Resultados da Enquete: Que Facção deveria Ireas Escolher?

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Tópico: A Voz do Vento

  1. #21
    Avatar de Senhor das Botas
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    Eu li e esqueci de comentar. Bom, críticas eu não tenha mais(o povo já o fez).


    Até que esse capítulo foi bom. Quando vai sair o próximo?

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  2. #22
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    Padrão Capítulo 6

    Capítulo 6 – Crunor Salve os Ciganos (Parte 1 de 3)

    Dia em que Ireas Keras encontrou pistas de sua mãe...

    Meu encantamento com Ankrahmun cresceu na medida em que se passavam os dias. Apesar de ter encontrado locais perfeitos para caçada — e consequente lucro —, eu sentia falta de ser útil para aquela comunidade...
    Quando saí de Rookgaard, recebi uma lista que dizia: Pontas Soltasencontre os seguintes indivíduos:

    Eclesius de Thais;

    Spectulus de Edron;

    Rottin’ Wood do Campo Fora-da-Lei;

    Boozer de Venore;

    Ahmet de Ankrahmun.

    Certamente esses cavalheiros teriam algo interessante a me oferecer, pois cada um deles necessitava de ajuda com determinadas tarefas.

    Pouco depois de aportar em Ankrahmun, já me vi saindo da cidade em direção ao Grande Continente — não, não que eu não tenha gostado da minha adorada cidade do deserto, mas senti a necessidade de ver o mundo...

    Foi assim que conheci Eclesius e passei a ajudá-lo. Um velhote muito simpático tem, diga-se de passagem... Ainda que não bata muito bem da cabeça. Por um tempo, eu fiz as atividades diárias que ele me requisitava, como limpar a casa dele, alimentar seu peixe, polir a bola de cristal, matar os morcegos de seu sótão e... — a mais assustadora de todas — tocar música para o demônio que ele mantém enclausurado em seu porão. Nunca mais farei aquela tarefa, juro por Crunor...

    Boozer foi um dos mais interessantes desses senhores; um sujeito extremamente animado, ambicioso e um pouco beberrão. Tive que invadir as reservas alcoólicas da cidade de Kazordoon para atender ao pedido do venoriano — como recompensa, obtive uma pá mais leve do que a que eu costumava usar.

    Aproveitei o tempo em que fiquei no Grande Continente para conhecer as Planícies do Pânico também. Costuma ser um local muito temido por causa de atitudes de alguns aventureiros mais experientes, porém desonestos, que atraem enormes aracnídeos para perto de jovens e inexperientes aventureiros que, incautos, não vêm o falsário e são vítimas da enorme e imponente criatura.

    Eu procurei não me desviar da rota principal, e mantive-me próximo às margens do rio que passava por lá. Rottin’ Wood era um homem de hábitos peculiares, uma espécie de salvador dos pobres — roubando de ricos para dar àqueles que pouco tem. As tarefas dele foram as mais fáceis — consertar sua base e capturar incautos mercadores que passavam por lá. Confesso que foi muito divertido ver os mercadores presos nas redes de fibra de sisal, incapazes de sair e completamente frustrados acerca disso.

    Aquelas missões me fizeram voltar a rir — risos curtos, mas sinceros. Desde que perdera meus amigos eu não consegui mais ver graça na vida. Talvez essas missões fossem o que eu precisava para encontrar uma razão para continuar seguindo... Além de procurar por minha mãe, é claro.

    Eu li e reli a carta, buscando compreender a pessoa que a escrevera — quem seria minha mãe? Estaria ela viva ou morta? Se estivesse viva, que vocação teria escolhido seguir? Essas perguntas martelavam minha cabeça incessantemente, e continuaram a me perturbar até quando cheguei a Edron...

    Conheci Spectulus e vi na Astronomia um trabalho formidável. Era fato que Tothdral, o líder da Guilda dosurgh!Feiticeiros de Ankrahmun era um excelente astrônomo, mas seu trabalho era muito mais difícil comparado às pesquisas de Spectulus em seu laboratório equipado até os dentes.

    Spectulus tinha um interesse fascinante em espíritos e em um chamado Mar de Luz... Eu o ajudei a conseguir o que ele necessitava para chegar a essa localidade, mas, graças ao seu desajeito natural, ele quebrou o cristal espelhado que eu obtivera após enfrentar um pequeno Golem de Gelo, e perdera a oportunidade de ver o tão admirável Mar de Luz. Eu até teria rido da cena, não fosse o fato de ter arriscado meu pescoço para nada...

    Quando terminei meus afazeres com esses quatro senhores, senti a saudade do deserto bater... E voltei à Ankrahmun a fim de ter uma palavra com Ahmet.

    Sujeito misterioso, esse Ahmet; eu havia falado com Ralhkora antes de sair de Ankrahmun, e ela havia me contado histórias impressionantes sobre ele. Ao que parecia, ele havia se envolvido com os nômades, e devia algo a eles. Além disso, havia outros casos dele ajudando uma Guilda de Ladrões, mas nada que ela pudesse confirmar... Apenas havia a suspeita no ar.

    Então, a fim de resolver esse mistério para essa elegante guia, fui ter uma palavra com Ahmet. Sua loja ficava em uma das maiores pirâmides da cidade, junto ao comerciante de armas Memech, à vendedora de joias e banqueira Tesha e à vendedora de comida Jezzara.

    — Olá — Disse a Ahmet com um tom amistoso.

    — O que deseja? — Quis saber o mouro, desconfiado.

    — Ouvi dizer que você tem um serviço para mim... — eu disse, com um discreto sorriso.

    O comerciante olhou para o meu rosto com uma expressão de espanto que logo foi trocada por alegria em suas faces.

    — Finalmente! — Declarou, erguendo as mãos aos céus — O bom senhor Uman ouviu minhas preces! — Ele juntou as palmas das mãos e apoiou os cotovelos no balcão de madeira envernizada — Escute, alguns nômades roubaram algo muito precioso de mim... — Ele começou, sussurrando — E preciso que você vá até o oásis procurar por eles. Não deve ser tarefa difícil para você — Ele me interpelou antes que eu me retirasse do local – Mais uma coisa: trata-se de uma carga pesada, então espero que seu magro corpo seja capaz de carregá-la. Fale comigo após seu serviço. — Essa última sentença soou-me zombeteira, mas dei de ombros e segui em frente.

    Nunca havia reparado nos meus tributos físicos; de fato, sempre fui mais magro que os demais rookgaardianos, e continuei sendo assim, comparado com os outros aventureiros das demais cidades em que estive. Apesar de ter adquiro massa muscular nos últimos anos, não me tornei puro músculo como muitos cavaleiros.

    Segui meu caminho pelos corredores de arenito até a saída principal da cidade, torcendo para encontrar logo o carregamento e seguir em minha busca. Quando saí dos muros de Ankrahmun, vi, nas areias do deserto, outra carta selada... e mais uma rosa azul. Minha mãe estivera por ali!

    Talvez ela não estivesse vivendo longe de Ankrahmun... Talvez o deserto fosse seu lar! Seria ela uma cigana? Minha vontade de abrir a carta era enorme, mas eu tinha que cumprir minha missão. Quem sabe Ahmet não conhecia minha mãe... Ele poderia ser-me útil...

    Continua...

    ---

    Nota da Autora: Aqui é que a busca de Ireas realmente começa... Vamos ver se eu aguento escrever até o Capítulo 10! Obrigada a todos que seguem lendo e comentando – vocês estão me ajudando pra caramba, sério mesmo! *.*
    Última edição por Iridium; 22-07-2012 às 20:43.

  3. #23
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    Olá, estou aqui de volta!

    Li os ultimos capitulos, ficaram muito bem feitos e com emoção! Gostei do jeito da narrativa, suas palavras, uma leitura confortavel de se ler.

    Gostei bastante também do capitulo 3, bem tensa essa batalha dos minotauros. Eu nunca soube que o Appentice Sheng fica em RookGaard, só um mês atrás que eu descobri...

    Continuarei acompanhando. Ótimos capitulos, continue assim!



    ◉ ~~ ◉ ~ Extensão ~ ◉ ~ Life Thread ~ ◉ ~ YouTube ~ ◉ ~ Bloodtrip ~ ◉ ~ Bloodoath ~ ◉ ~~ ◉

  4. #24
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    Bom capítulo ^^




    Só agora que eu notei: você usa hífen(-) em vez de travessão(—). Se não sabe usar travessão, experimente Alt pressionado(não se esqueça do Num Lock ligado)+0151 Créditos: Zath Elfir.


    Enfim, coisinha boba, mas que pode valer no futuro(Se um crítico "famoso" daqui da seção visse sua história abandonaria logo de cara por causa disso. )


    Bom, gostei da sua história, do estilo e do seu jeito de contar. Só achei uma coisa ruim: Sei lá, falta detalhar mais. Em que aventuras Ireas se envolveu especificamente(Um escaravelho? Um nômade? Ou quem sabe um dragão? A batalha de Ireas com os minotauros é um exemplo duma aventura detalhada), enfim, acho que isso ajudaria um pouco, apesar de enrolar alguns capítulos para ir ao ponto principal.

    É isso. No aguardo de mais capítulos.
    Última edição por Senhor das Botas; 06-07-2012 às 02:30.


    Não espere algo bem elaborado e feito. De resto...

  5. #25
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    Não leio sua historia a um tempo (1 dia), agora li os outros capítulos e vejo uma devolução enorme, queria escrever como você
    Sua historia sem duvida assim que bem divulgada sera muito lida como a do Dan, na minha opinião se você escrever do jeito que esta escrevendo você ainda sera um escritor melhor que o Dan.




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    As circunstâncias do nascimento de alguém são irrelevantes; é o que você faz com o dom da vida que determina quem você é. (Pokémon - O Filme).

  6. #26
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    Padrão Respondendo...

    Citação Postado originalmente por Death Killer Ver Post
    Não leio sua historia a um tempo (1 dia), agora li os outros capítulos e vejo uma devolução enorme, queria escrever como você
    Sua historia sem duvida assim que bem divulgada sera muito lida como a do Dan, na minha opinião se você escrever do jeito que esta escrevendo você ainda sera um escritor melhor que o Dan.
    Ah, obrigada *.* Dá uma ajudinha aí kkkkkkkk Se der, hoje saem pelo menos 2 capítulos (se não, vai um só mesmo q esse ritmo tá até bom =D )


    Citação Postado originalmente por Senhor das Botas Ver Post
    Bom capítulo ^^


    Só agora que eu notei: você usa hífen(-) em vez de travessão(—). Se não sabe usar travessão, experimente Alt pressionado(não se esqueça do Num Lock ligado)+0151 Créditos: Zath Elfir.


    Enfim, coisinha boba, mas que pode valer no futuro(Se um crítico "famoso" daqui da seção visse sua história abandonaria logo de cara por causa disso. )


    Bom, gostei da sua história, do estilo e do seu jeito de contar. Só achei uma coisa ruim: Sei lá, falta detalhar mais. Em que aventuras Ireas se envolveu especificamente(Um escaravelho? Um nômade? Ou quem sabe um dragão? A batalha de Ireas com os minotauros é um exemplo duma aventura detalhada), enfim, acho que isso ajudaria um pouco, apesar de enrolar alguns capítulos para ir ao ponto principal.

    É isso. No aguardo de mais capítulos.
    Meu Word me trolla e n me deixa usar travessão... Valeu a dica, vou começar a utilizar esse procedimento daqui em diante (na verdade, só no cap. 8 porque o 7 está escrito com hífen ¬¬)

    Eu só não detalhei muito nesse porque trata-se daquelas quests bobinhas do Loose Ends... E eu nem bati em monstro algum quando as fiz, só na do Ahmet mesmo De qualquer modo, espere por mais detalhes no próximo capítulo xD


    Citação Postado originalmente por CarlosLendario Ver Post
    Olá, estou aqui de volta!

    Li os ultimos capitulos, ficaram muito bem feitos e com emoção! Gostei do jeito da narrativa, suas palavras, uma leitura confortavel de se ler.

    Gostei bastante também do capitulo 3, bem tensa essa batalha dos minotauros. Eu nunca soube que o Appentice Sheng fica em RookGaard, só um mês atrás que eu descobri...

    Continuarei acompanhando. Ótimos capitulos, continue assim!

    O capítulo 3 eu me baseei em algo parecido com o que aconteceu em Amera há anos atrás (meu antigo servidor) - tinha aparecido um Apprentice Sheng lá, e muitos foram combater, mas morreu muito noob que tinha entralo lá pra ver a zorra

    Obrigada pelo apoio, e hoje sai mais capítulo!

  7. #27
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    Padrão Capítulo 7

    Capítulo 7 - Crunor Salve os Ciganos (Parte 2 de 3)

    Dia em que Ireas Keras encontrou mais pistas deixadas por sua mãe... E uma estranha lista nômade.

    Meu coração batia muito forte na medida em que andava sob aquele sol escaldante; afinal, o que estaria escrito na carta que peguei? Aquela ansiedade toda estava me deixando tonto. Eu não conseguiria combater ninguém se meu estado piorasse.

    De repente, senti certa umidade naquele ar seco e quente do deserto de Darama — o Oásis estava perto, assim como os nômades que roubaram o carregamento de Ahmet...

    Meu coração continuava disparado, e senti que iria desmaiar. As palmeiras e várias plantas do oásis já eram visíveis, bem como alguns cervos e hienas. Ver aquela fauna e flora concentradas em um único ponto foi o bastante para me acalmar...

    Logo em seguida, reparei nas cabanas dos nômades. Decerto o carregamento de Ahmet estaria por ali.

    Quando fui fazer essa missão, já não mais empunhava o Cajado da Mordida de Cobra — Eclesius me indicara outro, ainda que cuidar de Druidas não fosse sua função primária —; eu estava na posse do Cajado da Luz da Lua, cujas lufadas de ar frio faziam do clima desértico extremamente tolerável e melhorava meu ânimo.

    Quatro nômades vieram em minha direção com suas cimitarras em riste. Não hesitei em congelá-los — não era uma matança desnecessária, mas sim caso de vida ou morte. Um deles se ajoelhou pedindo por misericórdia.

    — Escute, não quero te matar — Falei, tentando manter-me acordado — Vamos fazer o seguinte: você me diz onde está o carregamento que vocês roubaram, que eu não tiro sua vida. Temos um trato?

    — S-sim — Gaguejou o nômade, mostrando-me onde estava o carregamento — Pode pegar... Por favor, não conte ao meu chefe!... Poderia fazer-me um favor?

    — Depende... — Respondi, desconfiado — Do que se trata?

    Arito — Ele disse sério e com uma lista na mão — Nosso líder nos mandou fazer uma base aqui a fim de capturar o traidor...

    — Arito? — Repeti surpreso.

    - Traga-o até nós... E salve minha pele – Disse o nômade antes de se retirar de minhas vistas.

    Quando o nômade saiu, a última coisa de que me lembro foi de ter guardado a lista em minha mochila... Depois, tudo começou a girar e a embaçar.

    Depois, foi escuridão total.

    ***

    — Ei garoto! Acorda!

    Andarilho, pare de cutucar o coitado!

    — Perdão, Brand! Tadinho, ele é tão magricela e... Que diabos é isso nas unhas dele? Resina?

    — Silêncio, vocês dois! Ele está acordando! Boa noite, dorminhoco!

    Minha cabeça girava, e todo o ambiente parecia estar embaçado. Eu não reconhecia aquele lugar, mas podia supor que era em Ankrahmun, a julgar pelo arenito que fazia as paredes e o chão. Eu estava deitado em um catre, feito com fibras de papiro — era até confortável, tenho que admitir.

    Havia faixas em meu braço, e meu corpo todo doía. Meus pertences estavam ao pé do catre — minha mochila (dourada), meu livro de feitiços, minha capa (que eu havia mudado — adquirira uma Capa da Concentração antes de sair de Edron) e minhas botas. Meu torso estava nu e muito ferido, e minhas unhas estavam começando a perder a resina.

    A casa era bem decorada — havia tapetes e cortinas de várias cores no recinto; os armários e criados-mudos guardavam vários itens, dentre eles muitos tipos de lanças, arcos, bestas e munições. Supus, portanto, estar na casa de um paladino muito rico e experiente.

    Eu virei meu rosto na direção daquele que me chamara de ‘dorminhoco’: ele estava sentado em uma poltrona com um livro em suas mãos. Tinha braços mais fortes que os meus, e pernas extremamente musculosas — era um Paladino, com toda a certeza — cabelos negros como carvão e olhos verdes como olivas. A julgar por sua expressão quando me viu acordar, deveria ser o ‘animadinho’ do grupo.

    — Saudações! — Ele me disse, levantando-se de seu assento e aproximando-se de meu catre — Meu nome é Jack Spider, mas todos me conhecem como Rei Jack Spider... O título é curioso, diga-se de passagem... Brand! Andarilho! Venham conhecer nosso hóspede!

    Meu hóspede, você quis dizer — Retrucou aquele chamado de Brand, com um semblante sério — De qualquer modo, bem-vindo à minha humilde residência. Você se machucou um bocado, não?

    Eu fechei minhas mãos, um pouco acuado. Nunca havia me sentido assim; talvez fosse uma reação natural minha às multidões. Tornei-me desacostumado a elas desde... O Inferno dos Minotauros. A aparência de Brand me assustava ainda mais — Cabelos cinzentos como a pelagem de um lobo, lisos e até os ombros, olhos castanhos cujo brilho assimilava-se à cor de sangue fresco quando eram submetidos à luz, pele branca com algumas cicatrizes e mesmo tipo físico de Jack Spider... A diferença estava, creio eu, em seu olhar, que parecia dragar-me para a escuridão. Como supus, ele era um paladino, mas nunca pensei que alguém dessa vocação assustar-me-ia tanto...

    — Meu nome é Brand, o Terceiro — ele disse em um tom solene, estendendo sua mão esquerda em minha direção a fim de cumprimentar-me — Chamam-me Jovem Brand Terceiro, e minha família é de uma estirpe de lendários paladinos de Thais. Que sorte que te tiramos do deserto a tempo, ou você teria fritado naquelas areias...

    — Ou perdido todo seu sangue — Completou o terceiro rapaz, a quem chamavam de Andarilho — Sou Andarilho do Vento... Ei, não me olhe com essa cara: já uso esse nome há tanto tempo que nem sei mais meu nome antigo... Pode me chamar de Wind, se preferir uma versão mais anglicana do meu nome. — ele esboçou um discreto sorriso para mim, que fez meu rosto estranhamente arder em chamas.

    O Andarilho, ou Wind, era um homem ruivo e musculoso — decerto era o Cavaleiro do grupo. Seus olhos eram castanhos e seu rosto tinha algumas sardas próximas ao nariz e estendendo-se por suas bochechas

    — Muito prazer — Eu disse, apertando a mão de Brand e sentindo minha voz diminuir de intensidade na medida em que os três se aproximaram de mim — Onde estou? Ankrahmun?

    — Não — Respondeu Jack, com um sorriso — Você está em Darashia, a Cidade do Sultão Kazzan. Nós te levamos através do deserto por uma passagem nas montanhas. A razão pela qual não demos meia-volta em direção a Ankrahmun foram suas feridas e queimaduras de sol... Aqui em Darashia é mais fácil tratar de ferimentos.

    Eu me mantive sentado no catre, com as pernas encolhidas e meus braços sobre meus joelhos. Havia um espelho apoiado em uma pilastra perto de um dos criados-mudos de Brand, que ficava praticamente à minha frente — minha pele estava bem avermelhada e o mais leve toque causava-me muito desconforto.

    — Acho melhor você ficar por aqui — Aconselhou-me Brand, ciente da minha condição física — Você está muito frágil, e não aguentaria a viagem de volta, seja de navio ou atravessando o deserto. Seus ferimentos infeccionar-se-iam, e aí sim você estaria em maus lençóis...

    Eu estava prestes a retrucar, mas algo dentro de mim me impediu de fazê-lo; o olhar de Brand acabou me intimidando de uma forma que jamais pensei ser possível. Eu cerrei meus lábios e assenti afirmativamente com minha cabeça. Rei Jack despediu-se de nós e foi em direção à sua casa e Brand fora dormir em outro cômodo, deixando-me com Wind, que me observava com curiosidade.

    — Então, é um novato por essas bandas? — Ele me indagou simpático — Bem, quando chegamos ao deserto, você estava cercado de escaravelhos te mordendo e envenenando junto aos corpos dos nômades que julgo que você matou antes. Por algum acaso do destino, o veneno daqueles animais não conseguiu te matar... — Ele parou para respirar e prosseguir — Alguns deles pareciam até te respeitar e atacavam os outros para te manterem vivo. Um desses tinha uma coloração vermelha e soltava fogo. Por isso, colocamos esse pequenino dentro de um pote que está em sua mochila. Considere-o seu novo bichinho de estimação...

    Eu arregalei meus olhos, fitando aquele jovem e sorridente cavaleiro. Como ele gostava de falar!

    — Obrigado... — eu agradeci um pouco atordoado pela quantidade de informações que me foram dispostas em tão pouco tempo.

    Eu me curvei para pegar minha mochila, mas Wind fora mais rápido, e ele pegou a mochila para mim.

    — Ei, não fique bravinho! — Ele disse com um tom risonho — Eu só estou querendo ajudar... O que você quer daqui da mochila?

    Eu não sabia se podia confiar no ruivo; ainda que tivessem salvado minha vida, não conseguia confiar... Eu enfiei minha mão esquerda na mochila dourada e dela retirei a carta. Wind continuou a me observar, surpreso. Minhas mãos tremiam; meu coração acelerou outra vez. E eu não mais reparei na presença de Wind...

    Continua...

    ---

    Nota da Autora: Jack Spider, Jovem Brand Terceiro e Andarilho do Vento são tibianos reais:

    Name: King Jack Spider
    Sex: male
    Vocation: Royal Paladin
    Level: 135
    Achievement Points: 227
    World: Unitera
    Residence: Thais
    House: Darashia 2, Flat 05 (Darashia) is paid until Jul 09 2012

    Brand Young Third
    Sex: male
    Vocation: Royal Paladin
    Level: 106
    Achievement Points: 97
    World: Unitera
    Residence: Thais
    House: Darashia 8, Flat 03 (Darashia) is paid until Jul 14 2012

    Name: Wind Walker
    Sex: male
    Vocation: Knight
    Level: 117
    Achievement Points: 84
    World: Unitera
    Residence: Thais
    Última edição por Iridium; 22-07-2012 às 20:50.

  8. #28
    Avatar de Sombra de Izan
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    Padrão Mistério

    Poxa essa história me deixou intrigado, mas vi que você domina bem a história do Tibia, pois usou muitos elementos nela contida para apresentar a sua, as formas tratadas nos capítulos estão ótimos, vou acompanhar.

  9. #29
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Capítulo 8

    Capítulo 8 - Crunor Salve os Ciganos (Parte 3 de 3)

    Dia em que Ireas Keras reaprendeu a confiar, a deixar-se sentir algo e conheceu o líder dos nômades Muhad...

    A luz no cômodo começava a se extinguir. Brand já dormia e não se ouvia mais som algum na casa. Outra vez aquela sensação de desmaiar. Tinha que ser forte. Abri a carta e comecei a minha leitura

    “Ireas Keras, Ankrahmun.

    Você deve ter um ódio mortal de mim, não é? A verdade é que te abandonei por não ter-me julgado capaz de amar... E perdoar. Perdoar-me por tudo o que fiz, e perdoar àqueles que algum mal me causaram. Minha vida inteira foi baseada em vinganças e mentiras... Infelizmente, eu fiz o mesmo com a sua.

    Lembro-me bem de quando te trouxe ao mundo. Eu estava em Svargrond, e não podia andar mais; foi no refúgio de uma caverna de gelo que você veio... E eu sabia que não poderia ficar com você. Não poderia arriscar sua vida, pois apesar de tudo... De todo o mal que causei você foi a única bela coisa que pude adicionar a esse mundo, e não poderia te corromper. Sinto muito, Ireas, se te submeti a uma infância abandonada, mas tenho certeza que Asralius e Cipfried fizeram bem a você, e te criaram de uma forma que eu jamais seria capaz de criar.

    Ainda assim, se quiser me conhecer, procure mais dessas cartas com as rosas. Tenho certeza que você fará o que eu nunca consegui – o justo e o certo.”


    Lágrimas vieram ao meu rosto e recusei-me a limpá-las. Eu não conseguia parar de chorar; em princípio, julguei minha mãe uma mulher fria e insensível, que me deixara à mercê de minha própria sorte para continuar a viver sua vida de forma egoísta e irresponsável. Pensei que se pudesse retribuir com tal frieza evitaria a minha imensa tristeza e a dor das lacunas de minha vida – estava errado. De um modo singular, aquela pessoa importava-se comigo, e talvez quisesse me ver...

    Estava tão imerso em minha dor que nem reparei as mãos de Wind sobre meu rosto. Quando abri meus olhos, percebi que Wind estava enxugando minhas faces. Fechei meus olhos e não o interrompi. E ele pôs-se a falar novamente.

    — O que você tem? — Sussurrou o ruivo compadecido de meu sofrimento — Não fique assim... Vai dar tudo certo, tenho certeza. Até agora não te perguntei: qual teu nome?

    — Keras... – Respondi, esforçando-me ao máximo para não soluçar e acordar Brand — Ireas Keras...

    — Ireas... – Ele continuou, afastando as mãos de meu rosto — Não sei o que está escrito nessa carta, mas tenho certeza que te trará algo bom, sabe? — Ele continuou me observando, enquanto eu tentava controlar minhas emoções — Se foi uma notícia ruim, acredite, é normal... Agora, se foi algo bem, chore sem ter medo: faz parte do processo de crescimento emocionar-se com o que acontece ao seu redor... O que tem nessa carta que te abalou tanto?

    Eu estava começando a me sentir confortado perto daquele sujeito. Ainda assim, eu não conseguia confiar nele o bastante para contar acerca do que havia na carta. E tive que manifestar isso a ele.

    — Desculpe se soarei ingrato... — Eu sussurrei um pouco mais controlado — Mas não tenho tanta confiança assim em você para te contar... — Lancei um leve sorriso para ele — Desculpe-me por isso...

    Ele acenou com a cabeça de modo afirmativo. As lágrimas voltaram a brotar em meu rosto, e eu simplesmente abracei Wind o mais forte que pude. Naquele momento, eu precisava de consolo e apoio mais do que nunca havia precisado. Tinha que confiar nele, como confiei em Khaftos, Annika e até em Shambler um dia...

    ***

    No dia seguinte, acordei ainda abraçado ao ruivo, que tinha se recostado na parede para dormir. Eu deixei um bilhete em seu ombro, agradecendo por tudo o que fizera por mim. Em seguida, pé ante pé, fui aos aposentos de Brand e deixei similar bilhete, agradecendo por ter salvado minha vida e pela estada em sua residência. Vesti meus equipamentos, pus minha mochila em minhas costas e segui viagem rumo a Ankrahmun.

    Darashia era uma cidade bem mais mercantil e, aparentemente, nômade que sua vizinha – havia inúmeras barracas nos arredores, e as lojas eram como tendas. O arenito vivia coberto pela areia, visto que essa cidade não possuía muros para sua segurança. Havia, também, uma enorme colmeia de vespas, de onde se obtinha o famoso favo de mel darashiano, que rendia molhos e bebidas saborosíssimas. Antes de sair da cidade, comprei uma dessas iguarias para mim.

    Minha pele havia melhorado, e estava um pouco bronzeada. Sentei-me em um banco a fim de aplicar a resina em minhas unhas, antes que os fungos se manifestassem. Não quis utilizar a passagem através da montanha para ir à minha cidade; preferi utilizar os barcos.

    ***

    — Até que enfim! — Resmungou Ahmet a me ver — Achei que tivesse sido engolido pelo deserto!

    —Como pode ver — Iniciei meu discurso, zombeteiro —, estou inteiro e mais vivo impossível! — Entreguei a carga pesada para o comerciante, que me deu cem cogumelos marrons e algumas moedas de platina como recompensa — Ah, já estava me esquecendo... — Disse a ele, atraindo sua atenção — Onde reside Arito?

    — Arito? — Indagou Ahmet, visivelmente impaciente — Ah, ele reside perto do porto... É só sair daqui e voltar para lá. Chegando ao píer, basta caminhar alguns passos a oeste e subir a primeira escadaria do edifício, e Arito estará lá.

    Agradeci e segui meu caminho em busca de Arito. Antes de ter a palavra com o sujeito que o nômade me mandara procurar, fui falar com Ralhkora outra vez, a fim de contar-lhe sobre o que descobrira de Ahmet. Ela me disse que eu estava no caminho certo, mas havia muito ainda a ser investigado. Ela me deu um beijo estalado no rosto e deixou-me seguir viagem.

    Cheguei ao local mencionado por Ahmet, e lá estava Arito, com uma expressão aflita, como quem tenta esconder algo e percebe que a mentira tem pernas curtas.

    — Que faz aqui? — Indagou-me o comerciante de bebidas, claramente transtornado.

    — Os nômades querem sua cabeça — Disse, interpretando um papel a fim de arrancar informações do homem — E me mandaram aqui para fazer o serviço.

    — Tenha misericórdia! — Implorou Arito — Eu sabia que esse dia chegaria, mas não pensei que seria logo hoje, no meu aniversário! Por favor, tente falar com Muhad, e peça a ele que seja compreensível! Eu nunca disse nada a ninguém sobre meu passado, não traí os nômades como ele pensa que o fiz! Por favor, eu te imploro, salve minha vida!

    Eu abafei um riso, e assenti afirmativamente. A lista ficou com ele, e segui meu caminho para o covil dos nômades. Segundo Arito, eu necessitaria de um balde de água e uma cimitarra para abrir a passagem, e obtive os itens com Memech e Ahmet. Enchi o balde com água do poço de Ankrahmun e saí da cidade. Arito tinha-me instruído acerca da entrada do covil de seu povo: posicionado à frente da entrada, a cimitarra teria que ser posicionada à minha esquerda e a água, à direita.

    Mais uma vez, saí da cidade. Desta vez, seria mais cuidadoso para não necessitar da ajuda de Jack e seus amigos. Alguns pequenos vermes de areia vieram em minha direção e rapidamente transformei-os em picolé. Fui seguindo mais ao norte, e outros nômades vieram até mim, do mesmo modo que no dia anterior.

    Enfrentei-os, e logo pereceram diante do gelo que conjurava.

    “Exori Frigo” — Conjurei, criando uma coluna de gelo afiadíssimo em cada nômade a que direcionava o encantamento.

    Hienas, vermes de areia e escaravelhos perdidos apareciam aos montes, e o gelo era minha arma contra eles. Não era uma matança desnecessária e cheia de desperdícios — tudo o que havia neles era utilizado por mim, e eu colocava vários desses produtos em minha mochila a fim de comercializá-los depois.

    O calor era insuportável, e a entrada estava cada vez mais próxima. Algumas nômades tentaram me impedir de continuar, mas fracassaram assim que conjurei um de meus mais interessantes feitiços, em minha humilde opinião:

    “Exori Tera” — Proferi, conjurando vários vimes que mantiveram cativas as ciganas. Eu aproveitei para abrir os baús que elas guardavam, dos quais retirei algumas recompensas – comida, joias e um colar com propriedades protetoras. Quando tomei uma distância segura, libertei as moças e deixei que seguissem com suas vidas.

    No sopé da montanha, alguns camelos aproximaram-se de mim. Gentilmente acariciei-lhes as cabeças e deixei-os em paz. A entrada estava muito perto, e fiz meu serviço sem demora.

    Segui as instruções de Arito e posicionei os itens corretamente. O portão de pedra deslocou-se magicamente, permitindo minha entrada no covil dos ciganos. Conjurei luz conforme me fora ensinado por Yandur e embrenhei-me na escuridão.

    Fui imediatamente recepcionado por dúzias de cimitarras e alguns escorpiões.

    “Exevo Frigo Hur!” — Exclamei, conjurando uma onda de gelo que eliminou uma grande parte dos nômades. Para aqueles que escaparam à onda mortal, usar os poderes de meu cajado foi o bastante para nocauteá-los de vez.

    Fui descendo as escadarias, e vieram até mim mais nômades; o som do corte das cimitarras e das flautas tocadas pelos nômades preenchia o ar, fazendo uma sinfonia bela, porém mortal. Vali-me de meus poderes sobre o gelo e a terra para frear seus ataques. Assim que me vi livre dos homens e de seus escorpiões de estimação, parei para consumir algumas poções de recuperação de força mágica.

    “Exana Pox” — Sussurrei dissipando o veneno de escorpião que corria em minhas veias — “Exura Gran” — Utilizei esse encantamento para curar minhas feridas mais profundas e dar-me mais energia. Respirei bem fundo, e subi as escadarias ao sudoeste daquele pavimento.

    Esse andar possuía menos nômades, porém encontrava-se infestado de escorpiões. Por serem muito menos resistentes ao frio, as Ondas de Gelo fora o bastante para freá-los. Para que suas mortes não tivessem sido em vão, levei suas caudas comigo, pois conhecia uma alquimista que saberia fazer bom uso delas.

    Andei um pouco mais por aquele pavimento, e fui recebido a cortes de navalha por um grupo de seis nômades, que combati com vimes — conjurei mais galhos e cipós para mantê-los presos em minha busca por Muhad.

    O andar no qual cheguei após descer as escadarias era repleto de tesouros... E nômades. Ao passar por um dos recintos que continha muita comida e algumas lamparinas de óleo, cinco nômades vieram em minha direção, dispostos a acabarem com minha vida. Usei minha arma secreta – uma rajada de energia, feitiço que aprendera com Rahkem, o líder da Guilda dos Druidas de Ankrahmun.

    “Exori Vis”! – Exclamei, eletrizando cada oponente ao meu redor, repetindo o encantamento cada vez que se fizesse necessário. Mais alguns escorpiões foram congelados por mim e tiveram suas caudas levadas como aproveitamento. Nada poderia ser desperdiçando...

    O último pavimento foi, de longe, o mais cansativo. Havia nômades até no teto do covil, e todos vinham em grupos. Uma pena que conversar não era algo que costumassem fazer, pois me teria poupado muito tempo se tivessem apenas me dito onde poderia encontrar Muhad...

    Havia uma escada de cordas trançadas ao fim daquele pavimento do covil. Subi, e dei de cara com o líder dos nômades, Muhad. Ele trajava um turbante dourado, um colete preto e calças bufantes de um amarelo desbotado. Sua espada era cravejada de brilhantes e ele tinha um ar nobre e altivo.

    — Sou Muhad, o líder dessa gente — Disse o homem, fitando-me com desconfiança. — Parece que você realmente estava procurando por mim, e não economizou esforços para encontrar-me.

    — É sobre Arito — Disse, querendo economizar tempo — Ele quer seu perdão, senhor. Ele não faz nada de errado... Só deseja viver uma vida tranquila em Ankrahmun. Ele não revelou nada sobre seu passado, e eu só descobri a verdade por acaso... — Ao ver o olhar assassino daquele homem, busquei cautela — E não contarei nada a ninguém.

    — Que seja — Respondeu-me o senhor nômade, mais tranquilo — Diga a Arito que ele tem meu perdão e... — Ele fez uma longa pausa ao fitar meu rosto com muita atenção — Você me parece familiar... Diga-me: qual seu nome? Não seria...

    — Ireas Keras — Respondi com uma pontada de desconfiança.

    Muhad arregalou seus olhos cor de avelã; sua expressão era um misto de surpresa e incredibilidade. Ele entregou-me dois objetos já conhecidos meus – uma carta selada destinada a mim e uma rosa azul.

    Aquela mulher conseguiu... — Disse Muhad referindo-se à minha mãe — Ela já fez muito por mim e por meu povo... Há muito tempo atrás...

    — E o que aconteceu a ela? — Indaguei, com uma ansiedade muito grande.

    — Temo que você descobrirá sozinho, garoto. — Respondeu-me o senhor dos nômades — Antes que se vá, preciso de um favor: um grupo de ladrões roubou-me um conjunto de joias raras, que pertenceram à minha esposa antes dela ir-se desta vida... Retorne-as a mim e terá minha gratidão eterna e o apoio dos nômades para todo o sempre.

    Assenti e segui viagem. Muhad mostrou-me a outra entrada do covil, a qual me impediria de enfrentar mais hordas de nômades. Com as instruções de Muhad na cabeça (buscar um pilar em Ankrahmun com algum encrave estranho), retornei à minha amada cidade, passando pelos afáveis dromedários e por alguns inimigos que antes enfrentei – nômades, hienas e vermes de areia...

    Mais uma carta de minha mãe. Assim que finalizasse meus serviços a Arito e Muhad eu a leria... Quisera eu que algum daqueles três rapazes estivesse por perto; mais do que nunca necessito de pessoas por perto. Amigos em que possa confiar...

    Continua...
    Última edição por Iridium; 08-07-2012 às 22:47. Razão: Rááá... Ninguém viu o errinho tolo! Que bom xD

  10. #30
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    Olha gostei do capítulo. Agora sim foi ao ponto principal e colocou uma luta detalhada, sem enrolações do tipo "Ele cortou meu braço, senti muitíssima dor, congelei-o, porém vieram mais dois que me nocautearam, sorte que minha magia funcionou. Curei-me e segui em frente, até que 3 pularam na minha frente e...".


    Seu ritmo está bom. Até o final do mês já vai ter lançado uns 30 capítulos...

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    Não espere algo bem elaborado e feito. De resto...



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