Resultados da Enquete: Que Facção deveria Ireas Escolher?

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Tópico: A Voz do Vento

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  1. #1
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    Caraca, impressionado aqui com o rumo que tomou. Mas eu também tô desconfiado que vai dar ruim pro Ireas.
    Muito bom, como sempre! <3

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  2. #2

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    (Comentario escrito via celular, então está sujeito a erros de gramatica)
    Olá...err... Yukie aquie y pah~
    Deixando de ser (ou, pelo menos, tentando) uma leitora "fantasma" e tudo mais
    Gostaria de dizer que eu curto muito "A voz do vento".
    Tipo, curtir é pouco, eu amo muito essa historia. Serio.
    (InnerYukie*: Okay, já faz tanto tempo q tu acompanha essa historia, sempre foi completamente apaixonada por ela, tu finalmente criou uma conta aqui pra comentar nela e o que você faz? Age feito uma retardada esquizofrenica! Francamente, viu?)
    Tipo, mudou toda a minha vida ter encontrado ela. Sem zoera, mudou mesmo. Tipo, aos meus 11/12 anos, eu nem sequer sabia que duas pessoas do mesmo sexo podia se relacionar "romanticamente falando". Mimimi pais meio homofobicos mimimi vamos finjir que os LGBT não existem mimimi. Sabe? Essas coisas. (Nem imagino como seria meu atual momento, me descobrindo bi/pan e talvez genero não binario, se eu não tivesse achado essa historia e aberto a minha mente a tempo. A vida tem cada efeito borboleta doido, né?)
    Enfim, quando cheguei no capitulo 19, mesmo com as dicas deixadas nos capitulos anteriores, o choque quando eu li a cena em que eles se beijam foi inevitavelmente chocante. Afinal, aquela era uma informação completamente nova pra mim. "Então, dois homens podem se beijar O.o?" eu me lembro de ter pensado na epoca. (Hehe, e hoje eu sou essa fujoshi insana)
    Apesar da habitual agitação que nos acompanha quando se esta descobrindo algo novo, continuei com a minha leitura. E me vi cada vez mais maravilhada com tua narrativa. Cada palavra parece te transportar para dentro da historia, de uma forma que muitos escritores considerados "autores de best sellers" não conseguem.
    Os personagens são maravilhosos, os cenarios são bem descritos, o enredo é fantastico, o misterio é bem construido, a escrita segue de forma leve, e não simplismente corre pra ação sem explicar nada direito.
    Enfim, são varias as coisas que tornam "A voz do vento" uma das melhores historias que eu já li em minha, um tanto curta, vida.
    E é melhor eu parar por aqui antes que eu faça desse comentario uma biblia. Ceus, não acredito que estou finalmente comentando isso. Oh, god.
    Alias, to morrendo aqui de esperar pelo proximo capitulo, eu realmente estou torcendo para que jack esteja certo e ireas volte atrás em sua decisão de terminar com o wind. Aiai, iridium-sama*, eu to com o coração na mão aqui, esse casal mudou minha vida e tals. To verificando o forum quase todo dia pra saber se tem capitulo novo TT-TT, tu não disse que não demoraria? Eu to quase tendo um treco aqui!!! (Dramatica? Eu? Magina!)
    Enfim, to encerando aqui.
    Kissus, byebye.

    Mini-dicionario para comentarios da yukie:
    Inner: é um termo para "voz interior" e coisas assim.
    Fujoshi: do japones, garota estragada (inicialmente era um termo ofencivo, mas com o tempo teve seu significado alterado), é utilizado para nomear garotas fãns de historias focadas (ou não, onde tiver alguma viadagem, estaremos lá) no relacionamento entre homens.
    -sama: sufixo japones para pessoas que você admira, considera importante, essas coisas.

    - - - Atualizado - - -

    E não. Eu não sou uma esquizofrenica maluca.
    Só sou um pouquinho esquisita.
    E só.
    ...

  3. #3
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Segundo Pergaminho, Capítulo 35

    Em primeiro lugar, Feliz Ano Novo!

    Em segundo lugar, Vasco da Gama!

    Em terceiro lugar, bom dia!


    Saudações, frequentadores da Seção Roleplay!

    Sim, a tia sumiu. A tia sumiu, a tia precisou sumir mas ela volta.

    Eu sempre volto, não é mesmo?

    De qualquer forma, gostaria de agradecer a todos pela paciência e pedir desculpas pela demora. Em Dezembro precisei ter uma folga após todas as minhas responsabilidades para poder respirar e colocar a cabeça no lugar. Acabei tirando uma boa folga do Fórum e não achei que fosse voltar tão cedo. Contudo, incentivos vindos de fora me fizeram retomar e tenho o prazer de anunciar que hoje tem capítulo SIM!

    E, se reclamar... Quem sabe venham mais a cada três dias. Justo, não? xD

    Bem, antes de mais nada, Respostas aos Comentários sempre são de bom tom:


    Spoiler: Respostas aos Comentários



    Agora, sem mais delongas, o Capítulo de Hoje!


    -----

    Capítulo 35 — Esquecimento, a Eterna: Edron

    Até onde um Feiticeiro estaria disposto a ir por conhecimento?

    (Narrado por Icel Emonebrin)



    Assim que saímos daquela delegacia maldita em Carlin, eu e Liive zarpamos para Edron. O dia já estava quase no fim quando chegamos a Edron. Muitas das pessoas mais influentes de nossa época moravam lá, seja pela facilidade de realizar Grandes Feitos, ou pelo conhecimento arcano encontrar-se bem mais acessível. Em suma, Edron era o paraíso para todos aqueles que buscavam poder de forma crescente e incansável, pensamento típico da maioria dos nascidos sob a regência da Coroa Thaiana.

    Liive parecia mais tranquilo que de costume; como todo bom Norsir, estava acostumado ao balanço de um navio às ondas, e isso deve tê-lo deixado mais confortável. Eu, por outro lado, sempre preferi os Carpetes Mágicos, que são mais baratos, práticos e menos enjoativos. Fazer o quê...

    — Terra à vista! — O capitão da embarcação anunciou. — Todos a postos para ancorarmos em Edron!

    De toda a forma, apressei o bárbaro para nos levantarmos; queria sair daquela nau o mais de pressa possível; o tempo urgia e Ireas certamente não poderia esperar muito. Assim que ouvi a âncora cair no mar, não pensei duas vezes e corri tábua afora para a terra firme; ouvi os passos pesados de Liive à distância, certo de que ele ão compartilhava de meus sentimentos quanto ao mar.

    — Enjoado de novo? — O Norsir zombou, com um sorriso de triunfo. — Me pergunto como você aguentou aquela temporada em alto-mar...

    Sshh! Não aqui! — Censurei, preocupado. — Eles não podem saber do ocorrido!

    Liive deu de ombros, indiferente.

    — Bom... Então vamos ao que interessa. — Falou o ruivo. — Se eu fosse um Lorde do Pavor com cinco parafusos a menos e muito ódio para pouca vida, onde eu esconderia um Tomo que possivelmente contém a receita para o fim do mundo?

    Eu tentei não rir com a pergunta do bárbaro; não era momento de fazermos piadas, ainda que fosse uma piada válida. Precisávamos agir com seriedade e e eficiência. É... Pensando dessa maneira, de fato seria uma tarefa muito hercúlea para nós dois. Preferi, então, manter o clima cômico.

    — Olha, não sei, mas... Pode ser que alguém na Torre de Marfim saiba de maiores detalhes. — Repliquei, apoiando meu braço de forma folgada no ombro de Liive. — Podemos começar a incursão por lá.

    — Tanto faz. —Liive replicou, sério. — Vamos.

    Seguimos viagem do castelo à Torre de Marfim; durante nosso trajeto, percebi olhares desconcertantes dos guardas da cidade em nossa direção. Senti um grande calafrio subir o comprimento de minha espinha; perguntava-me se eles, por algum infortúnio, nos haviam ouvido. Respirei fundo e mantive a pose; Liive também estava vigilante, tentando manter a compostura. Certamente ele não permitiria que tais patrulheiros viessem a atrapalhar nossa missão. Seguimos nosso curso, e os guardas, aparentemente, seguiram o deles...

    — Pera aí. — Liive freiou. — Esqueci de uma coisa.

    — Não dá pra esperar não? — Indaguei, impaciente. — Temos pouco tempo para pegar o que viemos pegar...

    Liive solenemente me ignorou, dando meia-volta e indo em direção ao banco de Edron; coloquei minhas mãos sobre a cabeça, entrando em leve desespero. Apressei o passo para alcançar o bárbaro, apenas para perceber que sua emergência não era financeira — mas sim alcoólica.

    — Tinha que ser você, Liive! — Censurei, sendo levemente hipócrita. — Beber, a essa hora?

    O ruivo sentou-se em uma das cadeiras sem fazer muita cerimônia; em seguida, gesticulou à atendente, Miraia, para lhe trazer meia dúzia de canecas de cerveja.

    — Sim, a essa hora e nesse lugar! — O Norsir retrucou, ríspido — Sente aí, deixe de ser fresco e pegue metade para você!

    Humpf. — Resmunguei, sentando-me em uma cadeira perto dele. — Depois disso, o que faremos?

    O Norsir olhou para trás antes de continuar a falar; antes que eu pudesse me virar para entender de que se tratava sua visão, ele tornou a olhar para mim.

    — Seguiremos com o seu plano. — Replicou Liive, tomando um bom gole de sua bebida. — Vamos ficar aqui até os guardas esquecerem de nós e aí sim poderemos seguir para a Torre de Marfim.

    Então, ouvi um largo suspiro vindo da direção em que Liive olhara antes; voltei meus olhos para lá e me deparei com um senhor muito bem vestido, com uma jaqueta azul-clara e abotoaduras refinadas, calças de tecido grosso e de um esverdeado mais desbotado, igual à blusa que usava por baixo da jaqueta. Suas botas eram cinzentas, mas pareciam ter sido feitas sob encomenda. Certamente, era um senhor bem rico. E muito, muito triste também.

    Fiquei um tempo olhando para aquele senhor triste, que andava para lá e para cá meneando sua cabeça grisalha. Eu vi, de relance, seus tristes olhos claros fitando o chão a esmo, mas nada pude fazer. Abaixei minha cabeça. Concordei com o que Liive dissera e segui tomando minha cerveja. Gesticulei para Miraia, pedindo mais bebida; estava no fim do terceiro copo quando notei que Liive não estava mais sentado comigo. Virei minha cabeça para trás e lá estava o Norsir indo em direção ao velho.


    ****


    (Narrado por Liive, o Bárbaro)


    — Senhor, precisa de ajuda?

    Em minha terra, sempre tivemos uma tradição — não abandonar os mais velhos. O guerreiro de hoje é o sábio de amanhã, já diziam meus pais. Cresci em cabanas de madeira e pelagem cercado por pessoas com o dobro de minha idade, sábias como corujas, fortes como mamutes. Ver aquele senhor sozinho, sem família e desolado me encheu de decepção.

    Como poderia sua família tê-lo largado ali? O que aquele homem teria feito de tão horrível para ser esquecido por sua prole? Essa gente das terras verdes* não sabe honrar seus ancestrais?

    — Senhor? — Insisti, decidido a ajudar aquele velho.

    — Hã? — O velho enfim respondeu, olhando para mim. — Não, não garoto... Estou bem, de verdade. Eu... Na verdade... — Ele balançou a cabeça para os lados, triste. — É complicado... Muito complicado, rapaz. Não sei se teria como você me ajudar.

    — Olha, você dizer seu nome seria um bom começo. — Falei, com um meio sorriso. — E desembuchar sobre a situação ajudaria bastante também. E isso vindo de alguém que é péssimo em papear.

    Com isso, arranquei uma risada do velho e comecei a me sentir um ser menos miserável de alma. Nesse momento, ouvi passos tímidos vindo em nossa direção; certamente era Icel. Curioso como era e sempre foi, não perderia a oportunidade de xeretar e entender o que ocorria.

    O velho se levantou da cadeira e endireitou a coluna, meneando a cabeça como quem acordou de um longo sono.

    — Bem... Garoto, meu nome é Tereban. — O velho enfim falou, dando-me um vigoroso aperto de mão. — Sou um comerciante e já fui um explorador em minha juventude... E seu nome, qual é?

    — Liive. — Falei, cumprimentando-o respeitosamente com um aceno de cabeça. — Prazer em conhecê-lo, Tereban. Fala aí, qual o teu problema? E cadê sua família?

    — Ah... Você tocou no ponto correto... — Tereban falou com um sorriso triste. — Minha família é exatamente meu problema. Não é o que você pensa: eles são minha maior conquista, o que me sobrou de lembrança de minha doce esposa. Meus quatro filhos...

    O velho se sentou, e eu também. Por um momento, senti raiva desses moleques: o pai deles estava lá sozinho e desamparado e os quatro doidos varridos vagando mundo afora. Que vontade que tive de dar uns sopapos em cada um.

    — Eles nasceram no mesmo dia, sabe? — Continuou Tereban, com um tom de voz melancólico. — Cada um em um ano diferente, nascidos no mesmo dia do mesmo mês. Sempre comemorávamos o aniversário deles em conjunto. Quando minha esposa era viva, era fácil conseguir os presentes das crianças... Heidi sabia como agradá-los, dizia-me exatamente o que deveria comprar... Eles cresceram, viraram moços... Foram pra Rookgaard, cada qual aspirando à uma vocação diferente. Hoje, são guerreiros crescidos, homens feitos... E eu não sei como farei para presenteá-los.

    O velho pigarreou um pouco, cada vez mais triste.

    — Eu demorei um tempo, mas consegui pensar em algo bacana para cada um. — Tereban tornou a falar. — E o que torna cada presente especial é que eu farei cada um deles. Um cajado para Robert, o Druida; uma capa para meu filho Konrad, o Feiticeiro; para o meu Cavaleiro Nikolaus, um escudo de primeira; e, por fim, para o Paladino Otto, o melhor dos arcos. E aí está meu problema, jovem Liive.

    — Bom, você já decidiu os presentes, e como vai tê-los. — Falei, ligeiramente confuso. — Não entendo onde está o problema. Aliás, eu não vejo nenhum problema aí, Tereban.

    — O problema, jovem... É que eu não tenho forças para ir até onde posso encontrar cada peça de que preciso. — Replicou Tereban, desanimado — E eu não tenho muito tempo: o aniversário de meus rapazes é daqui três meses, e não tenho nenhum dos itens de que preciso...
    O velho soltou um largo suspiro e começou a murmurrar algo para si mesmo. Eu olhei para Icel rapidamente e logo voltei minhas atenções para Tereban. Eu já sabia o que fazer.

    — De que precisa? — Indaguei, decidido. — Tenho tempo, força e recursos de sobra para conseguir o que você precisa para cada presente?
    O velho levantou a cabeça e olhou para mim com espanto e esperança em seu olhar.

    — Tem certeza?— Ele indagou, incrédulo. — Demorei muito tempo pesquisando e investigando para encontrar informações sobre esses materiais. Você faria isso por um velho comerciante?

    — Faria isso por um pai que ama seus filhos e que quer recompensá-los por terem se tornado bons homens. — Repliquei. — Então diga do que vai precisar, que eu buscarei para você.

    — Certo... — Tereban pigarreou antes de começar. — Para o escudo de Nikolaus, precisarei de Ferro Envelhecido, mais resistente que as rochas de Kazordoon, e uma Escama Flexível de Dragão; para o arco de Otto, um Nervo Fortalecido e Madeira Exótica serão o suficiente. Para o cajado de Robert, precisarei de um Cristal Mágico e uma Raiz Mística. Para a Capa de Konrad, precisarei apenas de um pedaço de Tecido Espectral e Seda Exótica para a costura. Cada um desses materiais pode ser encontrado em diferentes partes de Tibia. Sei que o nervo você poderá obter de um poderoso Wyvern que se esconde aqui em Edron**, e talvez tenha um Dragão perto de Thais que forneça a Escama necessária***, pelo que ouvi. Meu jovem, você acha que consegue encontrar tudo a tempo do aniversário de meus filhos?

    — Pode apostar que sim. — Repliquei, confiante. — Trarei tudo o que você precisa e terá tempo de sobra para fazer os presentes e passar um tempo com sua família.

    Eu e Tereban nos levantamos de nossos assentos; o velho deu-me um aperto de mão e um forte abraço, e eu e Icel nos dirigimos a Miraia para pagarmos a nossa conta. Quando pousamos a sacola com a quantia de ouro necessária, ouvimos passos apressados aproximando-se rapidamente.

    Eu me virei quase tão rápido quanto empunhei meu machado, apenas para dar de cara com um senhor barbado com vestes de mago bem puídas e um grande livro em mãos. Ao ver-nos, o velho ficou estático, ofegante e com um olhar surpreso e assustado.

    — Vocês o conhecem?! — O homem maltrapilho perguntou, visivelmente transtornado. — Conhecem?!

    — Quem, Tereban? — Indagou Icel, apontando para o homem de azul.

    — Não! Ele, não! — O velho nervoso falou, batendo o pé no chão com impaciência. — O filho da rosa negra! O filho de Esquecimento Eterno!

    Assim que o voelho pronunciou as últimas palavras, ouvimos um corpo cair no chão; Miraia desmaiara, e Tereban foi até ela em seu auxílio. Eu e Icel nos entreolhamos; quem seria aquele velhote maluco?

    — Peguem isso! — O velho estendeu o livro em nossa direção, com as mãos trêmulas — Eu não quero ter mais nada a ver com ela! Ela é louca! Uma doença corre por esses escritos e o desenho que ela fez no menino! Achem a criança e deem isso a ele! E sumam o quanto antes, ou ela...

    O velho olhou para os lados freneticamente, muito perturbado. Eu continuei a encará-lo com um olhar de desconfiança; guardei meu machado em minhas costas. Icel tentou acalmá-lo enquanto eu analisava aquele livro — era idêntico aos outros Tomos. Aquele maluco poderia estar falando a verdade.

    — Meu nome é Simon. — Falou o velho, um pouco menos transtornado. — Eu era um cientista; eu costumava trabalhar com Spectulus até o dia em que inventei uma máquina e... Essa mulher apareceu. Apareceu com a promessa de fazer minha máquina se eu a ajudasse a adquirir mais poder. Eu, estúpido e desesperado com os anos de decepções que eu já tinha acumulado, aceitei a proposta sem pestanejar. O resultado, bem... Vocês saberão se lerem o livro. Saiam da cidade imediatamente. Não fiquem até o anoitecer.

    Simon nos deu as costas e preparou-se para sair da taverna, sendo impedido por Icel, que segurou seu braço.

    — Por quê? — Icel tinha que perguntar.

    — Porque ela pode vir aqui com a Irmandade. — O velho falou, soturno. — As palavras nas ruas são “escuridão” e “morte”. Eu não sei se os magos da Torre poderão proteger a cidade e Stoneholme ao mesmo tempo. Melhor vocês saírem e evitar um confronto inútil. Achem a criança! Mostrem a página central do Tomo! Façam-no entender o que poderá acontecer no futuro!

    Antes que pudéssemos dizer algo a mais, Simon saiu correndo do recinto quase tão perturbado quanto chegara. Eu respirei fundo e entreguei o livro a Icel, decidido a fazer o que tinha que ser feito.

    — Icel, você vai para Thais. — Falei, solene.

    — Sem você? Sem chance! — Protestou o Paladino.

    — Não é um pedido. — Repliquei, abrindo lentamente meus olhos. — Ireas precisa desse livro e de seu conteúdo. Eu vou ficar aqui e ajudar esse pessoal.

    — Endoidou de vez... — Censurou Icel, revirando os olhos com um semblante preocupado.

    — Essa mulher já tentou me usar para os propósitos dela antes. — Falei, quase rangendo os dentes. — Eu não vou fugir dele que nem um cão assustado. Não... Eu vou ficar e lutar. Além disso, prometi a Tereban que eu o ajudaria e estou certo de que não morrerei aqui.

    Icel olhou-me com preocupação por alguns segundos. Então, fechou os olhos e concordou com a cabeça, respeitando minha decisão.

    — Se é isso que quer, meu amigo... Eu te darei cobertura. — Ele replicou, sorrindo e se preparando para sair do recinto. — Avisarei a Ireas! Te mandarei uma carta com as instruções de onde iremos depois!

    Dito isso, ele saiu correndo do recinto, e logo depois eu ouvi um relincho sublime; Icel chamara por sua montaria, disposto a fazer a jornada o mais depressa possível. Eu me sentei em uma cadeira livre, peguei uma pedra lisa e outra quadrada e comecei a lentamente renovar o fio de meu machado enquanto a luz de Fafnar esvaía-se no horizonte...

    Continua...


    ----

    Glossário:

    (*)Gente das Terras Verdes: termo para designar aqueles que não são nativos de Svargrond, tampouco que compartilham de su cultura.

    (**)Wyvern que se esconde em Edron: Refere-se a [CRIATURA]Heoni[/CRIATURA], uma das criaturas encontradas em A Father's Burden Quest.

    (***)Dragão perto de Thais: Trata-se de [CRIATURA]Glitterscale[/CRIATURA], uma das criaturas envolvidas em A Father's Burden Quest.


    -----

    O Capítulo saiu mais curto e mais parado, mas espero que esteja bom! Fico no aguardo dos comentários!

    Até a próxima!

    Abraço,
    Iridium.

  4. #4
    Cavaleiro do Word Avatar de CarlosLendario
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    Ótimo capítulo, fefê. To vendo que o pau vai comer e muito em Edron, e estou achando que o Liive não vai sobreviver. Pelo menos ele é valente como um bom Norsir.

    E eu estava achando que o velho que ia dar o tomo depois da quest. Errei feio D:

    Aguardando o próximo.



    ◉ ~~ ◉ ~ Extensão ~ ◉ ~ Life Thread ~ ◉ ~ YouTube ~ ◉ ~ Bloodtrip ~ ◉ ~ Bloodoath ~ ◉ ~~ ◉

  5. #5

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    AI MEU DEUS DO CELLBITCH*, eu não acredito no que esta diante dos meus olhos!!! (O¬O) IRIDIUM-SAMA HAS NOTICE ME!!!! OH MY FREAKING FUCKING GOD, QUE MARAVISUPER LINDO YAAAAAAAAAYYYYYYYYYY <3
    YUUHUUHUUUUU! COMO EU TO FELIZ! ~sai por ai saltitando em uma nuvem enquanto espalha purpurina por todos os lados~ HELL YEAH, MAMA! LET'S PARTY HARD!!!
    Err... cofcof ~tenta se recompor depois do mini ataque de loucura~
    Oioi, iridium-sama. Yukiezinha esta aqui novamente.
    Queria ter comentado mais cedo, quando tu postou o capitulo ontem (eu não tava brincando quando disse que verificava o site todo dia (sem querer parecer uma stalker esquisita, mas já parecendo)), só que eu meio que esqueci a senha da minha conta e tive certas complicações para muda-la. E no meio de toda a confusão, eu ainda tive que ir pro centro, procurar um urso de pelucia marrom pra minha marida (brinks). Eu passei a tarde toda revirando o lugar e não achei. ( - _ - ). Bem, acontece.
    Só cheguei agora e vim direto comentar. (Tudo bem me chamar de querida <3)
    E tipo, não precisa me agradecer por nada. Eu é que tenho muita coisa pra te agradecer. Ter achado essa historia mudou todo o meu mundo, Me trouxe muitas coisas novas e me ajudou em muitos desses "dias que são mais dificeis do que outros". Graças ao fato de você ter decidido escrever essa fanfic, eu pude encontrar o meu lugar no mundo. Eu realmente aprendi a enxergar a vida e as pessoas de uma forma diferente da que eu fazia antes. Antes de encontrar essa fanfic, eu era uma ser humana super deslocada, achava que não havia ninguem no mundo que pude-se conpreender e aceitar as coisas que fazia e a minha forma de pensar, o que realmente era uma realidade aqui. De verdade, não existia ninguem que compreendesse como eu era e agia, então simplismente me marcaram como "estranha" e me isolaram da "sociedade" em que eu era obrigada a conviver. Isso era algo que me deixava muito triste.( fora algumas outras tretas.que eu bloqueava)
    Então, um dia, eu achei essa fanfic. Foi ai que tudo começou.
    Depois de ter lido e me apaixonado por essa historia, e lido todas as outras do site, eu acabei comentando com uma Colega (hoje em dia, uma das minhas melhores amigas) que eu gostava de ler esse tipo de coisa.(ela tambem era meio diferente do resto da turma, por isso falava comigo vez ou outra. O fato de que ela tinha uma vida social fora da nossa salinha impedia que nossas conversas fossem mais frequentes)
    Foi ai que ela me indicou um site chamado nyah. Foi lá que eu descobri mais sobre o yaoi, e descobri que não era a unica garota no mundo que era louca por romances gays. (Certo que aqui eu só achei duas, né? Mas, enfim.) fiquei sabendo sobre as fujoshi, e graças a isso,fui capaz de encontrar pessoas que compreendiam a mim e a minha forma de pensar. Eu pude aprender mais sobre a minha propria sexualidade e aceita-la melhor, (se alguem, há uns quatro/tres anos atras, me contasse que, no futuro, eu me descobriria uma pan genero não-binario, eu riria da cara da pessoa antes de completar a ligaçao pro hospicio vir busca-lá).
    Enfim, não seria exagero dizer que, pelo fato de você ter criado essa fanfic, que eu ainda respiro hoje em dia. Sem brincadeira. A vida tem cada efeito borboleta louco, em? ×2
    De qualquer forma, quem tem coisas a agradeçer aqui sou eu. Muitas coisas mesmo.
    Quanto ao capitulo, ele continua incrivel.
    Eu tenho a ligeira impressão que vai rolar uma grande treta em edron, e dessa o liive não volta vivo. Triste, apesar de não gostar dele no inicio ( cofcofporqueelepareciaserumempecilhoprarelaçãodowi ndcomokerascof), ele parece ser um cara lecal.
    To super curiosa pra saber o que tem nesse novo tomo, e como vão terminar as tretas entre o wind e o ireas. Eu to morrida quando a isso. TT-TT.
    Mentalmente, já até matei a cunhada do keras no parto pra filha dela ser criada por eles, porque #sou-dessas.
    E eu fiz um desenho de "A voz do vento" há algum tempo e gostaria de envia-lo. Só que eu não sei como fazer isso.
    Bem, quando eu descobrir, eu envio.
    Kissus, byebye.

    Mini-dicionario para comentarios da yukie:
    Cellbitch = é um apelido de um youtuber ai que eu gosto muito. (O nome do canal dele é cellbits)
    Yaoi = genero de manga/anime que tenha foco em romances homosexuais. É utilizado pelas fujoshis para nomear coisas gays em geral.

    - - - Atualizado - - -

    Gente, que biblia foi essa que eu acabei de escrever?




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  6. #6
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Segundo Pergaminho, Capítulo 36

    Saudações, leitores!

    Como havia comentado anteriormente, venho hoje com mais um Capítulo de "A Voz do Vento" para vocês. Estou preparando algo extra para postar ainda hoje no fórum, e disponibilizarei links mais tarde no post inicial, na aba de "extras". Será o início de uma série de extras que deixei pendentes ao longo desses anos.

    Agora, vamos ao feedback quanto aos Comentários!

    Spoiler: Respostas aos Comentários


    Agora, sem mais delongas, vamos ao Capítulo de hoje!


    -----

    Spoiler: Bônus Sonoro


    Capítulo 36 — Olhos de Odalisca

    Olhos de revoada... Da nômade fugaz e iluminada...*

    (Narrado por Yumi Yami)


    A luz de Fafnar estava começando a se esvair; era como se Sion já estivesse cansado daquele jogo. Enfim havíamos terminado o banho em Ankrahmun, e eu estava ansiosa para experimentar algo novo; desde que Brand aparecera em minha vida, passei a sentir como se eu tivesse sido libertada; percebi que poderia amar outro ser além de meu irmão, e conseguir um afeto muito maior que o esperado.

    Não sei como e nem porquê, mas Daraman resolveu atender às minhas preces. E como atendeu! Saí das águas perfumadas completamente renovada e feliz como nunca havia estado; voltei para o vestiário e fiz desaparecer minhas roupas antigas. Fechei meus olhos e estalei meus dedos, conjurando novas vestes para mim.

    Primeiro, faixas firmes, porém delicadas de algodão e seda para cobrir meus seios e meu sexo. Depois, um véu azul esverdeado bem fino atado ao meu cabelo, amarrado em um penteado bem alto. Uma blusa azul clara, comprida até a boca de meu estômago e com corte oval, exibindo meus ombros morenos, de mangas compridas até os punhos e cobrindo meus braceletes de prata, com bordados circulares de brilho rosado nas extremidades; calças azuis-esverdeadas com os padrões circulares rosados e brilhantes nas laterais externas da vestimenta, com um lenço azul-cerúleo com bordados de pedrinhas azuis e rosadas de tons vibrantes adornando meu quadril, um par de sapatos de tecido azul de mesmo tom do lenço de quadril e uma tornozeleira de fios prateados com pedrinhas azuis pendendo da peça principal, atada à minha perna esquerda.

    Olhei para meu rosto no espelho à minha frente; inclinei-me para a frente, concentrando-me em minha face; aproximei minha mão de minha tez e estalei os dedos novamente. Meus olhos ganharam um traço firme e felino de cor negra ao longo das base pálpebras; um pigmento de cor bronze adornou o restante das pálpebras até o côncavo dos olhos, abaixo das sobrancelhas; meus cílios ganharam mais volum e meus lábios foram pintados de um tom marrom arroxeado. Ajeitei minha postura, dei uma piscadela para a minha própria imagem no espelho e saí do vestiário.

    Na entrada da casa de banho, senti o ar faltar em meus pulmões, junto a uma aceleração no ritmo de meu coração e uma súbita onda de calor assim que vi Brand passar. Ele estava lindo! Ele havia substituído suas vestes de Paladino por uma blusa de linho de cor preta, jaqueta de cor granada com abotoaduras ´prateadas, calças negras, botas de escamas avermelhadas e um chapéu de veludo preto de aba média, cone mediano e fita de granada em tecido brilhante adornando sua cabeça precocemente grisalha. Eu soltei um suspiro apaixonado e dei a ele meu braço. Saímos lado a lado em direção aos estábulos, onde pegamos nossos Dromedários e seguimos em direção a Ashta’ Daramai.


    ****

    (Narrado por Ireas Keras)


    A luz de Fafnar dera lugar ao brilho de Sion no céu noturno quando eu, Jack e Wind havíamos chegado às Planícies do Pavor; assim como eu havia sonhado meses antes, o local era pavoroso e recheado de seres perigosos e territoriais, variando de Orcs e Minotauros a Dragões e, possivelmente, Aranhas Gigantes.

    Fomos guiados até lá por informações de Marcus e Elena referentes aos Cavaleiros do Pesadelo e seu antigo quartel-general, possivelmente localizado naquele pavoroso lugar. Seguimos de Thais às Planícies em completo silêncio; a presença de um Wind renovado me assustava na mesma medida em que me fazia desconfiar de algo a mais. Evitei trocar palavras tanto com Wind quanto com Jack, que ainda estava muito perturbado com as revelações feitas por seus pais, e não queria acabar colocando sal em nenhuma ferida a mais.

    Assim que chegamos à entrada da temida região, sinalizei aos demais que parassem. Respirei fundo, e ouvi Jack suspirar.

    — Não posso fazer isso. Não estou preparado. — O Paladino sussurrou, com pesar.

    — Jack! — Protestei, incrédulo. — De todos nós, tenho certeza que você é o mais apto a lidar com o que quer que apareça por aqui!

    — Ireas... Não sei se tenho coragem. — Sua voz saía trêmula, quase chorosa. — Não sei se sou forte o bastante para suportar essa provação... Não sei se sou forte como seus pais.

    Antes que eu pudesse refutar, Wind desmontou sua montaria e veio em direção a Jack, pousando suas mãos nos ombros do Paladino de olhos verdes.

    — Eu tenho certeza de que você é! — Wind interveio, sacolejando Jack de leve. — Você é filho de Marcus e Elena Spider! Você foi nomeado “Rei” por seus pais por esse ser o seu destino, sem importar o terreno que lhe seria dado! Você é forte, Jack. Você tem uma mente forte e um sorriso inabalável, e isso nada nem ninguém tirará de você! Pode confiar, eu sei do que estou falando!

    Jack ficou olhando Wind por um bom tempo antes de conseguir mudar seu semblante de triste a otimista; eu sorri de canto, surpreso com a abordagem de Wind. Aparentemente, o antigo Wind, aquele que eu conheci nas areias de Ankrahmun, estava de volta. Então, fiquei sério novamente; pensei, por algum tempo, que precisaríamos de esforços. Tive a sensação de que aquele teste poderia vir a me abalar psicologicamente, e que, dada a minha situação com Jack e Wind, não poderia me dar ao luxo de falhar. Certamente, teria que apelar para me trunfo oculto.

    A pergunta era: estaria meu trunfo pronto para me obedecer?


    ****

    (Narrado por Jovem Brand, o Terceiro)


    Santo Uman, que mulher!

    Era oficial: havia tirado a sorte grande entre todos os homens de meu tempo!

    Chegamos juntos à fortaleza dos Marid; por uma noite, me foi dado esse salvo-contudo. A notícia do iminente aprisionamento eterno de Malor corria pelos andares de marfim e arenito como fogo em palha seca. A casa de Gabel estava lotada, com convidados Djinns e humanos, todos presentes para celebrar a vitória dos justos e o aniversário da princesa Djema, que finalmente chegaria à idade adulta.

    Entretanto, sinto que roubamos um pouco a cena; estávamos, modéstia à parte, maravilhosos. Yumi, em especial, estava um espetáculo; nenhuma das outras mulheres presentes. Apenas Djema poderia tentar se igualar a ela, e a beleza da tímida bibliotecária me surpreendera bastante.

    Assim que chegamos à entrada, Umar nos recebeu com um caloroso abraço e um aperto de mão; por uma noite, fui recebido com apreço pelo segurança da Fortaleza dos Djinns Azuis; no andar seguinte, Bo’Ques já servia um montante absurdo de iguarias exóticas e deliciosas para muitos dos convidados, e fomos recebidos com dois enormes pratos cheios de pequenas delícias do cozinheiro Marid; sentamo-nos um pouco nas almofadas posicionadas ao longo da sala, comendo as iguarias e conversando com os demais presentes sobre nossas aventuras e as novidades de nosso admirável grande mundo.

    Yumi decidiu seguir para o próximo andar em busca de Djema, enquanto eu preferi ficar com os novos aventureiros, conversando sobre as aventuras do passado e as expectativas para o futuro. Foi no meio daquela turma de homens de várias faixas etárias que eu acabei tomando a decisão. Decisão essa que viria a mudar todo o rumo da minha vida. Ao ouvir as aspirações futuras daqueles que viram tanto quanto eu, ou até mais, entendi o que realmente faltava em minha vida...

    E o que eu teria que fazer para conseguir o que eu tanto almejava e nunca percebera até então.


    ****

    (Narrado por Yumi Yami)

    Subi as escadarias com muita alegria, e fiquei radiante ao ver Djema; ela estava mais linda que os lírios da fonte dedicada a Daraman; ela era o centro das atenções dos Djinns presentes. Gabel estava feliz como nunca estivera, orgulhoso da filha que criara, da princesa que ela era e dos conhecimentos que ela já acumulara em tão tenra idade.

    Eu fui até ela e abracei-a com ternura; dei a Djema meus melhores votos por aquele dia, agradecendo-a por me convidar a despeito de tudo que meu irmão fizera. Ela tomou minhas mãos e me levou ao centro da biblioteca, convertida em um salão, onde me deparei com alguns Djinns em forma humana portando alaúdes, tambores em formato cilíndrio e trapezoidal**, címbalos e outros instrumentos percursivos.

    — Uau! Sua própria banda! — Falei, exultante. — Vamos ter dança hoje!

    — Com certeza! — Djema me disse com um sorriso melindroso. — Na realidade, era sobre isso que eu gostaria de falar com você: desde pequena, sempre admirei você, Yumi. Sua graça, sua força... E o fato de você dançar maravilhosamente bem. Me daria a honra de ver mais uma performance sua?

    A pergunta me pegou de surpresa; não sabia o que responder. Comecei a ouvir palmas tímidas das pessoas presentes naquele recinto.

    — Dance, dance! — Alguns começaram a entoar, animados.

    Em pouco tempo, vi os músicos se ajeitarem em suas cadeias e afinarem seus instrumentos. Mais palmas; mais pessoas apareceram no recinto, e mais convidados começaram a pedir por minha dança.

    — Dance, vá! — Os Djinns mais animados já diziam, pedindo aos demais presentes para se sentar nas almofadas no chão.
    — Dance, por favor. — Djema me pediu com doçura.

    Soltei um suspiro e abri um sorriso; não tinha como recusar. Vi Brand chegando com a última leva de convidados e decidi que voltaria a fazer aquilo que eu mais amava: dançar para um sala cheia de espectadores. Descalcei meus pés e fui para o centro do enorme círculo que se formara no salão improvisado.

    O silêncio deu lugar às palmas que me convidaram para a performance; os músicos enfim se ajeitaram, e eu fechei meus olhos, esperando pela melodia. Ouvi os passos delicados de Djema dirigindo-se para seu lugar, e respirei fundo novamente.

    Então, ouvi o som alto e claro dos tambores chamando por mim; a música começou,e meu corpo logo foi acompanhar. Meus pés se moviam na cadência animada que me era dada;a voz de três dos Djinns davam à percussão sua melodia merecida, e usei meus braços, ombros e pescoço para encenar.

    Se a canção me pedia, fazia uso de meus quadris e abdome; umas batidas com vigor aqui e acolá, e a movimenação de uma serpente que encanta homens e mulheres quando a lentidão alcançava os alaúdes. As vozes pediam drama, e as palmas junto ao andamento do arranjo clamavam por mais.

    Comecei insegura, mesmo que minha expressão não deixasse transparecer; faziam anos que eu não dançava para um público tão grande, com tantas caras novas e curiosas me observando. Meus joelhos tremiam sem que esse fosse meu comando, e eu fazia o possível para apenas me atentar à música e dançar a minha melhor dança.

    Na medida em que a sala se tornou mais animada, decidi me arriscar e tornar-me mais intensa, sem fazer tantos movimentos pequenos e em espaços mais restritos; ocupei mais espaço quando o arranjo me permitiu, e diverti-me como nunca mais havia me divertido.

    Ainda que estivesse feliz e em meu lugar de direito, não conseguia evitar de sentir um vazio em meu coração. Eu olhava para a plateia na esperança de captar o olhar singular de meu irmão. Depois de tantos anos de transgressões e más decisões, não conseguia evitar a solidão e tristeza que sentia com sua ausência. Ele viera ao mundo comigo, e eu gostaria que, quando a hora chegasse, ele saísse desse mundo ao meu lado. Doía-me sua ausência, principalmente pelo fato de ser a primeira apresentação minha em que Yami não estaria presente, e certamente não seria a última.

    Só podia torcer para que estivesse bem e que não estivesse arranjando problemas para si ou outras pessoas. Restava apenas dançar para espantar os maus sentimentos; restava apenas me entregar de corpo inteiro à música e dar àquela gente a melhor apresentação de dança de seu tempo...


    ****


    (Narrado por Andarilho do Vento)


    Ireas estava calado, e parecia me evitar de qualquer forma. Soltei um suspiro de alívio quando vi que Jack parecia estar recuperando seu vigor. A noite já era densa e eu conseguia ver uma estrutura em ruínas no horizonte.

    — Ali! — Apontei para o a edificação — Deve ser ali, o antigo entreposto dos Cavaleiros do Pesadelo!

    Jack se preparou para me seguir, mas Ireas ficou parado; de repente, vi-o tirar algo de seu robe: uma Lâmpada, como aquelas onde dormiam Djinns. Com aquilo em mãos, ele começou a andar sem dar um pio sequer. Quando ele ficou alguns metros à minha frente, percebi que ele levara a Lâmpada à frente de seu corpo.

    Alguns segundos depois, uma nuvem de fumaça esverdeada apareceu próximo ao Norsir de cabelos azuis, e não demorou muito a ela assumir formas humanas – e familiares.

    Yami, o Primeiro, estava ali presente.


    Continua...

    ----

    Glossário:

    (*): Paródia à descrição de Capitu em Dom Casmurro, de Machado de Assis: "Olhos de ressaca; de cigana oblíqua e dissimulada". Referência ao olhar e à postura de Yumi, que se assemelha à de Capitu em vários momentos.

    (**): Descrição de um derbake, um instrumento de percussão árabe similar a um tamborete. Foi criado principalmente para apresentações ao vivo de bailarinas de dança do ventre, sendo a base da grande maioria dos arranjos musicais para bailarinas.

  7. #7
    Cavaleiro do Word Avatar de CarlosLendario
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    Menos romancinho e mais ação plx. (Foi uma das poucas coisas que eu não gostei muito em Mirai Nikki, por sinal)

    Ótimo capítulo, pelo que estou vendo, finalmente Yami vai ter uma utilidade ao invés de ficar enchendo o saco. Só acho que o Wind não aprova a ideia. Eu também não, até queria que ele morresse, quem sabe pra alguma Giant Spider dai de PoH. Mas sei que você tem grandes planos pra esse mini-cuzão ai.

    Aguardando o próximo.



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  8. #8
    Avatar de Bruttar
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    Vai que é sua Brand! <3
    Excelente como sempre Fer.
    Aliás, bem soltinha a Yumi hein :3
    - ALASTOR

  9. #9
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Segundo Pergaminho, Capítulo 37

    Saudações, frequentadores da Seção Roleplay!

    Bom, dei uma sumida de novo por causa das aulas teóricas de direção que tenho feito (sim, a tia tomou vergonha e decidiu tirar carteira de motorista esse ano), e aí não pude manter o ritmo de post como gostaria.

    De qualquer forma, retomo hoje antes do mês de Janeiro acabar.

    Antes de mais nada, as Respostas aos Comentários:

    Spoiler: Respostas aos Comentários


    Spoiler: Sobre os Extras


    Bem, sem mais delongas... O Capítulo de Hoje!

    -----

    Capítulo 37 — Esquecimento, a Eterna: O Desafio dos Sonhadores (Parte 1)

    “F.. King an. Coun.ry
    W... Honor ... Vir...
    We will ...otec. Th.. Pla...
    .. tha. HE ... .ever ret...”

    (Narrado por Rei Jack Spider)



    Eu não acreditei em meus olhos; Yami estava lá, de pé e do lado de Ireas! O Efreet estava, então... À serviço dele?! Isso não fazia o menor sentido! Yami tentara diversas vezes nos eliminar, então por que diabos Ireas se esforçaria para mantê-lo vivo?

    Naquele momento, minha vontade foi a de dar um soco na cara de Ireas, para ver se ele recuperaria o juízo.

    Você! — Wind vociferou para Yami. — Como pode ainda estar vivo?!

    Yami virou-se lentamente em direção a Wind, com os olhos dourados bem abertos.

    — Acredite em mim, nem eu sei como não morri. — Replicou o Djinn, apático. — Mas estou aqui agora, e parece que... — Ele fechou o semblante mostrando claro descontentamento, falando por entre os dentes. — Meu novo amo tem um serviço para mim.

    Descontente, ele acenou com a cabeça, indicando Ireas. O Norsir de cabelos azulados concordou com a cabeça, ainda com a expressão fechada.

    — Exato. Tenho a impressão de que quatro pares de mãos serão mais eficientes que três nessa missão. — Falou Ireas, me deixando cada vez mais irritado. — Então, vamos ter que colocar as diferenças de lado para resolver isso o quanto antes. Fui claro?

    Minha expressão se fechou em igual descontentamento, e senti o mesmo por parte de Wind. Não conseguíamos entender os propósitos de Ireas para aquele desperdício de vida e magia à nossa frente; entretanto, ali não era local para criar confusão. As Planícies do Pavor tinham aquele nome por motivos bem óbivos: havia algo naquele local que mexia com a mente de todas as criaturas vivas ali presentes, e nós estávamos prestes a lidar com aquilo de frente.

    E eu torcia para ser a última vez que precisaríamos fazer isso.


    ****


    (Narrado por Yami, o Primeiro)

    Keras é uma figura fascinante, a despeito de tudo que ocorrera. Por que digo isso? Porque o rapaz não estava nem um pouco preocupado com as opiniões de seus amigos mais próximos. Digo, fazia mais de meses que ele estava convivendo com Jack e Wind, e agora parecia tratá-los friamente. Talvez essa fosse sua forma de mostrar força, ou simplesmente seu modus operandi para ignorar o que precisava ser ignorado.

    A mim restava, dada a situação, sorrir e acenar. Ou só acenar; digamos que sorrir não é algo que me caia tão bem.

    Utana Vid. — Ouvi Ireas sussurrar à frente. Deveria ser a tática dele para se desvencilhar dos obstáculos.

    Jack e Wind conjuraram o mesmo feitiço pouco depois, e eu simplesmente estalei os dedos, convertendo-me em uma nuvem de tonalidade verde bem escura, para me camuflar com a região. Graças ao simples estratagema de meu... Novo amo, chegamos às ruínas sem maiores dificuldades. Wind prontificou-se em abrir o caminho, e eu parei para inspecionar o local. Vi que Keras estava parado diante de uma placa muito corroída pela ação do tempo, tentando ler o que nela estava escrito.

    “’Pe’... Rei e... ‘Aís’... ‘C’.. Honra... ‘Vir’...”... — Ele parecia frustrado, dado o tom de voz empregado. — “...Nós iremos... ‘Teger’... ‘Es’...’Ocal’...Que ELE ‘vol’...’amais’.”. Não faz o menor sentido!

    — A placa está detonada demais pelo tempo, Ireas. — Jack enfim falou. — Vamos logo, não temos muito tempo. Logo seremos encontrados pelas criaturas que rondam essa região!

    Keras meneou a cabeça, frustrado; eu joguei meus ombros pro alto, entediado, e vi que Wind já terminara de inspecionar o local e abrir o que parecia ser um túnel por debaixo dos escombros.

    — É por aqui! — Indicou o Yalahari com um sorriso no rosto. — Venham!

    Jack e Keras se entreolharam um tempo até decidirem seguir o commando do Yalahari. Eu continuei quieto, apenas observando, e segui viagem com eles.

    ****

    (Narrado por Ireas Keras)


    Yami estava muito bem comportado. Bem até demais.

    Descemos por aquele túnel e demos de cara com um floresta morta, iluminada por alguns fracos campos de energia, cintilando como estrelas prestes a morrer na imensidão do céu. Seguimos adiante, e vi Wind tirar algumas cenouras de sua Mochila de Brocados.

    — Reza a lenda que o Coelho Demônio Hugo* habita essa parte... — Sussurrou Wind, vigilante. — Ele provavelmente nos deixará passar se dermos um agrado. Aqui, peguem cada um uma cenoura.

    Dito isso, cada um de nós pegou uma cenoura das mãos do Yalahari. Eu continuei quieto, vigiando Yami com o olhar. Ainda não estava certo sobre suas intenções, mas sabia que ele não tentaria tomar a lâmpada de mim... Não por ora. Com as cenouras em mãos, caminhamos pelas árvores mortas; em um dado momento, ouvi um farfalhar estranho vindo de perto delas, e senti algo puxando minha mão. Virei-me em direção ao barulho e notei um par de olhos vermelhos nos vigiando por dentro de um velho e largo tronco de árvore.

    Wind estava certo. Hugo estava lá, e, à sua maneira, nos dera sua bênção. Havia algo errado naquele lugar. Algo muito errado.


    ****


    (Narrado por Andarilho do Vento)

    — Argh!

    Uma crise de tosse generalizada ocorreu alguns minutos depois de nosso breve e suposto encontro com Hugo. A julgar pelas expressões de Ireas, ele certamente acreditara no que eu disse! Hugo não passava de uma lenda... Ninguém jamais vira o coelho endiabrado de fato, e, ao meu ver, ele não passava de história para assustar crianças levadas antes de serem tomadas pelo sono. Bom, ao menos eu esperava estar certo quanto a isso...

    Chegamos a um local tomado por gás venenoso; comecei a sentir um incômodo em meus pulmões, e logo estava tossindo com todos. Todos exceto Yami, que se adiantara e continuou nuvem de veneno adentro. Pouco tempo depois, ouvimos o som de fogo crepitando.

    — Venham! — Falou Yami de dentro da cortina de veneno. — Tem uma passagem para outro local aqui!

    Antes que eu pudesse dizer algo, dada a minha contínua e crescente desconfiança, vi Ireas ir em direção ao Efreet sem nem ao menos pensar duas vezes. Jack logo o seguiu, e eu me vi sem escolhas senão acatar à escolha da maioria. Atravessei o teleporte e me reencontrei com o trio em uma paisagem totalmente diferente, cheia de árvores, vinhas e ar respirável. O grande problema agora seria sair daquela redoma verde: estávamos cercados.

    — Ah, que beleza! — Resmungou Jack. — Como vamos sair daqui?

    — Bom, parece que tem algo ali além daquele outro monte de árvores... — Ireas falou, apontando para algo ao longe. — Jack, você tem certeza de que é esse o lugar.

    — Segundo mãezinha e paizinho, é aqui mesmo! — Jack replicou, frustrado, cruzando os braços. — Mas faz muito tempo que eles não vêm aqui... Talvez os mecanismos tenham sido alterados, sei lá.

    — E como funcionavam esses mecanismos? — Milagrosa e estranhamente, Yami decidiu interagir.

    — Bom... — Jack começou, soltando um suspiro de frustração. — Tinha uma história de arremessar algo que simbolizasse a morte em um piso especial nessa área... O que era ao certo, eu não sei. Digo, quem carrega algo mórbido na mochila todos os dias?

    — Alguém que lida com a morte todos os dias, Jack. — Yami replicou, com um sorriso de canto. Morte, você diz? Talvez alguma coisa com sangue, ou caveiras, sei lá?

    — Algo por aí. — Jack replicou, desconfiado. — Mas acho que tinha que ser algo leve, discreto... Algo mórbido cuja falta não seria tão notada...

    Assim que Jack terminara de falar aquilo, vi Yami estalar os dedos e revelar um pequeno anel com uma caveira entalhada. Ele começou a sorrir novamente, e voltou seus olhares para Ireas, para meu descontentamento.

    — Isso daqui deve funcionar, não? — Falou o Djinn. — É um Anel da Morte, e posso fazer outros se for necessário.

    — Acho que só um deve bastar. — Disse Ireas, pegando o anel da mão de Yami. — Vamos logo com isso... Estou ficando preocupado com os demais.

    Dito isso, Ireas arremessou o anel e uma passagem se abriu.

    — Por via das dúvidas, Yami, faça outros três aneis, só por garantia. — Comandou Ireas. — E você vai atravessar primeiro.

    — Isso foi um pedido? — Yami sorriu sinistramente para Ireas.

    — Foi. E eu sei quantos ainda restam. — Replicou o Norsir de forma seca. — Não pense que vai poder me passar a perna. Eu sei onde você dorme.

    O sorriso de Yami sumiu rapidamente, e ele seguiu seu caminho, fitando Ireas com o brilho sinistro de seus olhos dourados. Assim que ele atravessou o corredor de árvores e pisou no teleporte que se abrira, ele sumiu e as árvores voltaram para os seus lugares. Ireas então caminhou até nós e nos entregou um Anel da Morte.

    — Ao que parece, todos nós temos que carregar a Morte. — Disse o Norsir, sério. — Eu vou primeiro, quero garantir que Yami ainda estará lá. Vocês dois podem vir na ordem em que preferirem... Estarei esperando lá.

    Ireas logo arremessou o segundo anel e correu em direção ao teleporte que se abrira entre as árvores. Soltei um suspiro triste ao vê-lo sumir. Acho que ser novamente mais um amigo do Norsir estava sendo mais difícil do que eu poderia imaginar... Mas eu teria que aprender a lidar com isso de uma forma ou de outra...



    ****


    (Narrado por Ireas Keras)


    Eu não esperava estar fazendo as coisas que estou fazendo. Não queria que tivesse que ser assim, com os meus melhores amigos desconfiando ativamente de meus propósitos. Mas, precisava que eles entendessem que Yami seria necessário ali para... Equilibrar a balança.

    Dando tudo certo, eu já sabia como aquela missão terminaria... E não queria pensar naquilo, naquele momento. Assim que passei pelo teleporte, vi-me em uma sala cinza, com ossos etéreos e alongados decorando o átrio central e uma outra parte mais ao norte do salão. Yami estava lá, sentado no chão e de pernas cruzadas, aguardando minha chegada.

    — Parece que há uma espécie de quebra-cabeças aqui. — Falou-me o Efreet, olhando em volta. — Eu dei uma olhada e trata-se de uma organização de... Cores, não sei. E tem umas plataformas no chão também. Keras, acho que vamos ficar um bom tempo presos aqui...

    Era tudo o que eu não queria ouvir. Respirei fundo e exalei o mais lentamente possível; precisava me acalmar, estava começando a ficar impaciente. Assim que fiz isso, ouvi passos apressados. Virei-me em direção ao som e vi Wind e Jack chegando. Yami levantou-se do chão sem fazer muita cerimônia. Estávamos os quatro naquele salão cinza com um enorme quebra-cabeças para resolver. Ficamos parados um tempo, refletindo quanto ao que teria que ser feito.

    Respirei fundo e dei um passo à frente.

    — Vamos começar. Não temos muito tempo pela frente.


    ****

    Calem-se! Preciso pensar!

    Não demorou muito para a nossa paz ser perturbada. Por duas horas, tentamos resolver aquele maldito quebra-cabeças. Por todos aqueles minutos, tentamos entrar em acordo quanto às plataformas a serem pisadas e quando elas deveriam ser. Infelizmente não demorou muito para Wind e Yami começarem a se alfinetar, e até mesmo Jack começou a contribuir com a algazarra.

    Eles começaram a pisar nas plataformas erradas; Wind começou a ameaçar Yami, que estava divertindo-se às custas do Cavaleiro; Jack olhou para mim e ergueu os ombros, sem saber o que fazer para separar aquela gente. E eu fui ficando cada vez mais irritado.

    Calem-se! Calem-se! — Urrei, furioso. — Não veem que não temos outra saída?! Ou vocês deixam as diferenças e intrigas de lado, ou morreremos aqui dentro e tudo terá sido em vão! Pelo amor de Nurnor, comportem-se como adultos por alguns minutos!

    — Não dá pra confiar nesse aqui! — Wind replicou, exaltado. — Ireas, pense bem! Coloque Yami de volta na Lâmpada e deixe-o lá! Ele vai nos sacanear de novo!

    — Eu estou aqui te ouvindo, sabia? — Yami intercedeu, visando manter os ânimos exaltados.

    — Isso vale para você também, Yami! — Falei, ainda muito irritado. — Você tem um papel a desempenhar aqui, e eu espero que, para o seu bem, você o faça, e faça direito! Fui claro?

    Foi notória a irritação do Efreet. Ele concordou com um aceno de cabeça, sussurrou algo para Wind e retornou ao seu local. Eu respirei fundo e fui para o norte do grande átrio.

    — Vamos lá, rapazes... Do começo. — Falei, soltando um suspiro. — Lembrem-se: as almofadas aqui devem ficar posicionadas da mesma forma que as almofadas atrás de mim. Vamos acertar dessa vez, por favor. Ainda estamos muito longe do Caminho dos Sonhos... E o tempo urge.


    Continua...

    ----

    Glossário:

    (*): Coelho Demônio Hugo (Demonbunny Hugo) é uma das criaturas mais recorrentes em termos de histórias sinistras de Tibia. É um NPC muito citado e nunca visto, tido como uma criatura de grande poder e vilania. Muitas quests em Tibia estão relacionadas a essa mítica e ilustre fera.


    ---

    Esse Capítulo foi um pouco mais corrido do que eu tinha previsto, mas precisava disso. Compensarei vocês no próximo! Fico no aguardo do feedback de todo mundo. Novamente, agradeço ao @CarlosLendario , ao @Bruttar e à @yukie kureiji por seus Comentários mais recentes.

    Mais uma vez, aos que visualizam também, obrigada pelos minutinhos de sua atenção!

    Até a próxima, pessoal
    Última edição por Iridium; 28-01-2016 às 11:08.

  10. #10
    Avatar de Sombra de Izan
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    Bom capítulo, fazia tempo que não entrava na seção, mas parabéns pelo capítulo e pela história, acho que para comentar melhor terei que ler desde o começo sua história, mas esse lance de almofadas acho que deve ser uma quest? que to meio perdido pra entender.

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