., visto que o ImageShack resolveu me sacanear.

    De toda forma, um abração para todos vocês e até o próximo Capítulo!

  3. #253
    Avatar de Bruttar
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    Excelente como sempre, no aguardo de novos capítulos! <3
    - ALASTOR

  4. #254
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Segundo Pergaminho, Capítulo 31

    Saudações, povo!

    Esse Capítulo veio um pouco mais rápido que o usual; já aviso que vai ser um pouco menor que o anterior, mas espero que esteja igualmente bom. E pensar que esse (31) foi o número do último capítulo do Pergaminho anterior. Quase três anos depois... Convido vocês, leitores mais antigos (e os novos também) a fazerem um exercício -- Comparar os personagens mais frequentes ontem e hoje. Quero ver o que vocês acharam de cada um: o quanto evoluíram (para melhor ou pior), como mudaram e o que poderia ter sido diferente.

    Se puderem fazer a gentileza de divulgar seus pensamentos aqui no tópico, eu agradeceria muito. Adoro ter o feedback de todos vocês para me esforçar cada dia mais e criar algo bacana para a Seção e o Fórum.

    Ainda hoje, se possível, darei uma atualizada no meu Life Thread; para quem ainda não deu uma prestigiada, é só ir em minha assinatura e clickar em "[L.T] - Ireas e Cia." e dar um alô. Ou só ver as imagens mesmo -- fica a critério de vocês, sempre.

    Antes de mais nada, a resposta ao único Comentário da vez hehehe:

    Spoiler: Respostas aos Comentários


    Sem mais delongas, ao Capítulo de hoje!


    -----

    Capítulo 31 — O Pedido do Mais Gentil

    E uma dupla inesperada tem um destino inesperado...


    (Narrado por Yumi Yami)


    O dia finalmente estava amanhecendo; montada no dromedário ao lado de Brand, mal conseguia acreditar em seus sentimentos; como poderia um humano amar uma Djinn? Sendo mais específica, como poderia um humano aliado à Malor amar uma Marid? E como poderia essa mesma Marid correspondê-lo com tanto fervor? Eu já fui cortejada por tantos de minha espécie e nunca havia me sentido dessa forma — e o Paladino não precisou lançar mão de nenhum feitiço: bastou ser apenas ele mesmo, autêntico, genuíno e extremamente corajoso e devotado às amizades que tinha.

    Enfim estávamos chegando a Ashta’daramai; Brand pôde me acompanhar apenas até a metade do caminho, visto que poderia ser morto por Fa’hradin se entrasse em seu campo de visão. Pedi para ele esperar por mim e ele assim o fez.

    Meus companheiros de raça foram extremamente receptivos comigo, e retribuí o amor e o carinho com mais amor e carinho; queria tanto que Yami compreendesse que, desde que nossa raça começou a seguir os preceitos de Daraman, nos tornamos tão mais elevados espiritual e mentalmente que ganhamos o respeito das raças menos através de nossa disciplina, sem precisar incitar medo em seus corações.

    Cheguei rapidamente aos aposentos de nosso senhor Gabel; quando cheguei, ele estava conversando com Djema, sua filha; ela estava com trajes muito parecidos com os meus, com a diferença de possuírem um trabalho mais fino e delicado, com pequenas turquesas e diamantes incrustados na blusa em um padrão floral. Eu bati delicadamente no arco de mármore branco a fim de chamar a atenção de meu senhor. Assim que ele se virou em minha direção, fiz uma reverência respeitosa.

    — Entre, jovem Marid. — Falou Gabel em seu tom afável de sempre. — Que novidades você me traz, Yumi Yami?

    — Eu trago novidades em nome de Ireas Keras e de Emulov Suv. — Comecei, solene. — Eles não puderam retornar no momento, mas me pediram para entregar isso a vocês.

    Diro isso, removi a Lâmpada de Mil Gemas de minha bolsa amarela e estendi-a para Gabel. O Marid arregalou seus olhos e pude jurar que os vi ficarem marejados.

    — Eles conseguiram... — Falou Gabel, incrédulo em seus olhos. — Essa guerra vai enfim acabar... Mocinha, sei que é demais pedir o que pedirei, mas poderia colocar essa Lâmpada nos aposentos de Malor? É a última coisa que eu pediria a qualquer um, mas está na hora dele ficar preso por um bom tempo a fim de refletir sobre seus crimes.

    — Sem problemas. — Respondi. — Fazendo isso em nome de Keras e Suv, eles serão considerados aliados e bem-vindos aqui?

    — Certamente! — Gabel respondeu com um sorriso. — Serão aliados e poderão aparecer aqui quando quiserem e desejarem; eu só espero vê-los em breve! Estou sentindo falta deles e gostaria de retribuir adequadamente por todo o esforço que fizeram!

    Fiz uma reverência e me preparei para me retirar quando fui parada por Djema; a menina veio até mim com um sorriso e me abraçou forte, feliz da vida. Estranhei um pouco, por não saber do que se tratava.

    — Depois que você fizer isso, está mais do que convidada para minha festa de aniversário! — Falou a menina de voz doce e agradável. — Espero que essa celebração também esteja atrelada à vitória dos que seguem Daraman!

    Concordei com a cabeça e retribuí o sorriso e o abraço; era muito bom ver aquela humana feliz; guardei a Lâmpada de volta em minha bolsa e esperei até Gabel me dar suas bênçãos. Saí rapidamente dos aposentos de nosso líder e desci todo meu caminho de Ashta’Daramai até a entrada, onde Brand me esperava. Ah, aquele sorriso maravilhoso que ele abriu ao me ver... Não havia sensação melhor do que perceber que eu era amada e desejada por aquele homem.

    — Pela sua cara, suponho que foi tudo bem. — Ele falou, sereno.

    — Falta uma coisinha ainda... — Falei após um suspiro cansado.

    — Imaginei que sim... — Ele replicou como se já soubesse o que eu falaria a seguir. — É sobre a Lâmpada e Malor, não é?
    — Como...? — Indaguei, surpresa, mesmo sabendo que ele perguntaria isso.

    — Posso fazer esse favor para você. — Ele falou em um tom pesaroso. — Farei o possível para não ser descoberto, mas posso, sim, levar a Lâmpada até os aposentos de Malor e fazer o que precisar ser feito. Você está certa disso, Yumi?

    Fiz que sim com a cabeça; Brand, apesar de ter me oferecido ajuda, parecia muito pesaroso com sua decisão. Ele certamente devia estar sentindo o peso de perder sua honra ao decidir me ajudar; ainda assim, não quis me decepcionar e pegou a Lâmpada com sua mão esquerda. Com a direita, ele tomou a minha mão e beijou-a com carinho. Em seguida, beijou minha testa e meus lábios, afastando-se lentamente de mim com um sorriso.

    — Vá para Ankrahmun e espere lá por mim. — Ele falou, sereno. — Estarei de volta em algumas horas. Fique tranquila, sei bem o que estou fazendo e as implicações disso caso eu venha a ser descoberto.

    Concordei com aquilo e, montada em um dromedário, segui meu caminho para Ankrahmun; ele, montado em um Cavalo de Guerra, seguiu o mais rápido que pôde para Mal’Ouquah; ouvi-o conjurar algumas vezes um feitiço que faria sua montaria correr ainda mais rápido. Respirei fundo e continuei minha jornada. A todo tempo, perguntava-me se meu irmão estaria bem. Eu, do fundo do meu coração, esperava que ele estivesse recuperado e que decidisse sair do jugo daquela mulher de uma vez por todas...


    ****

    (Narrado por Jovem Brand, o Terceiro)


    Nunca pensei que chegaria nesse ponto.

    Quando jurei lealdade a Malor, lembro-me bem de tê-lo admirado por sua filosofia; insisti em seguir com suas provações não só para provocá-lo, como também para conhecer melhor seu lado. Sempre achei Gabel bondoso demais, molenga demais. Para mim, Malor, em seu melhor temperamento, exibia as qualidades de um verdadeiro líder.

    Acontece que ele já não é mais assim. Ele enlouqueceu; está cada dia mais imerso em ódio e fúria. Falar com o líder dos Efreets é quase o mesmo que tentar argumentar com uma fera selvagem. Talvez ele precisasse de um descanso, de um tempo de reflexão; muitas vezes, é disso que um bom líder precisa — de tempo para reagrupar suas ideias. Não estou fazendo isso porque subitamente tive uma crisde de consciência; estou fazendo isso porque quero ver se os Marid aproveitam a chance para mudar um pouco de postura. Os dois lados são bem radicais em suas convicções e eu quero mais é ver alguma agitação em Kha’labal.

    De toda a forma, demorei menos de uma hora para sair de Ashta’Daramai e chegar à entrada de Mal’Ouquah. Teria que fazer isso da forma mais discreta possível. Lá fui eu.

    Abri a porta; cumprimentei Ubaid e lhe entreguei três garrafas de hidromel. Bêbado, ele não conseguiria se lembrar de mim. Subi as escadarias e dei de cara com Baa’leal — esse já seria mais chatinho de tapear, mas eu tinha que tentar. Comentei sobre o prisioneiro Partos e uma das pérolas que ele me havia contado na prisão; contei as histórias mais loucas que pude inventar até o Efreet começar a rolar no chão de tanto rir e não se dar mais conta de minha presença ali. Agora vinha a parte mais difícil — Alesar. O mais desconfiado dos Djinns de confiança de Malor; felizmente só teria que lidar com ele: Yaman estava dormindo e não parecia próximo de despertar.

    — Ai que infortúnio! — O djinn azul começou a resmungar. — O outro resolveu dormir e eu aqui tendo que trabalhar...

    Ele não estava em seu balcão; em vez disso, parecia estar... Limpando o andar. Eu o vi esfregar o rodo no chão com violência e blasmefar um pouco; até onde lembrava, Yaman e Alesar tinham o costume de bater apostas um com o outro a fim de passar o tempo; via de regra, Alesar costumava perder. Pé ante pé, fui me aproximando da escadaria na esperança de sair do local incólume. Alesar abacou derrubando o balde de água em suas mãos e ele começou a rolar em minha direção: e acabei sendo visto.

    — Opa! Você, humano! – Ele bradou, irritado como sempre. — Venha aqui!

    Não tive outra escolha senão ir até ele. Que droga...

    —Detesto pedir favor a um humano, mas preciso terminar isso antes que Malor resolva me transformar em pó. Aqui, pegue. — Alesar falou, conjurando outro esfregão. — Por causa das nossas apostas, eu e Yaman não poderíamos usar magia para limpar esse andar. Agora o infeliz está dormindo e eu continuei a limpar. Como aliado dos Efreet, exijo que me ajude!

    A fala de Alesar me soava mais como “estou-desesperado-me-ajude-a-escapar-dessa” do que algum tipo de ameaça. Era uma figura engraçada, aquele Djinn; aceitei ajudá-lo, ainda que a contragosto. Ele virou as costas para mim e pôs-se a lustrar alguma coisa; tentei me aproveitar daquela distração para ir me aproximando aos poucos da escada. Dei uma limpada na escada, subi e deixei o esfregão no outro andar. Segui meu caminho até a última escadaria antes dos aposentos de Malor.

    — Utana Vid. — Conjurei, torcendo para que funcionasse.

    Subi a última escadaria com minha mana envolvendo meu corpo e me garantindo invisibilidade temporária; assim que subi, não fui recebido por nenhum Djinn; os aposentos de Malor estavam bem perto, e eu precisaria ser rápido. Ao dar meu quarto passo no último andar de Mal’Ouquah, vi Malor se deslocando lentamente para outro local, aproximando-se perigosamente de mim. Que droga!
    Eu me colei na parede e fiz o possível para sair do campo de visão dele.

    — Alesar! — Malor bradou com sua voz firme e ameaçadora. — Acho bom esse andar estar bem limpo quando eu chegar aí!

    Respirei fundo e corri para dentro de seus aposentos; sua Lâmpada estava bem exposta, e não hesitei em trocá-la pela Lâmpada que me fora dada por Yumi. Estava tudo feito; não havia mais volta para mim. Desci rapidamente pelas escadas e tive tempo o suficiente de ver Alesar controlar seu desespero diante da presença de Malor, e pude ver o senhor dos Efreets acordar Yaman de uma forma bem perturbadora, fazendo sua cimitarra descer muito próxima da cabeça do Efreet bufão, que acordou incrivelmente assustado.

    — Que infortúnio! — Tive tempo de ouvir Alesar gritar antes de sair daquele andar e sair correndo de Mal’Ouquah.

    ***

    O sol estava quase a pino quando retomei meu caminho para Ankrahmun; eu estava começando a me arrepender daquela decisão... Será que eu deveria ter negado, masmo que isso significasse forçar Ireas e Emulov a descumprirem suas promessas a Gabel? Eu deveria ter preservado minha honra e perdido a oportunidade de ganhar mais espaço ainda no coração de Yumi? Não, não mesmo. E eu nem conseguia acreditar que aquela Lâmpada de Mil Gemas seria a verdadeira... Afinal de contas...

    Eu também tive que ir até o rei Orc para pegar essa Lâmpada e Wind também. Duvido que aquela poça de muco algum dia vai entregar a verdadeira Lâmpada para qualquer um de nós; algum dia, quem sabe, ele encerrará essa guerra, mas hoje não seria esse dia.
    De toda a forma, eu tinha uma certa formosa dama a encontrar em Ankrahmun, e era só nisso que eu conseguia pensar... Só em Yumi; não pensava em mais nada nem ninguém.


    ****


    (Narrado por Rei Jack Spider)


    Que noite tumultuada!

    Assim que me separei de Ireas, dei de cara com uma delegacia em polvorosa; ouvia os gritos de muitas mulheres com os brados de alguns homens ao fundo. Corri em direção ao som apenas para dar de cara com uma roda de mulheres onde havia uma guarda e um Norsir ruivo no centro. Ambos estavam ofegantes e pareciam bem cansados, mas nenhum deles estava disposto a ceder; a mulher lutava de mãos nuas com Liive, e ele parecia extremamente extasiado com aquilo tudo; enfim, ele encontrara alguém para desafiá-lo na cidade.

    — Quer sair daqui, Norsir?! — Bradava a desafiante. — Só se conseguir me derrubar! Sua gente não sabe mais como lutar!

    — Olha quem fala! — Rugiu Liive. — Quero ver você lutar depois... Disso!

    O ruivo se atirou com fúria contra a mulher, derrubando-a brutalmente no chão; o que se seguiu foi uma troca de socos e pontapés, acompanhada por uma tentativa das outras moças de apartar a briga quando viram que a situação ficara feia para o lado da companheira; eu, por outro lado, não queria mais aquela discórdia — bastava de brigas e confusões; já estava cansado de ver tudo aqui. Fechei meus olhos e me concentrei; estava na hora de apaziguar aqueles ânimos.

    Comecei a soprar levemente em direção à turba, concentrando minha mana na tarefa; aos poucos, percebi que os ânimos começaram a se acalmar, e nisso Liive e sua adversário foram enfim apartados, olhando ao seu redor como se tivessem saído de um estado de transe profundo. Todos os olhares se voltaram para mim, e suspirei aliviado.

    — Bom, agora que essa confusão acabou... — Comecei a falar calmamente. — Eu estou aqui para pagar a fiança dos meus amigos Icel Emonebrin e Liive; não quero causar problemas à nenhuma de vocês, e espero que esse mal-entendido todo possa ser resolvido.

    — Dinheiro não é a solução, Paladino. — Shauna falou, saindo do meio da multidão feminina. — Queremos explicações; você e seus companheiros foram quase mortos assim que entraram no campo de visão de Venore e queremos entender o porquê. Já que você parece tão disposto a ver um fim nisso tudo, sente-se aqui e comece a falar. O seu depoimento pode libertar ou aprisionar todos vocês. A decisão é sua.

    Liive e Icel começaram a protestar, mas eu não disse nada; simplesmente me sentei à frente de Shauna e, para a surpresa deles, comecei a contar nossa situação. Contei sobre a revolução em Vandura e de nossa participação especial, bem como do Djinn que estava em nosso encalço a tanto tempo e que eu sentia que, de algum modo, aquelas provações não teriam acabado.

    As expressões de Shauna variaram gritantemente a cada frase minha; seu semblante ora exibia desprezo, ora escárnio, incredidulidade ou até mesmo fascínio; as outras guardas dispersaram, guiando Icel e Liive de volta às suas celas; graças à minha proeza com o Vento, Liive não parecia ele mesmo pelo simples fato de não ter protestado em momento algum.

    Quando terminei de contar tudo, vi que Shauna havia gastado cerca de 3 blocos de anotações; ela parecia exausta com o tanto de informação que tinha a digerir. Disse-me apenas que tinha que repousar e que comunicaria sua decisão assim que amanhecesse. Ela me ofereceu um local para dormir, e eu aceitei, na esperança de ver tudo consertado pela manhã...


    ****

    (Narrado por Ireas Keras)


    — Você está certo disso?

    Emulov me indagou, apontando para a Lâmpada. Eu fiquei mudo, sério. O dia logo raiaria, e eu sequer tive a oportunidade de pegar no sono.

    — Digo... Ele tentou nos matar diversas vezes! — Silvava o Zaoano. — Sei que você tem tentado dar mais chances às pessoas, mas Yami...
    Eu estava cansado; sentia minhas pálpebras pesarem, mas não podia dormir. Não enquanto mantinha aquele Djinn refém.

    — Yami é útil; nada mais que isso. — Repliquei seca e friamente. — Se eu o mantiver vivo, posso acabar distraindo minha mãe ou forçando-a a dar as caras. Fora que, enquanto eu estiver na posse declarada da Lâmpada, Yami vai ter que me servir, goste ele ou não, e isso pode nos dar maiores vantagens.

    — Será? — Emulov indagou, incerto. — Se ele se enfurecer...

    Antes que eu pudesse continuar a conversar com Emulov, a porta se abriu e vi Jack entrar junto com Liive e Icel; pelo visto, ele conseguiu tirá-los da prisão. A primeira coisa que fizeram foi perguntar por Brand, e Emulov os respondeu. Aproveitei a distração para esconder a Lâmpada em minha mochila; assim que Emulov terminou de explicar o que tinha que explicar, expus meu plano para Icel e Emulov. Precisaria que eles se dirigissem a Edron por mim e me reencontrassem em Venore assim que eu fizesse o que tinha de ser feito.

    Falei para eles sobre o conteúdo dos Tomos e sobre toda a conversa que tive com Lea durante à noite, e revelei a eles o verdadeiro nome de minha mãe. Dei todas as informações que seriam necessárias ou relevantes para a dupla e os aconselhei a comprar tudo o que fosse necessário para a jornada. Quanto a mim e Jack, nossa destinação era outra; estava na hora de conhecer os últimos cultuadores de Nurnor ainda a caminhar na terra.

    Os pais de Jack, os quais ainda deveriam residir em Thais.


    Continua...

    -----

    Capítulo curtinho, mais relax, mais tranquilo; só para dar uma respirada antes de nossa galera retomar às tretas de sempre.

    Bem, pretendo atualizar meu L.T. esse fim de semana, e deixar tudo preparado para o evento de Halloween do jogo -- eu vou escaupelar aquela aboborazona também SHAUHSUAHS

    De toda a forma, fico no aguardo do feedback de todos vocês. Um excelente sábado!

    Abraço,
    Iridium.

  5. #255
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Segundo Pergaminho, Capítulo 32

    Saudações, frequentadores da Seção!

    Bom, novamente esse tópico anda vazio...

    Mas, tudo bem. O importante é não desanimar. Esses últimos dias foram mais corridos e, como comecei a dar um pouco mais de atenção ao novo servidor O-PvP Americano, Veludera, bem como trabalhar com os projetos da faculdade, não pude dar continuidade ao meu ritmo mais frenético de capítulos. Ainda assim, quero dar continuidade a esse Pergaminho e colocar um ponto final nessa história xD

    Em breve, posto links do Life Thread separado da nova char em Veludera -- tenho planos específicos para ela, então precisarei deixá-la separada do Ireas...


    Sem mais delongas... O Capítulo de Hoje.


    -----


    Capítulo 32 — Os Ventos do Sul: O Suspiro da Primavera de Pedra (Parte 1)

    É a vez do Sotavento se manifestar...

    (Narrado por Rei Jack Spider)



    Não está sendo nada fácil essa história de Voz do Vento; e o cenário só ficava mais complicado na medida em que o mundo inteiro parecia estar contra nós. Não era para as coisas estarem ocorrendo da forma como estavam, mas não parecia haver muitas opções.

    Eu e Ireas fomos até os estábulos de Carlin e recolhemos nossas montarias; escolhi meu Pássaro Velocista*, minha ave mais forte, como montaria; Ireas preferiu seu Lobo Cristalino**, e não perdeu tempo, colocando a sela e as rédeas rapidamente. Naquele meio tempo, ele me pareceu tão perdido em seus pensamentos que vi a tristeza tomar conta dele de novo; era um rapaz tão alegre, tão doce... E eu estava vendo tudo aquilo ser tirado dele violenta e rapidamente demais.

    Se encontrar meus pais ajudaria em alguma coisa, então era isso que eu faria. Não queria que Ireas sofresse mais... E eu não queria começar a sofrer também. Seguimos em silêncio estrada afora, sem trocar uma única palavra, na esperança de encontrarmos as respostas de que precisávamos...


    ***

    (Narrador Desconhecido)


    Essa cidade nunca me pareceu tão triste... Eu nunca estive tão triste em minha vida...

    Não há mais nada para mim...

    Vagar por essas estradas... É tudo o que me restou. Não vejo mais chance alguma de ser feliz... Sinto as sombras se aproximando de mim cada dia mais... Querendo consumir o que ainda há de bom em mim...

    Ele está me chamando. Ele está chamando a todos que ainda restaram de meu povo...

    E o chamado é forte. O fim parece próximo...Cada vez mais próximo.


    ****


    (Narrado por Ireas Keras)


    Seguimos viagem rumo à capital do reino de Tibianus Terceiro; minha mente ainda estava em outro lugar, tentando assimilar tudo o que recebi de informações até então. Sentia-me péssimo por estar envolvendo todos os meus amigos novamente em minha causa; queria apenas acabar com tudo aquilo. Talvez, quando eu estivesse na posse de todos os Oito Tomos, teria todas as respostas de que precisaria... Mas me faltava coragem para abrir os primeiros e descobrir o que havia neles.

    Continuamos a jornada em silêncio, eu e Jack; acho que ele começou a se chatear com o meu comportamento... Ou então está começando a sentir os efeitos da responsabilidade que nós dois temos. De toda maneira, tentei me ater ao caminho e não tocar em nenhum assunto delicado; Thais poderia estar com suas arbalestas apontadas em nossa direção — afinal, Jack e Brand optaram por desobedecer o Rei Tibianus abertamente, e Yami certamente se encarregara de confirmar tal fato. Só esperava que os pais de Jack não estivessem sofrendo como consequência dos atos dele...

    Passamos pelas Colinas de Femor*** e a Grande Montanha**** sem maiores complicações; o dia já estava a plena luz, e o vento soprava ameno em nossos rostos; talvez esse fosse um bom sinal de nosso deus. Talvez Nurnor estivesse tentando nos guiar de alguma forma, e tal pensamento me encheu de ânimo. Jack começou a sorrir na medida em que viu a pequena colina de terra se formando ao final do largo e alto túnel através da montanha. Thais estava cada vez mais próxima.


    ****


    (Narrador Desconhecido)

    O dia já amanhaceu... Mas essas sombras insistem em me seguir! Deixem-me em paz!

    Eu não vou atender o seu chamado! Você não vai me controlar!

    Você já levou muitas almas consigo... Não vai ter a minha!

    Eu os vejo... Eu os vejo seguir a estrada... Não posso ceder a esse sentimento. Não... Eu ainda tenho algum propósito nessa vida... E eu sei que ele está atrelado a eles. Eu tenho certeza disso.

    Voltei meus olhos para os céus e senti o vento soprar em meus cabelos; respirei aquele ar frio e puro na tentativa de buscar alento para minha alma e renovação do meu ânimo. Não podia deixar me abatar; não foi para isso que deixei minha terra.

    Aos poucos irei me redimir com todos eles... Voltarei a ser aquela pessoa que todos eles gostavam de ter por perto; voltarei a ser aquele heroi que um dia fui.

    Agora, precisava continuar meu caminho — eles já haviam passado das colinas, e se tornaram meros pontos em meu horizonte. Precisava seguir em frente...


    ****


    (Narrado por Rei Jack Spider)


    Enfim, voltei a ver um sorriso no rosto do Norsir de cabelos azuis; acho que enfim nossos ânimos estavam renovados; atravessamos a Ponte dos Anões sem nos preocuparmos com os guardas. Nós simplesmente passamos por eles, sem causar-lhes um mal sequer. Ficaram gritando conosco, mas não foi algo de grande importância; só precisávamos chegar a Thais o quanto antes.

    Paramos às margens do rio para dar um pouco de água para os animais que nos carregavam; alimentamo-os e nos preparamos para continuar a jornada. O vento começou a soprar um pouco mais quente, e senti que deveríamos continuar. Montamos nas feras e seguimos viagem pela estrada de terra, passando pela ponte e enfim adentrando nos domínios Thaianos.

    — Mal posso esperar para ver meus pais de novo, Ireas! — Falei, exultante — Não os vejo desde que deixei Rookgaard, a uns sete anos atrás!

    — Faz tanto tempo assim?! — Replicou Ireas, extremamente surpreso. — E não sentiu falta deles?

    — Todos os dias, irmão de alma! — Repliquei levemente emocionado, com um sorrisão no rosto. — E agora, essa saudade e essa falta sumirão de vez... E teremos mais ajuda em nossa missão!

    Ireas assentiu e seguimos viagem rapidamente. Lembrava que meus pais não moravam mais no centro da cidade, o que me fez guiá-lo para a outra entrada da cidade; assim que chegamos, notei que havia algum tipo de comoção local; as muralhas pareciam agitadas, com soldados andando rapidamente por elas, dando ordens a torto e a direito. Assim que eu e Ireas nos aproximamos das dependências do cavalariço Palomino, notamos que uma comitiva de Venore estava se aproximando da entrada principal da cidade. Estranhei aquilo tudo e pedi para Ireas desmontar o lobo e deixá-lo com Palomino, enquanto eu fazia o mesmo com o meu Pássaro do Terror.

    Seguimos nosso caminho através dos portões do leste da cidade e, a partir daí, deu-se minha busca pelo meu lar, onde passei os anos mais inocentes da minha vida. Segui pelas ruelas rápida e silenciosamente, certificando-me de ficar longe das vistas dos guardas. Queria muito reencontrar meus pais; queria mostrar a eles o bom rapaz e Paladino que havia me tornado; também queria partilhar as minhas descobertas — especialmente a de ser uma Voz do Vento.

    Então, depois que me aproximei da Guilda dos Paladinos com Ireas, percebi que a agitação na cidade se devia a outro fator: era aniversário do Rei; as ruas estavam decoradas com lanterninhas de papel de muitas cores, além de fitas e papeis de múltiplas cores, todos sendo espalhados alegremente pelo vento. Meu semblante foi tomado pela calma e alívio — ao menos assim os guardas não procurariam por nós.

    — Onde é sua casa, Jack? — Ireas indagou, rompendo o silêncio.

    — É aqui, ao sul, próximo da loja de Muriel. — Repliquei, sorridente e acelerando o passo. — Eu não acredito!

    Eu abri o maior dos sorrisos do mundo; perto da loja de Muriel, o líder da Guilda dos Feiticeiros de Thais, vi um casal trajando armaduras brilhantes com ankhs divinos entalhados — um homem e uma mulher. Ambos com cabelos negros como a noite e peles rosadas como as minhas. O homem tinha olhos castanhos-escuros e a mulher, lindos olhos verde-oliva. O homem tinha cabelos curtos como os meus, e a moça usava uma longa trança adornada com pequenas flores brancas em seus cabelos; ambos já pareciam mais velhos, estando na casa dos quarenta, quase cinquenta anos de idade — mas estavam conservados para caramba.

    Paizinho! Mãezinha! — Gritei, desmontando de minha ave e estendendo os braços para o alto. — Estou de volta! Vivo e inteiro!

    A dupla me olhou incrédula; vi lágrimas surgirem nos olhos de minha mãe e um sorriso maroto aparecer nas faces de meu pai. Até Muriel parou o que estava fazendo para me receber. Aquele sujeito estava exatamente da mesma forma como eu me lembrava. Meus pais também, fora o fato de terem envelhecido um pouco.

    — Meu filho! Quanta saudade! — Minha mãe falou, emocionada, dando-me um forte abraço. — Meu bebê voltou!

    Ela me soltou e deiu três beijos em minha face; em seguida, meu pai começou a rir em sinal de contentamento, dando-me tapinhas nas costas e um caloroso abraço. Muriel se aproximou e me deu um aperto de mão vigoroso, seguido de um aceno caloroso: havia alunos à espera dele, e o Feiticeiro tinha que voltar aos seus afazeres. Naquele meio tempo, Ireas ficou calado e longe de nós; chamei-o assim que meus pais me soltaram, a fim de apresentá-los adequedamente.

    — Ireas, venha aqui! — Falei, alegre —Marcus Spider e Elena Spider. Sim... Meus pais em carne, osso e devoção! São eles... — Abaixei meu tom de voz a fim de não atrair atenção indesejada. — Os últimos adoradores de Nurnor.

    — O que você sabe sobre isso?! — Minha mãe indagou, em choque. — O que você...

    — Sshh, mulher! — Meu pai interviu, igualmente agitado. — Podem nos ouvir aqui. Venham. Entrem em casa. Não sei onde e como conseguiram essa informação, mas, se querem saber mais, aqui não é lugar para se ter essa conversa.

    Assentimos e seguimos meu pai em direção à nossa casa. Tudo estava idêntico a sete anos antes, quando saí para Rookgaard sem a certeza de voltar vivo a Thais. Pergunto-me se nesse meio tempo cheguei a ver Ireas... Tento me lembrar da abadia de Cipfried, mas os tempos de Rookgaard parecem tão distantes que as memórias são vagas, quase... Inexistentes.

    A sala, grande e com mobília típica de Thais, com o cetim de cor carmesim decorando as almofadas, era a marca registrada da casa, assim como as pinturas de ankhs e dos halos de luz criados por Paladinos. Havia, também, umas pinturas estranhas na parede – estranhas formas curvas que pareciam marcas d’água, quase invisíveis ao olhar.

    — Sentem-se, rapazes. — Minha mãe falou, indicando assentos para mim e Ireas. — Vou buscar algo para comermos assim que terminar de afiar as flechas. Marcus... Pode começar sem mim.

    Meu pai assentiu, sentando-se na poltrona à nossa frente com o semblante sério e aflito. Ao longe, podia ouvir o som da lâmina de pedra contra a ponta de metal das flechas. Ao que parecia, minha mãe demoraria bastante naquele local.

    — Antes de dizer qualquer coisa, pai... — Comecei um pouco tenso. — Eu e Ireas precisamos fazer uma confissão a vocês. É sobre a forma como conseguimos essas informações.

    Meu pai ergueu as sobrancelhas em sinal de curiosidade, mas manteve sua postura. Respirei fundo a fim de dar continuidade ao monólogo.

    — Olha, de início eu não acreditei. Na verdade, eu acho que acreditei sim, só demorei a aceitar. — estava começando a ficar nervoso. —Foi muito estranho, na realidade. Eu descobri que tenho uma habilidade diferente: sou capaz de me comunicar através do vento a longas distâncias, além de poder transportar minha mana a quem precisar através dele. Eu... Eu sou uma criação do deus Nurnor, pai.

    Quando falei isso, meu pai saiu de sua postura reflexiva e sentou com as costas eretas, pasmo como o que ouvira.

    — Como, meu filho? — Ele indagou, atônito.

    — É estranho explicar... — Eu estava começando a ficar alterado. Era estranho dizer tudo aquilo sabendo que meus pais nem imaginavam que tal coisa poderia ter acontecido.

    — Eu explico, Jack. — Ireas intercedeu, tímido e sereno. — Senhor Marcus, sou Ireas Keras, muito prazer. Eu e Jack somos criações diretas de Nurnor; somos almas que ele projetou com o único propósito de manter o mundo de Tibia totalmente harmônico. Somos o que ele chamou de “Vozes do Vento”; temos a habilidade de usar o Vento ao nosso favor; nossos sentimentos, pensamentos e comandos são todos transportados pelo Vento ao sabor da nossa vontade e à de Nurnor. Somos os representantes dele nesse plano, e ele precisa de nós. Mais especificamente, de vocês, seus seguidores.

    Quando Ireas terminou de falar, ouvi a roldana da pedra de corte parar; minha mãe logo veio até nós com as flechas em mãos, incrédula.

    — Nurnor... Precisa de nós? — Os dois falaram em uníssono, olhando-se logo em seguida.

    — Sim, e mais do que nunca. — Ireas falou em tom assertivo. — Nós dois precisamos saber mais sobre o antigo culto a ele; até onde sabemos, vocês dois são os únicos cultistas aos quais Nurnor mais se manteve espiritualmente ligado. Nurnor nos disse isso quando ele se revelou a nós. Precisamos da ajuda de vocês. O Vento está morrendo e nós precisamos de um coro para bradirmos ao mundo inteiro o grito de união.

    Meus pais ficaram em silêncio por um tempo; vi lágrimas saudosas vindo ao rosto de minha mãe. Será que Ireas não foi longe demais? Talvez ele tenha feito meus pais reviverem memórias nada boas...

    — Por muito tempo, esperamos algum sinal de Nurnor, meninos. — Meu pai falou em tom melancólico. — Por muito tempo, tentamos manter vivo seu legado, mesmo que fosse contra os interesses da Coroa Thaiana. Me alegra muito saber que o deus que mais venero escolheu logo meu filho como representante. Keras, não sei quanto ao seu passado, mas se Nurnor escolheu você também, então é digno de saber. Vamos dividir com vocês a nossa história. A história do culto mais harmônico que já existiu em todo dia. Vamos dividir com vocês a filosofia da Teia da Neblina.

    — Espero que estejam bem descansados — Minha mãe falou, enxugando as lágrimas —, pois hoje vocês vão ter muita informação para digerir. Muita mesmo.

    Eu e Ireas nos ajeitamos em nossas cadeiras, e meus pais se prepararam para contar o que tinham que contar...



    ***


    (Narrador Desconhecido)


    Vou ficar aqui. Não posso ir até eles ainda.

    Não dá.

    Acho que vou... Ficar aqui. E desistir. Me encostar nessa parede, e ir embora.

    — Tá fazendo o que aí, rapaz?!

    Olhei para cima, desmotivado. Era Mandarinn; ele estava acompanhado por Solária, a qual estava encapuzada, escondendo as feições élficas. Em seus braços, parecia haver algo especial. Algo importante... Um bebê.

    — Eu... Eu não sei mais. — Repliquei, totalmente desanimado.

    — Como não sabe? — Começou Mandarinn, sereno. — Tem que haver motivo para isso.

    — Não sei mais... Se valho algo... — Repliquei, devastado.

    — Não tem motivo para você estar assim! — Mandarinn replicou. — Você é uma pessoa incrível; é alguém prestativo, altruísta, alegre e inspirador!

    — Não sou mais essa pessoa... — Repliquei, meneando a cabeça de um lado para o outro.

    — Não? — Solária se manifestou. — Então, você deixou de ser você mesmo? Não se deixe dominar pelos pensamentos ruins... Tempos ruins sempre existem... A vida não é um mar de rosas o tempo todo, mas ficar na escuridão e deixá-la tomar conta de você não é a resposta.

    Fiquei calado por um tempo. Ela tinha razão; eu não podia me deixar dominar por esse sentimento. Eu balancei a cabeça vigorosamente para os lados, tentando afastar tal nuvem nebra de mim.

    — Quem é você, então? — Mandarinn indagou.

    — A mesma pessoa que sempre fui. — Respondi não melancólico como antes, mas renovado. — Sou Andarilho do Vento, Wind Walker. Wind para quem me bem quer. Cavaleiro por vocação. Yalahari de nascença. Guerreiro por definição. Altruísta, generoso, alegre e cuidadoso por natureza.

    Levantei-me do chão e espanei o pó de minhas vestes; passei as mãos pelo meu rosto a fim de secar minhas lágrimas.

    — Obrigado. Vocês têm razão, não posso me abater... — Meu ânimo se renovava a cada respiração antes de cada sentença a ser dita. — Eu ainda sou necessário. Ainda sou bem quisto. Eu sei disso. E eu vou lutar por isso.

    Assim que terminei de falar, Mandarinn me deu um abraço e um aperto de mão; Solária também se aproximou de mim e eu pude ver a criança nos braços dela; um bebê lindo, de pele rosada e olhos acizentados, de contornos parecidos com os de Mandarinn, mas com a intensidade do olhar de Solária. Senti meu ânimo renovado... E senti a presença dele se afastando de mim.

    Precisava encontrar Ireas e Jack; já estava passando da hora de eu me redimir e voltar a ser quem eu era.


    Continua...

    ---


    (*): Pássaro Velocista Rapid Bird, a Terror Bird como montaria.
    (**): Lobo CristalinoCrystal Wolf.
    (***): Colinas de FemorFemor Hills.
    (****): A Grande MontanhaThe Big Old One.



    -----

    Bom, e esse é o Capítulo de hoje. Por favor, comentem, me deem seu feedback! Abraços e até a próxima! Já estou trabalhando nos próximos Capítulos!

    Abraços e boa noite!




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  6. #256
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    Padrão

    Muito bom, recomendo a leitura.


  7. #257
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Segundo Pergaminho, Capítulo 33

    Saudações!

    Bem, vou aproveitar que enfim o semestre na facul está quase no fim para postar mais um capítulo. Como o Don postou aqui (e me deu likes, fiquei feliz pacas), ganhei um incentivo à mais para continuar.

    Mas não vou desistir aqui e farei o possível para cativar mais leitores.

    Spoiler: Comentários


    Sem mais delongas, o Capítulo de hoje!

    ----

    Capítulo 33 — Os Ventos do Sul: O Suspiro da Primavera de Pedra (Parte 2)

    Oh, as emaranhadas teias que tecemos...

    (Narrado por Ireas Keras)



    Acho que tudo estava começando a escalonar rápido demais. Primeiro, o mistério do meu nascimento e da minha família; depois, minha estranha afinidade com o Vento e agora todo esse grande culto tendo Nurnor e minha mãe como figuras principais de uma peça muito complexa.
    É demais para a minha cabeça. Às vezes me pergunto se não teria sido mais fácil permanecer em Rookgaard e viver como um simples órfão, aos cuidados de Cipfried e Asralius. Talvez tivesse vindo a me tornar um humilde monge daquela abadia, e nada disso estaria acontecendo.
    Ou talvez tornasse a acontecer mesmo. Não sei... Só sei que deveria ficar quieto e ouvir Marcus falar.

    — Bem, imagino que, conversando com Lea, vocês devem ter ouvido o básico do básico. — Começou o pai de Jack. — Então, a fim de fazer uma retrospectiva decente, eu vou me dar ao trabalho de explicar tudo. Lá vai: a Teia da Neblina foi um culto concebido, incialmente, por Elfos. Sendo uma raça mais harmoniosa e mística por natureza, os Elfos veneravam Nurnor com muita facilidade, por ele representar tudo o que eles mais prezam: união, fluidez, liberdade e retorno. Era um culto voltado à ideia de um ciclo sem fim, o que influenciava na organização interna.

    A mãe de Jack sentou-se ao lado de seu marido e encostou em sua mão.

    — O culto chegou aos Homens através das honradas moças de Carlin. — Continuou Marcus, ainda sério — Com as empreitadas de Thais sendo falhas e os Druidas se responsabilizando por tomar conta da cidade, não demorou muito para que relações amigáveis com Ab’Dendriel surgissem e, com isso, o contato com a Teia da Neblina começou. Foi um começo bem aberto, para dizer a verdade; os Carlianos se tornaram adeptos rapidamente do culto, e tinham nas mulheres as figuras de maior influência e poder.

    — A estrutura do culto se divide em figuras centrais conhecidas como Anciões. — Elena deu continuidade. — Cada Ancião é responsável por gerenciar o Filamento local em que reside. Filamento: é a nossa palavra para “seção” ou “divisão” do local de origem da Teia. Antes do desmantelamento do culto, o maior número de Anciões que chegamos a ter foram cinco: o nosso Ancião de Thais, Therion Sombra-Branca, a Anciã de Kazordoon, Lunguly Isimov, a Anciã de Ab’ Dendriel, Selam, da casta dos Teshial, a Anciã Isoldine Vandura, vinda de Liberty Bay e, por fim, Dubra Keras, a Anciã de Carlin... Espere um instante...

    Elena parou de falar e focou seu olhar em mim, com uma expressão curiosa.

    — Rapazinho, como você disse que se chama?

    — Er... Ireas Keras. — Respondi, um pouco acuado.

    Os dois se entreolharam, comovidos; e eu já havia entendido o porquê.

    — Estamos diante do neto da Anciã! — Eles falaram em uníssiono, virando seus rostos lentamente em nossa direção.

    — Eu não acredito que vivemos para ver isso... — Marcus falou com um triste sorriso. — Achávamos que Esquecimento Eterno havia te matado...

    — Ela não teve coragem de fazê-lo. — Falei de forma apática. — Mas... Falo dela depois. Gostaria que vocês continuassem com sua explicação.

    Os pais de Jack assentiram e pigarrearam. Marcus decidiu tomar a palavra.

    — Como dizíamos, eram cinco os Anciões. Dos cinco, Selam detinha a liderança do culto em suas mãos; diz a lenda que Selam era um receptáculo vivo de Nurnor, e, por isso, era a incontestável líder do nosso culto, como se tivesse direito divino a isso. Ela não era tirana: pelo contrário, era justa e boa, e tratava todos como iguais, inclusive os anões que seguiam o culto. Alguns anões, ditos Cronomantes, ou os governantes do tempo, estavam entre os membros da Teia da Neblina, e eram os responsáveis pelas estruturas de transporte de nossa gente.

    Ele girou a cabeça lentamente, alongando seu cansado pescoço.

    — Bem, abaixo dos Anciãos, ficavam os Pilares do Vento, que costumavam ser quatro a seis membros de longa data do culto e que eram de confiança do Ancião; funcionavam como seu conselho local e eram responsáveis por fazer valer as palavras do Ancião e de Nurnor; supervisionavam festivais e ritos variados, facilitando a vida do Ancião. Eram Altos Sarcedotes, totalmente compromissados com a agenda do Vento. Cada Pilar costumava designar até quatro Folhas ou Flores do Vento, também conhecidos como Senhorias, como responsáveis pela inciação e tutela de Mancebos e Donzelas. Folha do Vento era um título de sarcedócio masculino e Flor do Vento, feminino; para ambos serem validados, eram necessários pelo menos oito anos de dedicação ao culto antes de poderem ser considerados para o cargo de Folha ou Flor. Por fim, na base da hierarquia, encontravam-se as Donzelas e os Mancebos das Brisas, os novatos do curso, que eram geralmente iniciados entre cinco a dez anos de idade, mas também aceitávamos pessoas mais velhas caso elas desejassem de fato seguir os dizeres de Nurnor.

    — Que organização interessante! — Jack falou, animado. — E vocês tinham templos, residências...?

    — Sim, tínhamos alguns. — Elena falou com um semblante melancólico. — O acesso a eles era feito através de pequeninos santuários de energia, cujo acesso se dava com o sacrifício de uma ametista e uma safira pequena, levando-nos a um plano intermediário, que costumava ser acessado apenas por elfos. Nesses locais sagrados, costumávamos realizar nossos ritos de passagem de ano, de estações, de evoluções de título dentro do culto, de casamentos, nascimentos e ritos fúnebres. Era nesses locais que costumávamos viver a maior parte de nossas vidas, Ireas... E foi muito doloroso perdê-los da forma como os perdemos...

    — Lea me contou essa parte... — Falei, abaixando minha cabeça de forma melancólica. — Ela m deixou à par das loucuras de minha mãe e do suicídio de minha avó...

    — Ela também falou da forma como Se... Esquecimento Eterno nos atacou?

    — Ela... Não entrou muito em detalhes... — Repliquei, congelando ao ouvir aquela pergunta.

    — Ela usou a antiga arte dos Teshial: a arte do Caminho dos Sonhos. — Replicou Elena com raiva em sua voz. — A arte do Sonho Consciente; ela nos atacou aqui, Keras; em nossas mentes. Não para nos separar, mas para nos aterrorizar. Nos unir em nosso crescente medo; fazer com que ficássemos loucos e acabássemos com nossas próprias vidas...

    — ...Ou ficarmos à mercê da temida Irmandade dos Ossos. — Marcus completou, devastado. — Ela só não foi mais cruel que os Sete Implacáveis por não ter tanto poder à mão. Contudo, Esquecimento Eterno se tornou uma Necromante muito forte e notória... E nunca entendemos o que havia de tão tentador na Irmandade para ter corrompido seu coração tão puro e gentil.

    — E as coisas foram ainda piores aqui em Thais. — Elena falou. — Nosso Filamento foi o primeiro a cair; é de conhecimento geral que Druidas não são muito bem vistos aqui; Feiticeiros costumam ter uma visibilidade a mais: Muriel e Xodet são provas vivas disso. Os Reis sempre fizeram questão de incentivar a Feitiçaria em seu âmbito mais explosivo, incentivando magos agressivos, impetuosos, inconsequentes e arrogantes, sem respeito algum por outras raças ou culturas.

    — Foi assim que nasceu Ferumbras! — Comentou Marcus de forma ardilosa, sendo censurado rapidamente por sua esposa.

    — Com isso, era muito difícil trazer Feiticeiros para o nosso lado. — Elena continuou. — Os Feiticeiros de índole mais dócil eram frequentemente assediados pelos mis agressivos e excluídos de forma social e intelectual, sendo considerados “druidas demais” para o ofício arcano; conseguíamos adesões tímidas e discretas, normalmente tidas como pedidos de socorro por parte dos adeptos, que viam em nosso culto um alento para tamanha discriminação. Sempre denunciamos tais atos, mas o Rei, como um bom político, nos dava seus olhos, mas nunca seus ouvidos.

    — Ao menos para os Paladinos a situação era melhor; era esperado que nós venerássemos ao menos um dos deuses bons do panteão. — Marcus comentou, cruzando os braços. — Então, se rezávamos a Crunor, Uman, Fafnar ou Nurnor não fazia muita diferença. Sempre foi um grupo mais tolerante, ainda que tal tolerância tivesse que se manifestar por baixo dos panos.

    — Os Feiticeiros estavam sempre de olho... — Elena falou, parando para pegar um biscoito. — E, como sempre, ninguém nunca deu a mínima para as crenças dos Cavaleiros. Para a Coroa Thaiana, eles nunca passaram de gladiadores sem cérebro e sem sentimentos. Uma pena: a grande maioria dos Cavaleiros pertencia ao nosso culto e volta e meia se recusava a atender às demandas dos Reis. Foi assim que a independência de Carlin aconteceu; não foram apenas os Orcs que impediram o sucesso da empreitada da Coroa.

    He,he,he... — Marcus riu levemente. — Foi muito engraçado quando os Feiticeiros perceberam a prosperidade do nosso Culto em Thais... Pena que durou pouco... Tsc.

    — O que houve, exatamente? — Jack indagou, receoso.

    — A desunião sempre foi uma constante em Thais, meninos... — Elena respondeu. — Por causa disso, quando Esquecimento começou a testar o Sonho Consciente, ela nos atingiu em cheio; na época, alguns Feiticeiros seguidores da Irmandade dos Ossos tinham conseguido se infiltrar em nosso culto ao convencer o Rei de que éramos seguidores de Zathroth disfarçados. Com isso, nos combateram diretamente em casa e, com Esquecimento Eterno nos exaurindo emocional e psicologicamente, não tínhamos forças para nos defender...

    Elena parou de falar, emendando o choro com suas frases; ela colocou a mão esquerda sobre os olhos, chorando um choro dolorido e raivoso. Jack começou a lacrimejar ao ver o sofrimento da mãe, e eu o abracei, tentando amenizar a sua dor e acalmá-lo.

    — Eu e Elena só sobrevivemos por causa de nossa resiliência. — Marcus falou, colocando a cabeça de sua esposa em seu peito. — Orávamos para Uman também, e sua luz manteve nossos sonhos intactos; como as bênçãos de Nurnor valorizam a união e os grandes grupos, era necessário uma resistência coletiva irredutível para que o Sonho Consciente não os pudesse afetar. Esse não era o nosso caso, então... É. Os pouquíssimos sobreviventes que não foram capturados correram para Carlin ou Kazordoon em busca de auxílio, pois, ao menos naquele combate, nossas Pontes de Seda não foram capturadas.

    — Pontes de Seda seriam...Teleportes? — Indaguei.

    — Sim. Acessos rápidos de um Templo a outro sem precisar entrar novamente pelo plano físico. — Replicou Marcus. — As outras investidas de Seline foram freadas pelas forças de Kazordoon e Carlin; na época, estávamos começando a explorar cultos em outras áreas: Svargrond era uma delas. Mais ou menos nessa época, Esquecimento Eterno nos deu uma trégua. Acho que ela havia percebido que era uma amadora ainda na arte do Sonho Consciente e, infelizmente, devia sentir a necessidade de se aprimorar. Estranhamente, a Irmandade começou a ter sentimentos dúbios em relação a nós: ora eles nos perseguiam, ora nos evitavam e, pasmem, chegavam até a pedir perdão! E muitos da Irmandade eram ex-membros da Teia torturados e convertidos à força!

    Elena, aos poucos, parou de chorar e soluçar, afastando-se de seu marido; Jack se afastou de mim e foi até sua mãe, dando-lhe um abraço afetuoso.

    — Lembro bem que... Chegamos a receber uma visita de Esquecimento Eterno. Mas não em nossos territórios. — Elena continuou o relato, tentando se acalmar. — Eu ainda nem tinha você no meu ventre, meu amor... E Marcus havia ficado no Filamento de Thais para tomar conta dos cultistas que ainda estavam muito abalados. Era um dia chuvoso, e um homem veio até mim em nome dela. Ele se chamava... Kaisto, se não me engano; era um xamã de Svargrond, e estava com um menininho a tiracolo...

    Hjaern... — Sussurrei tristemente.

    — Isso. Acho que era esse o nome dele. — Elena voltou a falar. — De qualquer forma... Ele deixou um Tomo comigo... Dizendo que eu deveria entregar à Dubra quando fosse possível. Infelizmente, não pude entregar a ela, mas agora eu o entrego a você, Keras. Eu não sei o conteúdo desse livro, mas acho que cabe a você e meu filho descobrirem isso. Agora, é a vez de vocês contarem sobre essa história de “Vozes do Vento”.

    Eu e Jack olhamos um para o outro e concordamos com a cabeça. Antes de começarmos a falar, ouvimos alguém bater à porta...


    ***


    (Narrado por Jovem Brand, o Terceiro)

    Em todos esses vinte e sete, quase vinte e oito anos de vida, nunca vi nada parecido com o que testemunho hoje. Começou em Ankrahmun; pouco depois de fazer o que tive de fazer, encontrei Yumi e retornei com ela à Cidade Eterna; era incrível ver as mudanças que Ireas fizera naquele local. A cidade parecia ainda mais esplêndida do que outrora. O garoto tinha não só excelente gosto, mas um amor muito grande por aquele local.

    Ankrahmun estava mais calma do que a última vez em que estive aqui; eu e Yumi fomos muito bem recebidos, mas não havia nenhum festival ou coisa do tipo; o local estava bem calmo e letárgico, em um clima típico de Ankrahmun. Nos dirigimos às casas de banho para nos arrumarmos; por um dia, poderia, sim, pisar em Ashta’ Daramai pelas razões mais amigáveis, sem me preocupar com o caos fora daqueles muros de arenito, mármore e cerâmica.

    Me despi na ala dos homens sem peso na consciência; o que estava feito, estava feito. Se Malor soube ou não, esses seriam outros quinhentos nessa história. Guardei cada peça de minha armadura em um dos armários com tranquilidade, como se tivesse me livrado do peso dos céus sob meu ombros.

    Tive ainda tempo de ver Yumi passar para o outro lado pela janela de treliça; estava com o corpo coberto, mas a túnica que a cobria era transparente o suficiente para que eu pudesse admirar os contornos de seu corpo.

    E como era bem desenhado. E ficava ainda mais bonito quando ela caminhava rápido; exibia um gingado que nenhuma moça que conheci em Thais sonharia em possuir. Fiquei estático, acompanhando-a com meu olhar e meus pensamentos – minhas segundas intenções, é claro.

    Com o pano delicado cobrindo minha intimidade, dirigi-me às piscinas principais com aquela linda Djinn de Darashia em meus pensamentos. Entrei nas águas mornas e quase adormeci; enfim, um descanso.

    Uman, me perdoe, pois eu sou um pecador — e aquela mulher é o mau caminho por inteiro, sem tirar tampouco pôr...


    Continua...

    ---
    Última edição por Iridium; 14-01-2016 às 18:18.

  8. #258
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    Champz

    Como agora eu sei que vc é muié considera o chapz como campeã ahuhauhauhau

    Eu disse que eu nao gosto de yaoi e me incomodava o fato do irras ser homossexual

    Mas a sua estoria nao se resume a isso tem muito mais alem disso

    Essa sua sacada de variar de um personagem pra outro contando a estoria ficou muito bom assim vc pode explorar bem a psicologia de cada um

    Vc escreve muito bem nao desanima so pq neguinho nao comenta eles ficam bizoiando sem comentar

    Segue em frente com essa bagaça ai e começa o outro projeto com o outro personagem que vc falou que ia começar
    o morcego perguntou ao outro ambos pendurados de cabeça para baixo

    _qual a pior situação que vc ja viveu dormindo de cabeça para baixo?

    o outro morcego respondeu:

    _caganeira



  9. #259
    Avatar de Bruttar
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    OLHA ESSE BRAND RAPAZ. HAUAHUHAUHUA.
    Que mané pecador, vai fundo. <3

    Excelente capítulo.

    Muito bom como você vai explicando as coisas, e ao mesmo tempo cria outras para serem concluídas, espero um dia conseguir escrever assim :c
    - ALASTOR

  10. #260
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Segundo Pergaminho, Capítulo 34

    Saudações, frequentadores da Seção! Bem-vindos à Dezembro!

    O ano está quaaaase no fim... E eu espero conseguir finalizar esse Pergaminho em breve. Se tudo der certo, "A Voz do Vento" estará finalizada

    Spoiler: Respostas aos Comentários




    Sem mais delongas, o Capítulo de Hoje!


    -----

    Capítulo 34 — Os Ventos do Sul: O Suspiro da Primavera de Pedra (Parte 3)

    ...Mas, se essas teias não fossem emaranhadas, não haveria sentido algum em tecê-las.

    (Narrado por Rei Jack Spider)



    Ouvimos alguém bater à porta. Meu pai franziu o cenho e foi atender; minha mãe ainda estava emocionalmente abalada, e tornei a abraçá-la, sussurrando para o Vento que a acalmasse e diminuísse sua dor; concentrei meus esforços em espalhar minha mana no ambiente e tornar aquele cenário mais agradável e tranquilo. Até Ireas ficou mais calmo e sereno depois de minha atitude.

    Vi meu pai abrir a porta e, dela, apareceu Andarilho do Vento com o ânimo renovado: como a pessoa que ele costumava ser antes de toda a confusão que ocorrera tempos atrás. O ruivo trocou algumas poucas palavras com o meu pai, que foram suficientes para ele deixá-lo entrar em nosso lar. Assim que ele fechou a porta, vi Ireas olhar para trás e ficar atônito, sem saber o que fazer ou dizer.

    Wind! — Exclamei com um sorriso. — Ainda bem que você está vivo!

    Ireas parecia não saber como reagir; eu ainda não conseguia aceitar a decisão deles de se separarem – e acho que o próprio Norsir estava começando a repensar tal sentença. O rapaz de cabelos azuis não estava conseguindo verbalizar as coisas. Minha mãe, a qual já estava mais calma, levantou-se da poltrona e foi para outro aposento a fim de pegar o Tomo que tinha em sua posse. Meu pai foi ao seu encontro e, no fim das contas, ficamos eu, Wind e Ireas em um mesmo cômodo.

    Que situação... Complicada.

    — Eu fico feliz em ver vocês também! — O Yalahari retribuiu com o semblante animado. — O que vieram fazer aqui em Thais? Achei que voltariam à Ankrahmun.

    — Bem... Precisei pedir um favor muito grande a todos novamente... — Ireas começou de forma tímida. — Bem, a história dos Tomos da minha mãe já lhe é conhecida, então vou pular as partes chatas...

    Assim que Ireas terminou essa sentença, Wind se sentou ao seu lado, ouvindo-o atentamente.

    — Continue. — Falou o Yalahari.

    — Resumindo a situação toda, dividi todos em times para encontrarmos os Tomos mais rapidamente e acabarmos com a situação de uma vez por todas; Icel e Liive foram para Edron, Sírio e Morzan se dirigiram à Ramoa e eu e Jack viemos para pegar o tomo que há aqui em Thais, e já pegamos aquele que estava em Carlin. Faltam apenas três, e Emulov ficou em Carlin esperando por nós para nos guiar a Zao assim que possível.
    — Certo... E todos os outros estão em Zao? — Indagou Wind, tentando assimilar todas as informações.

    — Não. Em Zao estão dois dos três que faltam. — Ireas respondeu em um princípio de hesitação. — O último, bem... Parece estar na posse de um membro da Irmandade.

    Wind arregalou os olhos e recuou, ajeitando-se em seu assento, incrédulo. Eu simplesmente abaixei minha cabeça e me preparei para o que viria a seguir.

    — Da Irmandade?! A Irmandade dos Ossos?! — Wind estava estupefato. — Ireas, o hidromel do Teste dos Bárbaros ainda está fazendo efeito?!

    Ireas resmungou algo baixinho, tentando não brigar com Wind. Eu simplesmente pressionei a ossada do nariz com o dedo médio e polegar de minha mão esquerda.

    — Não, há muito não faz efeito. E eu não me lembro de ter bebido hoje, então estou tranquilo quanto ao que te falei. — Ireas replicou em tom cordial e levemente irritado. — Enfim, só sei que já tomei minha decisão quanto a esse Tomo e bem sei que você não vai gostar nem um pouco.

    — Deixe-me adivinhar... — Wind cruzou os braços e franziu o cenho. — Você vai se juntar a eles, é?

    Ireas engoliu em seco e assentiu afirmativamente com a cabeça; Wind soltou um suspiro de frustração e imitou meu gesto de pressionar a ossada do nariz, fechando os olhos de forma contrariada. O Norsir respirou fundo e eu ergui minha cabeça para ver o resultado daquele enfrentamente. Nesse mesmo instante, mãezinha e paizinho voltaram à sala com o Tomo de Thais em suas mãos. Minha mãe entregou-o a Ireas sem dizer uma única palavra; ela apenas sorria tristemente para ele, assim como meu pai. Eu comecei a ficar preocupado, e Wind partilhava da preocupação, estampada em seu semblante.

    — Estamos entregando esse Tomo sob uma única condição, Keras. — Mãezinha falou, séria. — Você terá que prometer que fará o que estiver ao seu alcance para reviver nosso culto. Tem que prometer manter vivo nosso deus e cumprir com honra suas funções como Voz do Vento. Fui clara?

    Clara como neve fresca, senhora. — Ireas respondeu de forma solene, recebendo o Tomo em suas mãos. — Eu e Jack faremos tudo o que estiver ao nosso alcance. — Ele emendou um sorriso ao guardar o pesado livro em sua mochila.

    — Bem... Acho então que deveríamos seguir viagem. — Falei após soltar um triste suspiro. — O quanto antes encerrarmos essa parte dos Tomos, melhor. Eu só não queria deixar paizinho e mãezinha tão cedo...

    — Isso não vai ser necessário! — Wind interviu com um sorriso. — Você pode ficar aqui em Thais!

    Eu olhei para o Yalahari em um misto de surpresa e confusão, e Ireas fez o mesmo. O que ele estaria tentando propor?

    — Olha, se vocês concordarem, podemos fazer assim. — O Yalahari continuou. — Jack, você fica mais uns dias em Thais e entra em contato com o Brand e o Emulov. Vocês três podem ficar na espera para o momento em que formos buscar os próximos Tomos. Enquanto isso, eu posso escoltar Ireas até o local onde eu acredito que ele poderá ter respostas para a questão da Irmandade dos Ossos. Isso, é claro, se você concordar com tudo isso.

    Ele se virou para Ireas, esperando dele uma resposta. Ele meneou a cabeça de forma afirmativa, concordando com as ideias de Wind. Por mais que eu estivesse feliz com a possibilidade de ficar com meus pais, eu estava receoso com tudo aquilo.

    Algo em minha mente dizia que a chance de tudo dar errado era muito grande. Principalmente quando aqueles dois se encontravam em um mesmo local...


    Continua...

    ----

    O capítulo foi mais curtinho mas estou tentando agilizar a produção. Fico no aguardo do feedback de vocês. Abração!

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    Última edição por Iridium; 09-12-2015 às 14:57.



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