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Tópico: Leon, o Covarde

  1. #41
    Avatar de Thomazml
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    Interessante a história. Conseguiu dar um peso em cada personagem, os diálogos são bons. Interessante sua visão de Rookgaard. As pessoas chamam Al Dee de louco porque ele é louco por dinheiro (assim como Obi, que não é o legalzão, pelo menos, não no Tibia, acho que como autor você tem total licença criativa para fazer o que quiser, hehehe). Ele também fez coisas... estranhas. Ao menos, é o que um túmulo no "novo" cemitério de Rook diz, hehehe.

    Sou uma pessoa apaixonada por Rookgaard (inclusive tinha uma história sobre, mas ficou descontinuada), e achei muito boa a sua história. A escrita é boa, fluente, a escolha pela primeira pessoa foi uma opção nova (pelo menos, do que era antigamente daqui do board, hehehe). Não desista da sua história, e continue a escrever! Nem que seja só para fechar um ciclo de aventuras (como um volume um de uma série). Fechar uma história é uma das partes mais difíceis na hora de escrever, por isso, escreva! =D

    Estarei acompanhando, mesmo que não comente muito,

    Abraços,

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    Escritos no TebeaBeerre

    -=R.I.P =-
    Aqui já Lucius Cath
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  2. #42
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    Ótimo capítulo, agora mais tenso que o anterior. É impressionante a forma fria e violenta com a qual esse comandante se comporta, matando até alguém tão próximo pra agradar seu rei. Pena que não deu pro nosso grupo conseguir ir junto e escapar de Rookgaard. Agora a dúvida principal é: Como sairão de lá, se o oráculo está destruído e não existe mais nenhuma forma de fazer outro portal?

    E rapaz, não desanime. Normal que os comentários sejam poucos ao ponto de desanimar a nós, mas ainda assim continue. A história está realmente boa e muito interessante.



    ◉ ~~ ◉ ~ Extensão ~ ◉ ~ Life Thread ~ ◉ ~ YouTube ~ ◉ ~ Bloodtrip ~ ◉ ~ Bloodoath ~ ◉ ~~ ◉

  3. #43
    Avatar de Edge Fencer
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    Padrão Capítulo IX - Resoluções

    Spoiler: Comentários passados


    Bom dia, pessoal!

    Mais um capítulo chegando por aqui, já é o nono , passou tão rápido!

    Tá chegando a hora de nossos amigos abandonarem a finada ilha de Rook

    Espero que gostem; deixe um comentário aí sobre o que achou, se possível xD Boa leitura!

    Capítulo IX – Resoluções


    MARKWIN


    O prazo estipulado pelo venoriano para que eu entregasse a pessoa que ele procura estava a ponto de acabar, e eu não recebia informações de Rookgaard desde que autorizei o ataque à vila; temia pelo que poderia ter acontecido aos meus irmãos, mas, principalmente, pelo que Mintwallin estaria sujeita caso a fúria daquele homem fosse despertada... Só me restava rezar aos deuses e me preparar para o pior.

    Quando já estava quase perdendo todas as esperanças, um portal começou a se materializar na frente da sala do trono, e uma onda de alívio percorreu o meu corpo quando vi a salvação do meu país chegando por ele.

    — Ah, louvado sejam os deuses!!! — Exclamei, ao ver o Mago Real, que estava responsável pela ilha, aparecer pelo portal. — Seja bem-vindo de volta, meu fiel súdito... Mas, onde estão todos os outros? E por que esses TRÊS humanos? Eu deixei claro que só precisamos de Al Dee, da loja de ferramentas! Exijo uma explicação!

    — Claro, Vossa Majestade — Respondeu ele, com a voz cansada. — Nosso ataque à vila foi bem efetivo; destruímos o lugar praticamente inteiro, e garanto que apenas um ou outro humano conseguiu sair vivo, o que não acho que representa algum problema. Capturamos o alvo sem maiores imprevistos; e quanto ao outros cativos... O senhor sabe melhor que eu o quanto nosso exército vem sofrendo baixas desde o surgimento do grupo rebelde, não é mesmo?

    — Sim, prossiga — Disse-lhe, ainda confuso; maldito Palkar e seus rebeldes... Como se já não bastasse trair e abandonar o país, ainda assassinam seus próprios irmãos de sangue... Precisava resolver essa situação o quanto antes.

    — Pensei em capturar alguns humanos para servirem ao reino como escravos, assim, poderemos liberar alguns dos nossos operários para a frente de batalha — Continuou ele. — Infelizmente, devido ao tempo curto e à fraqueza dos humanos de lá, só valeu a pena capturar esse rapaz; parece ser bem estúpido, mas deve servir para o serviço pesado. Já essa mulher possui conhecimento na fabricação e utilização de poções e antídotos, o que pode nos ajudar, já que a nossa produção de leite reforçado está cada vez mais baixa...

    — Compreendo — Respondi, enquanto analisava os humanos. Todos estavam desacordados no momento; o rapaz parecia bem bruto mesmo, talvez seja uma boa ideia usá-lo como escravo. Quanto à mulher, já não estava tão seguro: Não seria difícil para uma fabricante de poções envenenar os produtos, ainda mais levando em conta que quem os consumirá serão os responsáveis pela destruição de sua terra natal...

    — Já os nossos outros irmãos... — Continuou ele, vendo que eu estava calado. — Foi preciso usar a transferência de energia neles. O portal não ganhou força o suficiente nem com a força vital de dezenas de ogros e lobos... Foi necessário...

    — Basta — Respondi, com a voz firme. — Lamento por nossos irmãos, mas se era preciso matá-los para trazer o humano aqui a tempo... O sacrifício deles será bem justificado, eu prometo.

    Dizendo isso, ordenei que o rapaz bruto e a mulher das poções fossem levados para uma cela; não poderia correr riscos de deixá-los soltos enquanto eu estivesse ausente. O tempo estava curto, portanto, tratei imediatamente de preparar uma pequena comitiva para transportar Al Dee até Venore. Só mais um pouco, e a solução para todos os problemas de Mintwallin estaria garantida... Isso se aquele homem cumprir com o prometido; que os deuses nos ajudem...

    ...

    LEON


    Após o minotauro e os reféns desaparecem junto com o portal, ficamos alguns minutos parados na pequena sala, tentando entender o que acabara de acontecer. Minha mente estava uma bagunça desde o ataque à vila, e os eventos posteriores não ajudaram em nada, só me deixaram ainda mais confuso; Marlon e Jasmine pareciam estar numa situação parecida, já que também estavam parados e em silêncio. Apenas Hoppus reagiu de maneira diferente; o homem percorreu o pequeno perímetro da sala várias vezes — em busca de algo que tenha passado despercebido —, até se jogar no chão, aparentemente desistindo.

    — Não acredito nisso! — Exclamou ele. — Consegui chegar tão longe, e esse touro maldito simplesmente some sem deixar nada na sala? É muito frustrante...

    Ninguém o respondeu com palavras, apenas Jasmine deu alguns leves tapas nas costas dele, como que tentando consolá-lo.

    Passada a incredulidade inicial, saímos da sala onde estávamos em direção ao nível acima, onde havíamos acendido uma fogueira anteriormente; isso foi um alívio para mim, já que era difícil ficar naquele ambiente cheio de corpos dilacerados e sangue por toda a parte. Hoppus acendeu uma nova fogueira, e nos sentamos para discutir o que fazer a seguir.

    — Bom, a gente precisa resolver rápido o que fazer — Marlon disse, finalmente quebrando o silêncio. — Não pretendo ficar nessa ilha condenada; preciso descobrir para onde aquela vaca levou o Kyos. Imagino que se sinta da mesma forma em relação ao seu pai, não é, Leon?

    — S-sim — Respondi, gaguejando. — Vocês tem ideia de onde fica a saída desse portal?

    — Hmm... É provável que não seja nessa ilha — Respondeu Hoppus, após pensar por alguns segundos. — O minotauro parecia com pressa, e ele disse “Vossa Majestade” antes de entrar... Imagino que ele tenha ido para o país dos minotauros, Mintwallin.

    Meu conhecimento sobre as terras do continente era mínimo, já que eu nunca havia deixado Rookgaard; mas, se bem me lembro, Mintwallin é descrito nos livros como o reino subterrâneo dos minotauros, protegido por um extenso e confuso labirinto. O pensamento de que meu pai pode ter sido levado para lá me deu calafrios.

    — Nunca ouvi falar desse lugar — Disse Marlon, coçando a cabeça. — Mas, se é para lá que levaram o Kyos, eu irei de qualquer jeito. Como posso chegar lá?

    — Vai com calma, rapaz — Respondeu Hoppus, com um leve sorriso. — Você tem noção de que Mintwallin é a casa dessas criaturas? Existem centenas, talvez milhares de minotauros lá, não vai ser fácil resgatar ninguém, caso eles estejam mesmo no lugar. Porém, se você quiser mesmo ir, o caminho para lá é próximo a Thais, que é o meu destino; posso levar vocês até a cidade.

    — Agradeço pela ajuda, Hoppus — Disse Marlon, aparentemente mais animado. Sua expressão de sofrimento por causa do tornozelo desapareceu, e ele parecia estar lidando melhor com a dor.

    — Muito legal o plano de vocês — Disse Jasmine, que esteve escutando tudo em silêncio até agora. — Mas, só falta um pequeno detalhe: Como raios pretendem sair dessa ilha? Alguém aí sabe criar um portal usando a vida dos outros, igual aquela vaca fez?

    — Se soubesse ficaria feliz em usar a sua vida, princesa — Respondeu Hoppus, sarcasticamente. — Thais provavelmente enviou um navio com reforços para a vila; até a gente vir para cá ele não havia chegado ainda, então deve aportar por lá a qualquer momento. Com a carona deles, podemos resolver depois o que fazer.

    — Então vamos logo para a vila! — Retrucou Jasmine, já se levantando. — Não quero correr o risco de perder o navio e viver nessa ilha por mais tempo.

    Após isso, todos nos levantamos e seguimos para fora da caverna, com destino à vila de Rookgaard — ou o que sobrou dela.

    ...

    Não encontramos mais nenhuma criatura viva no caminho de volta à entrada da caverna. A ilha realmente estava com clima estranhíssimo, como se estivesse completamente sem vida; era triste pensar que nunca mais veria as paisagens e visitaria os lugares que estive acostumado durante toda a minha vida... Porém, precisava seguir em frente; meu pai ainda estava vivo, e ele pode guardar as respostas sobre o que levou os minotauros a atacarem tão repentinamente, além do comandante deles ter estado com tanta pressa a ponto de matar seus companheiros para não perder mais tempo. Preciso seguir para Mintwallin, mesmo que todos os meus instintos implorem para que eu não o faça.

    Seguimos pelo caminho de volta sem trocar nenhuma palavra — todos ainda estavam chocados com os últimos acontecimentos —, e percorremos o trajeto em um tempo bem menor do que na ida. Assim que passamos pelo que um dia foi a muralha ao norte da vila, uma figura distante apontava no horizonte, na direção do litoral; nos aproximamos mais um pouco, e conseguimos enxergar mais claramente do que se tratava: Um pequeno navio, com a bandeira do reino de Thais pintada nas velas, se aproximava da ilha.

    _____
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  4. #44
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    Indo para main a historia vai ficar ainda mais interessante

    O Leon vai ter que se transformar e virar um guerreiro para enfrentar os desafios

    Em Main o bicho pega

  5. #45
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    Muito bom o capítulo. Pena o Hoppus não encontrar nada na sala.

    Conforme foi dito aqui em cima, o Leon indo para Main Land vai ficar interessante.

    Abraço, e vamo que vamo.




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  6. #46
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    Olá


    Gostaria de dizer que escreveu uma grande história até agora. Além da premissa inusual, você desenvolveu a história muito bem até o último capítulo(o do portal, que não vou dar muitos spoilers sobre).

    Foi uma leitura fluída, simples, e ao mesmo tempo, conseguiu dar muitas cores e um grande carisma às personagens da história. Mesmo algumas personagens aparecendo brevemente, como o monge Cipfriend, o carisma e marca da personagem na história, mesmo que descritas e aproveitadas de modo breve, não foram em momento nenhum maçantes( não teve um momento em que eu falei "carai, apareceu por nada msm?"). Erros gramaticais notei poucos ou quase nenhum, diga-se de passagem.

    Enfim, tem uma premissa interessante, uma trama começando a se desenlaçar, e muito chão pela frente. Pretendo acompanhar a sua história
    Última edição por Senhor das Botas; 15-10-2016 às 20:16.


    Não espere algo bem elaborado e feito. De resto...

  7. #47
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    Padrão Capítulo X - O Legítimo

    Spoiler: Comentários passados

    Bom dia a todos!

    Bom, com a chegada do décimo capítulo estamos encerrando o primeiro "arco" da história; editarei o índice de capítulos no post principal para deixar tudo mais organizado. Quero agradecer a todos que leram até aqui, em especial aos que deixaram ao menos uma vez seus comentários: @Iridium , @CarlosLendario , @Larius , @Glauco , @Shirion , @Senhor das Botas , @Kaya Mithsay , @Lacerdinha , @lucas676 , @Thomazml e @Skunky .Sério, o apoio de todos vocês foi fundamental para eu ter conseguido escrever até agora. A história ainda está no início, portanto ainda tem muito água pra rolar! Espero contar com a presença de vocês novamente (e também quem ainda não comentou por aqui, sinta-se livre para fazer qualquer crítica, sugestão, elogio, ou o que você preferir) xD

    Sem me estender mais, vamos ao capítulo. Boa leitura!

    Capítulo X – O Legítimo


    LEON


    Quando a pequena embarcação aportou na costa de Rookgaard o clima entre os recém-chegados era de incredulidade. Não era para menos, já que os soldados da guarda Thaiana vieram para reforçar as defesas da vila contra uma possível ameaça de ataque, não para explorar uma ilha destruída. Um homem alto, vestido de prata dos pés a cabeça e que parecia ser o líder da tropa era o mais assustado entre eles, e, após uma breve pausa para olhar o cenário a sua frente, virou-se para mim e os outros sobreviventes.

    — Pelo sangue dos deuses!!! O que aconteceu aqui??? — Perguntou ele, com os olhos muito arregalados.

    Nós quatro simplesmente viramos o olhar para o chão, com dificuldades para encontrar palavras que explicassem tudo aquilo. Após alguns segundos, Hoppus decidiu se pronunciar.

    — Como podem ver, vocês chegaram um pouco atrasados — Disse ele, apontando para os escombros da vila. — Os minotauros atacaram dois dias atrás, e apenas nós quatro sobrevivemos.

    Assim que vimos o navio apontar no horizonte, Hoppus fizera um pedido, no mínimo, suspeito para nós: Ele não queria que contássemos sobre os reféns e de tudo que presenciamos no Inferno dos Minotauros para os guardas. Marlon protestou bastante, dizendo que, com a ajuda de Thais, seria mais fácil recuperar os cativos; precisei concordar com ele nessa, já que não há a mínima possibilidade de conseguir salvá-los se apenas eu e Marlon fôssemos lá... Jasmine acatou de imediato, afirmando que os reféns não eram da sua conta; depois de um tempo, Hoppus conseguiu nos convencer também a manter silêncio — repetindo várias vezes para que confiássemos nele —, até que Marlon cedeu e prometeu não dizer nada por enquanto.

    Enquanto eu divagava sobre os possíveis motivos que Hoppus teria para nos pedir isso, o guarda a nossa frente parecia ter absorvido melhor as informações sobre o ataque à vila.

    — Isso é inacreditável! — Exclamou o líder, que havia tirado seu elmo, revelando uma face completamente suada — Vamos ter que interrogá-los bastante ainda, queremos entender o que aconteceu... Mas, antes, precisamos sair daqui; esse lugar está condenado, não há o que fazer. Nenhum de vocês possui uma vocação ainda, certo?

    — Eu já sou um cavaleiro formado, Senhor, só estava de passagem pela ilha. Aqui está minha identificação — Respondeu Hoppus, mostrando um pequeno broche prateado com o desenho de duas espadas cruzadas e um escudo ao fundo. — Porém, essas crianças aqui ainda não completaram o treinamento para iniciantes; os senhores poderiam deixá-los na Ilha do Destino, antes de seguirmos para Thais? Já que o oráculo foi destruído...

    — Ilha do Destino? Aquele lugar ainda existe? — Respondeu o guarda, sem demonstrar ironia — Enfim, não temos tempo nem recursos pra dar uma volta tão grande, pretendíamos ficar na vila por um tempo... Vamos levá-los para Thais assim mesmo, quando chegarmos lá os enviaremos para os líderes das guildas; eles darão um jeito. A propósito, ainda não me apresentei: Sou Walter, Guarda Real a serviço de Vossa Majestade, Rei Tibianus III.

    — Uma honra estar diante de sua presença, Senhor — Respondeu Hoppus, fazendo uma pequena reverência. — Sou Hoppus, apenas mais um cavaleiro simples. O cara-pálida ali se chama Marlon, e a princesinha com corpo de homem é Jasmine; o garoto mudo é... Leon, isso mesmo.

    Jasmine não gostou nem um pouco da brincadeira; apesar de não ter feito nada, sua expressão fechada a denunciava. Eu já estava acostumado a não ser muito notado, portanto, até achei demais ele ter lembrado meu nome tão depressa; já Marlon não reagiu às palavras do homem — o garoto parecia muito sério e sem nenhum clima para brincadeiras.

    — Então, não vamos perder mais tempo; preciso relatar tudo isso ao Rei... Que situação complicada — Disse Walter, enquanto se dirigia ao soldado mais próximo. — Você ouviu, não é? Vamos logo.

    — Sim, Capitão! — Respondeu o soldado, batendo continência, enquanto já preparava as ordens para a tripulação — Suspender a âncora! Içar velas! Vamos voltar para Thais.

    ...

    A viagem não foi muito agradável para mim. Nunca havia estado em uma embarcação antes, e a experiência acabou sendo bem traumática, pois passei grande parte do caminho com náuseas e vômitos. Em um dos raros momentos em que estava bem, fiquei na proa do navio, observando a movimentação da tripulação. O navio não era muito grande; para se ter uma ideia, ele estava tripulado por apenas dez soldados de Thais — incluindo Walter —, além de nós quatro de Rookgaard, e já estava praticamente com sua capacidade máxima. Ouvi um dos soldados comentar com Hoppus que o tamanho reduzido aumentava consideravelmente a velocidade da viagem, chegando a durar metade do tempo que um navio padrão de Thais levaria no mesmo trajeto. Enquanto olhava para o mar, pensando em que tipo de cidade seria Thais, Marlon se aproximou de mim, ainda com a cara fechada.

    — Leon... O que você acha do Hoppus? — Perguntou-me o garoto, subitamente — Não sei se posso confiar nele ainda... Tudo bem que nos ajudou a chegar ao covil dos touros, mas ainda fico com um pé atrás. O que você pensa sobre isso?

    — Também não sei o que pensar, Marlon — Respondi, sem muita convicção. — Não vejo motivo para esconder os fatos, isso não vai ajudar a salvar o Kyos e meu pai...

    — Concordo, acho que precisamos de toda a ajuda possível para invadir o tal país dos minotauros — Disse ele, mostrando uma expressão um pouco mais aliviada. — Porém, vamos esperar até o fim da viagem; até lá poderemos tentar descobrir qual é a desse cara.

    — Tudo certo então — Respondi, sentindo-me mais seguro. — A propósito, como está seu tornozelo?

    — Olha... Não vou mentir pra você, está me incomodando bastante ainda — Marlon sussurrou, aparentando estar envergonhado. — Preciso procurar um curandeiro assim que chegarmos a Thais... Mas não se preocupe com isso agora; já decidiu qual vocação vai escolher?

    A súbita pergunta me pegou de surpresa: Ainda não havia atentado para o fato de que precisaria escolher minha vocação agora. Obviamente nunca havia me preocupado com isso antes, já que não me imaginava nem saindo da vila de Rookgaard, muito menos em me transformar em um guerreiro. Pensei durante alguns segundos sobre minhas opções; um feiticeiro ou um druida pareciam complicados demais, apesar das magias de cura me interessarem um pouco. Um paladino parecia uma boa, mas minha mira para atirar lanças e flechas provavelmente seria horrível, já que não tenho muita firmeza nas mãos... Acabei dizendo a opção que parecia mais simples para alguém inexperiente.

    — A-Acho que serei um cavaleiro mesmo... — Respondi, finalmente, gaguejando um pouco — E você?

    — Hahaha, Quem diria que você seria um bravo cavaleiro salvador de donzelas, não é? — Zombou ele, enquanto dava um de seus sorrisos habituais — Eu? Acho que está óbvio: Um cavaleiro! Tenho certeza que Kyos também escolherá isso; assim que o salvarmos poderemos ser os três mosqueteiros, o que acha?

    — Soa bastante imponente, mas eu estou mais perto de precisar ser salvo por donzelas do que de protegê-las... — Respondi, mais relaxado, ao notar o bom humor do garoto; será que já poderia dizer que somos amigos?

    — Ora, não diga isso! — Marlon retrucou, ainda rindo — Vamos te ajudar a se tornar um cavaleiro tão bom quanto qualquer outro, pode apostar!

    Enquanto ríamos com as brincadeiras, um dos soldados gritou alguma coisa do alto do mastro. Não precisamos ouvir novamente para entender o que ele disse; assim que olhamos para frente do navio vimos os primeiros sinais de terra no horizonte: Estávamos chegando à Thais.

    ...

    MARKWIN


    A viagem até Venore acabou acontecendo sem muitos problemas. O prisioneiro humano passou a maior parte do tempo desacordado, e dessa forma chegou até nosso destino: Novamente a imunda taverna de Venore...

    O rapaz com quem eu negociava estava no lugar habitual dos nossos encontros, numa mesa afastada, bem nos fundos da taverna. Preferi não trazer o refém para dentro do lugar; como ele estava desacordado, poderia chamar atenção dos presentes se eu entrasse carregando ou arrastando uma pessoa, e certamente isso seria indesejado pelo comerciante. Decidi, então, me apresentar sozinho para o homem, enquanto Al Dee esperava na entrada da cidade com meus guardas.

    Enquanto me aproximava da mesa em que ele se encontrava, pude notar que a taverna estava praticamente vazia, a exceção de três ou quatro moribundos que disputavam uma garrafa de vinho no balcão; a selvageria dos humanos nunca parava de me surpreender, é humilhante ter que abaixar a cabeça para um desses seres inferiores... Assim que cheguei próximo o suficiente para ouvi-lo, o homem não perdeu tempo com cortesias.

    — E então, rei das vacas, onde está ele? — Perguntou o rapaz, aparentando ansiedade.

    — Está lá fora, Senhor — Respondi, engolindo meu orgulho mais uma vez, o que era rotina nesses encontros. — Ele está desacordado, então pensei que poderia chamar uma atenção indesejada para seus negócios, caso o carregasse até aqui...

    — Você consegue pensar racionalmente, estou surpreso — Retrucou o homem, sarcasticamente. — Vamos logo até lá, espero que ele não esteja ferido.

    Sem me dar tempo para responder, o rapaz levantou-se com os seus guardas, indicando-me que deveria guiá-los até onde o refém estava.

    ...

    Assim que confirmou que aquela pessoa era mesmo quem ele queria, o rapaz não parava de sorrir; se ele já parecia muito jovem quando estava sério, agora lembrava uma criança quando acaba de ganhar um doce — precisei me segurar para não rir.

    — Ah, muito bom, Markwin! — Exclamou o rapaz, me olhando firmemente com seus olhos escuros bem abertos — Devo admitir que fizeram um bom trabalho, apesar da demora...

    — Agradeço o reconhecimento — Respondi, cinicamente. — Se não tiver mais nenhum pedido, peço que cumpra sua parte do acordo agora.

    — Vamos com calma, touro — Disse ele, sorrindo misteriosamente. — Sou um homem de palavra, então pode ter certeza de que amanhã cedo guardas chegarão para fechar o caminho até Mintwallin: Nenhum humano passará por lá sem a minha autorização.

    Aguardei alguns segundos, esperando que o homem completasse suas palavras. Vendo que ele encerrara por ali, não pude ficar quieto.

    — Só isso? — Respondi, tentando controlar a raiva — Você me fez destruir uma vila humana inteira, sacrificar vários dos meus súditos e ainda viajar várias vezes até essa cidade apenas para me dar um ou dois guardas na entrada de Mintwallin? E o dinheiro prometido? E os minotauros rebeldes?

    — CALE-SE, TOURO! — Gritou ele, esquecendo-se da discrição — Eu prometi que ajudaria seu precioso país, e estou fazendo isso! Se você estiver insatisfeito, posso mandar soldados para ATACAREM seu reino ao invés de defendê-lo, o que acha?

    — Não será necessário, senhor — Disse, completamente derrotado.

    O homem não disse mais nada, e se virou para voltar a taverna, dessa vez com Al Dee; antes de me afastar desse humano desprezível para sempre, ainda restava uma pergunta a ser feita.

    — Espere! — Disse, enquanto o rapaz se virava para mim novamente — Posso saber pelo menos qual é o seu nome?

    — Hahaha, por que quer saber isso, touro? Que seja, seres primitivos e estúpidos como vocês não merecem saber meu verdadeiro nome. Por vocês, prefiro ser chamado apenas de O Legítimo.

    ____
    Última edição por Edge Fencer; 17-10-2016 às 14:55. Razão: Correção de erros de digitação
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  8. #48
    desespero full Avatar de Iridium
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    Saudações!

    Rei das vacas foi sacanagem, tio! AEHAUHEUHUHEUHUE

    O que dizer? Estou ADORANDO isso tudo! Um excelente primeiro arco, devo dizer. Quero ver como Leon vai se sair com tudo isso... Apesar de ser meio "tendenciosa" para falar sobre isso, não acho que o Leon seja um Cavaleiro de fato: não por não poder ser corajoso, mas por achar que o raciocínio rápido e a forma dele de ser cairiam bem com o estilo de vida de um Druida. No entanto, e se ele for uma quinta Vocação? Um híbrido de duas ou mais vocações? É algo a se pensar, rs.


    De qualquer maneira, aguardo muito o próximo capítulo. Quero ver aonde isso vai dar.


    Abraço,
    Iridium.

  9. #49
    Avatar de Larius
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    Cara... cada dia gostando mais do seu desenvolvimento.

    Leon cavaleiro... conforme a Iridium disse, parece que combina mais com o Druida mesmo, mas dessa forma acho que pode deixar mais emocionante a história.

    O Markwin está me parecendo aqueles vilões do bem sabe, que o propósito do cara/vaca é por um bem maior.

    Enfim, muito bom o capítulo, estou na espera do próximo.
    Última edição por Larius; 17-10-2016 às 14:21.
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  10. #50

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    E ai Edge! Bem vindo a seção (atrasado), e já posso dizer que gostei da sua história. No começo fiquei receoso, pois não tenho muitas ligações nostálgicas com o tio Cip. kkkk

    Porém o jeito bruto do Kyos, a própria determinação do Leon, e os mistérios a cerca do mercador Venoriano e de Markwin, foram sem dúvida os pontos que me prenderam até aqui. E claro venho lhe pedir, Leon tem que ser Druid! A não ser que você reviva a história dos três mosqueteiros, ai já seriam outros quinhentos...

    E por último espero qual vai ser a visão de Leon sobre Thais, já que ele se mostrou ser muito mais um observador do que atuante, e talvez por isso acho que ele seria um melhor mago.

    Por enquanto é isso, aguardo o próximo!

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