Resultados da Enquete: Que Facção deveria Ireas Escolher?

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  • Marid (Blue Djinns)

    17 60,71%
  • Efreet (Green Djinns)

    12 42,86%
Enquete de Múltipla Escolha.
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Tópico: A Voz do Vento

  1. #161
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    Muito boa a história, cativante sem dúvidas, a descrição é otima, trama e ritmo também, a gama de palavras não a torna pesada e sim ajuda a fluir, alguns errinhos ortograficos, mas deixemos passar, ótimo trabalho, continue!

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  2. #162
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    E aí Iridium!




    Desculpe não ter comentado mais. Estou sem internet a um bom tempo e uso o wifi do meu celular.



    Bom, quanto ao capítulo, ótimo em escrita e sombrio no começo, com a Brotherhood sinistrona de antes(Que até acho que sei quem é) e esse mistério das cartas... Coitado do Sirio, apanhou feio


    Bom, acho que agora a história vai ficar até mais legal com a entrada dos Djinns nela. Gosto dos Djinns, e acho que escolheria os Efreet(Azuis, né? Não me lembro mais D: ) por parecem um pouco mais amigáveis e úteis.


    Bom, de resto, nada a criticar. Espero que continue escrevendo mesmo tendo alguns leitores que abandonaram a história e a invasão que não ocorreu






    Bom, até mais e feliz natal e ano novo atrasados pra você!



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  3. #163
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Capítulo 31

    Olá, pessoal! É, não ocorreu invasão aqui na minha história, mas tudo bem.

    Vou dar prosseguimento à história do Keras, e tenho um anúncio importante a fazer: o primeiro pergaminho está no fim! Isso mesmo, a primeira fase da história de Ireas se encerra, mas não quer dizer que a jornada desse rapaz acabou!

    @Carlos: Vc se confundiu ^^ Os Efreet são os verdinhos; os azuis são os Marid

    @Maark: Muito obrigada *.* Continuare com certeza XD

    Bom, feliz Ano Novo para todos (atrasado, mas vale)!

    Sem mais delongas, vamos ao capítulo de hoje.

    ----

    Capítulo 31 – Darama

    Ireas tem um lado a escolher...

    Djinns. Espíritos livres, fortes, com poderes além de nossa imaginação. São capazes de trazer nossos mais loucos desejos e piores pesadelos à vida com um estalar de dedos. Existem ao todo seis castas de Djinns, mas duas se destacam: Marid e Efreet.

    Os Djinns cujas peles ostentam o tom das safiras e tuquesas são os Marid, bondosos, poderosos, arrogantes e vaidosos em mesma medida. São responsáveis pelas tempestades e bravas marés. Muitos navegantes, pescadores e mercadores escolhem os Marid como protetores, e sua lealdade é bem recompensada com prosperidade e felicidade eternas.

    Gênios de pele esmeralda ou rubra são os Efreet. Diferentemente de seus contraparentes, são seres cruéis, malignos, sociopatas e agressivos, que dificilmente dariam valor à ajuda de um humano. Contudo, seu ímpeto e desejo por poder e vingança contra os Marid os faz aceitar ajuda oriunda de qualquer procedência.

    Entretanto, partilham o poder da transfiguração e sedução como semelhanças. Podem facilmente converter-se em quaisquer raças e usar algum deles a seu favor. Apesar de serem mestres nessa arte, não é incomum um Gênio cair de amores por alguém que não podem conquistar.

    Por eras, essas duas raças, tão semelhantes e tão distintas, se vêem em uma batalha interminável e incansável, tudo em nome de seus senhores: Gabel, rei dos Marid, e Malor, autoproclamado senhor dos Efreets e, em seus maiores momentos de loucura e ganância, de todos os Djinns.

    Somente um homem soube jogar o jogo dos gênios melhor que eles. Apenas um brincou com ambos, manipulando as peças do comércio e contratos de aliança a seu favor. Quando sua farsa fora descoberta, sua punição fora cruel e praticamente fatal. Contudo, conseguiu se salvar. Hoje, guarda consigo o passado, pois do presente nada pode ver. Seus olhos se foram, mas não suas memórias... Ele é o único que pode dar-lhe a primeira pista de como interagir com esses majestosos seres.

    Melchior, o mendigo cego de Ankrahmun. Sombra de seu passado, incerteza de seu futuro, renegado em seu presente.

    ***

    (Narrado por Ireas Keras)

    Vaguei pelas ruas de minha cidade por incontáveis minutos. Minha cabeça fervilhava com os acontecimentos mais recentes. A abordagem de Wind...O beijo do Yalahari... Seus pedidos, suas súplicas, suas juras de amor... E sua pergunta. De que lado estou... Efreet ou Marid?

    A verdade é que eu desconhecia a cultura e corte dos Djinns. Não sabia como eram, o que comiam, como se cumprimentavam e quais eram suas opiniões acerca dos humanos. Não sabia de seus conflitos, de nada. Tudo o que sabia era do quão trabalhadores, eloquentes eram, bem como possuíam escrita bonita. Só dispunha das informações de Hammoud.

    Wind decerto estava na casa de Brand. Eu ainda estava magoado demais para vê-lo, para perdoá-lo. Uma parte de mim queria crer em sua inocência, mas outra parte gostaria de vê-lo trancafiado em um esquife de gelo. Meus olhos olhavam errantes para os prédios que ajudei a erguer, para as estradas que montei, pedra sobre pedra.

    Eu voltei ao escritório de Grão-Vizir para assumir os compromissos do dia. Havia pautas para redigir, compromissos para confirmar, contratos a acertar, mil coisas a fazer.

    Minha mão arrastou-se veloz e precisa sobre o papel; assinei, carimbei e confirmei o que era preciso. Sempre fui veloz com leitura e burocracia; livrar-me da papelada desorganizada e acumulada do Faraó não era desafio para mim. Ouvi uma batida em minha porta enquanto estava realizando minha temporária tarefa.

    — Pode entrar — Disse com seriedade.

    — Eram Jezzara e Sírio. Meus olhos se arregalaram levemente ao vê-los. Sorri e ofereci-lhes assento.

    — O que os traz aqui? — Indaguei.

    — Motivos diferentes — Disse Sírio — Jezzara está aqui para lhe fazer uma oferta, e eu tenho informações a lhe oferecer. Tem um tempo para nós?

    — Todo o tempo do mundo — Respondi com um sorriso — Pois bem, falem.

    — Você sabe que tenho um filho, Akbar — Disse Jezzara com seu tom sério e firme de comerciante experiente — Ele é um rapaz requintado e trabalhador. Ele pode não ser tão veloz com a pena como você, mas ele tem carisma e sabe lidar com o trabalho. Você disse que não poderá ficar para sempre... Por mais que me doam suas palavras, por considerar você como filho meu, é o mínimo que posso fazer para facilitar sua vida. Enquanto você não encontrar outro Grão-Vizir, meu filho Akbar poderá assumir seus deveres... — Ela fez uma pausa para respirar profundamente — Então? Que me diz?

    Eu sorri para ela.

    — Traga-o aqui — Falei —, e traga-o rápido, pois tenho que ensinar-lhe o ofício.

    Jezzara beijou minhas faces e saiu rapidamente atrás de seu filho. Agora, éramos eu e Sírio. Eu estava extremamente envergonhado por ter sido a causa das feridas no rosto do vandurano. Um silêncio mortal instalou-se em meu escritório.

    — Eu...Sinto muito... — Disse, tentando quebrar o gelo — Sinto muito mesmo. Não queria tê-lo feito passar por tudo isso, Sírio.

    — Ah, não tem problema — Disse-me o Feiticeiro de dreadlocks castanhos — Já levei tantas chibatadas em meu lombo que, por mais forte que o Yalahari seja, os socos dele não doeram nada.

    — Bom, o que te traz aqui? — Indaguei ao oferecer-lhe um manjar de fruta-do-dragão.

    — Pelo visto, você seguirá o conselho de Hammoud... — Começou Sírio — E buscará os Djinns. Você por algum acaso sabe como falar com eles? Está ciente de que não respondem de cara aos nossos cumprimentos?

    — Bem, disso eu não sabia... — Respondi encabulado.

    — Para isso estou aqui! — Respondeu-me Sírio com um sorriso — Conheço um homem cuja maior parte da vida esteve relacionada a eles. Ele sabe todos os códigos dessa raça nobre e milenar. Ele vaga pelas ruas dessa cidade... Basta darmos esmola a ele que ele cumprirá a sua parte do trato.

    — Maravilha! — Respondi com alegria — Onde podemos encontrá-lo?

    ***

    O mendigo cego e velho estava repousando sob a sombra de uma frondosa acácia poucos metros da casa de banho. Com cautela, acerquei-me do ancião e sussurrei em seu ouvido:

    — O senhor é Melchior?

    O velho acordou, espreguiçou e coçou a branca cabeleira antes de me responder:

    — Sim, sou eu. Que deseja?

    — Queremos falar sobre os Djinns... — Sirio disse em um tom gentil. Ao falar a última palavra, provocou no velho uma profunda tristeza.

    — Ah...Djinn... — O velho sussurrou — Quanto tempo já faz? Cinquenta? Sessenta anos? Como estarão Gabel...E Malor? Será que já se resolveram?

    — Aparentemente, não — Respondeu Sírio com tristeza — Humanos interessados nos gênios ainda têm que escolher seus lados.

    O velho soltou um suspiro decepcionado.

    — Bem, ao menos fui o menor dos problemas deles... — Ele soltou um riso triste — Pois bem, os senhores devem estar interessados nas facções... Prestem muita atenção, pois o que vou lhes falar pode salvar suas vidas.

    Sentamo-nos, de pernas cruzadas, sob o chão de arenito e mármore, prontos para ouvir aquele antigo aventureiro.

    Djanni'hah — Ele falou lenta, mas firmemente — Esse é o cumprimento tradicional de Djinn. Qualquer um deles. Se você pronunciar essa palavra, um Djinn pode parar para ouvi-lo, mas não adiantará nada se ele estiver extremamente irritado e prestes a cortar-lhe fora a cabeça. Bem, são duas facções: Marid e Efreet. Uma vez escolhida, não se pode voltar atrás. Cada facção terá suas próprias regras e testes para provar se você é ou não de confiança. Nunca, nunca, jamais, nunquinha em suas vidas tentem transgredir a primeira regra, ou vocês terminarão cegos como eu.

    Assentimos afirmativamente, mostrando ao ancião que entendíamos o que queria dizer.

    Pois bem — Ele continuou — Os Marid são comandados por Gabel, seu rei; ele outrora foi o senhor de todos os Djinns, mas um incidente envolvendo a ele e seu general, Malor, fez com que se separassem as facções.

    — Que incidente foi esse? — Indaguei.

    Daraman — Respondeu-me Melchior — Antes de conhecê-lo, Gabel era igualmente cruel como Malor, desprezando totalmente as outras formas de vida. Um dia, porém, eles capturaram nosso bom profeta e, após submetê-lo a várias formas de tortura sem obter dele um único grito, uma única súplica por misericórdia, apenas seu sorriso sereno e piedoso, Gabel sentiu-se tocado pela força de vontade do homem e o libertou, causando a fúria de Malor, que tentou aprisioná-lo em uma lâmpada mágica que Fah'rahdin, o braço direito de Malor, portava.

    Eu e Sírio queríamos ouvir mais, e nos inclinamos para perto do velho.

    — Preciso tomar cuidado ao falar, sabe? Tenho receio de que eles descubram que ainda vivo e que partilho com outros tudo o que sei. — Ele fez uma pausa para beber um pouco de água — Onde eu estava? Ah, sim! A lâmpada! Sim, a guerra entre os Djinns fora deflagrada, e os Marid passaram a combater seus contraparentes, os Efreet, quando Malor tentara trocar a lâmpada de Gabel pela lâmpada amaldiçoada de Fah'rahdin. Por sorte, a tramoia fora descoberta no ato, e Fah'rahdin fora instruído a entregar a lâmpada ao Rei dos Ogros, que nutria, e ainda nutre, ódio dessa raça mágica.

    — E por quê? — Indagou Sírio — Se o rei os odeia, por que decidiu ajudar?

    Porque ele tem o mundo dos Djinns nas mãos — Respondeu Melchior com sinistro sorriso — Sem perceberem, os Djinns deram ao rei dos Ogros o artefato que ele precisava para realizar sua vingança contra eles, que o transformaram naquela poça de limo e gosma disforme. A lâmpada está com o Rei, e ele só entregará a uma das facções se a guerra voltar ao seu terreno.

    — Como assim? — Confuso, indaguei.

    — Psssh! — Melchior sinalizou para que fizéssemos silêncio — Falem mais baixo! Eles podem nos ouvir!

    O velho fez um sinal para que nos afastássemos dele. O homem se levantou e nos deu um sorriso triste.

    — Desejo-lhes sorte, rapazes — Ele disse com melancolia — E que esses gênios não lhes destruam a vida. Por causa de minha cobiça, perdi minha esposa, filhos e netos. Perdi tudo aquilo que um homem tem de mais precioso; hoje, perto do meu leito de morte e imerso na eterna noite, eu consigo enxergar melhor que em meus tempos de juventude. Que vocês consigam reverter essa situação... Para o bem de todos nós, que seja feita a vontade de nosso bom senhor Daraman.

    Nós apertamos a mão do bom velho e o deixamos com seus pensamentos. Meu coração doía, pois me compadeci com a dor do velho. Ele era a prova viva de que poder e posses não deveriam ser tudo na vida de um ser humano. Meu semblante tornou-se ligeiramente melancólico, e Sírio percebeu.

    — Tudo bem com você, Ireas?

    — Hã? — Perguntei saído do transe — Sim...Sim! Estou bem. — soltei um discreto suspiro — Estou bem...

    Estava pensando naquele Yalahari, não é? — Ele me fitou nos olhos e meu rosto enrubesceu.

    — Não... — Menti — Estava pensando em como deveria ter sido a família de Melchior... Pobre homem.

    — De fato... — Assentiu Sírio — Bom, as informações que ele nos deu são vitais, mas ainda faltam algumas peças nesse quebra-cabeças do deserto. E eu acho que sei quem pode nos fornecer mais respostas.

    — Tothdral? — Indaguei.

    — Não! — Sírio disse em tom debochado e brincalhão, buscando arrancar de mim um sorriso — O Califa de Darashia, Kazzan! Eu já conhecia a história dos Djinns antes de chegar a essas bandas, e sei do interesse que o califa tem em um apaziguamento entre as raças. Vamos falar com ele; talvez algo bom resulte de tudo isso.

    Assenti afirmativa e animadamente. Como não havia ainda um capitão para levar-nos de navio, a saída encontrada foi andar deserto acima e atravessar a passagem que havia pelas montanhas ao norte, no horizonte a perder de vista. O vento soprava gentilmente em minha nuca a medida em que andávamos. Estranhamente, tal fenômeno produzia em mim a sensação de estar sendo observado...

    ***

    Nossa viagem a Darashia fora relativamente tranquila. /desde os tratados de apaziguamento que promovi, assaltos e ataques de nômades tornaram-se muito mais raros, ainda que alguns continuassem escondidos e resistentes quando a Ankrahmun.

    Darashia era uma cidade interessante, um verdadeiro souk; não havia muros a rodear a cidade, e as casas seguiam um mesmo desenho, onde tinham de dois a quadro andares com telhados de folhas de coqueiro secas e entrelaçadas sob as paredes de tijolo e calcário com vigas de madeira a sustentar o interior.

    Ouvi gritos de ofertas, preços e mercadorias de todos os tipos. Pessoas conversavam perto do centro da cidade, algumas sentadas na beira da fonte que lá havia, funcionando como um oásis artificial.

    O palácio de Kazzan não era menos belo que o restante da cidade; havia belas pinturas, móveis e arabescos em seus vários aposentos. Sírio guiou-me até o salão do califa, que parecia já nos esperar.

    — Ireas Keras! — Bradou com alegria — Que prazer tê-lo conosco! Em que posso ajudá-lo?

    — Na verdade, quem lhe indaga isso sou eu — Respondi com um sorriso — Gostaria de oferecer meus serviços como diplomata. Sei de sua preocupação em relação aos Djinns e a constante ameaça de uma guerra total. Sendo esse o caso, e sabendo que não escolhi um lado ainda, gostaria de sua permissão para interceder em seu nome.

    — Certamente! — Respondeu-me com alegria — As fortalezas deles ficam para o lado de Ankrahmun, dentro de cavernas no lado oeste das montanhas, nas cordilheiras que nos separam de Tiquanda. Falem com cada um e vejam o que têm a dizer sobre minha oferta de paz.

    Eu e Sírio assentimos e demos meia-volta. Quando estávamos para sair do palácio, ele me cutucou o ombro.

    — Não poderei ir com você — Ele me disse.

    — Por que? — Indaguei, levemente desapontado.

    Sabe a questão da falta de um capitão em Ankrahmun? — Ele indagou de forma retórica — Eu consegui resolver. Hoje mesmo chega o novo capitão do porto de Ankrahmun, e eu preciso recebê-lo. É um amigo de longa data, que conseguiu um novo navio recentemente. Espero que entenda.

    Assenti afirmativamente e o deixei partir. Nos separamos no deserto; ele foi para o sul, retornando a Ankrahmun e eu fui para o oeste em direção às fortalezas. Por um momento, fiquei admirando as entradas, que eram simples como as de qualquer caverna. De uma delas, um cheiro de açafrão e jasmins podia ser sentido, causando um pouco de ardência em meu nariz, e acabei por espirrar. No que fiz isso, senti uma mão forte encostar-me o ombro.

    — Enfim, sós. Não acredito no tanto que você me fez esperar!

    Virei-me e vi Wind atrás de mim. Ele sorria para mim; o vento do deserto gentilmente acariciava seus cabelos. Meu rosto se avermelhou uma vez mais.

    — O cheiro de açafrão vem da fortaleza dos Efreet — Ele disse — Eu não sabia que você era alérgico a isso. — Ele soltou uma discreta risada — Sei que você ainda acredita que eu lhe quis mal e que escrevi toda aquela sorte de maldades, mas, apesar da minha inocência, estou disposto a me “redimir”.

    Eu o olhei com um pouco de raiva. Como ele ousava brincar com aquilo? Ele se ajoelhou aos meus pés e fitou-me o rosto.

    — Conheço essas fortalezas como ninguém — Ele declarou — E estou oferecendo meus serviços como guia. Em uma delas, eu tenho livre acesso; na outra, há muito não posso mais pisar. Em todo caso, posso te mostrar o caminho e até revelar uma coisa ou outra...

    — Qual seu preço? — Indaguei-lhe com um sorriso sinistro.

    — Meu preço... Meu preço... — Ele pôs-se pensativo — Deixe-me ver: seu perdão, talvez.

    — É justo... — Para a surpresa dele, assim repliquei — Mas não lhe será dado prontamente. Você terá que passar por outras provações além dessa para mostrar que merece meu perdão. No momento, não estou tão certo de que você seja confiável.

    — Aceito seus termos — O Yalahari respondeu —Então, vamos começar por quem? Pelos Efreet?

    — Sim, claro! — Repliquei — Esse cheiro está me deixando nauseado. O quanto antes me livrar dessa parte da tarefa, melhor.

    Wind ergueu-se da areia e guiou-me pelas escadarias; eu andava atrás dele com a finalidade de vigiá-lo. O vento do deserto soprava gentil sobre nós; creio que Daraman estava nos observando, e era a favor de nossa missão.

    Olhei para o homem que estava a minha frente; pro mais mágoa que tivesse me causado, ele simbolizava uma nova etapa da minha vida, que acabava de se iniciar. Apesar do meu receio, busquei não temer entrar no domínio dos Gênios...

    Fim do Primeiro Pergaminho

  4. #164
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    Fala Iridium!




    Acho que na minha opinião, você não demorou muito pra postar um capítulo...





    Quanto ao capítulo, ótimo como sempre. Este Ireas até que está sendo mais forte quanto aos trabalhos dele, mas ainda assim acho que ele não devia aceitar o Wind e quando o safado se agachou, o Ireas devia aproveitar pra dar um chute na cara dele...



    Vai ser interessante essa parte dos Djinns. Que pena que o livro já acabou, espero que o próximo não demore muito

    E sobre meu erro, lamentável, não gosto dos Efreets, grosseirões


    Enfim, vou aguardar o próximo livro(ou pergaminho) ansiosamente! Não tenho muito a falar, já que sua história continua FODA!




    Abraço.



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  5. #165
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    Sua história continua foda², heh. Uma pena que tenha sido abandonada pela seção (inclusive por mim por vários dias, admito ).

    Acho que eu entendi o que me faz gostar dessa história. É a mesmíssima razão que eu acabei de dar no tópico de um outro cara aí. Você tem qualidades que por vezes faltam até mesmo em escritores profissionais, quem dirá a nós meros amadores da seção Histórias.

    Estou falando do fato de você não parecer querer causar impacto em ninguém. Sua história não é voltada a ação, você não espera e nem tenta esforçadamente fazer com que os leitores fiquem eufóricos e cativados em sua história, escrevendo dezenas de mistérios clichês e aventuras e ação mal descritas e escritas.
    Você adiciona conteúdo, vida e beleza ao mundo de Tibia e aos seus personagens, no tempo certo, sem correr e correr para a ação sem explicar nada. Justamente por isso, seus personagens são alguns dos mais cativantes das histórias que já li por aqui.
    Cada um deles tem seus motivos, medos e conflitos próprios, e você descreve as políticas e dinâmicas dos povos e cidades como ninguém. Demonstra ter um conhecimento do mundo de Tibia que em minha opinião todos que queiram escrever uma história épica e abrangente como a sua deveriam ter. E isso adiciona muita maturidade para a sua história.

    Você bem podia publicar alguma coisa algum dia, talento pra isso com certeza você tem.

    Até mais companheira de seção, espero que continue a história e não desanime! ;P




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  6. #166
    desespero full Avatar de Iridium
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    Curtir Segundo Pergaminho - Prólogo + Capítulo 1

    Olá, pessoal!

    Segundo Pergaminho...

    Nossa, faz um bom tempo que comecei esse Roleplay ( exatos 6 meses e 14 dias) para falar sobre o Ireas, agindo como Ireas, vivendo como ele... Eu não sei se é tolice minha, mas eu me apego aos personagens que crio em Tibia, e detesto deletá-los por quaisquer motivos (normalmente um grande número de mortes em mundos PvP). Esse personagem, apesar do nível humilde (atualmente 55), é o que me levou mais longe, descobrindo um mundo além dos pixels na tela de meu computador...

    Apesar de meu desânimo (lê-se preguiça) para jogar nesses últimos tempos, ainda tenho fôlego e vontade de sobra para escrever mais um pergaminho inteiro para esse querido (Elder) Druid, o meu único char na atualidade. Torço para que esse não seja o último.

    Para isso, conto com vocês, frequentadores da Seção. Aos que me acompanham desde o primeiro capítulo, obrigada por tudo. Obrigada pelos comentários e pelo apoio, e prometo continuar. Espero continuar vendo seus comentários aqui.

    Aos novos leitores, eu e Ireas lhes damos as boas-vindas. Espero que vocês gostem tanto de nós e da história quanto nós gostamos de divulgá-la.

    Ao longo desses dias, estarei pondo mais algumas coisas:

    1. Desenhos e Perfis de Personagens: Do Primeiro Pergaminho, faltam Mandarinn, Solária Brisa-da-Neve, Sirio Snow, Liive, Pingagua e Icel Emonebrin. Os personagens do Segundo Pergaminho em breve aparecerão.

    2. Capas dos Pergaminhos: Ilustrações que posso pôr em minha Assinatura para divulgar a história (a exemplo do que fazem Danboy e o Izan)

    Por ora, é só. Sem mais delongas, vamos ao Prólogo e Capítulo de hoje.

    -----
    -----

    Segundo Pergaminho – Sagrada Mãe Natureza

    Prólogo

    Uma parte da jornada de Keras chega ao fim e outra se inicia. Facções, guerras, amor, ódio e traição; tudo isso esse druida aprendeu e ainda terá mais pela frente.
    Mais rosas. Mais cartas. Mais perguntas sem respostas.

    O Deserto guarda algumas respostas, bem como outras localidades. Com amigos, sonhos e guias, Keras deverá descobrir de uma vez por todas quem ele realmente é, e porquê vive...
    ***

    Capítulo 1 – O Senhor das Marés (Parte 1)

    Um corajoso marinheiro aporta em Ankrahmun...

    (Narrado por Sírio Snow)

    Francamente, não consigo entender Ireas... Ora diz que odeia o Yalahari, que não quer mais vê-lo nem pintado de ouro e, em outros, atesta o contrário. Não que tenha grande afeto pelo druida, pois minhas preferências são outras, mas uma confusão mental é inevitável.

    Talvez o melhor seja deixá-lo se entender com Wind, por mais que essa ideia me desagrade. Do que as cartas me disseram, ele parece ser o tipo que seduz, manipula e trai sem remorso, por conhecer bem o mundo cruel e obscuro dos prazeres. Ireas, contudo, nunca foi iniciado, e temo por seus sentimentos.

    Cheguei à cidade já anoitecendo, sem ter notícias do casal. Durante minha caminhada no deserto, fiquei pensando em como era o relacionamento de Ireas com Wind antes da guerra e antes das cartas. Teriam sido eles um casal feliz?

    Ainda que Wind negue ser o autor das cartas sob o cadáver de sua mãe, tenho dificuldades em acreditar que um guerreiro de uma estirpe tão nobre tenha sido cruel e desleal o bastante para ferir o coração de uma doce, inocente, corajosa e prestativa alma que é Ireas.

    Quando acerquei-me do porto, com aquelas lindas luminárias como constelações em pequena escala, vi o vulto do navio de meu amigo. Assim que se aproximava mais da costa, podia ouvir a voz cristalina e melancólica de sua irmã cantar.

    Lonxe da Terrña
    Lonxe do meu lar...
    Que morriña tenho
    Que angústias me dan...

    No che nego a bonitura
    Ceiño desta Terriña
    Ceiño de terra allea
    Ai quen che me dera na miña...

    Ai meu alala...
    Cando te oirei?
    Chousas e searas
    Cando vos verei?

    São as frores dises campos,
    Froretentes e bonitiñas
    Ai quen lo che me dera...
    Entre pallas e entre ortigas...

    Lonxe da terriña
    Que angústias me dan...
    Os que vais pra ella
    Con vós me levai...
    Os que vai pra ella
    Con vós me levai...

    Os que vais pra ella...
    Con vós me... Levai...


    (Luar na Lubre – Lonxe da Terriña; é uma música em galego, uma das línguas oficiais da Espanha e ancestral direta do português e espanhol. Particularmente, acho o galego mais semelhante ao português que ao espanhol...)

    O navio aportou assim que a voz da menina cessou o canto. Eu já estava nas docas, esperando os dois saírem do navio. Ao ver o rapaz, que era o capitão do navio e o mais velho saindo, logo corri para cumprimentá-lo.

    — Yami! — Eu disse com alegria — Quanto tempo! Faz quantos anos? Três? Cinco? Seis, talvez?

    — Acredito que a segunda alternativa seja a correta — Ele replicou-me cordialmente — Por acaso lembra de minha irmã, Yumi Yami?

    — Claro! — Corei levemente ao ver o belo rosto da caçula de Yami — Como esquecer tão belo rosto e voz de sereia?

    O homem se chamava Yami, o Primeiro, e era dono de lindos olhos dourados, realçados pelo kohl* que usava. Ele tinha um corpo magro, mas musculoso. Vestia túnicas típicas das regiões mais desérticas; era nativo de Darashia, se bem me lembrava. Sua túnica era adornada por um cinto de fios dourados com pequenas esmeraldas nas pontas. Suas sandálias eram da cor do bronze, e sua pele era escura como talos de canela. Sua voz era grave e majestosa; seus cabelos, negros como a noite, compridos até sua cintura, eram levemente espetados e estava presos por uma fita lilás.

    A irmã, que era caçula dele por minutos de diferença em seu nascimento, chamava-se Yumi Yami, e seus olhos eram prateados como os dobrões em Nargor. Ela tinha lábios finos e delicados, com a mesma maquiagem do irmão a adornar-lhe a face. Sua túnica não contava com cintos, mas tinha alguns brilhantes nela cravejados, bem como os braços da moça eram adornados por lindos braceletes dourados, que faziam a pele morena da menina reluzir ainda mais. Seus cabelos, tão negros quanto os do irmão, estavam presos por uma fita rosa e batiam-lhe na cintura.

    Os dois eram gêmeos, e Yami nascera primeiro; dois minutos depois, Yumi fora trazida ao mundo. Eram igualmente belos e astutos, porém seus talentos estavam em áreas diferentes: Yami era um Cavaleiro que amava o mar, e sua irmã era uma Druida que, nas horas vagas, dedicava-se a arte da culinária. Eu os conhecia desde bem pequenos, e não via ninguém melhor do que eles para reger os negócios marítimos de Ankrahmun.

    Então, ouvi dizer que essa linda cidade precisa de um novo capitão... — Disse o rapaz ao alisar o mastro de seu belo navio — Bem, aqui estou.Com quem devo falar para tornar meu emprego legal?

    — Venham comigo — Eu disse — Levarei-os ao Grão-Vizir. O Faraó não costuma receber ninguém, e cabe ao Grão-Vizir oficializar tudo.

    — Que seja... — Respondeu-me em seu tom majestoso e desinteressado — Se tem que ser feito, que seja de pronto.

    Eu sorri ante o comentário de meu amigo de infância. O humor cínico e simples de Yami era o que fazia dele uma pessoa tão fascinante. Era carismático até quando sentia-se contrariado! Isso era fascinante e me fazia gostar mais da companhia dele. Outro tópico que me motivava era a caçula, Yumi, de quem sempre gostei desde que me dou por gente.

    Estava feliz de tê-los ali. Desde que Ireas saiu da cidade, senti-me estranhamente só; não era uma sensação agradável, tenho que admitir. O druida Norsir era bem peculiar, uma figura ímpar. Gostava de seus modos e histórias; eu me identificava com ele.

    Levei os gêmeos até o Grão-Vizir Akbar, um rapaz de cabelos loiros desbotados como os de sua mãe, olhos castanhos como avelãs, uma sobrancelha grossa e bem desenhada, pele morena, cílios longos e um belo sorriso. Era um rapaz bem carismático, apesar de ser introspectivo e levemente desajeitado. Ele e Ireas eram bem parecidos nesse quesito.

    — Bom dia — Disse o rapaz — São eles? — Apontou para Yami e Yumi

    — Sim — Repliquei educadamente — O rapaz é o novo capitão do porto de Ankrahmun e a menina é a nova líder da Guilda dos Druidas — Peguei um pergaminho de minha mochila, o qual estava amarrado a uma fitinha roxa com um selo prateado com o símbolo da Coroa Thaiana e do governador de Edron, Daniel Alma-de-Aço — Como pode ver, Zoltan a aprovou como tal. A documentação deles também está toda em ordem — Sinalizei para que Yami entregasse seus documentos a Akbar.

    O Grão-Vizir pegou seus pequenos óculos de leitura e examinou os papéis em sua mesa, especialmente os de Yumi. Desde o ataque promovido pela Irmandade, os ankrahmanos tomavam cuidado redobrado em relação a novos feiticeiros ou druidas na cidade. A desconfiança tornara-se uma constante novamente.

    — Bem, parece estar tudo certo... — Disse Akbar, que assinou dois contratos e os pôs à frente dos gêmeos — Basta assinarem embaixo de minha assinatura e os empregos serão seus.

    Os dois assentiram e assinaram os papéis. As letras eram praticamente idênticas, exceto o fato de Yumi escrever o alfabeto ligeiramente mais arredondado que Yami. Os dois pegaram os contratos e guardaram nas mochilas. Em seguida, Akbar designou um par de guardas para acompanhá-los até suas casas e locais de trabalho. Ficamos apenas eu e Akbar na sala, e rapidamente desloquei-me para a janela, fitando o mar com saudosismo.

    — Vai voltar para Vandura? — Indagou-me o Grão-Vizir.

    — Não... — Repliquei com um suspiro — Vou voltar a Nargor... Duvido que Raymond consiga ser bem-sucedido em sua rebelião. Ainda assim, antes de voltar para aquele antro que fede a rum, vou ver como anda aquele velho lobo do mar.

    — Que que eu avise Ireas? — Indagou-me o Vizir — Ele deve estar perto de Darashia a essa altura, posso pedir para alguém enviar um escaravelho-correio para ele...

    — Não será necessário... — Repliquei com melancolia, tirando um papel de minha camisa — Quando ele chegar, chame-o aqui e enregue. Diga a ele que sinto muito por não ficar por mais tempo, mas que não será a última vez que nos veremos...

    Eu fiz uma reverência ao Vizir, peguei meu chapéu e parti com uma expressão triste em meu rosto. Por mais que a ideia de ficar por lá com os gêmeos me soasse agradável, eu não aguentaria ver Ireas com Wind. E se os dois fizessem as pazes? Poderia Wind fazer mal a Ireas de novo? Apesar de querer estar lá para cuidar dele, eu tinha que seguir com minha vida. Queria libertar a Baía da Liberdade da Coroa Thaiana para todo sempre, e não poderia fazer isso senão pegando em armas com meus compadres piratas e renegados.

    Ao chegar ao porto, rapidamente desancorei meu navio, o Tormenta da Rainha Eloise**, e pus-me a singrar os mares para o Oeste, rumo a ilha pirata onde me treinei nas artes da luta, da feitiçaria e do mercado negro. É claro que a cidade do desrto far-me-ia falta, mas a partida era necessária. Eu precisava resolver essas questões. Nunca seria inteiramente livre se não o fizesse.

    Ireas, obrigado por tudo. Obrigado por me mostrar essa bela cidade e fazer dela meu segundo lar. Obrigado por fazer de mim seu amigo e confidente, mostrando-me um lado seu que poucos hoje têm: o lado inocente e naturalmente bom, que cativa muitos, mas pode ser um prato cheio para os mais maliciosos, que ferem desmesuradamente.

    Olhei para a alva cidade na medida em que desaparecia. Senti uma tristeza enorme tomar conta de mim, mas não podia voltar atrás. Era para o meu próprio bem. Dirtbeard me esperava. Enquanto o vento soprava em meus ouvidos, era como se a voz de Yumi estivesse em minha cabeça. Era um alívio para minha mente e consolo para minha alma.

    Lonxe da Terriña
    Que angústias me dan...
    Os que vai pra ella,
    Con vos me levai (3x)


    Continua...

    ---

    *Kohl: nome dado ao material do qual se faz o delineador usado no Mundo Árabe. É um cosmético popular entre homens e mulheres, por ter propriedades medicinais. Foi criado no Antigo Egito e difundido do Sinai ao restante do Oriente Médio.

    **Tormenta da Rainha Eloise: Referência ao navio Vingança da Rainha Ana, do Barba Negra.

    Yami, o Primeiro e Yumi Yami são personagens existentes em Tibia. Eis seus perfis:

    Obs.: Mudei o sexo de Yumi Yami (que é homem no jogo)

    Name: Yumi Yami
    Sex: Male
    Vocation: Druid
    Level:107
    Achievement Points: 131
    World: Unitera
    Residence: Venore
    Guild membership: Blood in eyes of the Happy Assassins
    Last login: Jan 15 2013, 18:20:12 CET

    Name: First Yami
    Sex: Male
    Vocation: Knight
    Level: 86
    Achievement Points: 55
    World: Unitera
    Residence: Kazordoon
    Married to: Kare Fortitude
    Guild membership: Reaper of the Happy Assassins
    Last login: Jan 12 2013, 01:11:10 CET
    Última edição por Iridium; 30-01-2016 às 07:21.

  7. #167
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    Padrão

    Aqui estou!


    Ótimo capítulo, como sempre. Como o Gabriellk disse, você parece ter mesmo muita experiência ao saber de tanta coisa simples que quase ninguém conhece, e introduzi-la na história. É muito legal ver essas coisas novas para mim misturadas à Ankrahmun.


    Bom, não há muito o que falar. O capítulo foi simples, e triste o Sirio ter partido. Acho que esse Segundo Pergaminho será bem mais maneiro, hein?


    É só. Aguardo ansiosamente o próximo capítulo.



    ◉ ~~ ◉ ~ Extensão ~ ◉ ~ Life Thread ~ ◉ ~ YouTube ~ ◉ ~ Bloodtrip ~ ◉ ~ Bloodoath ~ ◉ ~~ ◉

  8. #168
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    Padrão Segundo Pergaminho, Capítulo 2

    Por ora, só o Carlos apareceu por aqui (vc é q nem Rexona: não me abandona HAUSHAUHSAUHSAUH)

    Bem, para o capítulo de hoje, recomendo uma trilha sonora beeem nostálgica (pelo instrumental e o desenho, não pelo idioma em questão - não se preocupem, há legendas!):

    http://www.youtube.com/watch?v=X6QsYuA61Z4

    Vejo que já há almas votando na enquete... Ao que parece, os Blue Djinn têm a vantagem xD

    Será que o placar vai se manter? Tudo depende do voto de vocês, meus amigos de seção!

    Marid ou Efreet - De que lado vocês estão, e quem deveria Ireas seguir?

    ----

    Capítulo 2 – Dois Oásis no Deserto (Parte 1)

    Efreet...

    “Ana guy min bilad (Oh, venho de uma terra)
    Agab minha mafish (Da mais bela terra)
    Fiha osur min dahab wi nahas... (Onde os palácios [são] de ouro e cobre)

    Fiha rmal zay elbahr (Onde os desertos [são] como oceanos)
    Harri yisih minno essakhr (E o calor derrete rochas)
    Fiha essehr da shee adi...ya nas (Onde a magia é coisa normal... vocês )

    Fihar reeh guy mishsha (Onde os ventos do Leste)
    Shamsib toshro milgharb (O Sol nasce do Oeste)
    Min norha tizaghlil elaen (Seus olhos enlouquecerão com a luz)
    La'it tirhali yib'a murih (Percebi o quão confortável seria minha viagem)
    Fo busat irreeh (No tapete [voador])

    Wayyana "Ala iddeen"! (E Aladdin estará conosco!)

    Hanla'e nhar... (Vamos descobrir que o dia...)
    ...modhish zay elleel (… É tão incrível quanto a noite)

    Malyan bil hawadit (É cheio de histórias)
    Yesh bena Afarit* ( Nos encherá de Gênios)
    Talg iw rad iw nar (Neve, trovão e fogo!)

    "Ala iddeen" (Aladdin)
    Wih kaytu hatkoon (E sua história será)

    Malyana asrar (Cheia de segredos)
    Wi hazimet ashrar (E de vilões derrotados)
    Wi habibto "Yasmeen'” (E seu amor, Yasmin)

    (Música Tema de Aladdin (1997 – Disney Enterprises) em Árabe (Egípcio))

    Efreet...

    O cheiro de açafrão era insuportável para mim, mas Wind parecia ignorá-lo. Peguei-me espirrando por diversas vezes, causando suas risadas, discretas, leves e igualmente irritantes.

    Demos de cara com quatro hienas no primeiro andar, e logo encarreguei-me delas; aparentemente, eu exercia algum poder sobre os animais, que deixavam de me atacar assim que eu estendia a mão a eles. Wind estava fascinado, mas evitava demonstrar. Agora, quem se divertia era ninguém menos que eu. Congelei as patinhas do quarteto, que parecia fatigado pelo calor. Não só poupei quatro vidas, como também as fiz um favor.

    Wind então meneou a cabeça para que eu subisse as próximas escadarias; obedeci, e logo o vi ceifar a vida de algumas hienas e morcegos tão rápido quanto apareciam diante de nós. Uma pontada de dor atingiu meu coração, mas não demonstrei.

    Ele estava sério, concentrado; era como se ele tivesse algo relacionado com aquela Fortaleza. Ele sinalizou para que eu esperasse: ele desceria primeiro. Deixei-o descer os degraus primeiro e logo o segui, apenas para vê-lo laças as najas e hienas que guardavam o caminho. Não pude deixar de soltar um suspiro de alívio e um sorriso ao ver que ele não os matara. Ele percebeu o sorriso e mandou uma piscadela para mim, fazendo-me corar. Rapidamente desfiz o semblante e voltei-me sério.

    Andamos mais uns passos até a Fortaleza surgir; paredes de calcário e mármore branco com gárgulas em pedestais, peitoris de pedra e carrilhões a decorar a linda estrutura; aquele edifício parecia um belo cartão de visitas dos gênios de pele esmeralda, cuja fama não era das melhores, se minha memória não falhava.

    Ele fez um sinal para que eu chegasse mais perto; acabei parando ao lado dele para que pudesse ouvi-lo bem.

    Mal' Ouquah, “O Verdadeiro Lar” — Ele disse ao apontar para a Fortaleza — Esse é o nome da Fortaleza dos Djinns verdes, os Efreets — Ele apontou para a entrada — O nome do segurança desse local é Ubaid, um velho conhecido meu. — Ele me deu um sorriso — Fique perto de mim e tudo dará certo, sim?

    Senti os dedos dele roçarem os meus. Meu rosto enrubesceu e eu rapidamente tirei minhas mãos do alcance dele e segui em frente, ficando diante da porta de ébano e carvalho. Meu coração batia forte, muito forte; a forte mão direita de Wind segurava a minha esquerda, que só aumentava meus batimentos cardíacos. Respirei fundo e abri a porta, entrando na fortaleza com Wind logo atrás de mim.

    Havia um tapete bege e verde-escuro com desenhos que mais pareciam o alfabeto ankrahmano em fios dourados e prateados, em um bordoado bem trabalhado e delicado. Havia algumas pinturas na parede, todas voltadas à temática da guerra. As paredes eram ligeiramente avermelhadas. Supus ser por causa do sangue dos que ali jaziam.

    Então, sinto a mão de Wind largar a minha, e vejo-o ir até uma pequena lâmpada de cobre e ouro. Ele põe o indicador esquerdo sobre sua boca, pedindo silêncio. Em seguida, ele esfrega a lâmapada com a manga de sua vestimenta, fazendo uma fumaça esverdeada sair dela. A lâmpada sai das mãos de Wind e pairou no ar. A fumaça foi ganhando forma e comecei a sentir o sangue em minhas veias congelar.

    A fumaça logo se transformou em uma montanha de músculos que teria por volta de três metros, com braços e tronco muito definidos, um turbante sobre a cabeça, olhos negros como a noite e um longo e fino bigode a adornar as faces de mandíbula quadrada e forte, de aparência quase selvagem. O nariz, por outro lado, era bem-desenhado, quase delicado, e os lábios eram levemente carnosos. A criatura então voltou seus olhares para mim, e senti como se várias flechas me houvessem perfurado.

    — Quem é você, feio espécime? — Indagou-me com desprezo — O que faz aqui?

    Vi os olhos dele tornarem-se vermelhos como sangue. Ele estava ficando enfurecido com a minha presença! Abri a boca para falar, mas eu havia esquecido a palavra-chave que Melchior me ensinara! Como fui tolo! Eu não a havia anotado... Comecei a recuar discretamente enquanto o Djinn aproximava-se com uma faca em riste.

    Djanni'hah! - Gritou Wind, ficando à minha frente como se fosse meu escudo, abrindo os braços diante da mágica criatura para me defender.

    — Ah... É você, Wind? — Disse o Djinn, guardando a faca e recuando. — Faz muito tempo que não nos vemos... — Cruzou os braços com um semblante assustadoramente sério — Faz tempo que nosso senhor Malor não te vê. Por onde andou?

    — Estive em uma guerra recentemente — Respondeu o Yalahari com um sorriso — Em Goroma. É uma ilha perto de Vandura, não muito distante daqui. — Ele segurou minha mão esquerda e puxou-me para seu lado e um pouco à frente de si — Esse é Ireas Keras. Ele veio aqui para falar com você.

    D-Djanni'hah... — Gaguejei um pouco assustado e tentando não espirrar; o cheiro de açafrão era forte demais para mim.

    — Sou Ubaid — Disse-me o Djinn com uma reverência. Ele portava algumas folhas de açafrão junto ao seu turbante, que ficaram perto demais de meu nariz. Ao sentir a essência da especiaria, virei meu rosto para a esquerda a fim de não espirrar nele ou em Wind. Ao ver minha crise alérgica, o Djinn sorriu maleficamente.

    — Ah, então você é alérgico ao nosso perfume... — Disse ao pegar as folhas — Ah, vamos. Não é tão forte assim, é bem... levinho... — Ele levou as folhas para mais perto de mim, até que sua mão fora afastada por um safanão de Wind.

    — Pare! — Bradou o Yalahari — Ele é... A pessoa de que tanto lhe falei. — Eu fitei Wind sem entender o dizer regional, mas foi o bastante para o Djinn parar de me perturbar.

    — Esse aí? — Indagou com descrença — Todo de azul... — Ele pronunciou a última palavra com nojo na voz — Que mau gosto, viu? Espere um pouco... Se é... o alguém especial, seu habib** de quem tanto fala... — Ele parecia examinar meu torso — Rapaz, tire seu robe — Apontou para mim, e eu fiz que não.

    Então, sem que eu pudesse detê-lo, Wind abriu a parte superior, revelando meu peitoral. Havia o leve desenho de uma rosa azul nele, algo que eu jamais havia reparado; era quase como se fosse uma marca-d'água. Tão rapidamente quanto o abrira, o Yalahari o fechou, e eu simplesmente queria um local para enfiar a cara de tanta vergonha. Ubaid, por outro lado, começou a rir um riso gostoso, leve; parecia não rir há anos.

    — O infeliz é azul até no peito! — Zombou o Djinn — Você tinha razão, Wind, ele tem desenhos na pele. E também tem o físico de um Norsir, apesar de sua estatura dizer o contrário. — Fez um movimento com o braço para zombar de minha altura — E então? — Agora ele se voltou para mim — O que quer de nós?

    — Bem, eu... — Comecei timidamente; inconscientemente, eu apertava a mão de Wind, buscando segurança, talvez — Vim aqui... A pedido de... Kazzan.

    Tão logo que falei o nome do califa, Ubaid mostrou-se raivoso.

    — Quem aquele humaninho pensa que é?! — Urrou — Ele e a raça dele são feitos de traidores, isso sim! Quem ele pensa que é para atropelar a autoridade de Malor, nosso mestre, tentando nos comprar?! Eu devia... — Ele se conteve, cerrando os olhos; então, olhou para mim — Diga a seu mestre... Ireas Keras... Que desaprovamos a conduta dele e rejeitamos sua proposta.

    Eu assenti, assustado com o ataque de ira do Djinn. Wind puxou meu braço levemente.

    — Ubaid, nós vamos subir. Importa-se? — Ele falou ao Djinn; novamente, voltei a ter uma crise de espirros; desta vez, não parecia que a reação passaria rapidamente. O Yalahari me olhou procupado.

    — N-não consigo... Respirar... — Disse entre um espirro e outro, sufocado.

    — Ubaid! — Wind estava claramente preocupado —Há algo que o Ireas possa usar para disfarçar o cheiro de açafrão? Ele é muito alérgico!

    O Djinn ria discretamente enquanto pegava uma infusão. Aos espirros segurei a xícara; estava quase para beber o líquido fumegante e transparente quando Ubaid deu-me um leve tapa na cabeça.

    — Não é para beber, animalzinho! — Zombou — É para cheirar. É chá de flor-do-sono, perigoso demais para ser consumido, mas excelente para curar males da respiração. Você ficará bem. Apesar de não ser algo de praxe, só porque Wind é um de nossos maiores aliados e você é alguém muito importante para ele.

    O Djinn nos deu passagem e Wind abriu a porta. Eu ainda estava segurando a mão dele, sem perceber. Eu segurava o chão com a minha mão livre, mantendo-o perto de meu nariz. Eu podia ouvir a risada do Djinn pelo outro lado da porta.

    — Desculpem... Desculpem! — Dizia Ubaid entre risos — Mas não consigo evitar...

    — Está se sentindo melhor? — Indagou-me Wind, preocupado.

    Sim... — Respondi com voz nasalada — Acho que não consigo sentir cheiro de mais nada...

    Ele sorriu para mim e virou as costas. Antes de chegarmos ao próximo andar, pude ouvir a voz de Ubaid:

    — Wind, seu cachorro! Você esqueceu o meu hidromel!

    — Não se preocupe! — Retrucou o Yalahari — Da próxima vez, trarei!

    — Acho bom! — Urrou Ubaid, ainda dominado pelo riso.

    Wind puxou levemente meu braço e seguimos escadaria acima. No próximo andar, haviam duas salas trancadas e um Djinn azul, que aprecia ser um comerciante. Eu estranhei a presença dele ali; afinal, não era Mal'ouquah a fortaleza dos Efreets, os peles-verdes? Não cabia a mim julgar...

    Alesar! — Disse Wind ao Djinn, soltando minha mão — Rapaz, há quanto tempo!

    — Já disse que não vou com a sua cara? — Respondeu o comerciante com visível mau-humor.

    — Já disse que você é o melhor lojista de todos? — Respondeu Wind com um sorriso, fazendo-me rir levemente.

    — Por que o garoto está com o chá na cara? — Indagou Alesar, apontando para mim. — À propósito, garoto, sou Alesar. E o prazer é todo seu, entendeu?

    — É alergia... — Respondeu o Yalahari — Açafrão; ele não tolera nem o cheiro, que dirá o gosto. Você está com um humor péssimo, meu caro. O que há?

    Yaman — Respondeu o Marid — Ah, que infortúnio! Inventei de jogar cartas com ele, apostando... Horas de serviço. Não só perdi como Malor veio com sermão... Que infortúnio! Ainda mato aquele retardado mental infeliz... — Ele volta a olhar para mim — Wind, é ele... O rapaz especial?

    Wind acenou positivamente com a cabeça.

    — Que seja — Respondeu Alesar com desinteresse — Se for para ficar de namorico, sugiro que suba; não preciso de mais um infortúnio na minha lista...

    — Relaxe... — Ele respondeu — Vou te poupar da minha alegria. Ireas, poderia esperar aqui? Preciso falar com Baa'leal sobre alguns... Assuntos secretos. Alesar, não o maltrate, sim?

    Ele me puxou de encontro ao seu corpo, beijou-me e subiu a escadaria. Apesar de ter sido um beijo rápido, pareceu ter durado uma eternidade para mim. Sem perceber, acabei derrubando a xícara no chão, quebrando-a.

    — Agora você vai limpar — Disse Alesar com um sorriso maléfico — Já me bastam meus infortúnios diários.

    Eu assenti e conjurei um pano e um balde de água, fazendo o serviço sem reclamar, o que impressionou o Djinn comerciante. Sabendo de minhas ascendência Norsir, ele não estranharia se, por orgulho, eu me recusasse. Aceitei pra evitar conflitos. Não posso deizer, contudo, que meu orgulho não fora ferido. E Alesar havia percebido isso, tamanho era seu deleite.

    — Quais as suas intenções com Wind? — Indagou — Pretende ter algo sério com ele?

    Parei de limpar o chão; não sabia o quê responder. Ainda estava muito magoado, ferido, triste com ele. Não sabia ao certo se eu ainda sentia algo por ele que não fosse raiva e mágoa.

    ***

    A noite chegou rápido ao deserto; terminados meus negócios em Mal'ouquah, logo pedi a Wind que me levasse à fortaleza dos Marid. Ele, contudo, se recusou; disse que estava muito tarde, e que era melhor repousarmos. Visando não entrar em conflito, concordei com ele, conjurando duas tendas para nós. Sob os uivos vigilantes do quarteto de hienas cujas vidas salvei, deitei na cama improvisada que fiz e dormi o melhor sono de toda minha vida...

    Continua...

    ---

    Notas da Autora:

    *Afa'rit ou Afarit: Outra forma de se escrever Efreet; também existe a forma Ifrit, mais usual.

    **Habib: Em árabe, “Amado”

    O bordão "Que infortúnio" foi tirado da personagem Funérea, da série da MTV "Fudêncio e Seus Amigos".

    Usei o bordão e a prórpia Funérea como base para a personalidade do NPC Alesar, bem como a descrição dada no TibiaWiki: "Alesar é um tanto quanto especial, por se tratar de um Djinn Azul a serviço de Malor. A verdade é que ele repudia humanos, mas tolera aqueles que se aliaram à causa de Malor e dos Efreets".

  9. #169
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    E aí, Iridium!




    Finalmente voltou com o bom ritmo de postar capítulos. Mas infelizmente o povo abandonou sua história, o que é muito ruim...



    Realmente não vou abandonar! Curto muito sua história, é diferente as outras da seção. E vou acompanhar até o final, com certeza.




    Quanto ao capítulo, ótimo, ri com a estranha alergia do Ireas. Achei legal as descrições da fortaleza, apesar de não gostar dos Efreets. Também achei interessante esse Djinn azul no meio de tantos verdes, mas realmente não conheço nenhuma fortaleza Djinn. Ainda não consegui um char forte pra entrar nelas, e muito menos premium. :/




    A música eu nem pude ouvir, estou no celular, ou leio ou ouço a música. E os desenhos dos personagens estão muito bons, parabéns. Você desenha bem





    Bom, é só. Abraço



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  10. #170
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    Padrão Segundo Pergaminho, Capítulo 3

    Olá pessoas, tudo bem?

    Só estou passando para avisar que ficarei um tempo sem entrar no Fórum. O motivo? Uma viagem - estarei fora do país até o início de Fevereiro. Até lá, vamos ver se mais gente lê, né? XD

    Bom, a luta de facções continua aqui no tópico! Os Djinns Azuis estão levando a melhor! Será que vão permanecer assim por muito tempo? Cabe a vocês, leitores, a decisão!

    Sem mais delongas, o Capítulo de hoje.

    ----

    Capítulo 3 – Dois Oásis no Deserto (Parte 3)

    Marid...

    Acordei com o raiar do Sol; desconjurei minha tenda, que sumiu no ar em uma fumaça gélida. O céu rosado me recordava do primeiro nascer do Sol que vi em Ankrahmun; apesar do Sol ser o mesmo em qualquer cidade, havia algo mágico naquele deserto.

    Wind já estava desperto e me fitava com um semblante que não sabia descrever; ele tinha alguns dos famigerados (e deliciosos) manjares de fruta-do-dragão; sem cerimônia alguma, peguei um docinho de cada vez e os fui devorando.

    — Continua viciado nisso, não? — Disse o Yalahari — São exclusividades de Yalahar... Posso te levar lá... Um dia... Se quiser... — Ele foi se encolhendo timidamente a cada sentença; era algo estranho vê-lo tão contido.

    —Wind... — Comecei, tímido. Eu ainda estava com as perguntas de Alesar na cabeça — Podemos ir? Quero voltar o quanto antes para Darashia para falar da missão e... Para Ankrahmun. O novo Capitão já deve ter chegado, bem como a nova líder da Guilda dos Druidas...

    — Nossa, já conseguiu organizar tudo isso? — Wind cruzou as pernas e deixou as costas eretas — Puxa, estou impressionado!

    Eu senti meu rosto pegar fogo e fitei as areias; uma das hienas, decerto um filhotinho, veio até mim com um rosto pidão. Com um sorriso, pus o pequenino no espaço entre minhas pernas cruzadas e pus-me a acariciar o pelo malhado dio pequenino.

    — Além disso, também arranjei um Grão-Vizir... Assim que eu voltar, assinarei minha carta de demissão ao Faraó e entregar-lhe-ei a chave de meus aposentos.

    O semblante de Wind pareceu entristecer-se.

    — Você... Vai deixar Ankrahmun? — Indagou o Cavaleiro, levantando e guardando os manjares sob os meus protestos — Digo... Para sempre?

    Eu cerrei meus olhos e segurei a hieninha em meus braços.

    — Para sempre é muito tempo... — Respondi em um sussurro. Em seguida, gentilmente soltei a hieninha no chão, para que ela pudesse se juntar à mãe. Desci as escadarias com Wind logo atrás. Ele ainda parecia bem triste.

    — Algo te chateou, Ireas? — Indagou-me preocupado, aproximando-se de mim, caminhando ao meu lado — Alesar disse algo que te magoou?

    Eu parei de andar; não sabia o quê responder a ele; a verdade é que não sabia o que sentira ao ouvir o Marid carrancudo perguntar o que perguntou. Talvez fosse meu orgulho ferido, ou o peso da voz de Alesar; a verdade é que a pergunta martelava na minha cabeça insistentemente.

    — Ireas? — Ele pôs as mãos sobre meus ombros — Você está bem?

    — Sim... — Eu repliquei, saindo de um transe — Sim, eu estou. Acho que é o cheiro de açafrão... — Menti — Ainda está nas minhas narinas, deixando-me atordoado...

    — Lamento... — Disse Wind em tom queixoso — É uma pena que você seja alérgico desse tanto... — Um sorriso brotou em suas faces — Bem, sei que a fortaleza Marid, por outro lado, cheira a jasmin e sândalo... Decerto será mais agradável ao seu olfato.

    Eu retribuí o sorriso, que logo desapareceu em meu semblante melancólico; o Yalahari me guiou à escadaria de pedra que levava à fortaleza Marid. Novamente, ele me ultrapassou e parou diante dela, para dar mais explicações acerca da outra facção Djinn.

    Ashta' Daramai, a “Casa de Daraman” — Disse Wind — Essa é a residência dos orgulhosos Marid, os Djinns Azuis. Uman guarda o primeiro andar da fortaleza. Siga-me.

    Obedeci; Wind subiu a escadaria primeiro. No que chegamos ao fim dela, uma enorme pedra fora ao nosso encontro como um cartão de boas vindas.

    Exori Tera! — Gritei, convocando vimes e cipós para segurar o projétil no ar, impedindo-o de nos esmagar.

    Vi Wind correr em direção ao nosso inimigo, um enorme Golem de Pedra; uma criatura que teria cerca de quatro metros de altura, com o corpo feito de várias pedras e pedregulhos mantidos juntos por alguma força mágica. Para mim, parecia adversário difícil, mas não para Wind.

    O ruivo defendia cada soco e pedrada desferidos pelo golem com seu escudo. Sua espada cortava a couraça de pedra como se fosse manteiga. Vi o golem cair tão rapidamente quanto havia aparecido. A julgar o número de Grandes Feitos de Wind, bem como sua força, estranhei que tivesse levado tanto tempo. Parecia cansado, como se não tivesse dormido bem. A preocupação imediatamente inquietou meu coração e mente.

    Golens de pedra... — Resmungou Wind — Decerto guarda-costas dos Marid... Não vem ao caso. Siga-me.

    Assenti e seguimos em frente. Ashta'daramai era ainda mais bela que Mal'ouquah, com pedras incrustadas no mármore das paredes. Da distância em que me encontrava, era possível visualizar um balcão que deveria ter um jardim, a julgar pelo cheiro de flores e de grama molhada que vinha do edifício. Um sorriso brotou em meu rosto – os Marid certamente sabiam causar uma boa impressão.

    Parei diante da porta, receoso. Será que Uman atentaria contra minha vida, tal qual Ubaid? O que mais me preocupou, estranhamente, foi o fato de Wind ter-se mantido longe das portas, aumentando minha desconfiança.

    — Não vai entrar? — Indaguei receoso.

    — Não posso — Replicou o ruivo com vergonha — Lembra que te falei que das duas fortalezas, só podia entrar em uma, meu bem? Pois bem, Mal'Ouquah é a fortaleza em que tenho salvo-conduto; naturalmente, isso me desqualifica para entrar em Ashta'Daramai. — Ele soltou um largo suspiro — Eu terei que esperar por você, Keras. Se alguma coisa acontecer... — Ele se aproximou e segurou minha mão esquerda com vigor — Corra para cá. Não hesite em fugir do combate se for preciso; Djinns são mais fortes do que aparentam. Não dê a chance para eles te ceifarem a vida; se você o fizer, tenha a certeza de que aproveitarão a oportunidade. — Ele soltou minha mão e se afastou — Estarei aqui, se precisar de mim.

    Fitei-o com seriedade; por isso ele tinha livre acesso em Mal'Ouquah, sendo tão íntimo de Alesar e demais Djinns que lá residiam. Ele me fitava com preocupação; eu, por outro lado, busquei ignorar os maus pensamentos que tinha e não retornei nem o olhar, nem o segurar de mãos. Eu ainda não confiava plenamente nele. Depois da pergunta de Alesar, então... A minha desconfiança apenas crescia.

    Abri a porta. Havia um Djinn lá; certamente, era Uman. Tinha uma pele azul-arroxeada, um turbante de cor branca, uma cinta de pano branco com fios de prata, um bigode fino e negro e olhos de mesma cor. Ele me olhou com curiosidade, o que me espantou; Ubaid me havia fitado com desprezo e quase me matara. Já estava ficando desconfiado, e a dose de adrenalina que circulava em minhas veias em nada ajudava.

    — Ora essa! Um pequenino visitante! — Disse Uman com um sorriso — Olá, pequeno estranho! O que te traz aqui?

    Djanni'hah... — Disse lentamente, empunhando meu cajado. O Djinn então arregalou os olhos, maravilhado.

    — Onde você aprendeu a dizer isso?! — Indagou-me imensamente feliz — Que maravilha, contarei a Fah'rahdin e... Espere aí um instante! — Ele lentamente voltou sua cabeça em minha direção, interrompendo seu voo em direção à porta lacrada da esquerda.

    — Bem, eu... — Eu estava prestes a entregar Melchior, mas logo voltei a mim — Isso não vem ao caso. Meu nome é Ireas Keras e estou aqui em uma missão. O califa Kazzan...

    — … Quer nos oferecer o apaziguamento com nossos contraparentes; algumas vantagens em troca da paz no deserto, blá, blá, blá... — Completou Uman, abrindo e fechando os dedos de sua mão direita como se representasse alguém que falasse demais; certamente já ouvira aquele mesmo discurso várias vezes — Diga a ele que não estamos interessados, sim? Apesar de buscarmos a paz, Malor parece não querer ouvir a voz da razão, e insiste em manter o clima de tensão nessas montanhas.

    — Bem, eu... Agradeço a atenção... — Repliquei, surpreso. Uman não gritou, não esbravejou, nada; foi extremamente educado e respeitoso. — Mande lembranças ao seu rei...

    — Espere! — Suplicou Uman — Não gostaria de se juntar a nós? Digo, sei que essa é uma batalha nossa, dos Djinns, mas... Uma ajuda é sempre bem-vinda. — Ele pegou uma bandeja prateada com uma chá vermelho com favas de baunilha, alguns docinhos e uma flor de jasmin na parte direita e um pedaço de sândalo na parte esquerda dela — Aceita algo? Um chá, um docinho, talvez?

    — Aceito o chá, por favor... — Eu respondi pegando a xícara, sorvendo lentamente o líquido. Uman continuava a me fitar com curiosidade.

    — Pobrezinho... — Ele disse com um sorriso triste — Você está com cheiro de açafrão. Essa essência é inconfundível; você falou com os Efreets antes, não foi?

    Respondi que sim com a cabeça, devolvendo a xícara.

    — Sou alérgico a esse negócio — Respondi, referindo-me ao açafrão — Não aguentava mais a atmosfera daquele local.

    — Eles usam açafrão para acobertar o cheiro de morte de Mal'ouquah — Informou-me Uman — Você deve ter notado o quão rubras são as paredes. É tudo sangue, Keras; tudo sangue. Não gosto de guerras, sabe? E discordo plenamente das atitudes de Malor e seus comparsas e sei que, quando chegar a hora, as lágrimas de Daraman julgarão esses infiéis. Tenho certeza — Ele guardou os utensílios — Bem, se algum dia você desejar saber mais sobre nós... E quiser defender o lado dos justos, dos que nunca quiseram mal aos humanos... Sabe onde vir.

    — Antes de sair, gostaria de uma coisinha só — Eu disse — Por acaso você não teria um frasco com essência de sândalo ou jasmin? Se tiver, gostaria de pegar um de cada; um é para presentear uma pessoa. O outro, para mim.

    O Djinn soltou um discreto e rápido riso, pegando duas pequenas garrafinhas com líquido meio ocre e outro mais transparente. Eram essências de sândalo e jasmin, respectivamente.

    — Obrigado — Respondi — Mande lembranças a Gabel.

    — Disponha — Respondeu Uman com um sorriso — Sei que não será a última vez que nos veremos...

    Sorri para o simpático Marid e me retirei. Wind estava parado no mesmo lugar, com os braços cruzados. Ao me ver, arregalou os olhos e descruzou-os lentamente.

    — E então? Como foi?

    — Melhor que o esperado — Respondi com um riso forçado — Se todos os Marid forem como Uman, certamente posso dizer que são criaturas encantadoras.

    — Fico feliz de saber que saiu ileso... — Ele fitou meu rosto, pondo o dedo indicador esquerdo sobre o meu nariz — Vejo que está curado da alergia. Suponho que jasmin e sândalo realmente tenham efeitos medicinais...

    — Também creio nisso — Respondi ao me afastar — Bem, tenho que voltar ao califa... Quanto mais cedo eu terminar isso, melhor. O dever me espera...

    — Em Ankrahmun? — Indagou Wind, cujo tom de voz parecia dizer “tomara que você não tenha falado sério em relação a partir de Ankrahmun”.

    Não lhe respondi; apenas metralhei-o com o olhar, o que o fez recuar um pouco. Dei de ombros e segui viagem para Darashia. Como já estava ciente do caminho, não me importaria se Wind desaparecesse. Na verdade, bem que eu gostaria disso. Aquela convivência forçada já estava me irritando. Se eu fosse um pouco mais forte... Naquela hora, em Mal'ouquah... Eu o teria empurrado... Ou socado. Tudo para afastá-lo.

    Subimos as escarpas da montanha, passando por hienas, algumas najas e um grupo de nômades, os quais acabei por ignorar. Enquanto tentava chegar o mais depressa possível ao palácio de Kazzan, o Yalahari tentava me frear! Que inferno!

    — Por que a pressa, Ireas? — Indagou-me com um sorriso — Seja lá quem você contratou, podem se virar sozinhos... — Ele se aproximou, colando os lábios no meu rosto e sussurrando ao pé do meu ouvido — Dê-me uma chance... Apenas uma...

    — Te dar uma nova chance? A troco de quê? — Indaguei, afastando-me bruscamente — Você cumpriu com a sua palavra; guiou-me até as duas Fortalezas e explicou-me sobre os Djinns. Sua parte você já fez, e é o bastante.

    Então, senti algo roçar meu calcanhar esquerdo; olhei para o chão, e era um escaravelho-correio; o pobrezinho estava ofegante, parecia ter voado uma boa parte do trajeto. Peguei o inseto com uma das mãos e tirei a carta de sua mandíbula com a outra; pus o escaravelho sobre meu ombro e abri a carta. Wind me fitava, atônito.

    — Então... Não significou nada para você?

    — Como? — Fiz-me de desentendido, fitando-o com o canto de meus olhos.

    — O fato de ter te salvado de Ubaid. — Ele estava começando a ficar com raiva, elevando o tom de voz — Que eu me lembre, você estava prestes a ser atacado por ele; além de você ter esquecido a frase de cumprimento Djinn, pareceu-me que, por um instante, você se esqueceu como lutar!

    Se ele queria me deixar com raiva, conseguiu; lentamente, fechei a carta e a pus em um dos bolsos que abri em meu robe. Fitei-o sem esboçar reação alguma.

    — E ainda tem mais! — Havia lágrimas nos olhos do Yalahari — Eu busquei te salvar de sua alergia! Eu me preocupei com seu estado de saúde! — Ele já estava gritando, e minha irritação aumentava em igual proporção; a cidade inteira parou para nos ver — Ora, vamos admitir: sua alergia é bem conveniente, não?! Não conseguir respirar por inalar... Açafrão? Açafrão, caramba! Uma vez na vida, Keras, admita algo! Admita que estava errado sobre a autoria das cartas! Admita... Admita que... Ainda sente... Algo por mim. — Ele passou a diminuir o tom de voz.

    No momento mais crítico da discussão, podia jurar ter visto Jack e Brand com mais dois rapazes.

    — Brand. Brand! — Jack falou, puxando o braço do paladino de grisalhos cabelos. Em seguida, ele apontou para mim e Wind. Eu estava tão absorto, que nem percebi.

    — Ai, santo Banor... — Resmungou Brand — Isso vai melar. Jack, leve Icel e Emulov para outro local, sim? Eu cuido disso...

    Voltando a mim e Wind. Ele queria continuar a falar; e eu apenas queria que ele calasse a boca.

    — Já... Chega! — Eu disse entre os dentes, transformando minha varinha em um machado de gelo — Se é briga que você quer, Wind Walker, então é briga que você terá, e ao estilo Bárbaro... Que conhecemos muito bem!

    Eu não sabia mais o que estava fazendo; a ravia tomou conta de meu ser, e avancei com tudo em direção a Wind, que usou seu escudo para defender-se de minhas investidas. Ele não queria me atacar, e aquilo me irritava demais. Descobri que minha força era tamanha que comecei a causar um estrago no escudo dele.

    — Pare, Ireas! — Gritou Wind — Não é assim que você vai resolver seus problemas! Não quero brigar com você! Não quero te machucar.

    — Meus problemas?! — Eu já estava rugindo — Meu único problema é... VOCÊ!!!

    Eu acertei o machado de gelo no chão, conjurando estalagmites que fendiam o chão de terra seca e arenito; os cidadãos saíram correndo, desesperados. Ao que parecia, os darashianos de maior número de Grandes Feitos não estavam por ali. Graças ao susto e ao tremor que as estacas causaram, Wind acabou caindo no chão, surpreso.

    — Tudo estava perfeitamente bem! — O machado só acertava o chão, pois Wind rolava no chão, desviando da lâmina — Eu havia saído da abadia de Rookgaard com a missão de achar minha mãe, nada mais! — Eu parecia um animal raivoso; Wind conseguira se levantar, e eu o segui com o machado em mãos — Eu vivia bem como o rapaz criado pelo padre e que perdera os amigos de infância no único lar que tivera a vida inteira!

    Eu me irritei tanto com o jogo de desvio de Wind que conjurei uma estava de gelo e arremessei contra ele, acertando sua coxa esquerda. Agora, ele pararia de andar e eu poderia acertá-lo como tanto queria. Não notei, contudo, que estava na mira de alguém...

    — Eu...Eu... Já havia aceitado o fato, e o fardo, de viver sozinho... — Eu ofegava; transformei o machado em uma lança cuja ponta funcionaria como a arma favorita de execução Norsir — Aceitei a morte de Khaftos... Executei uma criança deplorável chamada Shambler... Aceitei minha doença... Aceitei... Meu passado... — Apontei a lança para o pescoço de Wind, pronto para decapitá-lo.

    — Não tem que ser assim, Ireas! — Ele estava ofegante — Você não é assim! Você não é esse Norsir sanguinário, essa... Essa monstruosidade sedenta por sangue! Eu... Eu não sabia dos horrores que você passou, meu bem.

    — Calado! — Gritei, pressionando a garganta dele com a ponta da lança — Você não tem o direito de me chamar assim! Você não tinha o direito de aparecer na minha vida, de me conquistar, de ir para a guerra... — Eu já estava chorando, mas mantinha-me gritando. Ouvi o barulho da mira de uma besta sendo acionada — Me deixar só... Me magoar... — Afastei a lâmina do pescoço dele. Meus olhos estavam vidrados nos dele. Eu só desejava uma coisa: congelar a alma dele.

    Ele começou a ofegar e piscar lentamente; seu hálito tornou-se cada vez mais gelado, e sua pele estava empalidecendo.

    — Pare... — Ele implorou; uma lágrima que saía de seu olho tornou-se um belo cristal de gelo. Eu me preparei para ceifar a cabeça dele.

    Ouvi um tiro de besta; senti uma dor lacinante. Minha lança voltou ao estado normal de Cajado da Tempestade de Gelo. Eu caí com um urro no chão. Perdi a consciência.

    (Narrado por Wind Walker)

    Esse homem... Não é Ireas. Não é o Ireas que conheci. Crunor, me ajude! Eu não entendo o que eu fiz para ganhar o ódio do homem que mais amei em toda minha vida. O que eu fiz de errado?

    Aquele olhar. Lindo e mortal ao mesmo tempo; eu senti meu corpo paralisar, senti o sangue em minhas veias parar de correr. Se Brand não tivesse atirado... Não sei o que teria sido de mim.

    Assim que ele caiu no chão, meu corpo voltou a responder. Ainda assim, foi a sensação mais horrível que enfrentei. Nunca, em todos esses anos, cruzei com alguém que seria capaz de enxergar minha alma e congelá-la — Keras quase conseguiu isso.

    Ele estava com os olhos cerrados, sangrando através do furo em sua escápula esquerda. Eu olhei para cima, e não vi mais Brand. Eu estava aterrorizado. Meu coração batia descontroladamente em meu peito, que parecia mais apertado na medida em que eu o via sangrar.

    — Ireas?! Ireas! — Eu o amparei em meus braços, tentando despertá-lo — Acorde, meu amor, acorde! — Tirei a besta do local e tentei estancar a ferida — Socorro! Socorro! Alguém me ajude! — Berrei a plenos pulmões.

    Corri até o posto de enfermagem da cidade; ele já havia sangrado demais. Fosse Norsir ou não, ele era humano como qualquer um. E eu sabia o que aconteceria se ele perdesse mais sangue...

    Continua...

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