Olá a todos! sou novo por aqui, este é o meu primeiro post no fórum (confesso que estou um pouco nervoso :s).
Passei pela seção de roleplay daqui por acaso, li algumas histórias e achei fantásticas. Mesmo nunca tendo escrito nada do gênero, sempre senti vontade de começar, e quando dei por mim já estava escrevendo xD
Peço que, se possível, vocês possam me dar um feedback sobre os pontos em que preciso melhorar e tudo mais, ficarei muito agradecido!
No mais é isso, espero que gostem xD
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- ÍNDICE -
Primeira Parte: Rookgaard
Spoiler: Primeira Parte: Rookgaard
Segunda Parte: Mintwallin
Spoiler: Segunda Parte: Mintwallin
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LEON, O COVARDE
PRÓLOGO
Rookgaard é uma antiga ilha para iniciantes, situada a oeste da capital do continente, Thais. Antes muito movimentada devido ao grande número de aprendizes vivendo no local, perdeu muito de seu prestígio após a instalação de uma base da Guilda dos Aventureiros na ilha de Dawnport — onde as técnicas para iniciação de guerreiros foram aprimoradas — e a pequena vila lá situada tornou-se muito mais pacata. Apesar de tudo, a área ainda atrai alguns aventureiros, seduzidos pelas lendas e mistérios do lugar, não deixando que a chama da aventura se apague por lá.
Um dos poucos residentes na vila de Rookgaard é Leon Dee, um jovem de 15 anos com cabelos e olhos escuros como ônix, muito introvertido e de poucas palavras, mas com um coração gentil e altruísta. Leon é filho de Al Dee, o único comerciante de ferramentas da ilha, o qual os outros moradores do lugar chamam depreciativamente de “Louco Al” — devido a sua fixação em se tornar rico, mesmo que precise passar por cima dos outros para consegui-lo. Pelo fato de que a mãe de Leon falecera ao dar a luz, Al transferiu parte do sentimento de culpa para o filho — apesar de nunca dizê-lo ao rapaz —, o que tornou a relação entre os dois muito fria e distante.
Leon nunca se sentiu bem com a ideia de tornar-se um guerreiro. O pensamento de matar ou até mesmo ferir outros seres é demais para ele, portanto o rapaz passa seus dias como ajudante na loja do pai, além de fazer pequenos serviços para os moradores mais antigos da vila, sendo por isso muito querido por algumas pessoas, como o monge Cipfried e o comerciante de armas Obi. Apesar disso, o jovem é alvo de piadas dos rapazes de sua idade e até de aventureiros mais experientes, os quais o consideram covarde por não se interessar em iniciar-se como guerreiro.
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CAPÍTULO I – O Louco e o Covarde
LEON
Era uma tarde ensolarada de primavera na ilha de Rookgaard. O céu claro e praticamente sem nuvens era quase como um retrato do pequeno vilarejo onde moro, um lugar calmo e com pouco movimento, no qual o barulho das ondas do mar na costa e dos pássaros cantando nas árvores geralmente são os únicos sons que perturbam o silêncio pelas ruas... Além da voz do meu pai me dando ordens.
— Ei, Leon, o que você está fazendo aí parado? — Disse meu pai, enquanto escrevia em um livro de contas — Já fez tudo o que te pedi?
—Sim, pai — Respondi, com um olhar entediado – Já organizei as mercadorias e limpei o depósito.
Ele lançou-me seu olhar de desinteresse habitual e depois voltou às contas. Há muito tempo parei de preocupar-me com a forma como o meu pai, Al Dee, me trata com frieza. Ele nunca disse isso, mas tenho certeza que me culpa por minha mãe ter morrido no parto, então nunca fomos próximos – nossa relação é quase como a de um chefe e seu funcionário. Depois de alguns segundos, ele voltou a me olhar.
— Preciso que cuide da loja por um tempo — Disse ele, levantando-se —Tenho negócios fora da vila, volto ainda hoje.
— Tudo bem — Respondi, pensando em que negócios seriam esses que fizeram meu pai se afastar tanto tempo de seu dinheiro.
— Tente não deixar ninguém sair sem pagar, como da última vez — Disse ele, lembrando-me quando um senhor roubou uma corda do mostruário e correu para um bueiro, na última vez que fiquei sozinho na loja.
— Aquilo não foi minha culpa... — Pensei em discutir, mas acabei simplesmente indo para trás do balcão sem dizer mais nada.
...
Já estava anoitecendo, e, como eu esperava, nenhum cliente havia aparecido na loja ainda. Eram tempos difíceis para os comerciantes de Rookgaard; com o baixo fluxo de pessoas na ilha, pouquíssimos ainda compravam alguma coisa. Diante disso, os principais prejudicados foram meu pai e os comerciantes de armas — Talvez só a Norma do bar tenha mantido um bom número de clientes —, que se viam quase de mãos atadas. Quando já me preparava para fechar as portas, dois rapazes apareceram: Um deles era alto e esguio, com a pele pálida e um olhar zombeteiro, que trazia um pequeno escudo redondo de madeira, além de uma adaga; o outro era bem mais baixo que o amigo, porém, com músculos muito mais desenvolvidos, sua cabeça calva e olhos pequenos o davam um aspecto assustador; este trazia apenas uma maça. O primeiro a falar foi o mais alto.
— Veja só, Kyos, se não é o Covarde cuidando da loja do Louco — Brincou o rapaz, enquanto sorria sarcasticamente para o outro.
— Hahaha é ele "mermo", Marlon — Completou Kyos, mostrando seu sorriso com dois ou três dentes a menos.
Conhecia-os de vista, apenas, porém, as piadas sobre mim eram algo que não necessitavam de qualquer intimidade para serem espalhadas.
— Bem-vindos à Loja do Al Dee, o que desejam? — Perguntei, tentando não me abalar com o escárnio dos rapazes.
— Então o Senhor Covarde sabe ser educado, interessante — Disse Marlon, ainda com o sorriso sarcástico — Eu vou querer uma corda e uma pá. Esse babaca do Kyos resolveu sair pra caçar aranhas sem levar nada além da maça, se eu não fosse ajudá-lo ele já estaria morto, um idiota.
— "Num taria" não, seu "mintiroso" — Retrucou Kyos, parecendo nervoso — Já tinha "matadu" um monte quando "cê chegô"!
— De qualquer maneira, não teremos mais esse problema — Disse Marlon, com um semblante mais sério.
— Aqui estão, uma corda e uma pá — Disse-lhes, colocando os produtos em cima do balcão — São 60 moedas de ouro.
— Mas que merda de lojinha mercenária, hein?! Não acha, Kyos? — Exclamou Marlon, enquanto pegava os produtos do balcão.
— "Muinto mermo, num vô pagá" isso "tudu" não. — Acrescentou o outro rapaz, já levando a mão à maça.
Não soube como agir na hora. O medo não me deixava dizer nada, nem mesmo me esconder ou sair correndo; Nunca teria chance numa briga contra aqueles dois. Olhei nos olhos de Marlon, ele tinha uma expressão séria, por um momento me pareceu muito mais alto do que realmente era, e Kyos... Ele parecia um monstro saído dos livros de contos de terror, com suor cobrindo toda a testa e seus pequenos olhos arregalados. Senti-me completamente impotente. Quando o rapaz mais alto levou a mão ao bolso, minha única reação foi proteger meu rosto com as mãos, porém, quando voltei a olhá-lo, Marlon estendia uma pequena bolsa com moedas no balcão.
— Não vá molhar a cama hoje, Senhor Covarde! — Disse Marlon, enquanto saía da loja as gargalhadas com o amigo, no momento em que meu pai voltava.
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Nota: Os erros gramaticais nas falas de Kyos representam a forma como ele se comunica, preferi deixar assim para caracterizar melhor o personagem.
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