Resultados da Enquete: Que Facção deveria Ireas Escolher?

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Tópico: A Voz do Vento

  1. #121
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Respondendo + Capítulo 23

    Boa Tarde, pessoas!!

    Antes de mais nada,quero pedir desculpas quanto à demora na atualização da história... Bem, acabei de sair de uma semana de provas um tanto quanto frustrante, e só agora consegui ter tempo para respirar... E escrever.

    Além disso,tenho um Blog para cuidar e um curso de desenho que consome meu fim de semana quase todo. Enfim,nada que não seja um grande empecilho.

    Primeiramente, minha resposta aos que aqui comentaram ^^

    Citação Postado originalmente por Retsun Ver Post
    Opa... esse capítulo chegou bem rápido em?

    Poxa, deixou um suspense no finalzinho ai em, e também, quero saber o que tem naquela carta! :@

    Conseguiu me deixar curioso! D:

    Será Wind um canalha mesmo ou vai rolar um triângulo amoroso ai? hehe

    Não é por nada não mas eu acho que tá faltando um pouco de mulher na história, não sei...

    Bom... aguardando pelo próximo capítulo! (:

    Abraços!
    Um pouco de mistério não faz mal, não acha? ^^ Bem,pelo sim ou pelo não (em realção ao Wind), vamos torcer para que o Ireas se dê bem no final!

    Abração, e obrigada por comentar e acompanhar ^^

    Citação Postado originalmente por CarlosLendario Ver Post
    Opa! To de volta!


    Desculpe não ter comentado no ultimo cap. Meu celular tem o costume de não carregar direito.



    Quanto aos dois, que batalhas emocionantes! Porém, coitado dos druidas. Vocação bem fragil mesmo. A luta para derrotar Morgaroth está cada vez mais perto... Ai sim heim!


    Acho que a mãe do Ireas possuiu Liive, pois ele ta agindo duma forma estranha. Imagino que seja a mãe do Ireas mesmo. vai saber.

    E o misterio das cartas e de Ankrahmun... Chuto que Ankrahmun foi invadida pela propria mãe do Ireas!
    Será?

    Enfim, não demore com o proximo cap! Esse saiu pequeno e com muito misterio! Vamos lá!
    Pois é: a luta contra Morgaroth está difícil e Ireas tem toda essa problemática para resolver! Será esse um caso para a Paradox Tower? rsrsrsrsrs Brincadeira!

    Beijos e obrigada por comentar e acompanhar!

    Citação Postado originalmente por Senhor das Botas Ver Post
    Gostei do seu capítulo, e concordo com o CarlosLendário...


    Só achei estranho a falta de suprimentos. Sei lá, encontrar com o Morgaroth, seus demônios e tudo mais... Se fosse eu o general que comandasse o ataque à ele, requisitario no mínimo a falência do Reino


    Só eu achei estranho onde o Ireas entra nisso tudo? Sei lá, a menos que ele use alguma pedra de poder(daquelas do evento da Devovorga), dúvido muito que ele ajude em algo.
    Bom, a questão é que o Reino de Thais não é lá muito amado pelo mundo de Tibia -- principalmente por Liberty Bay. Nesses próximos capítulos,você entenderá o porquê de tanto problema pra acabar com o Barão Vermelho (leia-se Morgaroth).

    Há um provérbio chinês citado no comecinho do filme Mulan, da Disney: "um grão de arroz pode desequilibrar uma balança; um homem pode ser a diferença entre a vitória e a derrota..."


    Citação Postado originalmente por Sombra de Izan Ver Post
    Nossa esses pressentimentos que são como uma intuição sobre as clarevidências da vida, mas assim realmente eles precisavam de mais druidas para guerra, mas sempre dos dois lados que se perdem, parece que quando o fim está próximo é que as coisas boas estão começando, achei massa as descrições das eventualidades das batalhas, to acompanhando hein.
    Muito obrigada! Continue a acompanhar ^^ Se eu tiver mais tempo,passarei pra ler sua história também e dar meu parecer =D


    Citação Postado originalmente por Secret Facts Ver Post
    Hail, Iridium!

    Comecei a ler sua história faz uns 2 dias, e tô gostando muito. Ela contêm bastante emoção, muito enredo e além disso, é uma historia totalmente tibiana!

    Keep writing, ok?

    8D

    E Também dê uma passadinha nas outras histórias de vez em quando, como na do Izan, ou na do Danboy, ou na minha, etc...
    É claro! Obrigada por ler e acompanhar! Fico feliz que tenha curtido ^^

    Citação Postado originalmente por Gabriellk~ Ver Post
    Beware: Wall of Text!

    Antes de tudo, começo ressaltando que tudo que digo é obviamente a minha opinião e por isso mesmo pode diferir muito do que outros leitores pensam.


    Olha, depois que terminei de ler sua história por completo, eu fiquei matutando uns tempos aqui comigo mesmo. Como eu já havia dito em outro comentário, os primeiros me pareceram meio "genéricos". Mas ao ver a obra como um todo eu percebi a beleza da sua história.

    Sim, porque se tem uma palavra pra descrever essa história, pra mim essa palavra é "bonita".

    Tudo, as descrições, as palavras usadas durante a narrativa, os sentimentos dos personagens (aliás, um ponto fortíssimo da história, comentarei mais abaixo), tudo se junta para formar um belo conto. Os últimos capítulos apresentam um nível de escrita difícil de se encontrar por aqui. Não que não hajam alguns errinhos aqui e ali, ou algumas passagens que soaram estranhas pra mim, mas no geral o nível é muito bom.

    Sabe, eu nunca procurei descrições épicas de ações e guerras durante essa história, ou narrativas de aventuras que duram capítulos inteiros (não que elas não existam ou não possam existir!). Pra mim não é aí que está o ponto forte dela. Esse ponto forte é justamente os personagens e suas interações entre si. Isso pra mim é o que distingue de fato essa história de outras atualmente ativas na seção.

    Não sei se tem a ver com o fato de você ser mulher, mas você tem facilidade em incluir e trabalhar coisas como romance e amor. Normalmente, não são elementos facilmente encontráveis por aqui em história escritas por "autores".

    Eu mesmo, na maioria das vezes, passo longe desses temas em minhas histórias, justamente por medo de criar situações e personagens artificiais (isso sempre foi um problema meu, hoje menor, mas ainda existente por vezes). Todos temos muito a evoluir nesse campo, mas sua história, na minha opinião obviamente, é a que melhor explorou temas assim desde que voltei a frequentar a sessão. O fato da história abordar homossexualismo é apenas a cereja do bolo.

    No entanto, talvez por você ser uma autora e não um autor, eu senti que algumas passagens, que deveriam soar mais impactantes e chocantes, acabam por não terem bem o efeito esperado, por apresentarem descrições muito brandas, suaves, "femininas". Entende? Sua história não tem muitos casos assim, felizmente, mas é um problema comum para algumas autoras do gênero. Vide J. K. Rowling e Harry Potter, por exemplo. Tem várias passagens que exemplificam o que eu estou tentando falar.

    Fora isso, não tenho mais muitas críticas a fazer por enquanto. Sua história é uma das melhores da sessão atualmente. Espero que a conclua algum dia, demore o tempo que for preciso.

    Até!
    Como sempre, uma crítica de qualidade ^^ Eu entendo o que vc quis dizer... Apesar de curtir filmes de ação,com lutas épicas ou apenas uma bela distribuição de tiros gratuitos e indiscriminados (claro, Rambo é superdemocrático, todo o mundo morre nas mãos do Stallone de uma forma tão brutal quanto ao do sujeito anterior), eu não consigo escrever a luta como eu a imagino com a perfeição que gostaria. Por não conseguir criar cenas tão cheias de carnificina, prefiro ter um detalhamento maior em outras áreas -- um pouco de Bernard Cornwell nesse aspecto, ainda que ele consiga fazer cenas de massacre beeeem detalhadas ^^

    Mais uma vez, obrigada por comentar e acompanhar!

    ----
    Citação Postado originalmente por Senhor das Botas Ver Post
    4 dias sem postar...


    Mais 3 e você vai levar KS de metade da seção
    Às ordens, querido Troll das Botas rsrsrsrsrsrsrs

    Sem mais delongas, vamos ao Capítulo de hoje!

    ----
    Capítulo 23 – Atos de Guerra (Parte 4) – Gelo

    A guerra parece favorecer ao Demônio... E Ireas teme perder tudo.

    Era pior do que eu havia imaginado. Quando cheguei ao porto da cidade a que chamo de lar, não encontrei Sinbeard. Seu barco havia sido afundado poucas centenas de metros de Ankrahmun, e supus que ele fora morto lá mesmo. Com certeza, com toda a honra que tinha, morreu com a mesma glória de sua vida: junto a seu barco, como um capitão digno de sua reputação.

    Ao descer da embarcação porto-esperanta, deparei-me com uma mulher agonizante que me era conhecida: Ralhkora.

    — Ireas? — Indagou-me com uma voz sofrida, com um filete de sangue escorrendo por seus finos lábios — É você mesmo?

    — Sim, minha amiga — Respondi-lhe com tristeza na voz — O que houve? Quem fez isso com você?

    — Os homens de manto negro... — Disse-me a ankramana, pondo a mão sobre um corte que tinha em seu flanco — Cujas almas são tão negras quanto suas almas... Vieram a mando de sua mestra... Para fazer a vontade dela...

    — E quem é ela? — Indaguei, sentindo meu coração disparar; sentia um misto de ódio e tristeza por ver minha cidade e minha melhor amiga em tais condições.

    Ela desmaiou em meus braços. Sussurrei palavras de cura e pedi ao timoneiro Charles que levasse Ralhkora a Porto Esperança e que comunicasse às autoridades a invasão de Ankrahmun. Esses homens de manto negro... Eu tinha uma ligeira noção de quem seriam. Respirei bem fundo e posicionei-me perto da escada de acesso à Ankrahmun. Eu tinha que saber como estavam as coisas por lá.

    Fechei meus olhos e desci. Quando tornei a abri-los, senti como se tivesse sido levado ao meu maior pesadelo: As lindas pirâmides de arenito estavam destroçadas; os habitantes delas em sua maioria fugiram para as cidades do Grande Continente, deixando os comerciantes para trás. Havia um cheiro de decomposição no ar que não era oriundo dos embalsamatórios da cidade, e sim dos mortos da invasão: suas expressões de horror e peles acinzentadas faziam parecer que suas almas haviam sido arrancadas de seus corpos de uma maneira horripilante.

    Alguns apresentavam corpos destroçados; membros superiores separados de membros inferiores, espinhas arrancadas e postas ao lado ou sobre o corpo de seu dono; havia também aqueles cujas cabeças foram separadas do corpo e que mantinham a mesma expressão: bocas escancaradas, olhos revirados e pele cinzenta com uma marca de um ankh feita a ferro.

    O sangue dessas pessoas fora usado para escrever diversas blasfêmias contra a cidade e suas crenças — especialmente a Daraman. Quando falei com Ralhkora, pensei que os Cultistas haviam invadido a cidade, mas não foram eles os autores de tal ataque às pessoas e às crenças de Ankrahmun.

    Irmandade dos Ossos... — Sussurrei em um tom sinistro.

    Andei como se estivesse possuído. Minha raiva só crescia: as cartas de Wind, o sarcasmo de Liive, a destruição de Ankrahmun, a morte de Hjaern, o estado deplorável de saúde de Ralhkora e a ressureição de Morgaroth... Todos esses eventos em minha mente eram martelados incansavelmente... O que me fez lembrar, no auge de minha agonia, em que soltei um rugido de fúria como jamais havia feito, do quê me havia levado de volta à Ankrahmun.

    Tothdral.

    Antes eu teria corrido até aquela múmia com um sorriso nos lábios, ainda que fosse um Feiticeiro. Mas não; minha fúria voltar-se-ia contra ele. Caminhei lentamente até a Torre Serpentina com uma serenidade incompatível com meu estado de espírito.

    Talvez por ser um pouco masoquista ou por ter tomado a fúria como uma amante, decidi reler uma das cartas que Wind me escrevera. De acordo com meus cálculos, apenas uma poderia ser relida naquele instante. E, comandado por minha cega ira, abri a primeira carta.

    “Rapaz tolo é você, Keras. Amar-te, eu? De modo algum: quis aproveitar-me de sua ingenuidade. Qualquer um tomar-te-ia por uma mulher e você, nessa sua pressa por encontrar afeto e aprovação de algum ser nessa terra, aceitou sem pestanejar.

    A verdade é que sou uma pessoa do mundo, dos prazeres que a vida me dá: se tenho a oportunidade de encontrar algo interessante em alguma relação, vejo por bem aceitar — eu vi em você um passatempo, uma diversão... Um druida tão solitário quanto rejeitado. Sem familiares, tentou depositar em mim toda sua felicidade, todo seu mundo. Tolice.

    Deveria ter perguntado a Brand e os demais o que costumo fazer de minha vida. Por que diabos acha que vivo entre os bárbaros sendo um Yalahari, e eles me tratam tão bem? Não é apenas por beber, pode ter certeza...
    Odeie-me se quiser; não te odiarei de volta. Na realidade, far-me-á um favor se agir desse modo: assim evitarei tornar a te ver algum dia.”


    Eu menti; consegui reler aquela carta umas duas vezes antes de chegar até a escadaria que levaria aos aposentos de Tothdral. Minha vontade era chorar e seguir rapidamente para Goroma e trucidar aquele Cavaleiro que se aproveitara de meus sentimentos e me partira o coração. Mas eu não procederia desse modo. Não. Ele não sofreria se eu assim fizesse. Não seria tão piedoso. Desci as escadarias fingindo naturalidade.

    A múmia estava com seu irmão Ishebad, que estava bastante debilitado. Por um instante, hesitei. Era como se estivesse vendo Silfind no lugar da múmia agonizante. Fechei meus olhos, torcendo para que ela estivesse bem. No entanto, rapidamente minha ira retornou, e atraí a atenção da múmia com meu típico modus operandi: derrubei um objeto frágil no chão. Desta vez, um recipiente de fluido embalsamatório.

    — Keras? — Indagou-me a múmia do olho dourado — Que te traz aqui? Não pensei que te veria tão cedo...

    — O que houve durante minha ausência? — Indaguei fingindo estar sereno.

    — A Irmandade... Invadiu — Disse-me a múmia com um tom triste que fazia sua voz grave soar de um modo estranho — Nunca vi homens e mulheres tão sedentos de sangue como vi nessas últimas semanas. Era como a Morte tivesse se multiplicado em vários Ceifadores Sinistros que invadiram nossas casas, destroçaram homens e mulheres, muitas das quais foram violentadas e humilhadas de várias formas, reduziram nossas casas a pó... Enfim, temos muito a fazer... Muito a reconstruir e muitas dores para tentar sanar...
    Ishebad estava muito fraco; a múmia de olho prateado tentou se levantar, sob os olhares de censura de Tothdral, que o amparou sob seus ombros.

    — Quando você estava aqui... — Começou o Grão-Vizir — a cidade parecia tão mais bela e exuberante, bem como segura. Sei que você parece ser um peixe pequeno em meio a esse oceano de heróis, mas... Quando você partiu... Sentimos nosso mundo se entristecer e tornar-se menos seguro...

    De repente, a ira sumiu. Aquela gente confiava em mim! Eu não era apenas um cidadão qualquer, que havia adotado a cidade como um lar; a recíproca era verdadeira... Quem dera se eu tivesse apenas sorrido e dito palavras que fossem tranquilizar aqueles dois seculares irmãos e comprometer-me a cuidar daquela cidade. Contudo, meu egoísmo fora meu imperador: eu havia voltado mais cedo a Ankrahmun apenas para falar com Tothdral sobre as cartas em minha posse. E era isso o que iria fazer. Meu semblante voltara à escuridão de meu lado mais perverso que, até então, eu não conhecia.

    — Eu agradeço por fazerem de mim tão alto juízo de valor — Disse com frieza
    — No entanto, voltei até aqui para falar com seu irmão, Ishebad. Assim que eu terminar, farei jus aos seus pensamentos de minha pessoa: cuidarei de Ankrahmun, ajudando em sua reforma — Fiz uma pausa e sussurrei para mim mesmo —... E na minha também.
    A múmia de olho dourado assentiu e pôs o irmão novamente para dormir. Em seguida, levou-me a um local mais reservado, onde pudéssemos conversar.

    — Sinto uma ira enorme em seu semblante. — Disse-me sem rodeios — O que há com você?

    — Você sabe muito bem. — Respondi-lhe de forma áspera, entregando-lhe o maço de cartas — Quanto tempo faz que ele passou por aqui?
    A múmia fitou as cartas em suas mãos por um tempo até voltar seu olho dourado até meus olhos lentamente. Por fim, decidiu falar.

    — Cedo ou tarde, sabia que isso aconteceria — Disse-me com sua voz grave e cheia de majestade — O remetente esteve aqui pouco antes da eclosão dessa guerra contra Morgaroth... — Ele me devolveu as cartas — Não estou ciente do conteúdo dessas cartas, porém suas expressões me dão uma ideia precisa do que há nelas. — A múmia piscou lentamente — A vida dá voltas, Keras. Você ainda é jovem e inexperiente, aprenda isso. Sua vida antes se resumia a uma ilha com uma cidadela fortificada e uma abadia para a qual podia correr e ser afagado pelos padres que te criaram... As pessoas mudam. Não mentirei para você: não será a última vez que isso ocorrerá em sua vida.
    Ele se aproximou de mim; lágrimas saíam de meu rosto e eu me recusava a limpá-las.

    — Rahkem me pediu para entregar isso a você — Era um broche de um pequeno ankh dourado, que a múmia prendeu em meu robe — Não sei se já foi ao Templo hoje; caso não tenha ido, dar-lhe-ei as más notícias: o Ancião está morto. A Irmandade o levou para o outro mundo. Agora, eu assumirei as funções de Líder de Guilda de Druidas e Feiticeiros. Queria poder ter boas notícias, Keras, mas não as tenho. Só te peço uma coisa: não nos abandone. Cuide dessa cidade que você diz tanto amar. Não o faça por mim se não desejar; faça por você mesmo. Por sua consciência.

    Eu fitei o olho dourado daquela múmia; seu semblante transbordava tristeza. E eu o entendia perfeitamente. Olhei para a porta que levava a Ishebad.

    — Quanto tempo resta para seu irmão? — Indaguei compadecido.

    — Não muito — Respondeu-me Tothdral — acho que ele não passará dessa noite. Não sei se esse fato me dói... Estamos há tanto tempo juntos que esperar até o fim de meus dias será como olhar os minutos passarem em um relógio: não demorará muito para que me junte a meu irmão.
    Abri minhas mãos e as coloquei uma ao lado da outra, e soprei entre elas, criando uma flor de lótus.

    — Se Darama o levar, que ele vá em paz. E com a minha gratidão por tudo o que vocês me fizeram — Disse à múmia ao entregar o artefato de gelo — Se eu pudesse, ficaria em Ankrahmun como Grão-Vizir. Contudo, meu irmão está morto, e prometi pela honra dele que assumiria seu legado como Xamã de Nibelor quando conseguisse resolver tudo o que tenho a resolver. — Pus minhas mãos sobre os ombros da múmia — Não se preocupe: acharei alguém adequado para assumir esse dever.

    A múmia assentiu e deixou-me partir, voltando a seu irmão. Eu não consegui conter minha tristeza; queria ver Ishebad mais uma vez, nem que fosse a última.

    “Utevo Res Ina: Scarab” — Pronunciei o encantamento que me converteu em um pequeno escaravelho de casca de vários tons azulados. Aproximei-me da porta sem ser percebido por Tothdral. Creio que estavam chorando.

    — É isso, irmãozinho — Disse o Grão-Vizir — Está acabado. Fiquei velho, sem saber combater. Já fui o melhor Druida que já existiu aqui em Ankrahmun... Antes de Rahkem, eu era o melhor...

    — Você ainda é o melhor! — Disse Tothdral com sofrimento — Eu vi como você manipulou os cactos que conjurou: seu poder levou dezenas daqueles Ceifadores para o além-mundo! Não desista... Não me abandone...

    — Estou cansado, caçula — Disse Ishebad com uma voz bem fraca — Há cinco séculos que prolongamos nossas vidas: havíamos falecido jovens quando aqueles Gênios nos encontraram, lembra?

    — Como esquecer? — Indagou Tothdral aos soluços — Você me salvou ao custo de sua vida. Quando te embalsamamos, pus em você o feitiço que te traria à vida novamente e jurei te vingar... — Ele deu uma leve risada — Não consegui cumprir minha promessa...

    — Enquanto Keras estiver presente, eu estarei vivo em sua memória, meu irmão — Ishebad estava em seus últimos momentos — Quanto ao próximo Grão-Vizir... Seja bonzinho com ele... E cuide bem de Keras; cuide dele como se fosse nosso irmão mais novo... Te vejo no além-mundo, meu querido irmão...

    Ishebad fechou seus olhos e eu não ouvi mais nada senão os lamentos de Tothdral. O Contemplador de Estrelas deve ter chorado mais lágrimas que Bastesh chorara para salgar os oceanos de nosso mundo. Eu saí correndo o mais rápido que minhas patinhas de escaravelho permitiram. Quando voltei à minha forma normal, encolhi-me em um canto e comecei a chorar. Sentia-me a pior das criações de Banor, forçando Tothdral a cuidar de minhas questões pessoais em detrimento das dele.

    Talvez Wind tivesse razão; sou um ser ingênuo e ignorante no que diz respeito à vida. E se eu não sentisse nada do que julgava sentir por ele? Será que tudo não passou de um mero experimento para mim?
    Apesar da destruição, Jezzara deu-me um local para dormir. Amanhã eu começaria meu trabalho em Ankrahmun; não procuraria fazer Grandes Feitos por uns tempos. No momento, meu lar precisa de mim, e Tothdral também.

    ***

    (Narrado por Andarilho do Vento)

    Brand, Jack e Pingagua foram comemorar o dia de hoje com um grupo de dez moças e outros rapazes. Conseguimos manter os demônios afastados e ganhamos mais terreno. Ainda assim, não me consigo alegrar...

    Brand disse que muitas cidades se recusam a nos dar apoio, especialmente a Baía da Liberdade, que concentra a maior parte de nossas tropas. Ao que parece, um levante começou a ocorrer por lá, e a Coroa não parece estar interessada em nossa luta, mas em conter o movimento separatista em Vandura.

    Porto Esperança continua a fornecer tropas e recursos, mas eles já estão se esgotando pela falta de mão-de-obra que venha a obtê-los para nós. Minha terra natal, Yalahar, se absteve da questão, e Farmine não quer ajudar de modo algum.

    Brand me disse que tropas de Ab’dendriel e Kazordoon chegarão a Goroma pela manhã com soldados e outros recursos, como munições e alimentos. Não temos ainda notícias de Darashia ou Ankrahmun, sendo a última a cidade em que Ireas vive...

    Queria ter notícias dele; desde o bilhete de Brand, ele não mandou mais nada. Não veio uma carta sequer para mim. Será que ele me esqueceu? Não, duvido bastante... Deve estar muito ocupado procurando pela mãe... Provavelmente já deve tê-la encontrado. Eu torço para que tudo dê certo para ele no final... Tomara que tudo dê certo para nós...

    Olhei para o grande pavilhão onde meus amigos se refestelavam em suas mais ocultas fantasias; eu sentia falta desse tipo de festim, onde eu costumava acordar no dia seguinte sem me lembrar de minhas maiores loucuras: tudo o que conseguia lembrar vinha de Brand e Jack que, obviamente, me sacaneavam com tudo o que fizera.

    Só Mandarinn ficou de fora; ainda estava muito fraco, e esperava por notícias da esposa, que era nativa de Ab’dendriel e que traria uma legião de Druidas para nos ajudar. Decidi escrever um bilhete direcionado a Ireas; caso eu não conseguisse sair vivo, gostaria que ele estivesse ciente de meus sentimentos e que, independentemente do que viesse a ocorrer, eu estaria sempre com ele.

    Continua...

    ------

    Nota da Autora: Bem, vamos aos Gentílicos! Sim, é importante saber como se referir aos habitantes de cada cidade sem ter que ficar repetindo "o habitante de tal lugar". Economia de letras é o quê há!

    Parte 1 dos gentílicos (só não postarei todos agora porquê ficará gigantesco... No próximo capítulo eu posto os demais):

    Ankramano (a): Nativo de Ankrahmun;

    Darashiano (a): Nativo de Darashia;

    Dendriano (a): Nativo não-elfo de Ab'dendriel;

    Carliano (a): Nativo de Carlin

    Thaiano (a): Nativo de Thais

    Venoriano (a): Nativo de Venore

    Porto-esperanto (a): Nativo de Porto Esperança (Port Hope)

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    Última edição por Iridium; 28-08-2012 às 18:40.

  2. #122
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    Li e gostei. Agola a p*la ficou sélia.


    Vamos ver no que vai dar. O Grande Vizir agora está supostamente(ou vai supostamente)morte/morrer.

    Agora quero só ver. Acho que Ankrahmun vai virar uma Ab’dendriel da vida...


    Você se esqueceu de Ab’dendriel falando nisso O que vai ser? Um Ab’dendrielano(a)?


    Não espere algo bem elaborado e feito. De resto...

  3. #123
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    Cega a ser engraçado comparar o primeiro capítulo a este último. Parece outra história.

    Gostei das cenas que narram a situação em Ankrahmun, você descreveu legal, e foram bem impactantes. De certo modo contrariando o que eu disse anteriormente sobre autoras terem dificuldade em fazer cenas assim.

    Mas uma coisa...

    Utevo Res Ina "Scarab? :/

    Se traduziu o nome do bicho, poderia ter traduzido na magia também.

    É provável que meus comentários daqui pra frente sejam bem menores, afinal estarei comentando apenas o último capítulo postado.

    Aliás, cade comentários nessa história? Só o do Botas no último capítulo, ta parecendo a minha. :/
    “The big questions are really the only ones worth considering, and colossal nerve has always been a prerequisite for such consideration”.
    - Alfred W. Crosby

    Gosta de fics tibianas? Leia a minha aqui!

  4. #124
    desespero full Avatar de Iridium
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    Bem, hj n rola de postar cap. novo... Mas responder aos meus leitores é algo de que não abro mão =D


    Citação Postado originalmente por Senhor das Botas Ver Post
    Li e gostei. Agola a p*la ficou sélia.


    Vamos ver no que vai dar. O Grande Vizir agora está supostamente(ou vai supostamente)morte/morrer.

    Agora quero só ver. Acho que Ankrahmun vai virar uma Ab’dendriel da vida...


    Você se esqueceu de Ab’dendriel falando nisso O que vai ser? Um Ab’dendrielano(a)?
    Bom, o gentílico para a galera do Legolas será posto no próximo capítulo hehehehehe

    Bem, vamos conhecer os gostos arquitetônicos do Ireas =D Continue a ler e comentar por favor ^^

    Citação Postado originalmente por Gabriellk~ Ver Post
    Cega a ser engraçado comparar o primeiro capítulo a este último. Parece outra história.

    Gostei das cenas que narram a situação em Ankrahmun, você descreveu legal, e foram bem impactantes. De certo modo contrariando o que eu disse anteriormente sobre autoras terem dificuldade em fazer cenas assim.

    Mas uma coisa...

    Utevo Res Ina "Scarab? :/

    Se traduziu o nome do bicho, poderia ter traduzido na magia também.

    É provável que meus comentários daqui pra frente sejam bem menores, afinal estarei comentando apenas o último capítulo postado.

    Aliás, cade comentários nessa história? Só o do Botas no último capítulo, ta parecendo a minha. :/
    Posso ser sincera? Bateu uma preguicinha de traduzir nessa hora.... Talvez eu mude mais tarde xD

    Bom, acho q a seção toda tá me boicotando hehehehehe Pode isso? Bem, continue a ler e comentar ^^ Vamos ver se a seção pára de me ignorar hahahaha

    Beijos!

  5. #125
    Avatar de Senhor das Botas
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    Citação Postado originalmente por Iridium Ver Post
    Bem, hj n rola de postar cap. novo... Mas responder aos meus leitores é algo de que não abro mão =D




    Bom, o gentílico para a galera do Legolas será posto no próximo capítulo hehehehehe

    Bem, vamos conhecer os gostos arquitetônicos do Ireas =D Continue a ler e comentar por favor ^^



    Posso ser sincera? Bateu uma preguicinha de traduzir nessa hora.... Talvez eu mude mais tarde xD

    Bom, acho q a seção toda tá me boicotando hehehehehe Pode isso? Bem, continue a ler e comentar ^^ Vamos ver se a seção pára de me ignorar hahahaha

    Beijos!


    Grandes nome estão saindo... Sero, Irarukkuwu-alguma-coisa, Danboy... O restante tá tudo envolvido em estudos.


    Nah, normal. Quando for Dezembro...




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  6. #126
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    Capitulo triste...


    Agora você conseguiu fazer uma real cena de carnificina. Muito tenso o que os Brotherhood fizeram com os cidadãos! Caras sem dó... E quando eu terminasse a Dreamer's challenge, eu planejava fazer parte dos Broterhood of bones, mas agora vou ser dos Nightmare knights! Viva aos knights o/

    As obrigações estão chegando mesmo para Ireas, ter que cuidar da mulher de seu irmão, e ainda também cuidar duma cidade... Mas ele prefere Svargrond, é obvio, né? Gosto daquela cidade também.

    E devo estar quebrando o suspense da historia falando isso, mas acho que essa "mestra" dos brotherhoods seja a mãe do Ireas. É só reparar o capitulo em que ela apareceu fazendo aquele bagulho com o liive. Se acertei, é só falar pra eu editar, se quiser


    Belo capitulo Iridium, parabéns! Aguardo proximo.



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  7. #127
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Respondendo + Capítulo 24

    Citação Postado originalmente por CarlosLendario Ver Post
    Capitulo triste...


    Agora você conseguiu fazer uma real cena de carnificina. Muito tenso o que os Brotherhood fizeram com os cidadãos! Caras sem dó... E quando eu terminasse a Dreamer's challenge, eu planejava fazer parte dos Broterhood of bones, mas agora vou ser dos Nightmare knights! Viva aos knights o/

    As obrigações estão chegando mesmo para Ireas, ter que cuidar da mulher de seu irmão, e ainda também cuidar duma cidade... Mas ele prefere Svargrond, é obvio, né? Gosto daquela cidade também.

    E devo estar quebrando o suspense da historia falando isso, mas acho que essa "mestra" dos brotherhoods seja a mãe do Ireas. É só reparar o capitulo em que ela apareceu fazendo aquele bagulho com o liive. Se acertei, é só falar pra eu editar, se quiser


    Belo capitulo Iridium, parabéns! Aguardo proximo.
    Obrigada!

    Bom,não te pedirei para editar, pois gosto dos palpites das pessoas acerca dos mistérios que há em meu roleplay. Bom, é uma pena que vc não se juntará aos Ossudinhos ao final da DC Quest (sim, eu já decidi... O Keras será um Bones quando eu fizer a DC ^^)

    Bem, quanto ao dilema Svargrond-Ankrahmun... Será difícil, pois Ireas tem laços afetivos com ambas... Vamos ver como a história segue. No final, ele fará a escolha que for mais satisfatória para o coração dele xD

    ----

    Sem mais delongas, ao capítulo de hoje

    ----

    Capítulo 24 – Reforma

    Quando Ireas assume suas responsabilidades... E cria uma nova magia.

    Acordei com um humor tão bom no dia seguinte que nem parecia que havia acontecido uma carnificina na cidade que tanto amava. Mal havia despertado de meu merecido sono, chegou um mensageiro até mim com notícias de minha cunhada. Ao que parecia, ela estava bem e se recuperando de todos os ferimentos. Fiquei extremamente aliviado ao ver que a futura mãe estava sã e salva.

    Eu estava estranhamente animado, pronto para começar a trabalhar. Fui até Jezzara, e comprei um pacote cheio de manjares de fruta-do-dragão para começar meus afazeres. Antes, queria ter uma palavrinha com Tothdral... Precisava saber se aquela múmia estava bem...

    Olhei para as ruas da cidade; os restos mortais de muitos ankrahmanos ainda estavam lá. Eu já sabia como proceder, mas necessitava do aval do Faraó para continuar. Eu senti uma grande dose de pesar cobrir meu semblante quase que instantaneamente. Eu já tinha certeza que Ishebad estava morto juntamente com Rahkem, cujo corpo ainda estava sendo procurado. Eu sentiria muita falta daquele velho senhor, que me tratara como um neto. Tothdral entendia a minha dor.

    Quando estava me aproximando da Torre Serpentina, vi Tothdral carregando um enorme sarcófago. A múmia fitou-me com pesar através de seu olho dourados.

    —Ele morreu dormindo — disse-me a múmia com sua voz gutural e majestosa — A última coisa que viu antes de ir ao além-mundo foi seu presente, meu caro Keras... — Ele se aproximou lentamente — Meu irmão... Sempre foi um cara meticuloso, de letra bonita e boa educação. — ele cerrou seu olho em sinal de luto — Nunca destratou ninguém... Sempre se manteve fiel aos desejos do faraó, e conseguia preencher toda a papelada em tempo recorde e ainda com um discreto sorriso... — Ele voltou a me fitar — Gostaria de deixar bem claro que tenho grandes expectativas para a pessoa que você elegerá Grão-Vizir. Essa pessoa tem que estar à altura dos padrões de meu irmão. Nem eu, nem o Faraó aceitaremos menos que a perfeição, pois é essa a palavra que define a vida de meu irmão...

    Pela primeira vez em minha vida, vi uma lágrima escorrer do olho dourado de Tothdral. O Comtemplador de Estrelas, geralmente tão frio e distante, mostrava-se triste e saudoso, tão humano quanto jamais pensei que pudesse ser.

    —Quer ajuda para levar o sarcófago? — Indaguei tentado fazer-me prestativo, tamanha era a compaixão que sentia.

    —Não há necessidade... — Replicou a majestosa múmia limpando a lágrima que saía de seu olho dourado — Sou mais forte do que aparento... Você tem um dia cheio pela frente, Keras. Sugiro que vá falar ao Faraó...

    Assenti afirmativamente e segui meu caminho com o pacote de manjares. O Faraó Arkhotep era uma múmia colossal, de aproximados dois metros de altura, com ombros largos, corpo musculoso, voz grave e majestosa como a de Tothdral e muitos enfeites sobre suas ataduras para mostrar sua riqueza e status. Para ele, também era um dia cheio, pois tinha que tomar decisões acerca de como reconstruir a cidade e sobre quem escolheria como Grão-Vizir, pois fora comunicado há pouco da morte definitiva de Ishebad. Ele estava sentado com os cotovelos apoiados em sua magnífica mesa... E parecia estar esperando pela minha chegada.

    —Seja bem-vindo aos meus aposentos, Ireas Keras — Declarou o Faraó, solene — É bom saber que você decidiu voltar ao seu lar. — Ele me indicou a papelada que tinha em sua mesa com um tom de marasmo — Como vê, que essa cidade foi atacada e Ishebad assumira as linhas de defesa, toda a parte burocrática de meu reino ficou parada, só acumulando serviço...

    — Precisas de um Grão-Vizir novo... — Deduzi rapidamente — Contudo, não posso sê-lo, pois já estou preso a outra promessa. Porém, tenho uma ideia em mente: procurarei alguém qualificado aqui nessas terras. Alguém que poderá dar conta desse serviço.

    O Faraó assentiu satisfeitíssimo com minha sugestão, e ofereceu-me uma cadeira para me sentar.

    —Você é especial, Keras — Disse-me o Faraó com fascínio em seus olhos lilases — Essa cidade... Não tem o mesmo esplendor sem a tua presença, e todas as criaturas se curvam ante você. O que me surpreende ainda mais é a sua juventude e sua ligação com a Mãe Natureza...

    —Ela me deu tudo o que tenho hoje, senhor — Respondi com eloquência — Eu não teria sobrevivido a Rookgaard se não fosse pelo apoio que Ela me deu e aos poderes que me foram concedidos... — Entrelacei minhas mãos — Agradeço por fazer tal elogio à minha pessoa. Vim aqui para falar com o senhor acerca do futuro dessa cidade...

    —Sou todo ouvidos — Replicou o faraó com um leve sorriso.

    —Primeiramente, precisamos fazer uma limpeza — disse-lhe com um leve sorriso — Preciso de sua permissão para escoltar os sobreviventes às partes mais altas da cidade. Pirâmides que porventura ainda estejam de pé e cujos cumes não sejam de todo pontiagudos. Necessito de terraços para a população se abrigar enquanto eu prossigo com meu trabalho.

    —É justo — Replicou o faraó com interesse — Algo mais?

    —Sim — Continuei a falar — Quero sua permissão para remodelar Ankrahmun. Manter-me-ei fiel às tradições da arquitetura. Contudo, farei algumas modificações a fim de torná-la mais segura. Como ainda não tenho a planta, necessitarei de seu aval para prosseguir.

    —Você tem minha permissão para fazer tudo o que precisar ser feito para trazer a paz, a vida e a glória de novo para meu reino — Disse o Faraó abrindo os braços — Contudo, você terá que arranjar um Grão-Vizir para mim, entendido?

    —Sim, meu soberano — Disse com tom respeitoso enquanto ele me entregava um pequeno livreto com sua assinatura e carimbo — Começarei a trabalhar imediatamente.

    O Faraó assentiu e sinalizou para que eu saísse e o deixasse em paz com a papelada. Eu havia deixado cinco manjares para ele, e restavam-me muitos ainda. Decidi iniciar meus serviços e fui falar com Dario, um Elfo Continental.

    Era um homem na casa de seus trinta e poucos anos, com cabelos loiros desbotados, cor de trigo, pele ligeiramente morena, olhos castanhos e o nariz bem desenhado. Parecia mais oriental que elfo.

    —Que deseja? — Indagou-me com hospitalidade — Não é comum para mim ver druidas por aqui...

    —Sou Ireas Keras, nós ainda não nos conhecíamos. — Repliquei-lhe com educação — Escuta, sua loja localiza-se no andar mais alto da cidade, certo?

    —Creio que sim — Respondeu-me surpreso — É o ponto mais alto da cidade, mais alto até que as muralhas que nos protegem. Por que pergunta?

    —Vê aqueles cadáveres nas ruas? — Indaguei-lhe ao apontar os restos mortais que eram testemunho da invasão da Irmandade — Precisarei limpar as ruas rapidamente se quiser prosseguir com a reestruturação da cidade — Ele me fitou com surpresa — Não se preocupe, o Faraó me deu o aval. Tudo o que preciso que você e Ormuhn façam é guiar os cidadãos sobreviventes para cá... E deixar o resto por minha conta.

    —Bem, se essa é a vontade do Faraó... — Dario começou hesitante — Que assim seja.

    O elfo moveu-se rapidamente para o andar de baixo, onde o morto-vivo de nome Ormuhn o esperava. Comunicou-o rapidamente de meu plano e o fez ativar um mecanismo engenhoso de amplificação sonora.

    —Habitantes de Ankrahmun, ouçam meu apelo! — Gritou Dario pelos amplificadores de madeira em formato de cone, cuja base e cume foram removidas — Venham para a Guilda dos Paladinos a fim de se refugiarem do grande dilúvio que se aproxima!

    Para fazer valer as palavras do elfo, fitei o Céu com seriedade, e , através de meus olhos, usei meus poderes para reunir nuvens negras sobre a cidade. De imediato, ouvi um coro de vozes apavoradas e o som de passos de uma multidão deseperada para salvar suas vidas. Tão logo quanto Dario usou seu sistema genial para convocá-los, vi as ruas livres de Ankrahmanos. Era hora de trabalhar.

    Fitei os céus com mais afinco, e ergui minhas mãos em direção às negras nuvens. Dario me observava com uma expressão preocupada.

    —“Exevo Gran Aqua*!” — Exclamei ao conjurar uma torrente celestial. A chuva rapidamente converteu-se em uma tromba-d'água, que lavou as ruas da cidade segundo meu comando. Os restos mortais que nela haviam foram despejados nos mares por mim. Consegui visualizar um grupo de tubarões que se refestelavam sobre a inesperada refeição. Contudo, alguns objetos dessas pessoas — broches, bolsas e outros pertences de valor sentimental — ficaram presos aos vimes que conjurei em seguida, entregando esses pertences aos familiares das vítimas.

    Com um estalar dos dedos de minha mão direita, fiz a chuva se findar, e a água corrente foi-se de encontro ao mar,deixando a cidade livre para iniciar meu projeto.

    —Agora, preciso projetar... — Disse a mim mesmo. Em seguida, virei-me para Dario e gritei — Escute, mantenha os habitantes em abrigos subterrâneos durante esses próximos dias! Preciso fazer os projetos da cidade, e sabe-se lá quanto tempo demorará a elaboração e construção. Além disso, caso haja outra invasão,eles estarão mais seguros. Apresse-se, por favor!

    O Elfo assentiu e instruiu a população, enquanto eu procurava pela casa de Rei Jack para escrever.

    De repente, sinto um par de braços agarrar-me o pescoço.

    —Ireas, seu sumido! — Disse-me uma voz familiar — Senti sua falta!

    Virei-me para encarar o responsável pelo abraço, e era Sírio Snow em carne, ossos, atos de pirataria e dreadlocks. O sotero-libertino me fitou com um sorriso gigantesco, o qual retribuí de modo discreto.

    —Essa cidade não foi mais a mesma sem você... — Disse o feiticeiro com um sorriso triste — Aconteceram muitas coisas por aqui... E em minha terra também.

    —Ouvi dizer que houve um levante anti-colonial em Vandura — disse-lhe com um sorriso — Imagino que esteja pulando de alegria nesse momento.

    —Estaria mais alegre se Morgaroth não estivesse vivo... — Replicou-me com uma pontada de chateação — Se ele ainda estivesse adormecido, aí sim estaria extremamente alegre. Você estava falando em uma “planta baixa”... — Ele me guiou até seu barco — Venha comigo, tenho um bom estoque de papel e tintas do qual você pode fazer uso...

    Eu segui aquele feiticeiro com alegria, até dei a ele o último de meus manjares. Estar com aquele amigo era algo que me deixava tranquilo, e afastava Wind de meus pensamentos...

    ***

    (Narrado por Andarilho do Vento)

    Enfim, os reforços chegaram, bem como mantimentos e munições. Mandarinn, ainda manco por causa dos ferimentos em sua perna e bem debilitado de nossa última batalha, ainda teve forças para ir de encontro aos braços da esposa, uma linda elfa ruiva de olhos turquesa. Ela conjurou pequenos pontos de gelo para curar seu amado. Nossa, que saudade de Ireas!

    Estávamos nos aproximando da câmara onde Morgaroth se mantinha escondido. Graças aos anões que haviam chegado pouco antes do reforço Elfo-Continental, impedimos a saída de Morgaroth para a superfície de Goroma. Contudo, o Demônio continuava de pé, apenas se preparando para dar mais um ataque.

    Apesar de estarmos ganhando terreno, a falta de notícias de Ireas me apertava o coração de um modo sem igual. Era verdade que eu já havia tido outros relacionamentos dessa mesma natureza. Contudo, o que o druida me fazia sentir não era explicável. Ele vinha me fazendo feliz e, pouco depois de revelar meus sentimentos e por ele ser correspondido, vejo-me em uma guerra que não tem dia tampouco hora para acabar.

    Rei Jack notou minha aflição e acercou-se de mim.

    —Logo essa guerra acabará — Ele me disse com um sorriso —, e você poderá voltar para seu druida. Sei que ele espera por esse dia tão ansiosamente quanto você.

    —Tomara... — Respondi-lhe com um suspiro desencorajado — Não aguento mais esse local... Esses seres vermelhos estão começando a me dar nos nervos... — Fechei minha mão esquerda sobre minha mão direita — O que será que ele está sentindo nesse instante? Quisera eu saber... Espero que ele receba o bilhete logo...

    ***

    Longe dali, o mensageiro que deveria enviar o bilhete não estava mais vivo. Seu corpo havia sido esquartejado e sua espinha, removida. Um homem segurava o bilhete em uma das mãos e o leme do catamarã improvisado na outra. Um bárbaro de olhos castanhos com um brilho rosado fantasmagórico, um machado ensanguentado, corpo forte e longos vermelhos cabelos. Liive do Inferno.

    —Tsc.Tsc — Fez Liive com escárnio — Tentando frustrar os planos de minha mestra?

    Continua...

    ----

    Nota da Autora: Está um tanto tarde. Logo, não postarei os gentílicos de hoje. No entanto, editarei esse post depois a fim de incluí-los. Boa noite =D

    *Exevo Gran Aqua: Magia exclusiva de Ireas, cujos efeitos são similares ao Eternal Winter, só que para um nível mais baixo e ligeiramente mais fraca. Cria uma torrente que pode causa um dano de afogamento massivo, controlado pelo usuário conforme sua vontade. A água pode deslocar-se seguindo o comando dos braços de seu invocador.

    ---

    @EDIT: Agora, postarei os gentílicos que faltavam:

    Elfo Continental: Elfo nativo de Ab'dendriel.

    Kazordani: Habitante não-anão de Kazordoon.

    Kazordônio: Anão de Kazordoon.

    Elfo Insular: Elfos que não nasceram em Ab' dendriel. Ex.: Karith de Yalahar.

    Thaiano Insular: Habitante de Fibula

    Sotero-libertino, Vandurano: Habitante da Baía da Liberdade (Liberty Bay)

    Norsir: Habitantes bárbaros de Svargrond. Estrangeiros são chamados de Uskers (sim,parece com o nome dado à parte sul da ilha da Irlanda...)

    Para Farmine e Gray Beach não há gentílicos: a primeira por ser domínio de Kazordoon, então pode-se aplicar o mesmo gentílico, e a segunda por não ser habitada por humanos...
    Última edição por Iridium; 31-08-2012 às 14:08.

  8. #128
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    E mais um excelente capitulo!

    Muito bom Iridium! Como sempre um capitulo excelente e ainda mais com uma novidade, como essa magia. Na hora que vi as descrições das nuvens achei que Ireas tinha mesmo parte do poder do mal da mãe dele, mas não parece mesmo. Gostei dessa magia...


    Agora que essa mestra está dominando mesmo... Liive contra Wind! Vai ser muito bom! Vai acontecer isso mesmo? Diz que sim...:'(
    E o feiticeiro pirata, até me esqueci dele... Acho que em algum momento ele vai ser muito util para o Ireas, também se o Wind quiser treta com o Ireas por causa das "cartas falsas". Espero que esse momento chegue logo!



    To esperando o proximo capitulo, vamos que vamos! E também não deixe de visitar minha historia ^^



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  9. #129
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    Agora ferrou ;X


    Btw, agora eu sei o que você planeja. Ireas em vez de usar a energia vital como muitos magos e druidas fazem, vai reuni-lá do ambiente ao seu redor, ficar fodão temporariamente e vencer a todos, parecido com um Modo-Sennin.Desculpa pela narutagem, não encontrei explicação melhor.

    No aguardo do próximo.

    PS: Sua disputa será postada amanhã.


    Não espere algo bem elaborado e feito. De resto...

  10. #130
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    Iridium, sorry pelo OFF-ASSUNTO no seu tópico...
    não se preocupe, passei pra falar também que estou lendo e gostando da estória!! Cap. 10!


    E a disputa minha e a do Death, BotaS?

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