Bom dia a todos.
Pois é, me ausentei desse Fórum... Bem, acabei por me inscrever em outro Fórum e estive bem engajada nele. Como as coisas andam paradonas lá, decidi voltar aqui e ver se animo as coisas.
Recentemente, recebi péssimas notícias, sobre as quais não quero falar. Visando esquecer o orgulho que me foi ferido e os anos de estudo que consegui jogar fora, decidi reviver minha história.
Primeiro, respondendo aos Comentários mais recentes:

Postado originalmente por
CarlosLendario
Ops, esqueci de comentar...
Bom, sobre o capítulo, ótimo como sempre. Mas não esperava que o Ireas perdoasse o Wind... Pensava que ele tinha aceitado o lado Norsir dele. Mas, temos um longo pergaminho pela frente ainda, tudo pode acontecer.
E agora a mãe dele anda assombrando-o, agora o ameaçando sem consideração alguma. Porra, que mãe, hein? Mas ainda acho que quem vai se ferrar vai ser ela, se pá.
Bom, não há muito o que comentar. Não percebi erros, ótimo texto como sempre. xD
Aguardo próximo capítulo

Obrigada, Carlitos, novo GM da seção SHAUSHAUSHAUSH Fico muito feliz por ter você aqui, sempre xD

Postado originalmente por
Pedrinhospf
Olá.
Estou começando a ler o segundo pergaminho aos poucos, estou gostando.
O conhecimento que você tem e a forma como você descreve os personagens e o que se passa na cabeça deles é muito legal, adiciona muito à história.
Conforme for lendo os capítulos vou falando mais aqui.
Abraços!
Fala, pedrinho! leitor novo xD
Desculpe a demora na resposta, mas fico feliz q vc esteja gostando. Vamos ver o seu parecer nesse aqui xD Boa sorte na ua Disputa Roleplay =)

Postado originalmente por
Lacerdinha
Demorei, mas estou aqui!
Iridium, que estória incrível! Não conseguir parar de ler até o final do Segundo Pergaminho. Você escreve maravilhosamente bem, e ainda adiciona conhecimento aos capítulos (como a música em galego) e isso é muito legal mesmo.
Os últimos capítulos me deram ainda mais ânsia de leitura. Você mistura toques de humor, cultura e momentos épicos dos personagens. Essa coisa criativa (não haver no jogo mas existir na estória) também é muito legal.
Me surpreendi com as artes dos personagens. Além de escrever maravilhosamente, também desenha muito bem! Parabéns mesmo.
Não vou me exceder muito nos comentários agora. No próximo capítulo comentarei mais sobre a estória. Espero que não demore postar!
Abraço.
Lacerdinha, que honra!
Finalmente consegui te puxar hehehe
Fico feliz que tenha gostado, e estou muito, muito lisonjeada com os elogios =P
Eu espero ansiosamente pelo teu comentário.
Abraço!
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Com vocês, Ireas Keras e mais um capítulo de "A Voz do Vento"...
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Capítulo 5 - O Senhor das Marés (Parte 2)
Ireas conhece Yami...
Enfim, a hora havia chegado. Yami havia dito no rodapé da carta que ele se encontraria perto dos cofres e depósitos de Ankrahmun. Esperava conseguir desviar da balbúrdia a tempo de encontrá-lo.
A cidade estava tingida em cinquenta tons das mais distintas cores. Os ciganos certamente traziam mais alegria à cidade. Fiz bem em fazer tal acordo com eles, graças aos favores que tenho com Muhad. Acredito que o nômade esteja mais feliz por ver seu povo e sua integridade cultural sendo respeitadas...
A música era maravilhosa - som de sistros, alaúdes, harpas, tambores e pianos sendo dedilhados com maestria, tocando as mais belas canções daquela gente. Wind parecia estar recobrando o vigor, visto que já era perfeitamente capaz de caminhar com as próprias pernas, apoiando-se pouco em mim. Ele parecia uma criança, fitando as faixas de tecido colorido e os sinos de vento com um sorriso bobo. Comecei a rir para dentro a fim de não desviá-lo de seu foco.
— Algo errado, meu bem? — Ele indagou, voltando a si.
— Não, nada... — Respondi com um sorriso — Escute, se quiser, pode ficar para o festival...
— Nada disso! — Retrucou com um sorriso, pegando meu braço direito — Vou com você. Eu posso ver essas festividades depois.
Dei de ombros igualmente sorridentes. Lado a lado, seguimos até uma das maiores pirâmides de Ankrahmun. À frente do arco de basalto da entrada principal, estava Yami, o Primeiro, com alguns papéis em mãos e um relógio de bolso, conferindo a hora. Wind soltou meu braço e deixou-me seguir em frente.
— Bem em tempo. — Comentou Yami com um sorriso, espiando pelo rabo do olho e fechando o relógio de mão, guardando-o — Achei que não fosse chegar.
— Sinto muito por tê-lo feito esperar — Repliquei com um sorriso cordial, estendendo-lhe a mão — Sou Ireas Keras.
— Yami, o Primeiro — Ele falou ao retribuir o gesto, apertando minha mão. — Bem, vamos direto ao assunto: como você é o Grão-Vizir legítimo, visto que Abkar mal assumiu o posto, gostaria de confirmar meus contratos com o senhor.
— Perfeitamente — Respondi sério — Deixe-me ver os papéis, sim?
No que ele me passou os papéis, percebi que seus olhos fitavam Wind, que estava a poucos metros de distância.
— Seu guarda-costas? — Indagou-me com um sorriso.
— Não... — Respondi, sem jeito — Ele é...amigo...amigo meu.
— Não parecem apenas amigos — Pontuou Yami. E ele estava certo— Desculpe a intromissão...
Amigo? Puxa, estava tão incerto acerca de como referir-me a Wind que... Não soube o que responder. Ele aproximou-se de Wind a passos lentos, fitando-o com o que julguei ser um sorriso amistoso. Dei de ombros e continuei a ver os papéis. Ainda que me parecessem normais, algo me despertava desconfiança... E eu não sabia bem o que era ao certo.
***
(Narrado por Yami, o Primeiro)
Sujeito interessante, esse Keras. Realmente, difere da imagem de um Norsir, ainda que porte o orgulho e desconfiança típicos dos filhos do Norte. O que me intrigava mais era o Yalahari que o acompanhava... Ele parecia fitar-me com igual desconfiança. Que pena...
— Seu nome? — Indaguei-o.
— Como? — Replicou fazendo-se de rogado.
— Perguntei seu nome. — Repliquei, olhando rapidamente para Ireas, que parecia observar minha interação com aquele que o acompanhara até ali.
— Sou Wind Walker, o Andarilho do Vento — Respondeu o ruivo com altivez. — Você é Yami, certo?
— Correto — Respondi-lhe com uma reverência. Notei uma fragância familiar oriunda do corpo daquele homem, o que me fez fitá-lo com curiosidade.
— Algo errado, senhor? — Indagou-me ao me fuzilar com seu olhar.
— Açafrão? — Indaguei — Você é... Aliado dos
Efreet?
— Na falta de algum melhor, reconheço-me como um deles. — Respondeu-me com um sorriso desafiador — Mas uma vez, algo errado com isso?
Olhei para Keras. Ele não me parecia ser alguém que andasse com um aliado dos Djinns esmeralda. Um sorriso malandro brotou em minhas faces. Encontrei algo além de meu trabalho com que me entreter.
— Efreet... — Sussurrei o nome, fitando-o no fundo de seus olhos castanhos — E o garoto? É Efreet também?
— Não... — Respondeu-me com leve decepção — Ele ainda não escolheu um lado... Sequer sei se ele tomará algum partido nessa guerra...
— Você vai perdê-lo.
Sorri ao ver a expressão surpresa e enraivecida do ruivo Cavaleiro. Uni lentamente as pontas de meus dedos, deliciando-me com aquele momento. Ah, as dores alheias... As vítimas de meu encantamento, melhor que o de qualquer feiticeiro mundando...
— Que quer dizer com isso?! — Vociferou Wind.
— Saberá quando a hora chegar... — Disse, afastando-me à lentas passadas.
Ireas apertou minha mão, entregando-me os papéis com um sorriso no rosto. Ele explicou-me as rotas que Sinbeard costumava fazer até o dia de sua morte, e instruiu-me a ser o mais eficiente e cordial possível. Reverenciei-o e despedi-me.
Aquele garoto... Encontrei, enfim, algo para me entreter.
***
(Narrado por Ireas Keras)
O que quer que tenha acontecido entre aqueles dois, certamente não tivera nada de amistoso, pois Wind observava Yami com raiva em seu olhar. O que o Darashiano o teria dito para tirar-lhe do sério, ferindo semblante tão sereno?
— Algo errado, meu bem? — Indaguei, preocupado.
— Nada... — Respondeu-me em um sussurro — Escuta, aquele Yami... Acha certo confiar nele?
— Parece-me um bom profissional... — Respondi, dando de ombros — Sírio o recomendou e eu ouvi coisas boas a respeito dele... Por que?
— Esqueça... — Respondeu meneando com a cabeça — Coisas da minha cabeça. Acho que todas essas provações que você me fez passar mexeram comigo!
Ele correu até mim e segurou-me em seus braços, girando-me no ar. Eu ri um riso alegre, despreocupado. Estava feliz. Aquele sujeito me fazia feliz como ninguém jamais havia feito. Se Cipfried pudesse me ver... Se eu ao menos pudesse falar com ele... Acho que ele estaria igualmente feliz...
O Yalahari levou-me em seus braços até à feira. Ainda havia muito o que ver e tínhamos bastante tempo para isso. Eu abri uma carta que havia recebido recentemente — era de Silfind, muito saudável e vigorosa, levando sua gravidez adiante. Já deveria estar no quarto ou quinto mês...
Aquilo me fez lembrar de minha tarefa — não poderia ficar em Ankrahmun para sempre. Para que pudesse sair com a consicência leve, ainda havia algo que eu precisava fazer... Mas que não faria naquele momento. Tudo o que eu queria era divertir-me com aquele que me arrebatara o coração; queria conhecê-lo melhor, e não havia ocasião mais adequada para isso...
***
(Narrado por Yami, o Primeiro)
Ah, a balbúrdia dos comuns, as festividades do povo... Há muito não via algo assim. Da última vez que estive em Ankrahmun, os nômades ainda eram escória, excluídos da sociedade ankramana, esquecidos em meio à areia flamejante de Darama...
Lembro-me de tempos anteriores a esses, onde o deserto era um lindo jardim, e que as montanhas de Kha'labal não existiam... Quando Drefia não era um local esquecido pelos deuses, tragado pelas areias do deserto, aprisionando as almas ensandecidas daqueles que traíram seres muito superiores a eles...
Humanos... Não são nada senão peões em um jogo maior que eles... Não são nada, senão peças da linha de frente, que podemos sempre sacrificar sem remorso, pois são substituíves. São fracos, volúveis... Cedem fácil...
Encantam-se fácil.
Quase não vejo graça em manipular, brincar com eles.
Quase. Keras é diferente. Há algo nele que me incita meu lado brincalhão, que pensei há séculos ter perdido. Minha caminhada levou-me para longe das ruas da plebe vulgar, voltando-me para a silenciosa biblioteca de Ankrahmun, guardada por um velho conhecido meu...
— Tothdral! — Gritei por ele — Não se esconda de mim... Sabe que não gosto dessa brincadeira...
— E você sabe o quanto eu não tolero grande parte das suas.
A majestosa múmia apareceu por entre prateleiras abarrotadas de livros e pergaminhos. Ele segurava um papiro entre as mãos grandes e cobertas de ataduras. Seu único olho descoberto pairava sob meu semblante, fitando-me no fundo de meus olhos igualmente dourados.
— Ah, que isso! Não seja tão sentimental! — Disse com relativo desdém, jogando-me no divã logo atrás de mim, pusando minhas mãos atrás de minha cabeça, deitando-me confortavelmente no móvel — Sabe que é assim que costumo jogar...
A múmia deu de ombros e cerrou seu único olho. Sua voz majestosa e gutural era similar à minha. Conhecíamos há muito, muito tempo atrás, quando seu corpo ainda tinha o vigoar dos vivos e não cheirava à bálsamo e essências oriundas das ataduras que hoje o cobrem.
— O que te traz aqui? — Indagou-me sem rodeios.
— Ah... Você não sabe brincar... — Disse em um suspiro — É uma pena... Bem, eu vim aqui por causa do garoto... Ireas Keras.
— Chega, Yami! — Bradou a múmia — Pare de fazer de nós suas marionetes! Já basta o que ele tem passado... Já basta tudo o que venho escondendo dele... e que não posso revelar...
— Você e esse seu sentimentalismo barato... — Desdenhei — A vida ainda magoará muito esse rapaz... Sou arauto do futuro que se desenha para ele... E que somente as areias do deserto podem soprar para ele...
A múmia fitou-me com leve horror em seu semblante, e eu retribuí tal olhar com meu sorriso de costume, com meu semblante inalterado. Decidi passar a noite lá. Meu trabalho começaria cedo, e nada me impediria de tirar uma boa noite de sono...
Continua...