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Tópico: Leon, o Covarde

  1. #1
    Avatar de Edge Fencer
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    Padrão Leon, o Covarde

    Olá a todos! sou novo por aqui, este é o meu primeiro post no fórum (confesso que estou um pouco nervoso :s).
    Passei pela seção de roleplay daqui por acaso, li algumas histórias e achei fantásticas. Mesmo nunca tendo escrito nada do gênero, sempre senti vontade de começar, e quando dei por mim já estava escrevendo xD
    Peço que, se possível, vocês possam me dar um feedback sobre os pontos em que preciso melhorar e tudo mais, ficarei muito agradecido!
    No mais é isso, espero que gostem xD
    ___________

    - ÍNDICE -


    Primeira Parte: Rookgaard



    Segunda Parte: Mintwallin


    _____



    LEON, O COVARDE





    PRÓLOGO


    Rookgaard é uma antiga ilha para iniciantes, situada a oeste da capital do continente, Thais. Antes muito movimentada devido ao grande número de aprendizes vivendo no local, perdeu muito de seu prestígio após a instalação de uma base da Guilda dos Aventureiros na ilha de Dawnport — onde as técnicas para iniciação de guerreiros foram aprimoradas — e a pequena vila lá situada tornou-se muito mais pacata. Apesar de tudo, a área ainda atrai alguns aventureiros, seduzidos pelas lendas e mistérios do lugar, não deixando que a chama da aventura se apague por lá.

    Um dos poucos residentes na vila de Rookgaard é Leon Dee, um jovem de 15 anos com cabelos e olhos escuros como ônix, muito introvertido e de poucas palavras, mas com um coração gentil e altruísta. Leon é filho de Al Dee, o único comerciante de ferramentas da ilha, o qual os outros moradores do lugar chamam depreciativamente de “Louco Al” — devido a sua fixação em se tornar rico, mesmo que precise passar por cima dos outros para consegui-lo. Pelo fato de que a mãe de Leon falecera ao dar a luz, Al transferiu parte do sentimento de culpa para o filho — apesar de nunca dizê-lo ao rapaz —, o que tornou a relação entre os dois muito fria e distante.

    Leon nunca se sentiu bem com a ideia de tornar-se um guerreiro. O pensamento de matar ou até mesmo ferir outros seres é demais para ele, portanto o rapaz passa seus dias como ajudante na loja do pai, além de fazer pequenos serviços para os moradores mais antigos da vila, sendo por isso muito querido por algumas pessoas, como o monge Cipfried e o comerciante de armas Obi. Apesar disso, o jovem é alvo de piadas dos rapazes de sua idade e até de aventureiros mais experientes, os quais o consideram covarde por não se interessar em iniciar-se como guerreiro.

    ____

    CAPÍTULO I – O Louco e o Covarde



    LEON


    Era uma tarde ensolarada de primavera na ilha de Rookgaard. O céu claro e praticamente sem nuvens era quase como um retrato do pequeno vilarejo onde moro, um lugar calmo e com pouco movimento, no qual o barulho das ondas do mar na costa e dos pássaros cantando nas árvores geralmente são os únicos sons que perturbam o silêncio pelas ruas... Além da voz do meu pai me dando ordens.

    — Ei, Leon, o que você está fazendo aí parado? — Disse meu pai, enquanto escrevia em um livro de contas — Já fez tudo o que te pedi?

    —Sim, pai — Respondi, com um olhar entediado – Já organizei as mercadorias e limpei o depósito.

    Ele lançou-me seu olhar de desinteresse habitual e depois voltou às contas. Há muito tempo parei de preocupar-me com a forma como o meu pai, Al Dee, me trata com frieza. Ele nunca disse isso, mas tenho certeza que me culpa por minha mãe ter morrido no parto, então nunca fomos próximos – nossa relação é quase como a de um chefe e seu funcionário. Depois de alguns segundos, ele voltou a me olhar.

    — Preciso que cuide da loja por um tempo — Disse ele, levantando-se —Tenho negócios fora da vila, volto ainda hoje.

    — Tudo bem — Respondi, pensando em que negócios seriam esses que fizeram meu pai se afastar tanto tempo de seu dinheiro.

    — Tente não deixar ninguém sair sem pagar, como da última vez — Disse ele, lembrando-me quando um senhor roubou uma corda do mostruário e correu para um bueiro, na última vez que fiquei sozinho na loja.

    — Aquilo não foi minha culpa... — Pensei em discutir, mas acabei simplesmente indo para trás do balcão sem dizer mais nada.

    ...

    Já estava anoitecendo, e, como eu esperava, nenhum cliente havia aparecido na loja ainda. Eram tempos difíceis para os comerciantes de Rookgaard; com o baixo fluxo de pessoas na ilha, pouquíssimos ainda compravam alguma coisa. Diante disso, os principais prejudicados foram meu pai e os comerciantes de armas — Talvez só a Norma do bar tenha mantido um bom número de clientes —, que se viam quase de mãos atadas. Quando já me preparava para fechar as portas, dois rapazes apareceram: Um deles era alto e esguio, com a pele pálida e um olhar zombeteiro, que trazia um pequeno escudo redondo de madeira, além de uma adaga; o outro era bem mais baixo que o amigo, porém, com músculos muito mais desenvolvidos, sua cabeça calva e olhos pequenos o davam um aspecto assustador; este trazia apenas uma maça. O primeiro a falar foi o mais alto.

    — Veja só, Kyos, se não é o Covarde cuidando da loja do Louco — Brincou o rapaz, enquanto sorria sarcasticamente para o outro.

    — Hahaha é ele "mermo", Marlon — Completou Kyos, mostrando seu sorriso com dois ou três dentes a menos.

    Conhecia-os de vista, apenas, porém, as piadas sobre mim eram algo que não necessitavam de qualquer intimidade para serem espalhadas.

    — Bem-vindos à Loja do Al Dee, o que desejam? — Perguntei, tentando não me abalar com o escárnio dos rapazes.

    — Então o Senhor Covarde sabe ser educado, interessante — Disse Marlon, ainda com o sorriso sarcástico — Eu vou querer uma corda e uma pá. Esse babaca do Kyos resolveu sair pra caçar aranhas sem levar nada além da maça, se eu não fosse ajudá-lo ele já estaria morto, um idiota.

    — "Num taria" não, seu "mintiroso" — Retrucou Kyos, parecendo nervoso — Já tinha "matadu" um monte quando "cê chegô"!

    — De qualquer maneira, não teremos mais esse problema — Disse Marlon, com um semblante mais sério.

    — Aqui estão, uma corda e uma pá — Disse-lhes, colocando os produtos em cima do balcão — São 60 moedas de ouro.

    — Mas que merda de lojinha mercenária, hein?! Não acha, Kyos? — Exclamou Marlon, enquanto pegava os produtos do balcão.

    — "Muinto mermo, num vô pagá" isso "tudu" não. — Acrescentou o outro rapaz, já levando a mão à maça.

    Não soube como agir na hora. O medo não me deixava dizer nada, nem mesmo me esconder ou sair correndo; Nunca teria chance numa briga contra aqueles dois. Olhei nos olhos de Marlon, ele tinha uma expressão séria, por um momento me pareceu muito mais alto do que realmente era, e Kyos... Ele parecia um monstro saído dos livros de contos de terror, com suor cobrindo toda a testa e seus pequenos olhos arregalados. Senti-me completamente impotente. Quando o rapaz mais alto levou a mão ao bolso, minha única reação foi proteger meu rosto com as mãos, porém, quando voltei a olhá-lo, Marlon estendia uma pequena bolsa com moedas no balcão.

    — Não vá molhar a cama hoje, Senhor Covarde! — Disse Marlon, enquanto saía da loja as gargalhadas com o amigo, no momento em que meu pai voltava.

    ___


    Nota: Os erros gramaticais nas falas de Kyos representam a forma como ele se comunica, preferi deixar assim para caracterizar melhor o personagem.

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    Última edição por Edge Fencer; 23-01-2017 às 00:00. Razão: Inclusão do Capítulo XVII.
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  2. #2
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    Saudações!

    Primeiramente, bem vindo à Seção Roleplaying! Devo dizer que gostei bastante de sua história... Protagonistas "covardes" não são muito comuns por essas bandas, mas gostei do retrato inicial. Usar a família Dee, então... Acho que nunca vi ninguém fazer isso

    De qualquer maneira, gostei muito de ler. Você escreve bem e consegui entender que os erros gramaticais do personagem eram propositais. Via de regra, para esse tipo de recurso poético, é mais comum o uso de "aspas" do que itálico para não gerar conflito com nomes e expressões em inglês sem tradução aparente para o português. No entanto, nada te proíbe fazer da forma como você fez --- achei prático até.

    Precisando de qualquer ajuda, só chamar! Por favor, peço que, quando tiver tempo, passe no tópico Central de Notícias Roleplaying para divulgar os próximos capítulos e passe na Biblioteca Roleplay completa para deixar o título de sua história com o link e uma sinopse para que eu possa adicionar sua história adequadamente (não é algo mandatório, senão mera questão de formalidade )

    Novamente, adorei sua história e aguardo o próximo capítulo. Caso se sinta confiante até o dia 10/11, inscreva-se no topico Melhor História Roleplay - Edição 2016. Caso não se inscreva, vote no pessoal inscrito!

    Me chame inbox ou via menção ou citação caso necessite de alguma ajuda =)


    Abraço,
    Iridium

  3. #3
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    Citação Postado originalmente por Iridium Ver Post
    Saudações!

    Primeiramente, bem vindo à Seção Roleplaying! Devo dizer que gostei bastante de sua história... Protagonistas "covardes" não são muito comuns por essas bandas, mas gostei do retrato inicial. Usar a família Dee, então... Acho que nunca vi ninguém fazer isso

    De qualquer maneira, gostei muito de ler. Você escreve bem e consegui entender que os erros gramaticais do personagem eram propositais. Via de regra, para esse tipo de recurso poético, é mais comum o uso de "aspas" do que itálico para não gerar conflito com nomes e expressões em inglês sem tradução aparente para o português. No entanto, nada te proíbe fazer da forma como você fez --- achei prático até.

    Precisando de qualquer ajuda, só chamar! Por favor, peço que, quando tiver tempo, passe no tópico Central de Notícias Roleplaying para divulgar os próximos capítulos e passe na Biblioteca Roleplay completa para deixar o título de sua história com o link e uma sinopse para que eu possa adicionar sua história adequadamente (não é algo mandatório, senão mera questão de formalidade )

    Novamente, adorei sua história e aguardo o próximo capítulo. Caso se sinta confiante até o dia 10/11, inscreva-se no topico Melhor História Roleplay - Edição 2016. Caso não se inscreva, vote no pessoal inscrito!

    Me chame inbox ou via menção ou citação caso necessite de alguma ajuda =)


    Abraço,
    Iridium
    Muito obrigado pelo apoio a primeira história que li quando entrei aqui foi a sua "A Voz do Vento", acho que ela me inspirou a escrever, então fico muito feliz com suas palavras!
    Quanto ao uso das aspas, eu achei que ficaria estranho o texto, pois nem todas as palavras que ele diz estão erradas, então ficara uma bagunça, tipo: — "Num taria" não, seu "mintiroso" — Já tinha "matadu" um monte quando "cê chegô"! (ou eu deveria simplesmente colocar a frase inteira entre aspas )
    Entrarei nos tópicos que você citou, só preciso me acostumar a mexer no fórum, tô apanhando ainda
    Acho um pouco cedo pra entrar em torneios, tenho muuuito a aprender ainda xD Mas quem sabe...
    Muito obrigado de novo, tentarei continuar escrevendo com frequência, e muito provavelmente pedirei sua ajuda sim!
    Última edição por Edge Fencer; 08-09-2016 às 01:57.
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  4. #4
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    Citação Postado originalmente por Edge Fencer Ver Post
    Muito obrigado pelo apoio a primeira história que li quando entrei aqui foi a sua "A Voz do Vento", acho que ela me inspirou a escrever, então fico muito feliz com suas palavras!
    Quanto ao uso das aspas, eu achei que ficaria estranho o texto, pois nem todas as palavras que ele diz estão erradas, então ficara uma bagunça, tipo: — "Num taria" não, seu "mintiroso" — Já tinha "matadu" um monte quando "cê chegô"! (ou eu deveria simplesmente colocar a frase inteira entre aspas )
    Entrarei nos tópicos que você citou, só preciso me acostumar a mexer no fórum, tô apanhando ainda
    Acho um pouco cedo pra entrar em torneios, tenho muuuito a aprender ainda xD Mas quem sabe...
    Muito obrigado de novo, tentarei continuar escrevendo com frequência, e muito provavelmente pedirei sua ajuda sim!
    Fico muito lisonjeada!

    As aspas ficariam do jeitinho que você já exemplificou, mas pode fazer da forma como você julgar melhor hehehe

    Estarei à disposição, pode contar comigo!


    Abraço,
    Iridium.

  5. #5
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    Fico muito lisonjeada!

    As aspas ficariam do jeitinho que você já exemplificou, mas pode fazer da forma como você julgar melhor hehehe

    Estarei à disposição, pode contar comigo!


    Abraço,
    Iridium.
    Começarei a usar as aspas então, provavelmente vou usar algumas palavras estrangeiras, então melhor deixar o itálico pra elas.
    Valeu pela dica!




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    Última edição por Edge Fencer; 08-09-2016 às 01:58.
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  6. #6
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    Citação Postado originalmente por Edge Fencer Ver Post
    Começarei a usar as aspas então, provavelmente vou usar algumas palavras estrangeiras, então melhor deixar o itálico pra elas.
    Valeu pela dica!
    Às ordens!



    Abraço,
    Iridium.

  7. #7
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    Padrão Capítulo II – A arte da cura

    Segundo capítulo pronto xD
    Resolvi aumentar um pouco o tamanho em relação ao primeiro, além de focar mais na narração do protagonista (causando também uma redução na quantidade de diálogos).
    Enfim, espero que gostem
    Boa leitura!

    CAPÍTULO II – A arte da cura


    LEON


    Tive um sono intranquilo aquela noite; não cheguei a molhar a cama, como sugerira Marlon, porém, o sorriso zombeteiro do rapaz e o rosto assustador de seu amigo assombraram meus sonhos durante grande parte da minha luta para dormir. Por fim, acabei descansando bem menos do que o necessário, e passei o dia seguinte com uma dor de cabeça terrível.

    — Dor de cabeça, é?! — Exclamou meu pai, após eu me queixar sobre a dor — Sinceramente, logo hoje que o trabalho será mais pesado... Vá procurar o velho Cipfried, ele deve saber o que fazer.

    — Tudo bem, já estou indo — Respondi, enquanto me virava para sair da loja.

    — E é melhor que isso não seja uma desculpa para não trabalhar! — Gritou meu pai da porta da loja, enquanto eu já tomava meu caminho.

    Apenas fingi que não o ouvi, e segui em frente para encontrar Cipfried, o velho monge que vive no templo da vila; o caminho para lá era curto, mas, com minha cabeça latejando a cada passo dado, pareceu-me bem maior que o normal. Fazia mais frio que o comum para a época, e o templo ficava mais próximo do litoral, recebendo assim os ventos marítimos com muito mais intensidade. Acabei me arrependendo na metade do caminho por não ter trazido um casaco; os tratamentos do monge eram eficientes, mas a duração dos mesmos era completamente imprevisível — Cipfried costumava dizer que dependia do “humor dos deuses”, ou algo do tipo; bom, só espero que estejam felizes hoje. Um pouco mais para frente passei pela loja de armas do Obi; o simpático senhor mostrava um sabre para um possível comprador, e deu-me um aceno quando me viu. De vez em quando eu o ajudava a cuidar de sua loja, fazer entregas ou até mesmo serviços de limpeza, por isso o homem sempre me tratou bem — um dos poucos que não me julgavam por não gostar de lutar, mesmo sendo vendedor de armas. Acenei de volta para ele e segui caminho, já vislumbrando os pilares da entrada do templo.

    ...

    O templo de Rookgaard era uma construção de pedra, com alguns desenhos e figuras esculpidas nas paredes, porém, por dentro era apenas um grande salão com pisos feitos de mármore; no salão havia apenas um altar e um pequeno cômodo, onde o monge vivia e fornecia abrigo a quem precisasse de ajuda. Também costumava ajudar o velho algumas vezes, portanto era um lugar que eu gostava de visitar.

    — Oh, jovem Leon, que os deuses o abençoem — Disse Cipfried assim que me viu, enquanto acendia uma vela — O que te traz aqui hoje, meu jovem?

    — Boa tarde, Senhor — Respondi, tentando falar apesar da dor intensa — Amanheci com dores terríveis na cabeça, e meu pai mandou-me aqui para pedir ajuda.

    — Você fez bem em vir, meu rapaz; Tenho certeza que os deuses o livrarão desse pequeno tormento... Venha, você conhece o caminho — Disse o monge, se dirigindo ao seu quarto.

    Segui-o em silêncio; falar muito já não era meu forte, e ainda mais com a sensação de ter um sino batendo dentro da minha cabeça... Não tive forças pra respondê-lo.
    O pequeno cômodo tinha apenas duas camas, além de um baú com equipamentos de primeiros socorros e uma mesinha com tinta e papéis, na qual o monge escrevia seus sermões. Cipfried pediu-me para deitar, enquanto preparava seu ritual de cura. Certa vez pedi ao velho para ensinar-me a arte da cura, mas ele disse que seu poder é apenas uma fração do que os monges e druidas do continente são capazes de fazer, e que eu deveria conhecer algum deles, caso me interessasse; não disse mais nada sobre o assunto após essa conversa, não consigo me imaginar saindo de Rookgaard tão cedo, além de que precisaria tornar-me um guerreiro para tal, o que sempre esteve fora de questão. Cipfried terminou seus preparativos, e se dirigiu até mim.

    — Meu jovem — Disse o monge, enquanto colocava a mão em minha cabeça — você sabe como é o processo, tenha fé nos deuses e feche os olhos, vou começar.

    Sinalizei positivamente com a cabeça, e então fechei os olhos. A dor nesse momento estava mais forte do que nunca, mas tentei pensar numa pequena oração, mesmo assim. O velho recitava algumas preces indecifráveis para mim, enquanto sentia-me mais leve, e, aos poucos, a dor foi desaparecendo; não demorou mais do que dez minutos, e percebi — com alívio — que a ela havia passado; parece que os deuses estavam de bom humor.

    — Muito obrigado pela ajuda, velho Cip — Agradeci, enquanto levantava-me da cama — Que os deuses continuem iluminando suas mãos.

    Antes de Cipfried me responder, um grito vindo de fora do templo chamou nossa atenção.

    — Ajuda, ajuda! Alguém salve meu amigo, pelo amor dos deuses!!!

    A voz soava agoniada e chorosa, não consegui reconhecê-la; porém, quando saí correndo do quarto com o monge, a visão que tive foi algo horrível: Um garoto muito pálido e assustado, carregando outro rapaz pequeno e forte, com uma ferida gravíssima na altura do estômago, que parecia estar desacordado.
    Demorei um pouco para entender a cena que via, porém, depois de alguns segundos não havia dúvidas: os rapazes eram Kyos e Marlon, os mesmos que assombraram meu sono na noite anterior.

    ___
    Última edição por Edge Fencer; 08-09-2016 às 02:01.
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  8. #8
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    Primeiramente, seja bem vindo a seção. Você realmente decidiu começar uma história, o que é ótimo.

    Gostei do que li, rapaz. Você escreve bem, nem mesmo reparei erros. Eu gostei que você investiu em um protagonista que tem medo de lutar, é algo diferente do habitual aqui. É o que mais me interessou na sua história, e com certeza o que me fará passar aqui mais vezes e ler sua história.

    Espero que continue e que goste da seção, mesmo com poucos comentários. Talvez um dia ela volte a ser mais ativa, mas só nos resta continuar aqui para que isso aconteça.



    ◉ ~~ ◉ ~ Extensão ~ ◉ ~ Life Thread ~ ◉ ~ YouTube ~ ◉ ~ Bloodtrip ~ ◉ ~ Bloodoath ~ ◉ ~~ ◉

  9. #9
    desespero full Avatar de Iridium
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    Saudações!

    Que ótimo capítulo! Foi curto, mas foi extremamente agradável de se ler; você escreve bem, a descrição foi muito boa e eu quero é ver o que o Leon fará a seguir. Aguardo o próximo capítulo e lamento em minha demora a responder!


    Abraço,
    Iridium.

  10. #10
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    Citação Postado originalmente por CarlosLendario Ver Post
    Primeiramente, seja bem vindo a seção. Você realmente decidiu começar uma história, o que é ótimo.

    Gostei do que li, rapaz. Você escreve bem, nem mesmo reparei erros. Eu gostei que você investiu em um protagonista que tem medo de lutar, é algo diferente do habitual aqui. É o que mais me interessou na sua história, e com certeza o que me fará passar aqui mais vezes e ler sua história.

    Espero que continue e que goste da seção, mesmo com poucos comentários. Talvez um dia ela volte a ser mais ativa, mas só nos resta continuar aqui para que isso aconteça.
    Agradeço por ter lido minha história, e fico feliz que tenha gostado; espero melhorar ainda mais no decorrer dela.
    Quanto à seção, é uma pena que esteja pouco movimentada, mas pretendo continuar sim xD

    Citação Postado originalmente por Iridium Ver Post
    Saudações!

    Que ótimo capítulo! Foi curto, mas foi extremamente agradável de se ler; você escreve bem, a descrição foi muito boa e eu quero é ver o que o Leon fará a seguir. Aguardo o próximo capítulo e lamento em minha demora a responder!


    Abraço,
    Iridium.
    Vou precisar aumentar um pouco o tamanho dos capítulos de agora pra frente, mas espero que continue agradando xD
    Obrigado pelos elogios! Pretendo postar mais um capítulo amanhã.

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