Bom,esse post sairá gigantesco, mas tudo bem... Vamos às respostas!
(@EDIT: Minha vista estava terrível, Gabriellk! Perdão pela confusão hihihihi)

Postado originalmente por
Gabriellk~
Estou quase terminando de ler a história agora, hoje a noite eu termino os capítulos e ai só volto a comentar quando sair algum novo.
Minha previsão se mostrou corretíssima, eu sabia que os próximos capítulos seriam ainda melhores. Descrição, narrativa, diálogo e desenvolvimento dos personagens, tudo mudou (pra melhor). Parabéns pra você! ;P
Você teve algumas excelentes sacadas nessa história. Normalmente eu não gosto de histórias muito "tibianas", no sentido de incorporar levels e coisas assim. Acho que uma "pessoa real" upando de level fica estranhíssimo, e estraga um pouco a seriedade e verossimilhança da história. Mas você achou um modo que eu nunca teria imaginado de incorporar levels de uma forma inteligente e natural. Grandes feitos, quem teria pensado em algo assim? Realmente...
Só achei uma coisa meio estranha nos capítulos até então. Ireas me parece ser um cara de bom coração, e grande amante da natureza. Por isso achei suspeita a forma meio apática com que ele lidou com os nômades no deserto. Matou a todos de uma forma extremamente fácil e rápida, sem hesitar nenhuma vez, mesmo eles sendo seres humanos. Como se fosse um assassino profissional, e não um garoto recém saído de rookgaard, que nunca havia matado ninguém. É claro que no jogo isso acontece toda hora, mas em uma história algo assim poderia ser melhor trabalhado.
Não que não possam existir pessoas capazes de chacinar um grupo sem vacilar, mas não me parece o caso do Ireas, até porque ele veio de RookGaard e não creio que estivesse acostumado a matar seres humanos.
É mais uma questão pessoal mesmo, não creio que tenha grande impacto na história.
A história começou a esquentar de verdade e agora é com prazer que eu continuarei a acompanhá-la. Parabéns mais uma vez.
No aguardo dos próximos capítulos.
Poxa,você é rápido no gatilho,moço! Fico muito feliz por você estar gostando de cada detalhe. Tudo o que incluí foi com o propósito de aproximar o jogo da "realidade" medieval, tornando
screenshots e
level ups possíveis e naturais.
Bom,o capítulo de hoje (provavelmente o da semana) será postado agora. Espero ansiosamente por seu comentário. Abração!

Postado originalmente por
Senhor das Botas
Já vou deixando meu post para você não levar alerta por double. Se você me quotar e não postar capítulo...

Obrigada pela gentileza, Botas! Seu desejo é uma ordem para mim =D
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Capítulo 21 – Atos de Guerra (Parte 2) – Sombra
Dia em que o mundo de Ireas começou a sofrer com a fúria de Morgaroth
Cheguei até Svargrond já tomado pelo terror; meu coração palpitava em um ritmo ditado pelas sombras que passavam pelo meu semblante. Os ventos do norte sopraram em meu rosto de um modo familiar. Da última vez em que estive lá, eu não pertencia ao Norte, não era um bárbaro cuja cidadania fora reconhecida por seu líder Sven... Não era o irmão de Hjaern.
Naquele tempo, eu era apenas um rapaz que havia sido criado na abadia de Rookgaard por toda sua vida, e que via em Ankrahmun o único lar nas terras do além-mar de Rookgaard. Eu era um rapaz sem pai, sem mãe, sem perspectivas. Vazio como a noite sem estrelas, e solitário como uma hiena perdida nas areias de Darama.
O barco atracou no porto e eu, imerso em meus pensamentos, não percebi que Breezelda não se encontrava lá como de costume. Também não percebi a ausência de Eirik, que tanto me ajudou. Homem que incuti uma das piores feridas ao forçá-lo a contar a verdade sobre meu pai ainda que isso viesse a lhe custar a volta da dor e da mágoa de perder um grande amigo...
A cidade estava deserta e fedia a sangue e decomposição. Eu não ouvia um som sequer. Até os huskies não se encontravam nas ruas, latindo e lambendo alegremente as pernas dos transeuntes como sempre faziam. Eu me senti incrivelmente triste por estar nas ruas da cidade que, em tese, me fora acolhedora... Segundo seus padrões.
Então, eu os vi. Os xamãs de Svargrond oriundos de várias áreas — Krimhorn, Nibelor, Okolnir, Bittermor e Ragnir — mortos de forma brutal e com os corpos expostos de maneira tal que senti meu estômago revirar e quase vomitei umas três vezes.
Entre os mortos, um deles me chamou a atenção: o xamã crucificado no centro da cidade, cujos traços físicos tinham leve semelhança com os meus. Segurei minha respiração e senti meu coração bater ainda mais rápido diante do terror que tomou conta de mim.
— Não pode ser... — Murmurei desolado — Não pode...
Ajoelhei-me involuntariamente na neve tinta de sangue. Era meu irmão Hjaern que ali estava. Eu jamais o havia visto sem máscara, não sabia que era tão semelhante à minha pessoa... Seu cabelo era longo e arranjado em longos e volumosos dreadlocks cuja cor se aproximava da minha; contudo, suas melenas eram mais cinzentas.
Faltava-lhe um dos braços e uma das pernas, e seu semblante era de uma dor e agonia intensa. Eu não conseguia olhar para ele sem sentir sua dor... Como se um de meus braços também estivesse sendo arrancado de mim.
— Todos foram mortos há dois dias — Disse-me uma voz conhecida; virei meu pescoço na direção do som e vi que Sven era o locutor — Somente os xamãs que foram mandados para o front escaparam. — Ele se aproximou e pousou a mão esquerda em meu ombro — Eu sinto muito por sua perda. Svargrond inteira sente muito.
Senti lágrimas escorrerem por meu rosto. Fosse por recente orgulho de minha ascendência bárbara, ou pela presença imponente de Sven recusei-me a limpá-las. Levantei-me da neve, mas não me virei para fitar o senhor dos bárbaros.
— A mulher de Hjaern... Silfind... Ainda está viva — Disse-me ele — Ela está no hospital abaixo do Templo. Quando os Cultistas invadiram Nibelor, ela se escondeu em uma falha no gelo no segundo andar de sua casa e... Só pôde ouvir a agonia de seu falecido esposo.
— Posso vê-la? — Roguei, virando-me na direção do jarl — Digo, ela está em condições de receber visitas?
— Poder vê-la, você pode. — Respondeu-me com indiferença — Mas não sei se ela conseguirá reagir. Ela está bem traumatizada. Proceda com cautela.
Assenti afirmativamente e saí das vistas do jarl. Ainda que ele tenha me aceitado oficialmente e estivesse sensibilizado pelas recentes perdas, eu ainda era um estrangeiro em sua opinião. Um dia, talvez, eu conseguirei muda-lo. Mas não hoje.
O hospital estava cheio de mulheres, sendo a maioria delas esposas dos falecidos. Algumas apresentavam escoriações, hematomas, cortes de lâminas nas pernas e braços. Algumas apresentavam sinais de uma violência ainda maior... Felizmente, não era o caso de Silfind.
A xamã de cabelos verdes como a grama e em pavios como os de seu marido repousava tranquila no catre mais ao fundo do hospital. Aproximei-me dela bem devagar.
— Silfind? — Indaguei ao pé de seu ouvido — Sou eu, Ireas Keras... O irmãozinho de seu marido...
Ela abriu seus olhos esmeralda lentamente. Sua tristeza foi trocada por uma melancólica felicidade que, para mim, era melhor que nada.
— Ireas! É a melhor notícia que tenho em dias... — Disse-me ela com certo resguardo — Sei que não nos falamos muito, mas... Fico muito feliz que você esteja bem... Oh, céus... — Ela se jogou em meus braços e começo a chorar — Por que agora? Por que Crunor não me deixa ser feliz? Logo agora que descobri estar grávida de seu irmão...
—
Grávida?! — Indaguei com alegria — De meu irmão?! Por Crunor, meus parabéns! — Abracei-a com força — Então era isso que Hjaern me contaria... Em sua próxima carta...
Nossa momentânea alegria foi substituída pela tristeza.
— Queria poder dar-lhe os parabéns também... — Sussurrei tristemente. Rapidamente voltei meus olhos para a xamã com uma expressão séria, decidida, e pus minha mão em seu ombro — Silfind, eu ainda tenho muitas questões mal resolvidas em minha vida. Contudo, não deixarei que você crie essa criança sozinha.
— Keras, você não precisa fazer isso... — Ela tentou intervir timidamente.
— Pela honra e memória de meu irmão, eu preciso! — Respondi afavelmente — Hjaern deu-me rumo e amparo e uma família que jamais tive. Nem mesmo Cipfried e Asralius, que me criaram com tanto fervor, foram capazes de preencher esse vazio que há em mim — Fiz uma longa pausa — Eu preciso encontrar minha mãe e arrancar dela respostas. Quero saber por que ela matou meu pai e porque me negou uma criação normal. — Levantei-me e segurei firmemente sua delicada mão — Não quero que seu bebê não nascido tenha o mesmo destino que tive. Quando tudo terminar, juro por Crunor e Darama que cuidarei de seu filho como se fosse meu... E assumirei os deveres de meu irmão como Xamã de Nibelor.
Ela segurou minha mão firmemente.
— Você tem uma excelente índole, Ireas — Disse-me minha cunhada com lágrimas de alegria em seu rosto — Sou feliz por ver que meu irmão tem um caçulinha tão honrado. Eu te desejo boa sorte, e que você viva para cumprir sua promessa...
Eu já estava para sair, quando me detive.
— A propósito, há quanto tempo está grávida? — Indaguei-a com um sorriso.
— É bem recente... — Disse ela com certa timidez — Faz três semanas desde que percebi meus pés um pouco mais inchados e que ficava enjoada com mais frequência...
— Tomara que eu esteja de volta para ver meu sobrinho, ou sobrinha, nascer — Disse-a com alegria. — Por favor, seja boazinha e obedeça ao curandeiro. Não faça movimentos bruscos e não trabalhe com poções por agora. Melhor evitar alguma erva que seja perigosa para o bebê. Sempre que possível, passarei para vê-la.
— Até logo, Keras — Disse-me ela emocionada.
Sorri com doçura e afeto para ela e saí do hospital muito decidido. Então, após caminhar até o porto, parei. Eu estava passando por uma montanha-russa de emoções naqueles últimos dias: havia descoberto o amor e estava presenciando a formação de uma família simultaneamente à morte de meu irmão... E à convocação de Wind para a guerra contra Morgaroth.
Eu senti uma sombra tomar conta de meu semblante. Eu sabia que eu tinha uma parcela de culpa na volta do temido demônio. Se eu fosse mais forte... Se eu tivesse um número maior de Grandes Feitos, provavelmente estaria lutando ao lado dele, de igual para igual... Sem que ele tivesse que arriscar seu pescoço por mim toda a vez que me encontrasse.
Ouvi um estranho barulho por detrás de mim; faixas de tons arroxeados pareciam irradiar dos céus e se concentrarem em alguma esquina distante de mim. Guiado por um instinto, segui os raios.
Liive estava lá, e havia algo estranho em seus olhos. Ele se aproximou lentamente de mim.
— Há quanto tempo, jovem druida. — Disse ele com tom aparentemente normal de voz — Há tempos não ouço notícias tuas; você está bem? Como têm sido esses últimos dias?
— Bom, fui acometido por algumas desgraças recentemente... Que sucederam momentos felizes meus... — Essa última frase fora dita aos sussurros. — E você?
Eu estava levemente trêmulo; estranhamente, nunca havia sentido medo de Liive — apesar de seu um bárbaro típico, ele não me assustava. Porém, naquele dia ele estava estranhamente ameaçador. Para não levantar as suspeitas dele, tentei disfarçar agindo com a maior naturalidade possível.
— Tirando o fato de ter ficado preocupado com a sua pessoa, estou até bem — Respondeu-me com seriedade atípica — Sinto muito por seu irmão... É realmente uma pena...
— Agradeço a simpatia... — Respondi-lhe contido — Escute, em breve haverá uma guerra... Por que você não está na força expedicionária de Svargrond?
— Deixe-me explicar... — Disse-me o bárbaro, guiando-me para a taverna.
***
(Narrado por Andarilho do Vento)
Ele chegou. E chegou com força. O vulcão parecia desaparecer em sua própria lava. Fomos instruídos a entrar no terreno do demônio através de túneis de lava inativos. Era o caminho mais seguro. Por “mais seguro” refiro-me a um número menor de demônios à nossa espera.
Dez vieram em nossa direção; vermelhos, musculosos, com aproximadamente 7 metros, chifres e garras afiadíssimos e verdes olhos, tão sinistros quanto belos, Já chegaram incendiando nosso caminho. Perdemos dez feiticeiros de uma só vez.
Jack comandou os arqueiros com muita eficiência, ordenando-os que dessem àqueles seres uma saraivada de flechas que lhes cobriria a visão. Eu corria de encontro aos temíveis seres. Com Druidas em minha retaguarda, não temia as chamas implacáveis ou os eletrochoques desses seres.
Eu protegia duas dezenas de guerreiros do poder daquelas feras. Eu ingeria algumas poções e era rapidamente curado pelo trio de Druidas Veteranos a alguns metros atrás de mim. Minha espada golpeava aquela carne vermelha sem piedade, e eu ouvia as blasfêmias do demônio como se fosse música para meus ouvidos.
Os demais cavaleiros olhavam-me com admiração ou uma pontada de inveja, e buscaram imitar meus passos. Adoraria esfregar esse momento na cara de Liive, que nunca foi muito próximo de mim.
Brand começou a dar passos mais ousados, encarando demônios de frente, tal como um cavaleiro que era em espírito. Creio eu que ele não soube escolher quando decidiu ser Paladino. Ainda assim, seus poderes divinos eram assombrosos, e três demônios caíram quando ele assim proferiu:
—
Exevo Gran Mas Res! — E veio a explosão luminosa mortal.
Um urro de alegria partiu de mim quando vimos os demônios todos caídos. Conseguimos manter nossa posição, e descansaríamos lá pela noite, que seria bem curta: teríamos apenas duas horas de descanso.
Sentei-me perto de Brand, Rei Jack e Icel, que conversavam alegremente. Graças à sua coragem, Brand fora nomeado Comandante-em-chefe. Apesar de estar rindo e bebendo com os rapazes, sentia a falta de uma pessoa: Ireas.
Puxa, como aquele rapaz me fazia falta. Quisera eu que ele tivesse mais experiência... Que tivesse mais Grandes Feitos. Para um recém-saído de Rookgaard, ter mais de quarenta Feitos era algo muito promissor. Ainda assim, não era o bastante para aquela guerra.
Jack percebeu minha repentina tristeza, e afastou-me dos demais para indagar:
— Sente saudades dele, né? — Jack fez a pergunta retórica.
— Queria estar com ele — Disse com um tom triste — Eu não deveria deixá-lo sozinho. Se a mãe dele estiver por aí... Talvez ele não possa se defender... Em todo o caso...
—... Não cabe a você agora — Disse Jack buscando me consolar — Ireas, apesar de sua aparência frágil, é um druida muito poderoso. Essa ligação que tem com a Natureza... O fato de várias criaturas se curvarem diante dele... — Ele meneou a cabeça levemente — Não é qualquer Druida que pode fazer isso. Ele é especial...
— Eu sei disso — Disse com doçura — Será que teremos uma vitória fácil? Digo... Queria vê-lo... Queria tê-lo visto antes de vir para cá.
— Agora é um pouco tarde... — Interviu Brand, com um triste sorriso — Antes de chegar à Baía da Liberdade, Keras pediu-me para te entregar esse bilhete... Como não podia garanti-lo de seu volta, ele escreveu essa carta para você.
Tomei a carta das mãos de Brand com muita agilidade. Imediatamente, pus o pedaço de papel sobre meu peito, perto de meu coração.
— Abençoado seja, Brand! — Disse-me ao me afastar e ir à minha barraca.
— Nunca o vi tão apaixonado... — Disse Brand, surpreso — Quem diria? O Cavaleiro dos Ventos... E o Amante da Natureza...
— Quem diria... — sussurrou Jack — Espero que possamos sair vivos dessa arapuca... Para que assim Wind e Ireas possam viver juntos. Eles merecem.
Continua...