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Tópico: Bloodtrip

  1. #41
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    Salve, salve! Estava de olho nesse tópico já há alguns dias, mas só agora tirei tempo para dar uma olhada e acabei lendo todos os capítulos.

    E que história bacana, cara. Fazia muito tempo que eu não via algo semelhante nessa seção (mas, de qualquer modo, fazia muito tempo que eu não lia alguma coisa por aqui, então não posso falar muito também lol). Como li tudo de uma vez e bastante gente já te passou comentários e críticas sobre vários aspectos da história, vou me abster de uma análise mais aprofundada de tudo que li e aguardar pelo nono capítulo para fazer algum comentário mais substancial. Por hora o máximo que te digo é para atentar um pouco com os diálogos - como já foi apontado antes, em alguns pontos eles soam pouco naturais, e muitas vezes o linguajar (especialmente as gírias e o excesso de palavrões) soa meio alienígena nesse mundo tibiano.

    Enfim, vou acompanhar e estou à espera do próximo capítulo.
    Vou sentir saudades da Lea, melhor pessoa :/

    Abraços!

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  2. #42
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    Padrão Capítulo 9 - Observadores na Escuridão

    Citação Postado originalmente por Senhor das Botas Ver Post
    Salve Carlão.

    Como não comentei os últimos capítulos, vou escrever um espectro geral neste post.

    A história deu uma boa desenvolvida. Até agora, um p*ta foco no Nightcrawler, com cada capítulo mostrando o quão badass o cara é. A escrita melhorou também, principalmente a parte dos tempos verbais.

    Minha única ressalva é no uso dos palavrões. Não que não seja ruim, mas manere, até por quê a história se passa num universo fantasioso, não na metrópole de SP

    E pegando um gancho:



    Esse "né", vindo do Nightcrawler... Enfim, pode ser só encheção de saco da minha parte msm. De resto, tudo prazeroso e muito gostoso de se ler; embora não tenha comentado os últimos capítulos, eu os li logo no lançamento, mas não comentei por relaxo mesmo.

    Continue com o bom trabalho Carlão
    E aí botas, senti falta dos seus comentários aqui.

    Obrigado pelos elogios. O foco desse início tem sido o Nightcrawler, mas cada personagem irá ganhar seu foco conforme a história segue.

    Os palavrões são parte da personalidade do Borges, mas vejamos se dá pra ele ser menos mal educado e usar os palavrões em situações melhores. Hmm.

    E o "né" é encheção de saco sim, viu. É um diminutivo tranquilo de se usar em qualquer história. E considerando como o detetive mascarado é, não vejo problema em usar isso em seus diálogos. E continue acompanhando e comentando, gosto de comentários.

    Citação Postado originalmente por Edge Fencer Ver Post
    E aí!

    Bom, foi um capítulo sem grandes acontecimentos, mas muito bem feito. Gostei bastante das descrições de Yalahar e do esconderijo do Nightcrawler, você conseguiu ambientá-los muito bem. Os diálogos continuaram divertidos e inteligentes, como de costume, e esse mago das espadas aí me deixou bem curioso pela continuação.

    Vamos ver agora, Yalahar é um lugar muito propício a trazer problemas e mais inimigos... Aguardo para ver como você abordará essa cidade.

    Tá só melhorando o nível, Carlos, continue!

    Abraço!
    Opa Edge, obrigado pelos elogios. Verá mais do mago das espadas conforme a história segue, já que ele será um dos personagens da obra.

    E garanto que Yalahar será bem abordada, tem muito pano pra manga e lendas interessantes também.

    Citação Postado originalmente por Skirt Underdome Ver Post
    Hmmm, estamos penetrando cada vez mais na intimidade de Nightcrawler. Seus segredos e talz. O espadachin ali parece saber muitas coisas a respeito do passado de Night

    Acho que em breve saberemos as razões pelas quais Night se desligou da gang sanguinolenta. Eloise, the queen, pelo que entendi, ainda está viva. Seria por demais interessante presenciarmos algumas cenas da rainha na mão de seus captores. Só uma sugestão.

    Capítulo explicativo, quase uma pausa nas emocionantes lutas ninja da fic. Mas aguardo mais das ótimas tretas alucinadas e frenéticas, situação na qual você é o maior especialista desse forum
    Penetrando na intimidade de Nightcrawler?

    Obrigado pelo comentário e pelos elogios. O espadachim sabe de algumas coisas do passado do Crawler, mas não muito.

    E, bom, quanto a rainha, aguarde. Há muitas coisas vindo por aí, garanto que elas irão lhe surpreender.

    Citação Postado originalmente por Thomazml Ver Post
    Um capítulo mais calmo, necessário depois das emoções dos últimos. Os diálogos ficaram mais forçados do que eu já tinha lido na história, talvez fosse bom dar uma olhada neles...

    A história continua interessante, principalmente nesses "flashs" sobre o Nightcrawler....

    Acompanhando,
    Abraços e Respeito
    Olá Thomaz, obrigado pelo comentário e pelos elogios.

    E poxa, não tinha reparado nos diálogos. Eu escrevi um pouco apressado o capítulo pra postar antes da virada, como meu último trabalho do ano. Acabou não ficando tão bom, mas evitarei cometer o mesmo erro novamente.

    Espero que continue acompanhando.

    Citação Postado originalmente por Manteiga Ver Post
    Salve, salve! Estava de olho nesse tópico já há alguns dias, mas só agora tirei tempo para dar uma olhada e acabei lendo todos os capítulos.

    E que história bacana, cara. Fazia muito tempo que eu não via algo semelhante nessa seção (mas, de qualquer modo, fazia muito tempo que eu não lia alguma coisa por aqui, então não posso falar muito também lol). Como li tudo de uma vez e bastante gente já te passou comentários e críticas sobre vários aspectos da história, vou me abster de uma análise mais aprofundada de tudo que li e aguardar pelo nono capítulo para fazer algum comentário mais substancial. Por hora o máximo que te digo é para atentar um pouco com os diálogos - como já foi apontado antes, em alguns pontos eles soam pouco naturais, e muitas vezes o linguajar (especialmente as gírias e o excesso de palavrões) soa meio alienígena nesse mundo tibiano.

    Enfim, vou acompanhar e estou à espera do próximo capítulo.
    Vou sentir saudades da Lea, melhor pessoa :/

    Abraços!
    Olá Manteiga, fico feliz que você seja meu mais novo leitor.

    Agradeço pelos elogios. Como disse ao Thomaz, não tinha reparado pois escrevi na pressa, mas não cometerei o mesmo erro novamente. E não se preocupe, a Lea ainda aparecerá de novo na história.

    Espero que continue acompanhando!







    Bom pessoal, trago-lhes um novo capítulo(Um pouco atrasado, já é fim de semana). Eu espero que gostem dele.

    E estou surpreso que ninguém comentou nada sobre o Quarteirão 04. Vocês tão lentos, não vão conseguir nem pegar todas as coisas que deixei escondidas nos capítulos quando eu terminar essa história.





    No capítulo anterior:
    O trio investigativo chega em Yalahar. Borges envia uma carta importante para a guarnição thaiana e eles conhecem o esconderijo de Nightcrawler, o Arsenal de Ratos. Mas não esperavam que alguém já estivesse lá dentro.



    Capítulo 9 – Observadores na Escuridão




    O clima parece diferente. Não é parecido como quando o trio encontrou os membros da Irmandade, é muito diferente.

    É de carinho.

    — Ué, você está surpreso, detetive supremo? Nunca imaginei que eu fosse capaz de fazer você sentir isso um dia, se é que você é capaz de sentir alguma coisa. — Disse Alayen, com um sorriso no rosto.
    — Cala a boca, Alayen. E não me chame de tio. — Disse Nightcrawler, irritado, mas não como o usual.
    — Você falou meu nome como se esperasse por outra pessoa. Estava procurando por mim? Ou alguém parecido comigo?
    — Estava. Mas não esperava que fosse você. Cresceu bastante, rapazinho.
    — Ora, lógico! Já faz oito anos! — Disse Alayen, se aproximando do detetive para, em seguida, abraçá-lo. — E você não mudou nada, tio.
    — Já falei que eu não sou o seu tio! E me solta!
    — Mas eu o considero um!

    Alayen solta-o para olhar para os investigadores logo atrás. Borges está de braços cruzados, parecendo entediado com a situação, e Dartaul parece sem expressão.

    — Olha só! Parece que você finalmente cedeu e buscou ajuda!

    Nightcrawler cerra os punhos.

    — Não estão me ajudando! Eles são meus convidados, investigadores de Thais que levarão as informações que eu recolher do caso de volta quando necessário.
    — Heheh. Você é muito orgulhoso pra dizer que está sendo ajudado. — Caçoa Alayen, com um sorriso zombeteiro. Ele se aproxima dos detetives para cumprimentá-los. — Olá, meu nome é Alayen Rias, mago e cavaleiro, ex-aprendiz da feiticeira Lea, de Carlin. Prazer em conhecê-los. E vocês, como se chamam?
    — Sou Dartaul Aurecino, investigador recruta da Guarnição Thaiana. — Responde, apertando a mão do espadachim.
    — E eu sou Borges Suzano, investigador-chefe da Guarnição Thaiana, terceiro escritório. Prazer. — Responde, também apertando a mão do espadachim, com um rosto sério.
    — Ah. Bem, você tem caras interessantes contigo, Crawler. Isso certamente vai me ajudar com o que vim te pedir.
    — E que eu não estou interessado em ajudar. — Disse Nightcrawler, indo para dentro da sala.

    A sala possui muitas estantes feitas de alumínio, cheias de livros e documentos, além de alguns armários no fundo, e parece ter outra sala logo no fundo, atrás de uma porta. Alayen decide seguir o detetive junto dos outros dois.

    — Você não está interessado em me ajudar a caçar um membro da Irmandade?

    Nightcrawler para perto de um armário de alumínio. Ele vira a cabeça para o lado deles, indicando que quer saber mais.

    — Ele é um membro único que trabalha sozinho em Yalahar, o codinome dele é Canino. Ele é muito rápido, encontra seus alvos e os mata rápido e esconde seus rastros como ninguém. E veja só, eu sei um dos alvos dele.
    — Continue.
    — O nome dele, ou melhor, dela, é Aika. Ela parece ser uma feiticeira que estava em Thais, mas veio para cá. Quando ela veio, também chegou uns rumores de que Thais foi atacada pelos membros da Irmandade e os magos conseguiram fazer eles fugirem. Dizem que ela era um deles, talvez por isso que Canino está atrás dela.
    — Imagino que por você ter descoberto sobre isso, ele já colocou os olhos em você também, não é?

    Alayen parece um pouco mais sério.

    — Então vamos atrás dela. Não tinha muitos objetivos aqui em Yalahar, então isso parece ser interessante.
    — Eu imaginei que seu objetivo era ficar longe da Irmandade o quanto for possível. — Comenta Dartaul, sério. Nightcrawler parece surpreso.
    — Acertou, meu caro loirinho. Está fazendo jus ao seu trabalho. Mas trata-se de um único membro escondido dentro de uma cidade-estado gigante como Yalahar. É uma oportunidade de ouro de ficarmos realmente longe da Irmandade. Agora, sigam-me.

    Nightcrawler se dirige até a porta, depois de muitas estantes, seguido dos outros rapazes. Ao abrir, revela-se um grande salão, cujo tinha uma abertura até o topo da torre, permitindo que a luz de fora chegue até ali, além de ser coberto por pisos e paredes de alumínio. Há até três plataformas do lado de cima, todos posicionados de forma circular ao redor de toda a estrutura do lugar. Há cabos de ferro ligando uma parte à outra, com fios negros circulando eles e se espalhando pelas paredes torre acima.

    Há uma espécie de clareira no centro de tudo aquilo, uma parte mais funda que os outros com pisos negros, e câmaras especiais com grades nos fundos para prender algo forte, mas não há nada atrás de nenhuma delas. O detetive segue até a primeira plataforma usando uma escada, seguido dos outros. Logo no começo dela há um armário de ferro do qual ele abre e revela um conteúdo peculiar: Armas pequenas de lançamento com runas gravadas nelas. Eram facas, machadinhas, estrelas e bolinhas. Todas estão presas com cabos finos e escuros na parede.

    — O que é isso? — Questiona Borges, que parece leigo sobre esse tipo de arma.
    — Não reconhece armas, senhor investigador chefe? — Indaga Alayen, caçoando do homem.
    — Sou um especialista de armas na perícia, o que me ajudou a receber meu cargo. Então se quiser um motivo pra caçoar de mim, seja mais criativo, sem envolver meu peso também. — Disse Borges, calando o mago. Ele chega mais perto e pega uma das armas, que parece ser um disco, mas possuindo apenas as bordas e nada no meio. — Pra comprovar, sei que isso aqui é um chakram, uma arma que os nômades de Darashia costumam usar.
    — Costumavam — Disse Nightcrawler — Durante uma curta dinastia de Darashia, quando eles foram governados por um faraó. Depois disso, as armas pararam de ser produzidas e apenas os nômades passaram a usar. Mas até eles as abandonaram, pois é trabalhoso fazer elas de forma perfeita para lançamento e ainda mais pra acertar ela direito em alguém pra matar. E se desgastam rápido também, precisando de reparação constante, o que pode acabar destruindo a arma.
    — Então o que você faz com uma velharia dessas aí? — Pergunta Borges, curioso.
    — Olhe a estrutura dela.

    Borges analisa a arma e nota runas ao redor da superfície dela. Como não as entende, lança um olhar de quem não sabe de nada para o mascarado.

    — Essas chakrams são usadas por mim como uma forma de paralisar o adversário. — Responde Nightcrawler, pegando uma delas e preparando em sua mão para lançar — Observe e aprenda.

    Sem nem olhar para um alvo, o homem lança o disco até a entrada do lugar, e de forma surpreendente, ele acerta alguém.

    Motum! — Pronuncia o detetive, juntando as mãos no processo.

    Este alguém grita de dor e faz menção de cair no chão, mas não consegue. Está paralisado.

    Após verem o ocorrido, eles correm até esta pessoa, cuja está encapuzada e entre ajoelhada e de pé. Nightcrawler fica no mesmo lugar, agora com uma faca em mãos. As runas gravadas nela significam “bola de fogo”. Alayen retira o capuz e revela-se uma moça bastante peculiar, que tem cabelos brancos, pele pálida e até mesmo os cílios brancos. Seus olhos eram púrpuros e sua beleza esmagadora. A chakram ficou encravada em seu braço esquerdo, e as runas significando “Paralisar” se espalham com uma cor levemente azulada por todo o corpo dela.

    — Tá maluco, tio? Você paralisou minha parceira! — Grita Alayen, levemente desesperado.

    O efeito paralisante não parece ser tão forte, tanto que ela é capaz de mexer seu pescoço e cabeça.

    — Devia ter avisado que alguém viria. Ou você acha que eu reajo normalmente com quem entra no meu esconderijo escondido, dando bom dia e oferecendo chazinho? — Disse Nightcrawler, descendo as escadas com a faca ainda em mãos, mas decide guardá-la dentro do sobretudo.

    Próximo da mulher, ele junta as mãos em prece e as assopra. Agora ela solta alguns sons baixos de dor.

    — Identifique-se. Fiz com que você fosse capaz de falar.
    — Ahr... Erm... — A moça pigarreia um pouco, tentando se acostumar com a fala de novo — Meu nome é Zoe Nubila, p-perdão por ter invadido seu esconderijo, eu imaginei que você ainda não tinha chegado e que Alayen estava aqui...
    — Como você soube que eu ia vir pra cá?
    — Teorizei junto de Alayen assim que os rumores do ataque da Irmandade à Carlin e Thais chegaram aqui. D-Disse que você provavelmente não ia ficar no continente com eles agindo tão agressivamente e abertamente...

    Nightcrawler para por um instante para pensar. Alayen parece impaciente, principalmente pelo fato de sua amiga estar paralisada ali. Dartaul e Borges observam a cena, sem dizer nada, pois não viam necessidade. É da natureza dele agir assim, pensam eles.

    — Se me causarem problemas, terão alguns ainda piores. Motum – Dissolviat! — Pronuncia Nightcrawler, espalmando as mãos e fazendo as runas voltarem para a arma.

    Assim que tudo volta ao normal, Zoe desaba no chão, com a mão no braço esquerdo.

    — Zoe! Tudo bem? Tá doendo muito? — Indaga Alayen, preocupado, aproximando-se mais dela.
    — Não... Não foi muito forte...
    — Me certificarei de lançar com mais força na próxima vez. — Disse Nightcrawler, criando um semblante irritado no mago espadachim, enquanto se aproxima da mulher e de seu machucado. — Exura Sio: Zoe Nubila.

    A ferida parece melhorar bastante, se fechando instantaneamente. Entretanto, o dano ao casaco e a camiseta que usava não podia ser solucionado no momento.

    Alayen ajuda ela a se levantar, os fazendo prestarem um pouco mais atenção nela. Ela usa um casaco de couro com um zíper, que se encontra fechado, e uma calça escura também de couro, além de botas. Aparenta ser uma mulher com idade parecida com a de Dartaul ou de Alayen.

    — Ok, Alayen. Quem é ela? Sua namorada?
    — Não namoro garotas mais velhas. Ela é uma jornalista, seu objetivo tem sido encontrar todas as notícias possíveis sobre a Irmandade e nos aliamos.
    — Mais velha?... Tá, tanto faz, não temos tempo a perder. Vocês tem ideia de onde Aika pode estar agora?
    — No Quarteirão dos Mágicos, ao norte daqui. — Disse Zoe, cortando Alayen antes mesmo dele começar a falar, agora mais séria — Acho que ela está trabalhando para o professor de magos de Yalahar recuperando algumas coisas com os cultistas. Ah... E eu tenho trinta anos. E uma filha também... Mas sou divorciada.

    Nightcrawler estava com um olhar atento e sério até ouvir as últimas frases da jornalista. Com isso, ele bufa e ignora.

    — Certo, é bom pra começar. Armem-se com as armas do armário que abri. Ensinarei vocês a usá-las no caminho.


    ~*~


    Fora da torre, Borges, Alayen e Zoe seguem na frente enquanto Nightcrawler tranca a entrada principal. Dartaul está com ele, observando o horizonte além do mar próximo do monte. Ele, então, nota algo curioso a distância.

    — Ei, Nightcrawler.
    — Diga.
    — O que é aquilo lá longe? Consegue ver?

    O mascarado olha para onde o investigador está olhando. Parece um pouco surpreso.

    — O que você vê, Dartaul?
    — O que eu vejo? Bem... Parece uma muralha, eu acho. Uma extensão grande de uma muralha escura.
    — Curioso...
    — Por quê? Não deveria estar vendo aquilo?
    — Não. Você é o único além de mim que vê algo no horizonte desse distrito.

    Dartaul engole em seco.

    — Aquele lugar, segundo o que eu pesquisei após o ataque lagarto a esse lugar, se chama Razzachai. Nenhum humano conseguiu pisar naquele lugar ainda, pois ele é muito bem defendido. Nem mesmo pelo mar. Apenas Zao, ao sul, foi explorada, dizem que o primeiro que conseguiu andar por aquelas estepes com o auxílio dos anões de Farmine foi um cavaleiro de Thais. Mas nunca pesquisei muito sobre.

    Dartaul não comenta mais nada, apenas dá meia volta para pegar o caminho pra fora do Quarteirão 04 e ir para o Quarteirão dos Mágicos. Nightcrawler o segue.

    O caminho ao norte é livre, com um pavimento de mármore, do qual suas bordas são pintadas de dourado. Há grama nos arredores do pavimento, mas nenhuma perto do exército, onde soldados circulam e cumprem algumas atividades. Entretanto, o número deles parece ter diminuído.

    Quando chegam ao final do caminho, param num portão igual ao da entrada para o distrito. O detetive toma a frente, cumprimenta o guarda e permite que todos passem. Dali eles continuam seguindo a estrada até chegarem numa encruzilhada, tomando o caminho para o norte.

    Eles param logo no começo do caminho, seguindo para uma escadaria branca. Sobem e descem devagar, atentos aos arredores, mas não encontram ninguém, apenas uma vasta área com um edifício de mármore logo adiante.

    Fafnar já tinha se posto no horizonte, então a visão começava a ficar ruim. Mas algo subitamente rouba a atenção do grupo: Alguém sai de dentro da construção. Isso faz eles se armarem; O detetive pega uma chakram paralisante, Dartaul uma faca com bola de fogo, Borges uma machadinha de estalagmite, Zoe uma estrela assassina incendiária e Alayen sua katana reforjada com magia nas costas. Ao desembainhar da espada, ela nota o grupo e as armas são lançadas.

    Utani Gran Hur! — Grita Alayen, correndo logo atrás das armas em alta velocidade.

    O sujeito usa um escudo de mana para se proteger, ricocheteando os objetos lançados. Ele também usa o escudo para defender o ataque de espada do mago adversário. O golpe de Alayen acerta seu escudo mágico, que reage como uma gota caindo na água, mas com uma cor um pouco mais azul e bem mais brilhante, iluminando o local ao redor.

    Utori Flam! — Pronuncia o espadachim, visando prejudicar o escudo inimigo.
    Utori Frigo! — Contrataca o sujeito, protegendo seu escudo e criando uma explosão de vapor que separa os inimigos.

    O indivíduo aparece correndo, apenas para notar que a saída está fechada. Uma nova chakram quase o acerta, mas ela parece diferente das outras.

    Tempestatum! — Pronuncia Nightcrawler, criando uma tempestade elétrica logo ao lado do inimigo, que consegue defender com o escudo de mana, sem usar as mãos. Entretanto, ela falha e um pouco da energia o acerta, forçando sua rendição com ele levantando suas mãos.

    Tão logo eles se aproximam, Alayen repara que o mago é a mulher que estavam atrás, Aika. Mas eles não notaram que ela está sendo perseguida, tanto que seu perseguidor surge como um vulto de dentro do edifício, vai pra trás dela e a golpeia. Ela é lançada alguns metros pra frente, tamanha a força; E tão logo que tenta se levantar, ela é golpeada novamente pelo rápido ser.

    Todos assistem, em câmera lenta, o golpe desferido por um homem de uniforme vermelho e sem rosto. Uma espécie de coração explode nas costas da garota, fazendo uma feição de horror e agonia em seu rosto e seu corpo se contorcer. O objeto parece o mesmo objeto pulsante dos membros da Irmandade do Caminho de Sangue. Entretanto, não se sabe o que ele poderia fazer contra Aika, nem como curar aquilo.

    O que o coração que os membros usam faz em alguém será revelado agora.





    Próximo: Capítulo 10 - A Reação do Coração
    Última edição por CarlosLendario; 09-01-2017 às 15:47.



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  3. #43
    desespero full Avatar de Iridium
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    Saudações!

    Primeiramente, lamento a demora em retornar aqui. Sobre o capítulo 08: Sunken Quarter intacto e imune à ação caótica de Variphor... Acho que as ruas que Nightcrawler usou e a origem delas podem ser um indicativo disso.armas antigas com patronos antigos e fortes podem proteger uma grande área. Gostei do capítulo, foi bem mais imersivo e calmo do que os anteriores, mas já dando prenúncio de treta. Sdds Lea peituda. Tecnicamente o Female Mage outfit tem uma comissão de frente bem generosa

    Enfim, quanto ao capítulo 09: o sangue e a porrada voltaram conforme pedido! A dose de ação veio de forma progressiva, com o final exatamente no clímax, deixando presa a respiração do leitor em aguardo da continuação. Muito bom!

    Agora, o puxão de orelha: conjugações de verbo. Não só você está pecando nos tempos verbais (a velha história de narrativa em presente ou pretérito --- voz passiva é um saco) como também estruturas de verbos compostos (gerúndio+INFINITIVO; em uma delas, você trabalhou com pronome oblíquo+verbo transitivo indireto no gerúndio+verbo na terceira pessoa do plural do pretérito perfeito. Tá errado.). Revisar é chato e cansa, eu sei, mas vai por mim: em se tratando de português, se tá soando feio, é quase certo que tá errado.

    No mais, foram bons capítulos. Aguardo o próximo. Qualquer coisa estou às ordens.


    Abraço,
    Iridium.

  4. #44

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    Só uma coisinha sobre o final do último capítulo. Por favor, faça algo relativo ao flash com esse malandro velocista. Nunca te pedi nada.

  5. #45
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    Padrão Capítulo 10 - A Reação do Coração

    Citação Postado originalmente por Iridium Ver Post
    Saudações!

    Primeiramente, lamento a demora em retornar aqui. Sobre o capítulo 08: Sunken Quarter intacto e imune à ação caótica de Variphor... Acho que as ruas que Nightcrawler usou e a origem delas podem ser um indicativo disso.armas antigas com patronos antigos e fortes podem proteger uma grande área. Gostei do capítulo, foi bem mais imersivo e calmo do que os anteriores, mas já dando prenúncio de treta. Sdds Lea peituda. Tecnicamente o Female Mage outfit tem uma comissão de frente bem generosa

    Enfim, quanto ao capítulo 09: o sangue e a porrada voltaram conforme pedido! A dose de ação veio de forma progressiva, com o final exatamente no clímax, deixando presa a respiração do leitor em aguardo da continuação. Muito bom!

    Agora, o puxão de orelha: conjugações de verbo. Não só você está pecando nos tempos verbais (a velha história de narrativa em presente ou pretérito --- voz passiva é um saco) como também estruturas de verbos compostos (gerúndio+INFINITIVO; em uma delas, você trabalhou com pronome oblíquo+verbo transitivo indireto no gerúndio+verbo na terceira pessoa do plural do pretérito perfeito. Tá errado.). Revisar é chato e cansa, eu sei, mas vai por mim: em se tratando de português, se tá soando feio, é quase certo que tá errado.

    No mais, foram bons capítulos. Aguardo o próximo. Qualquer coisa estou às ordens.


    Abraço,
    Iridium.
    Opa Iri, obrigado pelo comentário e pelos elogios.

    Sinto que o pessoal gostou mesmo da Lea, eu sempre olhei pra aquela NPC em Carlin e pensei que ela poderia dar uma personagem interessante se bem usada em uma história, como o @Ramon PC fez com o Muriel em Character's History. Eu planejo fazer todos os líderes de guildas de vocações terem utilidade em todas as minhas fics, sempre aparecendo um ou outro. Enfim, talvez a Lea apareça mais vezes na história, darei um esforço pra fazer isso acontecer.

    Quanto ao Sunken Quarter, eu escondi uma dica no capítulo 9 que com uma releitura e conhecimento de uma das minhas fics, você consegue entender mais ou menos porque ele ainda tá ali de pé. Entretanto, não é fácil achar essa dica.

    Capítulo 9 foi replanejado na minha mente várias vezes até dar esse resultado aí, então fico feliz que tenha ficado bom.


    E estou sempre tentando ver meus erros, por mais que seja um pouco difícil. Espero que tenha menos coisas do tipo neste capítulo, pois gostei de escrevê-lo.

    Citação Postado originalmente por Nedless Ver Post
    Só uma coisinha sobre o final do último capítulo. Por favor, faça algo relativo ao flash com esse malandro velocista. Nunca te pedi nada.
    Ih Ned, sinto que suas expectativas não vão poder ser respondidas... Leia o capítulo pra entender.

    E obrigado pelo comentário, espero que continue acompanhando a história







    O capítulo veio mais rápido do que de costume! Agradeço a quem está lendo e gostaria que comentassem sempre que lessem, eu gosto de ler seus comentários e suas avaliações sobre o que eu estou fazendo. Não hesitem em apontar algo errado também.


    E vamos ao próximo.



    No capítulo anterior:
    O mago espadachim revela-se um antigo aprendiz de Lea, Alayen. Ele aponta um membro da Irmandade presente em Yalahar e agindo, e que ele possui um alvo, este chamado de Aika. Outra pessoa entra no grupo, confirmando sua localização. Quando chegam lá, percebem que era tarde demais e que estavam atrapalhando a fuga dela de Canino, que veio logo depois para atingi-la com o objeto muito usado pelos membros: Um coração.




    Capítulo 10 – A Reação do Coração




    Aika está no chão e o mundo fica cada vez mais lento. O membro da Irmandade, Canino, é muito mais rápido do que eles imaginaram.

    Canino tem o mesmo visual que os outros membros, com algumas caracteristicas interessantes. Ele possui dois grandes caninos saindo pela sua máscara de manequim, mas adaptados a ela. Há garras em suas mãos, seus pés são animalescos e sua estrutura corporal estranha, mais parecida com a de um cão, contorcida. Tem pelagem cinza de lobo pelos ombros e uma cauda negra.

    Aika possui um cabelo curto e negro, pele pálida, olhos azuis e é magra e baixa. Usa um casaco azul-escuro e grosso sem aberturas e um capuz, além de calças azuis. Quando ela fica de pé, Canino fica ao lado dela, pronto para atacar.

    Uma faca corta o ar e atinge o peito do membro da Irmandade. Possui runas de Bola de Fogo nela.

    Tumultuantem! — Urra Dartaul, juntando as mãos em fúria.

    O peito de Canino explode. Ele fica atordoado com tamanha ousadia e velocidade de ação, ainda mais vindo de um simples investigador que não tinha afinidade com a magia. Ou será que tinha? A dúvida o cerca, enquanto seu peito ostenta um enorme buraco chamuscado, com brasas saindo dali.

    Ainda atordoado, nota outra faca igual a anterior no ombro esquerdo.

    Tumultuantem! — Urra mais uma vez Dartaul, com as mãos juntas.

    Uma nova explosão ocorre e o alvo cambaleia para trás, com um buraco no ombro e o braço esquerdo por um fio de não cair. O sangue não saia, pois o local já está cauterizado; Mas, por pior que sejam os ferimentos, ele não solta um único som sequer. Tudo parece lento, até mesmo para Nightcrawler, que não acredita na cena: O jovem investigador está enfrentando e derrotando um membro da Irmandade, sozinho.

    Os pelos nos seus ombros começam a pegar fogo e Canino rapidamente volta a realidade, correndo com suas pernas ágeis de cão até Dartaul. O rapaz está a frente de todos, com outra faca em mãos e um olhar de puro ódio. Ele lança a faca a sua frente e ela acerta o chão, próximo de onde o quase lobisomem está.

    Tumultuantem! — Urra novamente Dartaul, explodindo o chão a sua frente e criando uma cortina de fumaça para ganhar tempo pro seu novo ataque.

    Canino salta por cima da fumaça, mas Dartaul age com velocidade surpreendente e lança pra cima sua faca, de forma adiantada, que consegue atingir a barriga do monstro.

    Tumultuantem! — E mais uma vez Dartaul berra o pronunciamento, com a explosão lançando o inimigo mais pra cima e o fazendo cair um pouco mais longe, mas ainda dentro dos muros daquele lugar.

    Dartaul se aproxima a passos largos do mesmo, dessa vez com uma faca ainda maior; É uma faca de prata, que ele achou um pouco escondida no armário de Nightcrawler. Ele reconhece o símbolo nela: Significa Grande Bola de Fogo.

    Canino tenta se levantar, mas está muito debilitado para conseguir fazer isso, pois caiu de barriga e os ferimentos estão dificultando sua locomoção. A faca de prata acerta sua cabeça, e ele vira para seu ceifador. Apesar de seu rosto não ser visível, ele parece desesperado.

    Com um olhar sombrio, Dartaul junta as mãos e respira fundo.

    CONSUMMATIONEM!

    A faca de prata fica vermelha e os símbolos vermelhos da runa de Grande Bola de Fogo se espalham por todo o corpo do membro da Irmandade. Ele uiva antes da grandiosa explosão vinda em seguida cobrir tudo ao seu redor, alcançando também Dartaul. No entanto, ele não se fere.

    O som do fogo queimando tudo, o forte som da explosão e o uivo do homem preenchem a quietude daquela noite relativamente nublada de Yalahar. A Irmandade do Caminho de Sangue perdeu domínio sobre a cidade dourada – Pelo menos por enquanto.

    Quando a fumaça baixou, apenas se via a carcaça do que um dia foi um veloz membro da Irmandade. Toda a parte de trás de seu corpo estava aberta, como se a carne tivesse sido violentamente retirada, além de todo o resto estar queimado; Nenhuma gota de sangue saiu do corpo do homem, pois nada do tipo é visível na grama ao redor, já que ela está toda queimada. Dartaul olha com desdém para aquilo; Aparentemente, mesmo que por pouco tempo, ele criou ódio pela Irmandade.

    Enquanto Borges, Zoe e Alayen observam atônitos o que o rapaz fizera, Nightcrawler põe os olhos sobre Aika. A suposta druidesa parece estranhamente normal, olhando para as suas mãos e examinando as outras áreas de seu corpo, mas ainda assim, ela não é confiável para ele. Com isso, ele lança um disco com bordas afiadas abaixo de suas pernas, acertando o local perfeitamente.

    Aetheriis Custodiae! — Pronuncia o detetive, criando um grande retângulo etéreo e dourado ao redor da maga.

    O disco voa de volta para a mão do homem, enquanto ela tenta entender sua própria situação, tentando, em vão, tocar as paredes daquela prisão, mas sendo eletrocutada no processo.

    Alayen se aproxima do grupo enquanto a prisão de Aika se move até Nightcrawler.

    — Espera aí, isso é mesmo necessário? — Indaga Alayen, colocando sua espada de volta na bainha.
    — Claro que é. Ela foi atingida por um pulsante. Ela está normal agora, mas não sabemos o que ela pode fazer.
    — Pulsante? — Questiona Borges, sem saber direito do que ele falava.
    — O coração que ele usou. Iremos chamar dessa forma, por enquanto.

    Aika está estranhamente quieta. Mas, a julgar pela sua feição, ela parece aceitar sua condição. Nightcrawler vê isso e decide agir.

    — Olá, senhorita Aika. Meu nome é Nightcrawler, ou, se preferir, o Conde Mascarado de Yalahar. Perdoe-me pelo incômodo, mas temos que levá-la sob custódia para a guarnição yalahari, uma vez que você foi atingida por uma arma desconhecida pertencente a um membro de uma seita obscura e perigosa. Sinto muito por isso, mas ga-

    Uma faca atinge a parede da prisão e se encaixa nela. Possui a runa Bola de Fogo.

    Tumultuantem!
    Dissolviat! — Pronuncia Nightcrawler, inibindo o efeito do comando de Dartaul com uma mão espalmada em direção da arma — Qual é o seu problema, Dartaul Aurecino?
    — O que você está fazendo com ela? Por que ela está presa? Não vê que ela está normal?
    — Normal? Ela foi atingida por uma arma que tem forte potencial pra ser a responsável pelos múltiplos assassinatos em massa da Irmandade e você me diz que ela está normal?
    — Mas ela não está reagindo! Não vê?
    — E daí? Isso é argumento suficiente desde quando? Tenho que examiná-la pra saber se ela está bem ou não, portanto, aja como um investigador de verdade, cale a boca e me siga.

    Dartaul se enche de fúria.

    — Você não tem direito de privar a liberdade de uma pessoa por causa do que você acredita! Ela nem mesmo concordou com seus termos! Não ouvi ela soltar uma palavra sequer!

    Nightcrawler caminha até Dartaul, joga o disco no chão e retira a máscara. Sua raiva é visível.

    — Olha aqui, moleque. Irei dizer em alto e bom som, e quero que você preste atenção.

    Dartaul reage e tenta golpeá-lo com uma faca, mas ele defende facilmente com sua mão. Ele aperta o braço do rapaz, que geme de dor, e em seguida junta seus dedos e bate na arma, jogando-a no chão e desarmando-o. Em seguida, ele pega o rapaz pelo colarinho, colocando-o face a face.

    — Me mostre uma prova ou um documento de que os pulsantes não são os responsáveis pelas pessoas ficarem ocas por dentro, tamanha a perca de sangue delas após a passagem da Irmandade pelo lugar em que estavam, que não são responsáveis pelas pessoas enlouquecerem e começarem a matar umas as outras como se todos ao seu redor fossem monstros. Quando você me mostrar isso, e então eu pegar a merda desse documento e examinar, vulgo usar de papel higiênico pra limpar a merda na minha bunda pra que depois eu vá atrás de um vermelho e veja com os meus próprios olhos o que esses filhos da puta fazem com os pulsantes pra saber se você fala a verdade, daí sim eu irei soltar ela e você faz A MERDA QUE QUISER COM ELA, POIS ELA NÃO VAI SER MAIS PROBLEMA MEU! Entendido?

    Dartaul não responde. Apenas fita os olhos sinistros e sem vida de Nightcrawler, para notar que ele é cego de um olho e que há uma grande cicatriz com tons avermelhados escuros nele.

    — Espero que sim.

    O detetive larga o rapaz, coloca a máscara de volta e caminha até o disco, tomando-o para si e guardando dentro de seu sobretudo. A prisão etérea passa a segui-lo como um familiar.

    — Voltarei para o Arsenal de Ratos usando outra rota presente aqui. Estejam lá antes de Suon alcançar o meio do céu ou não vão mais entrar.

    O homem sobe a escadaria e desce rumando para o norte, sem olhar para trás e sem soltar um som sequer, com a prisão etérea logo atrás carregando a moça, que mesmo vendo tudo aquilo, não falou absolutamente nada.

    Todos ficaram em silêncio por um tempo, tentando absorver a situação. O primeiro a reagir é Borges, que pigarreia.

    — Bem... Acho que vou voltar pra lá também. Não tenho lugar pra ficar em Yalahar, afinal, e essa cidade é de riquinhos e magnatas, não possui estalagens. E vocês?
    — Ah... Eu vou resolver uns assuntos no Quarteirão de Comércio e depois no 04. A noite começou há pouco tempo, então tenho horas de sobra. — Disse Alayen, despreocupado, coçando a cabeça.
    — Bem, acho que vou voltar pra casa... Eu não esperava ver isso hoje... — Balbucia Zoe, olhando para o céu. — Tenho que ver minha filha também.
    — Bem, façam isso. — Disse Borges, por fim. Ele então vê Dartaul, olhando com ódio para o chão. — Que falta de profissionalismo, hein, Dartaul. Mas não tenho mais nada a falar pra você. Harkath não precisa ficar sabendo disso, então, deixa quieto. No máximo Trevor ficará sabendo disso, se ele ainda estiver respirando.

    Dartaul permanece quieto, olhando para a faca no chão.

    — Se você pegar essa faca e atirar em um de nós, você tá fudido.

    Borges ajeita a blusa preta e um som metálico surge, devido as três machadinhas que trouxe. Por fim, ele olha seu relógio no pulso.

    — Bem, meia-noite vai demorar ainda, pelo menos o detetive foi gentil conosco dando-nos todo esse tempo. Vou no bar que tem perto do porto da cidade normal, me falaram que lá tem ótimas bebidas. Depois de tudo isso, vou botar minha conta bancária de quatro e mandar ver, heheh. Até mais, caras.

    Alayen olha com um sorriso zombeteiro e despreocupado para Borges. Parece gostar da ideia.

    — Vou passar lá depois pra te acompanhar nessa diversão.

    Borges sobe as escadarias e segue normalmente até o caminho de volta para a cidade, que é fácil de ser usado. Já Alayen segue na frente pelo mesmo caminho, ao lado de Zoe. Dartaul fica para trás.

    Ele toma a faca do chão e caminha a passos lentos para fora do local. Não tem um lugar certo para ir, mas não planeja deixar a garota sob custódia do detetive, não depois do que viu em seu rosto.


    ~*~


    Papéis de papiro são lançados com força contra um boneco para treino, que lembra um manequim, porém, mais resistente. Os papéis retangulares acertam os braços e a cabeça, uma mira perfeita, usada por um membro da Irmandade.

    É a sala de treino da suposta base da Irmandade do Caminho de Sangue. Ela é escura, possui pisos negros e cinzas, sendo que a maioria é de cor negra e aqueles que são cinza levam até os bonecos de treino. Há uma janela de estilo gótico à esquerda, que traz uma iluminação fraca de um céu nublado para o recinto.

    O membro possui muitos daqueles papéis de cor amarelo-escuro ao redor de seu corpo, além de ter partes do corpo formadas por eles. Do fundo, Soulslayer e Stanni’al observam o indivíduo em ação.

    — Cara, que insano. Ela entrou aqui tem uma semana e já domina a natureza do sangue quase que com perfeição. E ainda tem um tipo peculiar que ninguém nunca viu. Caralho.
    — Seus olhos eram vazios quando a encontrei. Imaginei algo parecido.
    — Bem, eu achei que você faria ela ser sua puta ou algo do tipo, já que você não faz nada senão ficar perambulando pela catedral e lendo livros.
    — Relações carnais estão fora da minha psique atual. — Disse Soulslayer, caminhando para a escuridão.
    — Bem, de qualquer maneira, você tem algum tipo de radarzinho na bunda pra achar prodígios. Tipo o Canino, que está dando conta de tudo lá em Yalahar pra nós. Ele é incrível.
    — E que está morto no momento.

    Uma voz obscura, pesada e firme corta a escuridão e arrepia a espinha de Stanni’al.

    — Vosso Conhecedor... Tem certeza do que diz? — Indaga Stanni’al.
    Com Tibiasula eu me deito, com Tibiasula eu me levanto. Yalahar não está mais vulnerável as viagens. Prepararei o grupo que recuperará ela das mãos de seja lá quem tenha feito isso.
    E com os viajantes, dominaremos.. Aguardo seus comandos, meu senhor. — Sibila a moça dos papéis. Ela não está encapuzada, e revela cabelos curtos e olhos vermelhos, além de uma pele pálida. Não veste o uniforme dos membros, apenas um casaco e uma saia longa, ambos vermelhos.

    Stanni’al parece impressionado com a mulher falando, mas a escuridão parece gostar do que ela fala.

    — Redchain. Seu progresso é belíssimo e sua arte, divina. Espero vê-la em ação quando agirmos em Yalahar.
    — Eu senti a última pessoa que Canino atingiu. Mas... Eu não me lembro quem é.

    A sala fica em silêncio por algum tempo.

    — Quando você chegar lá, lide com essa pessoa. Todos que se opõem a vontade dos nossos irmãos merecem um fim... Adequado.

    A presença abandona a sala. Soulslayer fita Redchain, aproxima-se dela e coloca uma mão sobre seu ombro.

    — Ainda há o que aprender antes de partir para sua jornada. Venha.

    A mulher levanta o rosto, deixando a luz da janela mostrar um pouco mais os detalhes de seu rosto. Sua aparência jovial é impressionante, mas não é o mais interessante em seu rosto sorridente.

    Sua semelhança com Aika é surreal.




    Próximo: Capítulo 11 - Quem é você, Rastreador da Noite?




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    Última edição por CarlosLendario; 14-01-2017 às 18:10.



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  6. #46
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    Olá, Carlos!

    Mais um capítulo muito bom. Eu não gosto muito do jeito do Nightcrawler, mas é inegável que sua personalidade e suas ações são o ponto alto da sua história até agora. Por exemplo, achei bem bacana a parte em que ele lança o chakram na moça dizendo aos demais que faria uma demonstração; consegui imaginar bem essa cena e me pareceu excelente.

    Já o Dartaul é o personagem que eu tenho mais curiosidade de entender melhor. Espero que ele receba um foco maior no decorrer da história (já apareceu um gancho ali com ele notando Razzachai ).

    Enfim, a história continua ficando mais rica a cada capítulo, e estou curioso para continuar lendo.

    Abraço!

    edit: eita, vc postou o capítulo novo enquanto eu escrevia o comentário Jajá comento ele também.
    Última edição por Edge Fencer; 09-01-2017 às 15:47.
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  7. #47
    Avatar de Senhor das Botas
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    Quando eu ia comentar sobre o "novo" capítulo, o capítulo 9, eis que nosso Carlão, em seu estado "maquininha de escrever", nos surpreende com um rápido capítulo logo depois, surpreendendo inclusive nosso amigo @Edge Fencer. Enfim, sem mais delongas, vamos ao comentário.

    Não irei falar do 9, pois acho que tudo que tinha para falar, foi muito bem apontado, principalmente no comentário da Iridium; só venho deixar o meu elogio... Possíveis comentários do enredo do 9 eu farei junto do cap. 10, pra não ficar muito longo.


    Agora, vamos ao cap. 10...

    Parece que você deixou o fodão Nightcrawler de lado, e resolveu trazer as "personagens secundárias" um pouco mais pra ação; surpreendente capítulo neste quesito, eu NÃO ESPERAVA aquilo do Dartaul, peitando um membro da Irmandade... Sozinho? Tudo bem que foi usando o armamento do Nightcrawler, mas Dartaul com certeza teve Inhuman Reactions, e não surpreendeu somente Nightcrawler e os outros; surpreendeu o leitor também haha. Gostei do combate, foi bem trabalhado e parte da ação foi bem descrita.

    Minha única ressalva mesmo foi essa súbita mudança no Dartaul. Tudo bem que ele não é aquele gordo do Borges, mas subitamente alguém, "sumido" na história, demonstrar tamanha destreza e proeza, e peitar o membro Canino... Membro todo pimpão, fodão, único representante da Irmandade em Yalahar, e provavelmente o único homem que a Irmandade realmente precisava em Yalahar... Enfim, não chegou a ser nada Deus ex Machina, mas tome cuidado com essas súbitas mudanças e focos, querendo fazer com que uma personagem apareça mais na história... Foi bem trabalhada a luta, mas chegou razoavelmente perto da tênue linha da apelação.

    Agora, pode ser encheção de saco da minha parte, mas vamos lá... Eu achei a parte depois da luta um pouquinho mal trabalhada, principalmente nos diálogos; a euforia do Dartaul eu entendo, ele "atacando" o Nightcrawler, nada fora do normal. Porém:

    — Me mostre uma prova ou um documento de que os pulsantes não são os responsáveis pelas pessoas ficarem ocas por dentro, tamanha a perca de sangue delas após a passagem da Irmandade pelo lugar em que estavam, que não são responsáveis pelas pessoas enlouquecerem e começarem a matar umas as outras como se todos ao seu redor fossem monstros. Quando você me mostrar isso, e então eu pegar a merda desse documento e examinar, vulgo usar de papel higiênico pra limpar a merda na minha bunda pra que depois eu vá atrás de um vermelho e veja com os meus próprios olhos o que esses filhos da puta fazem com os pulsantes pra saber se você fala a verdade, daí sim eu irei soltar ela e você faz A MERDA QUE QUISER COM ELA, POIS ELA NÃO VAI SER MAIS PROBLEMA MEU! Entendido?
    Além de ter sido forçado... Não foi natural! Sério, dificilmente você consegue encaixar um diálogo com mais de três linhas sem todo um contexto por trás (personagem relatando algo, descrevendo algo, etc etc), quiça 5! Tudo bem que foi uma bronca, e merecida, pra cima do infantil do Dartaul... Mas eu achei meio forçado, ainda mais vindo de um cara como o Nightcrawler. Enfim, pode ser birra minha, mas fique um pouco mais atento nesse aspecto.

    Fique atento com a ambiguidade criada em alguns trechos. Exemplo:

    Papéis de papiro são lançados com força contra um boneco para treino, que lembra um manequim, porém, mais resistente. Os papéis retangulares acertam os braços e a cabeça, uma mira perfeita, usada por um membro da Irmandade.
    Pera aí, o que acerta os braços e a cabeça? Pelo contexto, é ÓBVIO que se trata dos fuckins papéis retangulares, isso pode muito bem ser visto, mas a palavra "usada" parece que está se referindo a mira... Mesmo eu não podendo usar "uma mira" para atingir um boneco, substituir esse "usada" por um "usados" ficaria bem melhor, não criando a ambiguidade. É um exemplo de ambiguidade que peguei neste ultimo capítulo, mas não é a primeira vez que noto isso. Fique mais atento nisso também, pois embora o leitor consiga muito bem saber do que o escritor está falando, ambiguidade as vezes frusta e é meio chatinho de se ler.




    Pra finalizar o post, mesmo com o Dartaul subitamente acabando com um membro, com certeza você não vai deixar barato, vide final de capítulo. A relação do novo membro da Irmandade com a druidesa que todos estavam atrás, Aika... Eu fiquei MUITO CURIOSO, e acho que rola possessão heim, vide esse trecho:

    A presença abandona a sala. Soulslayer fita Redchain, aproxima-se dela e coloca uma mão sobre seu ombro.

    — Ainda há o que aprender antes de partir para sua jornada. Venha
    Redchain deve "aprender" muitas coisas... Ainda mais possuir uma druidesa indefesa que ficou contaminada com o sangue do coração da Irmandade; Canino está morto, mas sua breve aparição com certeza não irá ser esquecida, já que um simples golpe do coração... EU NÃO ME ESQUECI DESTE TRECHO, NO FINAL DO CAPÍTULO ANTERIOR:

    Todos assistem, em câmera lenta, o golpe desferido por um homem de uniforme vermelho e sem rosto. Uma espécie de coração explode nas costas da garota, fazendo uma feição de horror e agonia em seu rosto e seu corpo se contorcer. O objeto parece o mesmo objeto pulsante dos membros da Irmandade do Caminho de Sangue. Entretanto, não se sabe o que ele poderia fazer contra Aika, nem como curar aquilo.
    O que o coração que os membros usam faz em alguém será revelado agora. Todos assistem, em câmera lenta, o golpe desferido por um homem de uniforme vermelho e sem rosto. Uma espécie de coração explode nas costas da garota, fazendo uma feição de horror e agonia em seu rosto e seu corpo se contorcer. O objeto parece o mesmo objeto pulsante dos membros da Irmandade do Caminho de Sangue. Entretanto, não se sabe o que ele poderia fazer contra Aika, nem como curar aquilo.

    O que o coração que os membros usam faz em alguém será revelado agora.
    Você não revelou o que o coração faz, só fez uma breve e vaga menção através do Nightcrawler; é 99% de certeza de possessão, ou algum tipo de controle que a Irmandade vai exercer na druidesa, e eu estou no aguardo riariariar.
    Última edição por Senhor das Botas; 10-01-2017 às 01:56.


    Não espere algo bem elaborado e feito. De resto...

  8. #48
    Avatar de Edge Fencer
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    Bom, deixa eu comentar aqui antes que vc poste mais um capítulo

    O que eu poderia dizer sobre a parte técnica da escrita já foi muito bem apontado pelo @Senhor das Botas; apenas assino em baixo do comentário dele.

    Quanto à história em si, gostei de ver o Dartaul descendo a lenha no Canino. Dá até pra perdoar a imaturidade dele ao não desconfiar do que pode ter acontecido com a Aika. A bronca do Nightcrawler foi bem contundente, não imagino que isso acabará por aí mesmo; prevejo tretas entre os dois na sequência.

    Também espero entender melhor esse ataque do coração aí, o retrato inicial pareceu bem interessante.

    É isso aí, espero que os capítulos continuem saindo com frequência e cada vez melhores!

    Abraço!
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  9. #49
    desespero full Avatar de Iridium
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    Saudações!

    Perdoe a demora; bom, como o Senhor das Botas e o Edge chegaram antes de mim, e já pontuaram tudo o que iria pontuar, devo dizer que gostei do Capítulo maaaas esperava um pouco mais dele; o coração, que você havia colocado como ponto de suspense do capítulo anterior, foi explicado de uma forma muito abrupta, já que Nightcrawler correu para neutralizá-lo. Apesar de ser mais que coerente o personagem fazer isso, não consigo deixar de sentir uma leve decepção pela descrição dos efeitos do coração terem se dado dessa forma em vez de terem sido vivenciados pelo grupo como um todo.

    O cliffhang desse último capítulo já me deixou mais animada, mas ainda estou digerindo esse capítulo como um todo. Foi bom, mas poderia ter sido melhor.



    Abraço,
    Iridium.

  10. #50
    Cavaleiro do Word Avatar de CarlosLendario
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    Padrão Capítulo 11 - Quem é você, Rastreador da Noite?

    Spoiler: Respostas aos Comentários



    Precisei colocar em spoiler os comentários, parabéns aos envolvidos.



    Muito bem, agora vem um capítulo interessante. Eu espero que gostem dele, eu gostei de escrevê-lo e dei várias arrumadas. Tirei até umas coisinhas que achei que não precisava falar agora. Pode me processar depois por isso.


    Obs: Guarnições são como a Polícia nas minhas obras, olhem pra elas dessa forma. Elas juntam tanto as forças civis quanto as militares.




    No capítulo anterior:

    Dartaul derrota Canino, o único membro da Irmandade do Caminho de Sangue em Yalahar, tirando o domínio deles da cidade dourada. Aika é capturada por Nightcrawler, entretanto, Dartaul protesta, gerando um certo conflito entre os dois. Enquanto isso, a Irmandade nota o que fizeram e pretende agir.




    Capítulo 11 – Quem é você, Rastreador da Noite?




    O monstro etéreo observa-o, com um sorriso sombrio. Sentado no fundo da sala, com apenas os contornos de seu corpo visíveis em cor laranja e quase seis metros de altura, ele vê o rapaz se preparar para partir.

    — Não será a última vez em que nos veremos, não é, S****? — Disse o monstro, observando ele colocar uma máscara yalahari no rosto. Seu nome não consegue ser pronunciado, é apenas um som vazio.
    — Eu espero que seja.

    Ele toma sua capa, de cores púrpuras e negras, veste-a e encobre seu corpo. A criatura sorri ainda mais.

    — E não me chame por esse nome. Passe a me chamar de Nightcrawler.


    ~*~


    Yalahar. Um prédio, aparentemente um complexo de moradores, está cercado por guardas. Um caso para a Guarnição Yalahari, que ao que tudo aponta, é de sequestro.

    Uma pequena base para os oficiais e sargentos foi montada nas redondezas. Há duas mesas no centro com muitos cadernos e documentos, duas cadeiras em cada lado, muitas luzes em pequenos orbes criados com magia e quatro carroças brancas nos arredores, cobertas e reforçadas em determinadas regiões com ferro, de onde os guardas vieram, assim como as coisas que formam aquela base. Há cavalos presos nas carroças, alguns a frente delas e posicionados, outros presos em rédeas ao lado delas. Pertencem aos sargentos e aos oficiais.

    Os sargentos estão sentados nas cadeiras e os oficiais estão em volta, mas há uma cadeira mais especial usada por alguém com uma jaqueta e camisa negra, uma calça azul escura, usando um capuz negro e uma Máscara Yalahari*. Ele é responsável pela montagem da operação, liderando os detetives e contingentes de guardas espalhados ao redor do prédio, localizado no norte da cidade.

    Este comandante é chamado de Nightcrawler.

    Com trinta anos, ele assumiu um alto cargo dentro da perícia yalahari e poderia escolher o caminho que quisesse. Podia se tornar um delegado, talvez um major, um líder de guarnição menor, e, claro, seu sonhado cargo de detetive, mesmo que este fosse abaixo do cargo que possuía. Mas, por enquanto, ele gostaria de resolver alguns problemas particulares e outros dentro da perícia.

    Nesse período, até mesmo a guarnição não possuía muitas informações do homem, e ele andava sempre pelas sombras, evitando que descobrissem de fato quem ele é. Está sempre usando aquela máscara dourada, que conduz perfeitamente seus poderes de feiticeiro, mas que pouco usa. Seus casos podiam ser resolvidos sem que ele precisasse apelar para a violência.

    Exceto por aquele. Nem mesmo o genial mascarado saberia como resolver aquilo sem colocar as forças especiais em ação. Mas ele não tinha escolha.

    O Disco de Comunicação apita. Como o nome sugere, é um disco usado para projetar imagens magicamente e é usado largamente pelos cidadãos yalahari. Como Nightcrawler somente opera na cidade, ele está acostumado a usar aquilo, mesmo que não exista em mais nenhum outro lugar.

    Ele está posicionado no centro da mesa, possui cor branca e bordas azuis, cujas brilham fortemente. O mascarado toma o disco e coloca a sua frente, atraindo a atenção dos outros oficiais.

    — Mandem chamar o comandante operativo. A Brigada Dourada terá que entrar. — Disse Nightcrawler, rígido e firme.

    Os sargentos parecem tensos. Ele aperta o botão no centro, reproduzindo a imagem do criminoso do qual estão atrás. Ele é careca, tem olhos verdes, uma barba rala e mal feita, usa uma camisa verde e tem uma faca na mão cuja cor frequentemente brilha e para de brilhar, semelhante a lava. Ela está ao lado da sua cabeça, em forma ameaçadora.

    — Boa noite. — Começa Nightcrawler, calmo, com as mãos juntas em frente ao queixo.

    O olhar do criminoso parece perturbado. Seus olhos estão arregalados e sua mão treme levemente.

    — Boa noite...? — Indaga o rapaz, parecendo não acreditar na forma que o homem age — Boa noite É O CARALHO! Eu não quero enrolação, mascarado de merda! Eu quero que ouçam o que eu quero e é pra agora, senão eu boto esse prédio pra baixo junto de todos dentro dele!
    — Ah. Suas... Exigências. Estou certo?
    — É, babaca! Ouça bem! Quero 100 moedas de cristal, ‘tendeu? E um cavalo pra fuga prontinho atrás do prédio! Além di-
    — Você não quer nada e não terá nada.

    O homem parece surpreso.

    — A Brigada Dourada já chegou e está posicionada dentro dos prédios e já desarmou 60% das bombas que você colocou e a rota para chegar até você sem precisar ativar nenhuma bomba está 90% pronta, idealizada pela Agência de Inteligência da Perícia, comandada por mim. Você não tem saída, então eu recomendo que você se renda. Pois logo eu mesmo estarei aí dentro colocando algemas em você.

    O criminoso não só está surpreso, como também parece desesperado. No entanto, ele começa a rir, sem parar.

    — Como se chama, mascarado?
    — Lembre-se de mim como Nightcrawler.
    — Nightcrawler, é? Você pensa que me derrotou? Logo você, um covarde mascarado de merda que nem é capaz de revelar seu próprio nome?
    — Eu não tenho rosto e nem nome. Logo, não tenho nada para revelar.
    — Sim... Você tem. E eu farei você revelar assim que eu começar a matar todos os reféns, um por um! Quer me ameaçar mesmo com vidas em perigo aqui? Você pensa, pelo menos?!

    Nightcrawler parece rir um pouco.

    — Não vou continuar essa conversa. Você está acabado e eu estou indo atrás de você agora mesmo.
    — Eu tenho REFÉNS! Tenho um amigo seu aqui que não para de falar de você! Vai matá-lo mesmo?
    — Eu não tenho amigos. Eu não tenho vidas a salvar. Esse não é o meu dever. Meu dever é examinar corpos e montar operações pra isso e eu estou indo aí para examinar o seu. — Termina Nightcrawler, desligando o dispositivo.

    Os sargentos estão com as mãos juntas, tensos e surpresos pela forma fria que o capitão agiu. Estes sargentos vestem capas brancas que cobrem seus corpos, com bordados dourados no centro delas indo do pescoço até seus pés. Possuem boinas brancas nas cabeças, com um símbolo de bronze com duas estrelas, demonstrando seus postos. Os oficiais logo atrás vestem apenas camisas brancas e calças negras, com boinas brancas o mesmo símbolo, mas com apenas uma estrela.

    — Quando você disse que ia fazer uma pressão psicológica, não imaginei que você faria dessa forma. — Comenta um dos sargentos, um homem já na casa dos cinquenta anos. Tem uma barba muito rala e um bigode grisalho.
    — É necessário que seja o pior possível, mas com um limite. Senão, eles enlouquecerão e começarão a fazer merda atrás de merda apenas pra nos atrapalhar. De qualquer forma, a operação está iniciada, vamos recapitulá-la.

    O comandante se levanta e abre um caderno próximo dele, com uma foto dentro. Ela pertence ao mesmo sujeito da reprodução do disco.

    — O nome do homem é Lebrine Aghars. Ele entrou no prédio escondido distribuindo panfletos de um suposto evento que iria acontecer no Quarteirão 04. Cada um dos panfletos possui uma bomba, isto é, uma inscrição de uma runa de Grande Bola de Fogo. O prédio possui cinco andares, cada um tem quatro apartamentos, o quinto andar é constituído por flats, então tem oito apartamentos. Por algum motivo maldito, todos os donos das casas estavam nelas e pegaram os panfletos, agora eles são reféns dele, que provavelmente começou a se mexer.
    — Começou não, já está se mexendo. — Disse alguém próximo do mascarado. Possui uma voz grossa e firme.

    Ele se vira para ver quem é. O indivíduo em questão é Julius, o comandante operativo da Brigada Dourada. Usa uma armadura Yalahari, além de uma capa branca e Calças negras com bordas laranjas nos lados e nos joelhos. Calça duas botas de aço, boas para um cavaleiro por vocação como ele. Seus longos cabelos negros estão cobertos por um elmo branco, com bordas douradas.

    Atrás dele há dois soldados especiais, usando máscaras Yalahari diferentes, estas são douradas e parecem mais resistentes, além de usarem uma armadura branca mais leve e usarem, cada um, Peças de Calça Yalahari**. Ao lado de Julius está Palimuth, mais jovem, com uma pose nas mãos – Dois dos dedos iniciais juntos, assim como os polegares. Ele está concentrado e possui uma aura levemente branca ao seu redor.

    — Está com um rastreador de caminhos também, Julius? Excelente.
    — Estou com dois agora. Você também é um rastreador.
    — É... Mas dos mais fracos. Enfim, mande o comando para as tropas, iremos invadir.
    — Já tem algo terminado?
    — Recebi informações dos meus investigadores e dos agentes, a rota está praticamente terminada. Podemos ir.
    — Precisamos dela completamente terminada, Nightcrawler.

    Um homem usando um casaco e calça azul escura surge ao lado do capitão, entregando-lhe uma pasta com alguns papéis. Ele pega-a sem olhar para o sujeito e entrega para Julius, que abre e olha o conteúdo. É a rota segura até o quinto andar.

    — Ótimo. Acompanhe-me, comandante investigativo. E prepare suas magias, de preferência.

    Um grupo é formado com Nightcrawler, Julius, Palimuth e os dois agentes da Brigada. Eles seguem até o prédio, passando pela defesa montada na entrada, usando duas carroças brancas da perícia e escudos de até dois metros feitos inteiramente de madeira maciça para protegê-la, com soldados usando bestas atrás delas. Nightcrawler manda um comando para eles cercarem todo o prédio e evitarem que o alvo escape.

    Logo no hall de entrada, o grupo encontra dois agentes, e conforme sobem os andares usando a rota, conduzida por Julius, outros agentes se reúnem e se espalham, desarmando as bombas secundárias – que eram runas de Grande Bola de Fogo dentro das paredes – usando um dispositivo para tal: Uma caixinha de vidro com uma parte de uma escama de Dragão Congelado*** nela.

    Para desarmar uma bomba do tipo, basta usar um contra-encanto nela, algo que reduziria o poder da runa a quase zero, geralmente produto de uma criatura que é imune ao elemento usado pela runa. Naquele caso, estavam usando uma parte de um dragão, desativando as bombas e tornando-as pedras comuns.

    Os panfletos na mão das pessoas não podem ser jogados pra fora do apartamento, então eles entram devagar nos locais e desativam-los nas mãos de quem pegou, usando as mesmas caixinhas com escamas. Usando a rota segura, eles descobrem melhor os locais que estão em perigo, tornando o lugar seguro e retirando os reféns pouco a pouco.

    Finalmente, no ultimo andar, eles não encontram Lebrine. Ao invés disso, encontram um complexo de fios no corredor, todos ligados a várias runas vermelhas do mesmo tipo de sempre.

    — Tsc. Poderia ter trazido o Esquadrão Anti-Bombas da Brigada juntos também. — Balbucia Julius, frustrado.

    Um vento estranho dá calafrios em todos os presentes ali. Em alguns instantes, todos os fios caem. Tudo está desarmado. Todos parecem surpresos e levemente assustados, exceto o comandante investigativo.

    — Ora, ora. Acho que podemos seguir em frente. — Disse Nightcrawler, confiante, dando passos à frente.

    Devagar, eles seguem até uma porta que os levaria as escadas, e também ao terraço. Nightcrawler, Julius e Palimuth ficam encostados numa parede próxima, enquanto os soldados ficam ao lado da porta, aguardando o rastreador confirmar a localização de Lebrine e das bombas. Ele encontra o criminoso no terraço, mas nenhuma bomba no caminho.

    — Eu e Julius iremos sozinhos. Vocês devem chamar os outros da Brigada e coloquem a área em segurança. Palimuth, quer ir também?
    — Agradeço, mas não. Esse é o limite para mim. — Disse ele, com uma voz serena e jovial.

    Nightcrawler assente e abre a porta, seguindo rapidamente escadaria acima com Julius atrás. Ao abrir a porta do terraço, ele vê uma cena anormal; Algo que certamente ficaria marcado na sua mente para sempre.

    O criminoso está morto, segurado pelo colarinho na mão de alguém envolto em uma capa vermelha. Ele é pálido, possui uma tatuagem tribal azul no olho direito, além de seus olhos serem totalmente brancos, e cabelos negros, longos, lisos e bem penteados. Ao seu redor, há pelo menos quinze corpos, pertencentes a todas as pessoas que moravam no quinto andar. Há sangue para todos os lados, e alguns dos corpos estão abertos; suas barrigas, suas pernas ou suas cabeças estão internamente expostas, com mais sangue saindo.

    O homem de capa joga uma faca para Nightcrawler, que a pega no ar. É a faca que Lebrine estava usando.

    — Su***. — Diz o homem da capa vermelha, tentando dizer o nome do investigador, mas tendo a mesma reação que o monstro — Essa faca possui poder demoníaco. Este homem, Lebrine Aghars... Ele não era normal.
    — SENZO! O QUE VOCÊ FEZ? — Urra Nightcrawler, com certo descontrole de personalidade. Julius está travado e chocado, sem saber o que fazer.
    — Acalme-se! Os moradores deste andar já foram evacuados. Estes corpos eram cópias deles, em formas demoníacas. Elas iam explodir junto das bombas do quinto andar e botar o prédio inteiro abaixo. Era o plano B deste homem. Um pleno terrorista.
    — Evacuados para onde, Senzo...? Subimos pela rota segura, todas as outras estão bloqueadas pela Brigada.

    O homem não responde, apenas fita-o com um olhar frio e sereno.

    — SENZO!
    — Eles... Estão dentro dos apartamentos. Mas nem todos estão vivos.

    Nightcrawler fica parado por alguns instantes, chocado com todos os eventos recentes jogados de uma vez só contra ele. Mas decide agir, pois perder tempo não é uma opção.

    — Julius. Notifique os sargentos. Diga que a operação está concluída e o prédio seguro. Chame a Agência e notifique Brian para trazer os homens mais confiáveis possíveis pra sumir com essa bagunça. Se souberem dos corpos, não sei o que pode acontecer comigo.

    Julius apenas assente e vai embora. Nightcrawler tira a máscara e revela um rosto mais jovem, de seus trinta anos, mas com a mesma cicatriz e o mesmo olho cego. Ele se aproxima de Senzo, mas fica distante, devido aos corpos e ao muito sangue no local. Senzo olha para ele e larga o corpo. Os olhos antes brancos dele agora eram negros e tem um losango laranja-escuro no centro, com um quadrado invertido dentro, este também negro, e a pupila, de cor também laranja-escuro.

    — Está no limite de novo, Nightcrawler? Voltou a essa lembrança de novo? — Disse Senzo, mas ele parece outra pessoa. Sua voz está mudada, parece mais demoníaca, porém, zombeteira.
    — Eu não sei porque isso aconteceu. As coisas estão indo longe demais de novo e não estou conseguindo controlar tudo.
    — Longe demais? Você está no meio do caminho e quer desistir?
    — Cale a boca, demônio. Eu não irei desistir.

    Ele cai na gargalhada. A aparência de Senzo só parece mais assustadora ainda.

    — Ótimo! Pois eu digo, não volte mais para essa maldita lembrança! Pegue Sarutevo de uma vez por todas!
    — Sarutevo? Quem é... Ah... Lembrei.
    — Isso. Sua mente está uma bagunça, hein? Está a um passo de enlouquecer. Mas eu sei que você irá aguentar muito ainda. Pelo menos até o final. Você irá acabar com esse circulo vicioso.

    Nightcrawler não responde, apenas abaixa a cabeça.

    — Sabe o que fazer quando as coisas saírem do controle.
    — Não. Não irei usar nunca mais.
    — Será? Eu sei o seu futuro, Su***. Sei como você morrerá. E se você não parar esse filho da puta do qual eu estou encarnado agora — Dá alguns socos no peito de Senzo — Você vai acabar chegando ao ponto de morrer de verdade. Você tem mais duas chances. Se perder, acabou, já era! Vai acabar no inferno me ajudando com meus planos, como você temia lá nos Poços do Inferno.
    — É? Pois bem, seu demônio desgraçado. Assista eu fazendo picadinho da Irmandade do Caminho de Sangue. Altruísmo nunca foi algo que eu aceitei na minha personalidade. Portanto, não terei piedade de nenhum deles. — Disse Nightcrawler, aumentando o som da sua voz e ficando mais determinado.

    O possuído abre um sorriso de orelha a orelha.

    — Esse é o espírito! Quero só ver.
    — Você verá. No final, será muito engraçado, pois eu terei terminado minha missão e você ainda continuará virgem! — Disse Nightcrawler, caindo na risada.

    O demônio olha pra ele com uma mistura de choque e um sorriso contido. Ele serra as mãos e fica cada vez mais furioso.

    — Quando você for parar no inferno e eu tiver que mandar você de volta pra terra, que seja como uma garota virgem. Aí quero ver se você também achará divertido perder a virgindade.

    Nightcrawler sorri e vira as costas, colocando sua máscara de volta.

    — Vou continuar na minha missão, capetinha. Obrigado por tudo.
    — De nada, mascarado. Só mais uma coisa.
    — Hm? O quê?
    — Não esqueça do seu nome... Suzio.

    O cenário muda completamente, agora Nightcrawler está no Arsenal de Ratos, com Aika dormindo na cela da mesma sala das plataformas, e ele de frente pra ela. Está com seu chapéu largo, seu sobretudo e de braços cruzados.

    — Eu já falei... Não me chame por esse nome. Me chame de Nightcrawler.






    Próximo: Capítulo 12 – Estrada de Incertezas


    Notas:

    * Tradução livre para Yalahari Mask.
    ** Tradução livre para Yalahari Leg Piece.
    *** Tradução livre para Frost Dragon.

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    Última edição por CarlosLendario; 18-01-2017 às 15:51.



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