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Tópico: Bloodtrip

  1. #81
    Cavaleiro do Word Avatar de CarlosLendario
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    Padrão Capítulo 20 - O Discurso I

    Citação Postado originalmente por Skirt Underdome Ver Post
    Charles the legendary is back again

    A história está boa, Charles. Tem um bom enredo, tem bons personagens. Não tem muitos pontos obscuros ao longo da narrativa. Conteúdo tá bão.

    Só acho que voce precisa cuidar um pouquinho mais da forma. Principalmente conjugação e pronomes. Por exemplo, em:

    "— Pois bem. Se não me engano, há uma habilidade deles do qual pode proteger uma pessoa selecionada pelo espírita."

    Eu acho que ficaria melhor:

    "— Pois bem. Se não me engano, há uma habilidade deles que pode proteger uma pessoa selecionada pelo espírita."

    E assim vai.

    Acabou de concluir um capítulo? Leia umas duas vezes antes de postar. Dá uma burilada. Respira.

    No mais estou curioso para saber sobre o período em que o Crawler pertenceu ao bonde sangue ruim, pois se eu entendi bem ele já foi do comando vermelho sanguinolento, depois saiu.

    Segue em frente que atrás vem gente (cuidado com os negões)
    Diga aí, Skirt.

    Agradeço pela sua opinião! Também agradeço por apontar esse erro, foi bem bobo. Eu tenho o costume de ler meus capítulos antes de postar, o problema é que sempre tem um erro ou outro que passa por mim e eu nem percebo. E nem me mande parar pra respirar, você não pode mandar um trem desgovernado parar balançando as mãos

    Nightcrawler realmente foi da Irmandade? Quais as relações dele com ela? Em alguns capítulos você descobrirá. Estamos chegando lá!

    E você com esses negões, hein...

    Citação Postado originalmente por Edge Fencer Ver Post
    E aí!

    Bom, o capítulo foi curtinho, bem adequado para preceder a tempestade que provavelmente virá nos próximos

    Achei bacana o plano do Crawler de revelar parte do passado para identificar farsantes, foi uma jogada inteligente. Também foi interessante a forma como eles chegaram a conclusão de que o pulsante não funciona em magos: muitas vezes as coisas acontecem assim, de repente, mesmo que eles tenham pensado muito nisso anteriormente e não tenham chegado a conclusões. Quero ver no que vai consistir esse plano, e também que raios é esse loop que ele disse ali no final...

    Quanto ao que estou achando da história, vamos lá. Eu já disse algumas vezes que esse estilo de história sanguinária e frenética não é muito a minha praia, mas eu continuo acompanhando essa aqui porque ela não se resume a isso: você dedica um espaço pra desenvolver os personagens, seja com flashbacks ou com situações em que eles podem, de certa forma, evoluir dentro da história, além de não ficar exagerando nos massacres todo capítulo (apesar de rolar sangue na grande maioria deles), não deixando a trama ficar forçada e chata. Pelo que pude notar em Bloodtrip e no que li de O Mundo Perdido, você é um cara muito criativo, Carlos. Essa criatividade é a causa (ou seria a consequência?) da sua empolgação pra criar os textos, o que te fez até receber o título de máquina de escrever kkkk. Essa empolgação, por vezes, se transforma em afobação, o que acaba te prejudicando um pouco (foi o caso do seu texto dessa edição das justas tibianas). Porém, não deixe essa característica desaparecer nunca: um autor só consegue mexer com os sentimentos de seus leitores quando tem o mínimo de paixão pelo que está fazendo, e isso está longe de faltar em você!

    Concluindo, eu ainda tenho muitas dúvidas sobre o funcionamento e os objetivos dessa irmandade, bem como a relação que o Nightcrawler tem com ela. Tenho certeza de que você pretendia criar essas dúvidas nas nossas cabeças durante a história, e vai construir um final bem surpreendente e bacana pra tudo isso. Eu também contribuo, já que sou muito lerdo para conseguir notar sutilezas nos capítulos que me levassem a criar teorias sobre o futuro da trama. Não vou dar uma nota pra história porque ainda acho que ela tem muito potencial de crescimento, e o clímax está bem próximo. Mas estou gostando, pode ter certeza.

    É isso aí, Carlos. Siga firme no restante da história que vamos acompanhando. Aguardo pela sequência!

    Abraço!
    Opa Edge!

    Agradeço muito pela sua opinião. Eu realmente gosto de escrever, as vezes mais do que ler, e nunca permito me entregar facilmente a clichês. Dessa forma, criar coisas e trabalhar nelas é sempre meu objetivo primário na hora de fazer uma história, o que acontece aqui com Bloodtrip e também em OMP. E cara, realmente, sou um pouco afobado as vezes, mas tento tomar cuidado pra não acelerar demais. Afinal, posso acabar sem uma namorada fazendo textos ruins de se ler. Há alguns meses eu perdi um problema nos meus textos que era de deixá-los mecânicos, duros de se ler, agora estou melhorando bastante no quesito. Espero melhorar mais e mais e criar histórias empolgantes e boas de se ler.

    De fato, minha intenção inicial foi criar dúvidas na cabeça dos leitores, e ir respondendo conforme a história avança. Agora que estamos no clímax, as respostas chegarão logo e a história ficará ainda mais empolgante. E eu reparei que você não notou as várias coisinhas que deixei nos capítulos pro pessoal juntar e formar teorias, mas creio que, com esse capítulo, ficará mais fácil formular as próximas teorias.

    Bem, espero que goste deste capítulo!

    Citação Postado originalmente por Senhor das Botas Ver Post
    Salve Carlão.


    Ótimos capítulos que postou, mas com algumas ressalvas; fiquem atento ao retomar alguns termos de sua história, como no capítulo de Borges:



    Cujo... O quê? Sei que se trata do MRM, mas um "que lembra", "que resembla", "parecido" encaixa melhor. Até porque o cujo foi usado de forma errônea aí.

    Além de alguns outros errinhos bobos, que pouco interferem na interpretação, mas que não deixam de passar batidos:



    Dá para entender que os ouvintes escrevem em, e acho que é até encheção de saco da minha parte quotar isso; mas, é uma coisa que uma revisão mais cuidadosa poderia eliminar.

    Agora, nesta mesma frase que quotei, note que escrevem, e ouviram, palavras de diferentes tempos verbais estão na mesma oração. Aquele mesmo erro que o pessoal vem batendo em cima, que é misturar os tempos verbais na história. Fique atento a isso.

    Há alguns outros errinhos no restante do capítulo do Borges, parecidos com os que eu citei, mas acho que uma revisão e uma edição deve ser o suficiente para eliminar tudo. Dito a parte chata, vamos mas ao foco: enredo do(s) capítulo(s).

    O capítulo do Borges achei um pouquinho abaixo da média. Não por causa dos acontecimentos que poderiam ter causado uma certa estranheza no pessoal todos sabemos que vc assiste anime de incesto e já assistiu Papa Kiss me in the Darkness, ctz, mas por causa da escrita. Foi um p*ta foco repentino, jogado num único capítulo, numa personagem que mal apareceu na história. Não foi como o Dartaul, vulgo Richard( hu3 hu3), que você dedicou dois capítulos, e teve aquele gancho no final com Aika. Não que o gancho no final do capítulo do Borges tenha sido ruim( foi o que mais salvou e me deixou curioso para o que estava pra vir), mas sei lá... Se a intenção era tentar fazer-me simpatizar com Borges, você conseguiu fazer isso melhor com outras personagens, até menos trabalhadas, do que com Borges.

    Claro, te conhecendo TEM uma possível pista no "massacre do Monte Sternum", como apelidei, mas... Enfim, não tenho muito a acrescentar.

    Sobre o capítulo 19, não muito a comentar. Capítulo de transição suprema pras tretas que estão por vir, uma ou outra revelação e informação adicionadas, enfim...

    Só achei que talvez você tenha dado muita esperança nesse capítulo. Desde o começo da história até agora foi todo mundo com o c* na mão por causa dessa Irmandade, e agora, embora já revelado antes que a Irmandade poderia ser combatida por magia, parece que nesse capítulo a magia, algo muito de relativo acesso e uso no universo da história, será usada em massa contra a Irmandade, e todo mundo antes temeroso e com um medo do caralh*, parece estar se reerguendo e se preparando. Claro, houve aquela tentativa de passar uma atmosfera de medo, tentando mostrar o "lado fraco" de Nightcrawler... Mas a atmosfera geral criada foi mais de esperança do que de medo do que está por vir.

    Mas é só um comentário superficial meu, é claro. Você COM CERTEZA não vai deixar isso barato.

    É é isso aí. Abração Carlão, e saiba que estou acompanhando, embora nem sempre dê para eu comentar
    E ae Botas.

    Agradeço pela sua opinião a respeito da história e também por apontar os erros. Acho que entendi melhor agora o que o pessoal quer dizer com os tempos verbais. Sou realmente precário com essas regras ortográficas posso garantir que irei evitá-los nos próximos capítulos.

    No mais, Borges é um personagem que pouco aparece na história, mas sempre atrai atenção quando abre a boca, visto pela linguagem dele e do pessoal estar sempre comparando ele a um sargento da polícia ou coisa assim. A intenção era essa, um personagem de fundo de experiência, capaz de conversar normalmente com todos os personagens sem muitos problemas, sem possuir nada senão sua inteligência e maturidade. Quis dar esse capítulo para ele pois seu passado é grande e eu não poderia resumir a apenas alguns diálogos. Mas, de resto, eu mesmo não consegui escrever o capítulo dele com fluência e o clima pesado prevaleceu a cada página que eu escrevia por saber o que eu ia fazer. Então, podemos dizer que ele não foi lá muito bom até mesmo pra mim. e eu nunca assisti esse anime aí não UHAHUEAUHEUHA mas o nome é bem sugestivo e não, não tem nada a ver com o que me baseei pra criar o incesto do capítulo, fora que nem curto essa parada

    A respeito do capítulo 19, minha intenção foi criar esperança e não medo. E, obviamente, eu não vou deixar barato. Nem fodendo vou deixar barato. Espere o pior pros próximos capítulos.

    O pessoal está ficando realmente preparado para revidar os duros golpes da Irmandade e fazer um contra-ataque eficiente. Mas não posso garantir se vai dar certo ou não, afinal, não mostrei ainda o que eles são capazes de fazer, de fato. E também tem mais uma coisa: Tu interpretou errado aquele momento do Nightcrawler. A intenção foi outra. Tente reler e pensar em possíveis coisas que aconteceram no momento.

    Por fim, obrigado por tudo Botas, espero que goste desse capítulo









    O clímax começou! Leiam e fiquem atentos com o que foi falado antes daqui em diante, pois as revelações irão começar!

    Espero que gostem do capítulo! Eu o dividi em quatro partes por ser longo demais. Nessa semana, teremos dois capítulos. E na outra, mais dois. O ritmo é frenético, é de treta, é de sangue, e vocês devem tentar acompanhar!


    No capítulo anterior:
    O time começa a se preparar para enfrentar a Irmandade do Caminho de Sangue, iniciando o plano com sua primeira parte. Após isso, Nightcrawler age de forma estranha com Zoe, ganhando uma proteção extra para os eventos vindouros.




    Capítulo 20 – O Discurso
    Parte 1




    Borges encontra-se em seu quarto no palácio do governador. O local está com sua única janela fechada, quase que completamente envolto pelo escuro, se não fosse por uma única vela acesa num criado-mudo de mármore ao lado de sua cama, também de mármore, com belos lençóis brancos com bordados dourados sobre o colchão.

    O investigador lê um livro. Seu costume é um tanto incomum fora do trabalho, entretanto, aquela leitura também trata-se de um trabalho. Ele está analisando os últimos casos com potenciais envolvimentos da Irmandade; isso ajudará os soldados yalahari e thaianos a estarem mais bem preparados para enfrentá-los em caso de um ataque direto, algo que Nightcrawler acredita piamente.

    No meio de sua leitura, alguém bate na porta. Ele deixa o livro de lado e levanta-se para atender o indivíduo que o requisita. Ao abrir, nota que o indivíduo em questão é Zoe, usando um casaco branco com bordas de pelo de lobo e calças e botas igualmente brancas. Ela parece um tanto envergonhada em ver Borges não usando sua roupa típica, e no lugar estar usando uma camiseta branca regata e uma calça marrom simples, além dela ser mais alta do que ele.

    — Boa noite, Borges... Desculpa te incomodar. — Disse Zoe. Sua voz é baixa, mas audível.
    — Ora. Eu que devo me desculpar por fazer a mulher mais linda de Yalahar bater na minha porta a essa hora da noite. — Disse Borges, colocando o braço próximo da porta e cruzando uma das pernas, com um olhar provocativo.

    Zoe fica confusa por um segundo, e então começa a ficar mais e mais surpresa, abrindo os olhos e a boca de forma progressiva. Ela então leva a gola até a boca e grita de forma controlada contra o tecido, deixando Borges um pouco assustado. Após algum tempo, ela se recompõe e respira fundo.

    — S-S-Sinto muito... N-Nunca recebi elogios assim. — Tartamudeia a moça, sem jeito.
    — Hã... Sem problemas. — Disse Borges, saindo daquela posição e coçando a cabeça — Bem, o que precisa?
    — Preciso te fazer uma pergunta. Por acaso, você possui filhos?
    — Eu tinha. — Responde Borges, coçando a barba para fazer e de forma indiferente — Por quê?
    — Bem... Você acha ruim deixar minha filha sozinha nesses três dias em casa?
    — Não. Eu tinha esse costume, meus filhos aprenderam a se virar sozinhos. Certamente sua filha deve conseguir também.
    — O problema é que poucas vezes a ensinei o que fazer e o que não fazer em casa. E isso me preocupa...
    — Nesse caso, chame alguém para ficar com ela. E que não seja do sexo masculino, de preferência. Se é que me entende.
    — Não tinha pensado nisso ainda, é uma boa ideia.
    — Pois é. Adolescentes estão sempre viciados na coisa, deixar tipos diferentes juntos geralmente não acarreta em boa coisa.
    — Mas o que isso tem a ver com alguém ficar cuidando dela?

    Borges percebe um pouco tarde demais que Zoe não está entendendo e fica sem graça.

    — Ah... Nada não. Só faça o que eu te falei.
    — Tudo bem. Pedirei para minha sobrinha Gala ficar de olho nela. Ela tem só dezessete anos, mas já é bem inteligente e independente. Mandarei uma carta para ela.
    — Faça isso. A propósito, Gala? Ela gosta de bailes?
    — Bailes? Gala? Que pergunta confusa, Sr. Borges. Tenho certeza que minha sobrinha odeia bailes e prefere alguma missão em uma tumba do que dançar.

    O investigador fica sem graça notando a inocência de Zoe e coça a cabeça.

    — É... Tenho certeza que sim. Era só isso?
    — Por hora, sim. Eu precisava de alguma companhia, afinal de contas, e você, Sr. Borges, é uma boa companhia, graças a sua inteligência e experiência que eu, como uma simples jornalista, não sou capaz de acompanhar. Mas não se importe de fazer essas perguntas.
    — Sim... Tá certo. Obrigado, eu acho.
    — Disponha. Agora irei voltar para o meu quarto, talvez eu retorne. Boa noite!
    — Boa... — Disse Borges, um tanto sem jeito, observando a mulher ir embora pelo corredor. Ele a olha como se ela fosse uma estranha.

    Aquele corredor é pequeno, possuindo um quarto de cada lado, além de pisos de mármore com ornamentos dourados em vários lados e algumas ilustrações abstratas sobre os Yalahari, contando com uma janela fechada no fundo. Um lugar luxuoso que Borges não consegue se acostumar. Entretanto, é tudo parte do plano.

    Agora, Zoe vira o corredor e entra em outro, cujos lados são distintos; na direita, está as paredes de mármore laminado, característica do recinto, e na esquerda, uma mureta também feita do mesmo material, dando para o andar logo abaixo, que seria o amplo salão de festas do governador.

    A jornalista entra em outro corredor e nota Aika saindo de seu quarto. Apesar de ser relativamente tarde, ainda há algumas pessoas acordadas no lugar. Elas trocam olhares, e Zoe consegue notar algo estranho em seus olhos, chamando a atenção. A moça decide parar.

    Allvitende Bla Orn... Uma das magias oculares da minha antiga ordem. — Sibila Zoe, um tanto sombria — Quem ensinou-te?
    — Uma pessoa especial para mim... Que morreu para as garras injustas de Sven no período da caçada rebelde.
    — Refere-se a Jairin?
    — Não. Alguém morreu antes dele.
    — Lorkhon Gronnmareritt...

    Aika assente pesadamente.

    — Duas águias sangrentas* no mesmo dia. Sven estava furioso. E com motivos. — Disse Zoe, melancólica — Eu não imaginei que você era envolvida com alguém como ele. Ele levou o espiritismo claro ao lado sombrio, ganhando o título de Marerittlik, que ninguém da ordem jamais recebeu. E depois, tornou-se um renegado planejando destruir a supremacia bárbara em Svargrond. Imagino que você tenha vivido lá antes de ir para Thais.
    — Foram dois anos, somente. Fugi quando estavam perseguindo Lorkhon e nossos companheiros. Desde aquele dia, não consigo mais controlar essa magia. Então, sou capaz de ver o mundo real e espiritual igualmente, e diferenciá-los.
    — Então você consegue notar...
    — Sua presença. — Responde rapidamente Aika, sinistra. Zoe engole em seco. Instantes de silencio seguem-se até ela decidir falar algo novamente — Desde que você apareceu com eles, eu notei seu poder, Zoe. Todos os albinos que fazem parte da ordem são os mais poderosos, capazes de desenvolver um poder capaz de parar até um Implacável. Maior do que o de um Filho de Banor. Mas você negou esse poder e fugiu para Yalahar para se ocultar dentre os espíritos corrompidos por Variphor. Estou impressionada por conseguir conviver com eles com tamanha facilidade.

    Zoe começa a se irritar, incitando seu poder a se manifestar. Uma sombra estranha e brilhante começa a envolver o corpo dela.

    — Mas acalme-se. Eu não vou combatê-la. Temos objetivos iguais, que é de derrotar os Sangues, seguidores de Tibiasula. Não irei machucá-la, até porque não tenho chances.
    — Que bom que reconhece seu lugar.
    — Mas sua sobrinha, Gala... Ela é albina também, não é? Quando ela crescer, os poderes dela se tornarão perigosos. Espero estarmos vivas até lá para vermos isso acontecer.
    — Espere... O que você sabe sobr-

    Nightcrawler aparece de uma porta à direita. Seu rosto está coberto por bandagens, exceto a boca. Está utilizando um casaco azul escuro, uma camiseta e calças negras e está descalço.

    — Vão se foder. Que papo é esse? Seguidores de Tibiasula? Vocês são barulhentas demais, puta merda.
    — M-Mil perdões, Sr. Nightcrawler. — Disse rapidamente Zoe, com medo visível no rosto, e fazendo uma reverência — Não queria abusar da sua hospitalidade ou da do governador falando alto dessa maneira.
    — Tudo bem, tudo bem... Eu só passei a escutar a conversa quando ouvi Tibiasula. Dizem ser a deusa que criou tudo que pisamos. Belo conto de fadas.
    — Você não acredita nela?
    — Eu sou ateu. E se caso eu morrer e esses supostos deuses aparecerem na minha frente, mando eles se foderem, mesmo que eu seja jogado pro inferno depois. Agora, vão dormir, os próximos dias vão ser cheios o bastante pra vocês nem conseguirem arrumar os cabelos.
    — Certo, senhor. Boa noite.

    Aika manteve-se quieta o tempo todo, e agora se dirige ao quarto de Dartaul, ao lado do dela, enquanto Zoe dirige-se ao seu, ao lado do de Nightcrawler. O detetive não gosta do ato da feiticeira e observa-a abrir a porta com desaprovação.

    — Se eu ouvir um gemido sequer, eu destroço essa porta, pego vocês e jogo lá pra fora.
    — Boa noite.

    A garota fecha a porta grosseiramente, e o homem suspira fundo. Zoe observa-o com a porta aberta, lembrando do que aconteceu no começo daquele dia.

    — Nightcrawler... O que quis dizer?
    — Nada de bom, Zoe. Continue sem entender essas coisas.
    — Não é sobre isso, é sobre mais cedo.
    — Hm?
    O loop acabou ou coisa assim. O que quis dizer com isso?

    Nightcrawler parece olhar para Zoe com um semblante duvidoso.

    — Também queria saber, já que não lembro de ter dito isso.

    A moça arqueia a sobrancelha e despede-se mais uma vez de Nightcrawler, fechando a porta. Ela dirige-se até sua cama, ficando em dúvida sobre os próximos dias, ao mesmo tempo que parece encarar algo próximo de sua porta.

    Ela sente que a morte está observando ela e todos aqueles que conversaram com ela naquela noite.


    ~*~


    Todo o time está reunido numa sala acima dos aposentos, para reuniões. Soldados thaianos disfarçados de yalaharis se encontram presentes no local, além de alguns serviçais. Há uma mesa bem larga no centro, feita de calcário, um tipo claro, brilhante e bem laminado, chegando a refletir as pessoas que estão próximas dele. Todos estão sentados em cadeiras, com copos brancos cheios de água a frente deles. Nightcrawler está na outra ponta.

    — Muito bem, declaro esta reunião de planejamento do Time da Noite iniciada.
    — Que nome tosco... — Comenta Alayen, entre os dentes.
    — Logo chegará a hora em que eu pedirei opiniões. Enquanto isso, cale a boca e preste atenção. — Responde rispidamente Nightcrawler, pigarreando em seguida — Enfim, o plano deve começar em três dias. Vamos repaginá-lo.

    Apesar de tensos, todos prestam bastante atenção no mascarado.

    — Daqui a três dias, será o aniversário de Yalahari. Devemos agir neste dia, uma vez que o governador permitiu nossa ação. Vamos dividir o plano em partes. A primeira já concluímos, que foi a de revelar coisas de importância sobre nós mesmos para o caso de sofrermos um ataque de rastreadores. A segunda foi nos acomodar aqui, e agora, a terceira, está em fase de procedimento.

    Os soldados mostram suas espadas, cobertas com poder de elemento. Todos os que estão ali possuem espadas eletrocutadas.

    — Membros da Irmandade possuem fraqueza contra magia. Dessa forma, todos usarão armas com runas gravadas ou encantadas com elementos, isso permitirá feri-los em combate e até matá-los, se forem capazes. Em seus quartos, já há algumas armas com runas gravadas. Dartaul, você possui aquelas mesmas facas que você utilizou contra Canino. Zoe, você tem estrelas de assassinos, são poderosas e boas para você. Borges, preparei algo especial pra você que deve servir-lhe bem. Aika, Alayen e Trevor, não precisarão de nada.

    Borges abre um sorriso malicioso enquanto Trevor parece um pouco em dúvida. Os soldados embainham suas espadas.

    — Dará alguma espada encantada pra mim, então? — Indaga Trevor, um tanto perplexo.
    — Sim, mas ela está chegando ainda.
    — Nightcrawler, talvez eu não precise dessas estrelas... Eu não tenho habilidade pra isso. — Disse Zoe, preocupada.
    — Mesmo assim, leve em caso de necessidade. Há até um papel lá sobre como usá-las. Enfim, a quarta parte é o discurso, também em procedimento por minha parte. E a quinta é o plano, de fato. Farei um discurso na sala antes da que Yalahari fica, onde haverá muitas pessoas reunidas. Os membros da Irmandade irão se infiltrar lá e nosso plano deve ser executado a partir daí.
    — E tem atividades de membros aqui? — Questiona Dartaul, sério.
    — Ontem a noite, eles deixaram um aviso. Encontraram aquela múmia do bar daquele dworc engraçado crucificada na muralha que leva ao Quarteirão de Fábricas. Ela estava ensanguentada, o que já é um sinal.
    — E como você sabe disso?
    — Eles costumam deixar sinais de que foi um ato deles. Esses sinais são os olhos sem pupilas, com as veias engrossadas e quase estourando de tanto sangue acumulado ali, além de geralmente terem golpes ou feridas enormes perto do peito, na região do coração. A múmia tinha os três.

    A sala fica silenciosa por algum tempo.

    — E você nunca passou esses sinais para ninguém, não é? — Pergunta Dartaul, cada vez mais sério.
    — Exato. Problemas da guarnição são da guarnição, problemas meus são meus. A Irmandade tem sido um infortúnio mais para mim do que para eles, por isso não passei esses sinais. Só para Trevor e mais duas pessoas que me ajudaram.

    Nightcrawler estala os dedos e prepara-se para continuar.

    — Voltando. Quando estiver tudo pronto e identificarmos membros o suficiente, um número de dez deles no mínimo, o plano começará com ataques lançados pelos feiticeiros de forma cuidadosa para não atingir civis. Isso irá revelar os membros, um por um. Devemos usar as informações que passei para vocês para capturar alguns membros, identificados como Soulslayer, Stanni’al, Onni’aw, Redchain, Lalori, Hator, Bryca e Adumo. Um deles nos dirá algo sobre o potencial líder deles, Sarutevo.
    — Vou te dizer de novo, é um plano estranho, Crawler. Acha mesmo que eles dirão algo sobre o líder deles? Eles são quase como uma seita religiosa com bastante poder. — Disse Trevor, com certa aflição.
    — Eles não são onipotentes, Trevor. Nas masmorras desse edifício, há muitas coisas preparadas por Lucius e Palimuth para arrancarmos informações deles. Eles não poderão cometer haraquiri** tampouco nos machucar ou fugir. Serão nossas vadias.
    — Não me agrada torturá-los, mas já que é o único jeito... — Comenta Zoe, preocupada.
    — Relaxe, Zoe. Estamos fazendo a coisa certa, não se preocupe.
    — Ok, Nightcrawler, e se o plano falhar e eles começarem a matar todo mundo sem restrições, o que faremos? — Questiona Dartaul, juntando as mãos.
    — É aí que Zoe entra em cena. Através do salto espiritual, ela irá nos guiar para fora do palácio. Os inquisidores ficarão de fora para nos escoltar até o Quarteirão 04.
    — Não sei se serei capaz de fazer isso direito, mas darei o melhor de mim. — Comenta Zoe, com um sorriso no rosto.
    — Certo, e o que precisamos fazer agora? — Questiona Borges, com a cabeça apoiada sobre a mão direita.
    — Trevor vai levar vocês pra uma sala subterrânea para treinarem, pois certamente teremos combate. Enquanto isso, esperarei os feiticeiros e inquisidores thaianos chegarem. Dispensados.

    Nightcrawler se levanta e dois serviçais abrem as portas para ele. Trevor também se levanta, indo para a direção contrária.

    — Vamos lá. A sala também tem o que precisam.

    Todos se levantam para ir até a sala, seguindo o plano. A maioria deles está determinada a seguir com o plano, exceto Aika. Ela parece um pouco preocupada, decidindo por ficar mais próxima de Dartaul, pegando em sua mão. Eles sorriem um para o outro, enquanto os serviçais abrem as portas para eles seguirem pelo corredor para o andar abaixo, escoltados pelos soldados.


    ~*~


    Uma estátua gigante e escura projeta-se no fundo da Catedral Negra. Seu formato é confuso e parece um pouco abstrato, lembrando o Colosso de Kazordoon. Há uma ponte na sua frente, onde alguns vultos caminham para o outro lado.

    Na sala acima, quatro indivíduos reúnem-se em frente a uma mesa. Uma figura está atrás dela. Apenas as luzes de algumas velas distantes daquele lugar conseguem mostrar que há alguém ali, apesar de não mostrar muito bem sua forma. Os vultos a sua frente são membros, com uniformes vermelhos. Um deles está com uma saia, outro possui braços de pedras lembrando corais, o terceiro possui um símbolo no peito e por fim o último parece possuir um cachecol.

    — Vosso Conhecedor. Pelo bem de Tibiasula, partiremos de imediato, assim que for dada a nós uma ordem. — Disse um deles, com um símbolo na região do olho direito.
    — O que é bom e o que é mal, Soulslayer? — Indaga a figura atrás da mesa. Seus braços são visíveis; Eles são negros e possuem coisas lembrando veias, com uma cor vermelho sangue não tão viva. Apenas um de seus olhos é levemente visível, e ele possui uma íris de cor um pouco cinzenta e brilhante.
    — Tudo que for pelo sangue de Tibiasula é bom, e tudo que não for por ele é mal.
    — Não. — Responde pesadamente a figura — Não existe bom ou mal. É tudo um ponto de vista de cada um. Lembre-se de não afundar-se completamente no líquido. É um caminho sem volta e muitos costumam não voltar a ser o que eram, como Canino, por exemplo. Cuidado com isso, Soulslayer.
    — Sim, Conhecedor. Suplico seu perdão por tal falta de conhecimento.
    — Não se importe com isto. Por hora, quero apenas que vocês liderem a incursão sobre Yalahar e capturem o mascarado. Já sabemos como pegá-los de surpresa.
    — Isso acabará o mais rápido possível para que Ele retorne.
    — Ótimo. Vão.

    Os membros explodem em sangue e desaparecem dali. A figura oculta-se mais nas sombras, afundando-se em sua cadeira.

    — O quão esperto você será, Nightcrawler?







    Próximo: Capítulo 20 – O Discurso II


    Notas:

    * Águia sangrenta é uma punição brutal viking que consiste em abrir as costas da vítima, tirar suas costelas para fora junto de seus pulmões e fazer um formato semelhante a de uma águia.(Expliquei um pouco mal, mas é por aí)
    ** Haraquiri significa suicídio em japonês, tem o mesmo significado que seppuku, mas a primeira palavra é a forma ocidental de se referir ao antigo ritual de suicídio do código de honra japonês. Ele significa “cortar o ventre”, proteger sua honra tirando sua própria vida. Já seppuku é literalmente suicídio.

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    Última edição por CarlosLendario; 25-02-2017 às 19:48.



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    — Bem... Você acha ruim deixar minha filha sozinha nesses três dias em casa?
    — Não. Eu tinha esse costume, meus filhos aprenderam a se virar sozinhos. Certamente sua filha deve conseguir também.
    Aprenderam bem até demais, Borges kkkkk

    Grande Carlos, muito legal o capítulo. Enrolei demais pra ler, e estou arrependido por isso :s

    Gostei muito dos diálogos desse capítulo, achei que ficaram muito bem encaixados da forma que você fez. Especialmente o Nightcrawler contando como seria o plano, li essa parte sem nem piscar direito kkkk. Como de costume, eu consegui sentir que tem muitas pistas jogadas aí no meio do texto, mas eu sou mais lerdo que pc da xuxa pra poder notar essas sutilezas. Triste. Porém, fiquei desconfiado desse culto da irmandade à Tibiasula... Pelo que me lembro, ela é uma divindade perfeita e completamente harmoniosa, o que não lembra em nada a forma de agir dos sangrentos. Vou até dar uma lida no gênesis tibiano novamente, pode ter algum detalhe que você pegou pra isso. Duvido que tenha sido ao acaso

    Também achei bacana as referências à cultura viking e oriental, enriqueceu bastante o texto.

    No próximo capítulo parece que a treta vai voltar, e talvez veremos, além de um confronto direto, uma batalha indireta entre as táticas do Crawler e do Sarutevo (era ele falando ali no final, né? Diz que eu percebi ao menos isso pfv nunca te pedi nada).

    É isso. Ótimo capítulo, estou ansioso pelo próximo. Abraço!
    Son of a submariner!

  3. #83
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    Padrão Capitulo 20 - O Discurso II

    Citação Postado originalmente por Edge Fencer Ver Post
    Aprenderam bem até demais, Borges kkkkk

    Grande Carlos, muito legal o capítulo. Enrolei demais pra ler, e estou arrependido por isso :s

    Gostei muito dos diálogos desse capítulo, achei que ficaram muito bem encaixados da forma que você fez. Especialmente o Nightcrawler contando como seria o plano, li essa parte sem nem piscar direito kkkk. Como de costume, eu consegui sentir que tem muitas pistas jogadas aí no meio do texto, mas eu sou mais lerdo que pc da xuxa pra poder notar essas sutilezas. Triste. Porém, fiquei desconfiado desse culto da irmandade à Tibiasula... Pelo que me lembro, ela é uma divindade perfeita e completamente harmoniosa, o que não lembra em nada a forma de agir dos sangrentos. Vou até dar uma lida no gênesis tibiano novamente, pode ter algum detalhe que você pegou pra isso. Duvido que tenha sido ao acaso

    Também achei bacana as referências à cultura viking e oriental, enriqueceu bastante o texto.

    No próximo capítulo parece que a treta vai voltar, e talvez veremos, além de um confronto direto, uma batalha indireta entre as táticas do Crawler e do Sarutevo (era ele falando ali no final, né? Diz que eu percebi ao menos isso pfv nunca te pedi nada).

    É isso. Ótimo capítulo, estou ansioso pelo próximo. Abraço!
    E aí Edge, obrigado pelo comentário(finalmente algum) e pelos elogios.

    Eu digo que você acertou que tem muitas pistas deixadas no capítulo, mas vejo que você realmente é lento por não sacar quais são tanto que você nem percebeu que eu citei "Filho de Banor", algo de O Mundo Perdido! Isso mesmo, Bloodtrip se passa no mesmo universo que OMP. Eu já vinha dando pistas desde o capítulo 8, o pessoal que é lento e não notou. Mas, pra falar a verdade, isso não ajuda muito a compreender o mistério por trás da Irmandade.

    A relação que a Irmandade tem com Tibiasula não vai ser explicada ainda e duvido muito que você entenda qual é. Vai levar mais uns capítulos. E você percebeu duas coisas: O que Borges quis dizer com a frase que você citou e que foi Sarutevo que falou no final. E sim, os dois lutarão entre si com suas táticas, então os próximos capítulos serão empolgantes.

    Enfim, espero que goste desse capítulo, e não demore tanto pra comentar, poxa. Tava achando que o pessoal perdeu o interesse na história(Ainda acho).










    Bom pessoal, estou sem teclado e estou usando uma tática pelo celular pra postar esse capítulo. Talvez eu fique um tempo afastado, mas por favor, tenham paciência! Logo tudo será resolvido e voltarei com Bloodtrip. No mais, fiquem com o capítulo!





    Capítulo 20 – O Discurso
    Parte 2




    Passaram-se dois dias desde a reunião. É noite novamente, e uma sala próxima da de antes, usada também para reuniões, está sendo usada por várias pessoas. Esta sala possui a mesma mesa, mas com uma arte ilustrando dois yalahari enormes construindo Yalahar. Ela possui um estilo clássico, um tanto renascentista, e dá um belo contraste com a sala, iluminada por muitas velas, contando com paredes brancas com adornos dourados. Há seis guardas na sala.

    Entre as pessoas está quatro inquisidores thaianos, um inquisidor yalahari, dois magos, dois ministros e um yalahari original. O original em questão está na cadeira da ponta, enquanto o restante está nas cadeiras próximas.

    — A Irmandade... Não creio que ela esteja sendo tão temida ao ponto de tão pouca gente conseguir ter coragem de ir contra ela. — Comenta um dos ministros. Os dois ministros estão nas duas cadeiras mais próximas do original e vestem grandes capas amarelas — Felizmente, parece que estamos indo bem em conseguir pará-los, não é?
    — De fato. — Disse o inquisidor yalahari. Ele veste um casaco negro com bordados de ouro, possui cabelos cor avelã bem claro, olhos azuis e aparenta ter trinta anos — Eu, David, estou muito esperançoso que saia algo amanhã. É o dia do plano do ambicioso, porém, inteligente Nightcrawler. Assumo que estou ansioso para ver o resultado daquilo, visando que realmente há membros da Irmandade aqui.
    — Mas é um plano muito ousado, não faço ideia de como o governador aceitou. — Disse um dos magos, que traja uma roupa igual a de um, apesar de não ostentar uma barba branca e longa tampouco cabelos grandes e brancos, e sim um cabelo negro e baixo e nenhum pelo facial — É muito irresponsável, devo dizer. Colocar civis no meio disso será problemático. Não duvido da capacidade de meus magos, mas mesmo assim...
    — Os magos thaianos são os melhores Wroth, não se preocupe. — Disse o outro mago, na outra ponta — Eles foram bem treinados para esse plano que já vem sendo trabalhado há meses por Nightcrawler. Creio que funcionará, mas estou incerto do que virá depois.
    — Concordo. Digo, o que Nightcrawler espera fazer com a informação do líder, que é muito valiosa? Ele não entregará para nós de bandeja, ele não é assim. — Disse Wroth, despertando sentimentos mútuos a respeito do detetive nas pessoas da sala.

    A sala fica em uma discussão crescente por um longo instante, até o yalahari agir, juntando as duas mãos e fazendo um poderoso som acompanhado de um vento poderoso. Ao verem aquilo, todos se calam.

    — Não viemos discutir sobre impressões nossas a respeito do conde mascarado. — Disse o yalahari. Sua voz é forte e parece ressoar pela sala com poder — Viemos discutir sobre o futuro incerto que cerca esse plano, pelo bem de Vossa Majestade, Yalahari, e se iremos ajudá-lo de fato nessa alçada. Agora, vamos começar.


    ~*~


    Dia do plano. Nightcrawler observa o norte da cidade pela janela do corredor. Agora ele está diferente, vestido de um smoking negro, usando botas e luvas negras, calças negras, uma camisa branca com uma bela gravata de cobalto, além de estar munido de um chapéu negro e sua máscara de teatro sorridente. Dentro do smoking está um cinto cheio de facas de arremesso gravadas com runas, que não estão forçadas contra a vestimenta. As armas estão distribuídas de forma a não fazer barulho.

    Alguém o chama do começo do corredor. A hora chegou.


    O começo de tarde na cidade é belo. O céu está limpo e Fafnar ilumina com todo o seu esplendor as terras da antiga raça de semideuses. Yalahar está animada naquele dia, pois é o aniversário do governador, que todos desconhecessem o nome, mas sabem sua importância e poder, consequentemente levando-o a ser venerado quase como um Deus.

    Nightcrawler desce para o andar logo abaixo e vai em direção ao térreo. A estrutura do palácio é construída sobre quatro andares. O térreo possui uma sala no fundo onde o governador geralmente está, e possui um largo espaço com um palco, sem teto, mas cercado de uma amurada bem reforçada; o primeiro andar possui salões para festas belíssimos e bem decorados, por onde Nightcrawler passa para ir ao térreo; o segundo andar fica os aposentos; no terceiro está as salas de reuniões; e no quarto, está os aposentos dos yalahari originais.

    Nightcrawler entra no salão maior, acompanhado por um soldado yalahari. Lá, ele encontra o Time da Noite, devidamente preparado para o plano, além de Palimuth e outros dois soldados. Ele para por um instante, com o soldado logo atrás, e coloca as mãos nas costas.

    — Muito bem, logo serei chamado para o discurso. As pessoas estão se reunindo lá embaixo para ver o governador e desejar feliz aniversário. Geralmente, há sempre uma festa gigante nesse primeiro andar para a maioria dos moradores de Yalahar, mas não será o caso hoje. As pessoas vão ficar assustadas demais para festejar.
    — Eu disse e continuo dizendo... Isso é muito arriscado. — Comenta Trevor, cruzando os braços. Na sua cintura, está sua nova espada: Uma Ceifadora de Dragões.
    — Membros da Irmandade são atraídos por concentrações. Você pode notar que nunca houve um assassinato por parte deles longe de uma cidade.
    — Bem, eu ainda concordo com o Sr. Trevor, mas não tem jeito. Precisamos capturar ao menos um membro e fazer o possível para arrancar informações dele. Precisamos saber onde fica a base deles e quem é Sarutevo. — Disse Palimuth, perplexo, apesar de focado.

    Há uma escada ao leste do salão para o andar abaixo. Alguém surge de lá: Um rapaz usando uma camisa branca e um colete verde-escuro, com uma boina.

    — Yalahari logo chegará, é o que dizem.
    — Certo. Obrigado, Gizo.

    Gizo assente e retorna. Nightcrawler volta o olhar para todos.

    — Dividam-se conforme o plano. Borges e Zoe, vocês vão para a multidão. Alayen e Aika irão com os magos para a amurada logo acima da sala. Dartaul e Trevor, vocês devem ir para a amurada sul com os soldados locais. Palimuth irá comigo para o palco. Quando a confusão começar, Borges e Zoe devem ir para os cantos da sala e correr para o norte, os soldados reforçarão a saída e a amurada sul da entrada, os magos matarão todos os membros que virem. Entendido?

    Todos concordam com a cabeça.

    — Excelente. Vamos lá.

    Nightcrawler dirige-se a escada com todos da sala logo atrás. Ao chegar no andar térreo, eles se dividem conforme planejado. Nightcrawler fica próximo do palco, com Palimuth e Lucius.

    — Veja só, tá enchendo mais rápido do que imaginamos. — Disse Lucius, com uma voz grossa. Ele está vestido de um casaco negro com bordados vermelho-escuros, um chapéu com as mesmas cores e bordados, além de botas e luvas de mesma cor.
    — E tem muita gente usando capuz, Crawler... Deveria ter sido mais especifico.

    O detetive começa a reparar em várias pessoas encapuzadas ou usando capas. Elas possuem cores diversas e parecem comuns, não tentando esconder o rosto.

    — Isso é mal... — Sussurra Nightcrawler, perplexo.
    — Hm? O que foi? — Questiona Palimuth, crendo que ouviu algo.
    — Hã? Nada. Estou só pensando sobre quantas pessoas relativamente pobres estão aqui.
    — Yalahar é dominada pela classe mais rica e bem abastada de todo o Tibia. Esses poucos devem ser servos ou coisa assim. De qualquer forma, todos estão convidados para a festa. O salão já começou a ser organizado logo quando saímos de lá.
    — Interessante. Bem, tanto faz, vamos continuar esperando.

    Ao menos uma hora se passara desde que Nightcrawler e o restante do time se posicionou. Já há pessoas mais do que o suficiente, e elas já pediam o discurso do famoso conde mascarado. Finalmente, um conde surge, vestindo um belo blazer vermelho com um chapéu negro cobrindo seus cabelos loiros, subindo o palco com o objetivo de começar a cerimônia.

    Vivat Yalahari! Uma boa tarde a todos os habitantes de Yalahar, neste belíssimo e gracioso dia! Sou o Conde Fastras Agnivalli e introduzo vocês ao aniversário de Yalahari, o governante e espírito guardião desta cidade!

    Uma grande comoção veio em seguida, com muitas palmas.

    — Boa sorte, Nightcrawler. — Disse Lucius, um pouco preocupado.
    — Ah, relaxa, Lucius. Você não é de se preocupar com essas coisas, ora. Vou falar umas merdas lá em cima até a hora de começar a ação, então fica tranquilo, certo?
    — Sim. Mas não se esqueça do seu verdadeiro inimigo.

    Nightcrawler ia contestar quando percebe que os guardas já o chamavam. Ele se despede do amigo e dirige-se até próximo do palco, seguido por um organizador, que veste uma camisa verde-mar e uma calça e botas brancas.

    — Para começar o dia, vamos ouvir um pouco de um grande contribuidor para o esplendor de Yalahar, conhecido como O Conde Mascarado de Yalahar, Nightcrawler! — Pronuncia o conde, apontando para o detetive, que sobe os degraus para o palco sobre uma salva de palmas e muitos gritos de afeição.

    O conde se afasta para dar espaço para o mascarado, enquanto Palimuth e alguns guardas ficam logo atrás. Aika e Alayen estão a metros de distância dele, na amurada, com um número de trinta magos distribuídos. Do outro lado, está Dartaul, usando um casaco vermelho escuro e calças negras, e Trevor, junto de vinte arqueiros e alguns soldados rasos yalahari.

    Nightcrawler nota seu discurso sobre a mesa do palco. Ele respira fundo e começa.

    Vivat Yalahari. Bem vindos a este belo dia de Yalahar. Para alguns, pode ser apenas mais um dia, para outros, é o melhor dia do ano. Isso dá pano pra manga para muitas discussões a respeito do nível social de nossa cidade, bem como as opiniões de nossos cidadãos, mas este não é o foco hoje. Não é a parte importante, com o perdão da frase, desse dia. Hoje é o dia de Yalahari, o dia mais importante dessa cidade, queira vocês ou não. Mas não se enganem com minha leve agressividade, eu estou apenas... Animado.

    Todos mantém seus sorrisos. O discurso de Nightcrawler ainda anima a todos.

    — Vocês já repararam no quanto essa cidade é antiga? No quanto de conhecimento que ela guarda? Se parássemos pra ler todos os livros que existem aqui, ficaríamos loucos. Vocês também já repararam no quanto essa cidade é linda? No quanto que o mundo cobiça ela? Se os reis do mundo ganhassem um dia para ser o rei do mundo, escolheriam Yalahar como sua sagrada morada. Vocês já repararam no quanto essa cidade é poderosa? No quanto de invasões que nunca aconteceram? Se Yalahar decidisse pegar Edron para si, eles dariam para nós de bom grado, pois sabem que nas mãos de Yalahari, essa ilha triunfaria mais do que nunca.

    As pessoas parecem mais animadas, mas os sentimentos começam a se divergir. Alguns perdem o sorriso e outros parecem abaixar mais a cabeça. Há outros abaixando os capuzes. Nightcrawler passa a reparar isso e começa a ficar mais afiado.

    — Isso graças ao trabalho de séculos de Yalahari, bem como seus originais, antes da chegada de Variphor. Mas muitos locais foram salvos, mesmo aqueles atacados por criaturas como os lagartos de Zao, que, por muita coincidência, deixaram uma benção no Quarteirão 04 acreditando que tinham colonizado aquele lugar, quando ele já era habitado, apenas não por muita gente. Estão vendo? Mesmo que nossos inimigos tentem nos atingir, nós nos aproveitamos de sua indecência em nos atacar, salvando e protegendo nosso lar. Essa é nossa influência, não há como negar.

    Alguns olhares carregados de ódio começam a surgir no meio da população. Nightcrawler começa a perceber que seu plano era esperado e que não correu como o planejado. Vendo que desviar um pouco o que ia falar buscando ser mais direto acabou dando frutos, e poderia agir melhor agora, no final de seu discurso.

    — No nosso mundo, não existe beleza como a de Yalahar. Não existe conhecimento como o das nossas bibliotecas douradas. Não existe poder como o dos yalahari. E não existe povo como o nosso. E é por isso que estou aqui, servindo a esta cidade, mesmo após ter me afastado por anos e anos. Pois eu sei que não existe governador como Yalahari e não há raça como seus semelhantes originais. E é neste lugar que eu quero viver. E vocês?

    Mais comoção é trazida pelas palavras de Nightcrawler, equilibrando positividade e negatividade. É o momento perfeito. Ele ajeita sua máscara, avisando que a hora está próxima.

    — Aproveitem este dia, pois o único governante que é capaz de lhes oferecer algo parecido é nosso governador, Yalahari. Apreciem a comida, deliciem-se da bebida, divirtam-se essa noite, ela é para vocês e apenas para vocês. Pois, depois do meu discurso... — Disse, por fim, Nightcrawler, sorrindo e fechando os olhos aos poucos para a próxima frase — Profanatorum obstrepit et fidem in sanguine suo.*

    Os olhos de Nightcrawler ficam negros, e um losango alaranjado se forma no centro. Trinta e duas pessoas são marcadas com auras alaranjadas ao redor de seu corpo, enquanto o detetive levanta a mão direita.

    Os magos pegam runas de morte súbita e preparam magias de elementos enquanto os arqueiros munem seus arcos de flechas. É iniciada a chacina.






    Próximo: Capítulo 20 – O Discurso III





    Notas:

    *A frase em latim significa “Os profanadores irão se afogar em seu próprio sangue e crença”. Obs: Vivat é a melhor palavra em latim para “Vida longa”.



    ◉ ~~ ◉ ~ Extensão ~ ◉ ~ Life Thread ~ ◉ ~ YouTube ~ ◉ ~ Bloodtrip ~ ◉ ~ Bloodoath ~ ◉ ~~ ◉

  4. #84
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    Ótimos últimos capítulos, Carlão.

    Pelo visto a p*rrada vai começar, e devo me arriscar, os momentos finais da história. Não creio que terminará em Yalahar, e sim talvez na famigerada Dark Cathedral, agora que o líder por trás de tudo "foi revelado". Os paus mandados( Soulslayer, Redchains) em Yalahar em tbm... Desfecho vai ficar tenso.

    Btw, esse trecho:

    Os olhos de Nightcrawler ficam negros, e um losango alaranjado se forma no centro. Trinta e duas pessoas são marcadas com auras alaranjadas ao redor de seu corpo, enquanto o detetive levanta a mão direita.
    Pergunto-me como conseguiram um "scanner" pra marcar os vermelhos, mas acredito que tudo será devidamente explicado, além do Nightcrawler dark mode; btw, só tome cuidado com a frase, já que o certo seria "... ao redor de seus corpos...", já que você estava se referindo às pessoas. Há alguns errinhos nos outros dois capítulos, mas coisas pequenas, que não atrapalham muito a leitura. Acredito que com uma releitura você conseguirá identificar e corrigir estes erros.

    E btw, deu pra pegar mais o menos o motivo da Irmandade do Sangue existir nesse discurso do Nightcrawler e o diálogo dos membros na Catedral, heim?


    Não espere algo bem elaborado e feito. De resto...

  5. #85
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    Carlos, outro capítulo muito bom. Você caprichou nos diálogos novamente, especialmente nesse discurso do Crawler, que foi o ponto alto do capítulo. Também fiquei curioso pra saber como eles conseguiram marcar os membros da irmandade, talvez tenha a ver com a magia da Zoe, não sei...

    Aconteceram alguns errinhos de concordância no capítulo, mas nada demais. Mais uma revisada e acho que você consegue corrigir. No mais, a escrita ficou muito boa.

    Quanto ao fato da história se passar no mundo de OMP, eu realmente não havia notado. Confesso que não li o bastante da história pra poder notar as referências, perdão. Acabei deixando muita leitura acumulada, mas eu vou terminar de ler O Mundo Perdido sim. Talvez demore um pouco, mas lerei.

    Enfim, o próximo capítulo promete ser bem sangrento e dinâmico. Estarei esperando por ele com altas expectativas

    Abraço!




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  6. #86
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    Citação Postado originalmente por Edge Fencer Ver Post
    Carlos, outro capítulo muito bom. Você caprichou nos diálogos novamente, especialmente nesse discurso do Crawler, que foi o ponto alto do capítulo. Também fiquei curioso pra saber como eles conseguiram marcar os membros da irmandade, talvez tenha a ver com a magia da Zoe, não sei...

    Aconteceram alguns errinhos de concordância no capítulo, mas nada demais. Mais uma revisada e acho que você consegue corrigir. No mais, a escrita ficou muito boa.

    Quanto ao fato da história se passar no mundo de OMP, eu realmente não havia notado. Confesso que não li o bastante da história pra poder notar as referências, perdão. Acabei deixando muita leitura acumulada, mas eu vou terminar de ler O Mundo Perdido sim. Talvez demore um pouco, mas lerei.

    Enfim, o próximo capítulo promete ser bem sangrento e dinâmico. Estarei esperando por ele com altas expectativas

    Abraço!
    E aí Edge, obrigado pelo comentário e pelos elogios. Salvou a história de ficar sem comentários por um bom tempo também.

    Eu estive dando foco nos diálogos, acredito que eles irão só melhorar daqui pra frente. Antes a história tava meio parada, agora ela terá um ritmo mais dinâmico e denso, então a tendência é melhorar.

    Somente atenciosos entenderão como os membros foram marcados. E nem precisa prestar muita atenção, tá praticamente na cara, vocês que são lerdos

    Espero que esteja gostando de OMP, apesar de ainda não ter avançado tanto. Até entendo isso, visto que os capítulos antigos não foram arrumados ainda(Nem sei quando farei isso), mas ao menos espero que esteja interessante. Creio que essa será a única referência nesse livro ao outro, então, pode continuar lendo Bloodtrip sem problemas. E, como sempre, espero que o capítulo esteja do agrado.

    Citação Postado originalmente por Senhor das Botas Ver Post
    Ótimos últimos capítulos, Carlão.

    Pelo visto a p*rrada vai começar, e devo me arriscar, os momentos finais da história. Não creio que terminará em Yalahar, e sim talvez na famigerada Dark Cathedral, agora que o líder por trás de tudo "foi revelado". Os paus mandados( Soulslayer, Redchains) em Yalahar em tbm... Desfecho vai ficar tenso.

    Btw, esse trecho:



    Pergunto-me como conseguiram um "scanner" pra marcar os vermelhos, mas acredito que tudo será devidamente explicado, além do Nightcrawler dark mode; btw, só tome cuidado com a frase, já que o certo seria "... ao redor de seus corpos...", já que você estava se referindo às pessoas. Há alguns errinhos nos outros dois capítulos, mas coisas pequenas, que não atrapalham muito a leitura. Acredito que com uma releitura você conseguirá identificar e corrigir estes erros.

    E btw, deu pra pegar mais o menos o motivo da Irmandade do Sangue existir nesse discurso do Nightcrawler e o diálogo dos membros na Catedral, heim?
    Grande Botas, agradeço pela sua presença e pelo seu comentário.


    Eu devo dizer que estamos chegando nos momentos finais da história. Daqui pra frente, realmente vai rolar porrada a perder de vista, então esteja preparado. porque caralhos vc "censurou" porrada seu lolzeiro corretinho

    É possível que tudo termine na catedral, mas não posso falar muito do final. Há muita coisa pra ser mostrada até chegar lá. Enquanto isso, melhor ficar atento nos detalhes sutis que deixo nos capítulos, as vezes dá pra descobrir algo relevante sobre o futuro da história(Tipo quando você leu o diálogo dos membros na Catedral). Continue acompanhando e atento a leitura para sacar o que eu deixo pra trás.









    E aí pessoal, tô de volta. E trago um belo capítulo para vocês. Preparem-se pra ação!




    No capítulo anterior:
    Enquanto os superiores discutem a respeito do plano de Nightcrawler, ele inicia-o sem desvios. Ele discursa para a população no pátio do palácio, com o fim de marcar e atrair os membros da Irmandade que querem sua cabeça. No final, os membros são marcados e a batalha começa.






    Capítulo 20 – O Discurso
    Parte 3





    Um instante antes da tempestade começar. Os olhos de Nightcrawler encontram alguém na multidão, sendo este Soulslayer. Ele não está de máscara, apenas um capuz, mostrando um rosto pálido e um olhar fundo e perturbado, além de um sorriso insano. É como se ele estivesse pronto para matar a qualquer momento.

    Ao vê-lo, ele sorri, como se fossem velhos irmãos que não se entendem, mas sabem que devem lutar pelo bem de suas causas.

    — Nuito. — Sibila Soulslayer, com uma voz pesada e assassina — Estamos novamente aqui...
    — Estamos. Mas dessa vez, eu tenho certeza que sairei disso.
    — Você sempre diz isso...
    — Mas dessa vez, é realidade. Assista-me, Senzo.

    O homem sorri mais uma vez e some na multidão. O mascarado dá passos para trás, sumindo aos poucos do palco, enquanto o tempo volta a andar.

    Dezenas de flechas e projéteis mágicos são lançados na direção dos alvos. Alguns deles agem rapidamente, criando uma grande proteção redonda de sangue. As pessoas dentro ficam desesperadas, tentando fugir, enquanto ao menos cinco membros se protegem ali dentro. Alguém anda para o lado de quem projeta o escudo e aponta algo para sua cabeça. Ele percebe que é tarde demais para revidar o ataque daquele homem de boina. Visto isso, Borges, com uma pistola antiga, dispara contra sua cabeça, matando-o e fazendo o escudo derreter e as pessoas correrem para a saída.

    Um pânico imenso começa, com pessoas fugindo e tentando salvar suas vidas. Borges anda com perfeição entre a multidão, com um olhar vazio e sanguinário, indo na direção de outro membro que se protege das magias. Ele também nota tarde demais a arma apontada para a sua cabeça, e recebe um disparo fatal.

    Enquanto Borges concentra-se nos alvos no meio da multidão do lado esquerdo, Zoe tenta guiar as pessoas pelo lado direito, usando de sua magia para tentar acalmar as pessoas. Ela possui um brilho branco envolvendo seu corpo, e espalha-o em pequenas quantidades pelas pessoas, fazendo-as ficar menos desesperadas. Ao notar um membro com uma aura alaranjada, ela pega uma estrela assassina de seu bolso e lança contra ele, acertando seu ombro direito.

    Festucam! — Grita Zoe, juntando as mãos. A região ao redor da estrela transforma-se em vidro vermelho e laranja e quebra inteiramente, fazendo o braço do alvo cair.

    O membro ainda tenta atacá-la, mas ele é levado pela multidão, enquanto Zoe luta contra ela como uma correnteza. Há outros marcados ali, porém, não há total certeza se são realmente membros da Irmandade ou civis.

    Nightcrawler surge no palco novamente, embaixo da chuva de energia, fogo e runas de morte. Ele agora está com seu sobretudo e chapéu, ainda com um colete cinza e uma camisa branca. Ele trocou suas calças, que são mais largas e leves agora, apesar de possuir a mesma cor. O homem também mudou seus sapatos e agora veste botas de velocidade, que possuem representações de asas na região do tornozelo e o restante lembra um sapato thaiano comum. Seus olhos estão normais.

    Enquanto ele observa a confusão, Palimuth e Lucius chegam logo atrás com três soldados.

    — Os inquisidores estão posicionados?
    — Creio que sim. Não os vi ainda na confusão. — Disse Lucius, preparando sua besta — Mas tenho absoluta certeza de que eles capturarão os que escaparem.
    — Excelente. Peguem alguns soldados e defendam o palco e o conde. Temos que ser rápidos.

    O trio se separa e Nightcrawler avança até o norte da área, onde a concentração é menor. Ele toma algumas facas de seu cinto e prepara-se para dar suporte aos outros, enquanto os assiste lutar.

    Dartaul utiliza facas de arremesso enquanto Trevor comanda os soldados. Do outro lado, Aika e Alayen acompanham um mago com seus já oitenta anos comandando o restante. Os membros logo abaixo se defendiam com escudos feitos de sangue e tentavam usar pessoas, mas sem êxito, pois aquelas magias pareciam ser atraídas para o corpo deles e faziam curvas para acertá-los. Ao menos cinco dos alvos já se encontram no chão, enquanto a confusão segue crescente.

    Do lado de fora, uma parede de escudos de soldados thaianos segura a população com força. Quem comanda ela é o mago Wroth, enquanto um druida, vestido da mesma forma que alguém da sua vocação, renova as forças dos soldados. Fora do edifício, está alguns inquisidores, armados com bestas com arpões cheios de inscrições em latim. Yalahar ainda possui uma população grande, que se reúne aos poucos nas proximidades do palácio para saber o que está acontecendo.

    Ainda dentro do salão, os membros permanecem na defensiva. A população é orientada pelos soldados a se controlar, pois apenas os alvos marcados em laranja seriam atingidos, e não eles. O comando dos tiros segue uma ordem: Primeiro, os magos disparam; na menor brecha, os arqueiros atiram em seguida. Alvos que escaparem são incapacitados por Borges e Zoe, sendo atingidos logo em seguida. As magias não os matam, mas dão dano suficiente para fraquejá-los e não lhes dar capacidade de atacar ninguém.

    Nightcrawler sobe pela amurada dos magos e observa os vários magos, homens e mulheres, disparando com dedicação sobre os membros. Eles não estão uniformizados ainda e nem atacam, o que é estranho. Ao chegar perto de Alayen, ele nota a aproximação e desembainha sua espada, apontando contra seu pescoço.

    — Suzio Bahrl Resgakr. Veio de Darashia e era um feiticeiro mestre no passado.
    — Está certo, detetive mestre. — Disse Nightcrawler, zombeteiro. Alayen abaixa a arma, mais calmo.
    — Que merda, não faz uma coisa dessas. Não vê a situação em que estamos?
    — Não. Eu tenho um olho cego, me respeita.

    Alayen bufa, com certa irritação.

    — Os membros estão na defensiva. Eu não sei o que está acontecendo, nem consegui identificar ninguém dos oito melhores. Nem mesmo sei como é o tal Redchain mencionado na Baía da Liberdade.
    — Tá chovendo magia sobre eles, cara! Eles não vão poder fazer mais nada nessa situação!
    — Claro que vão. Você não tem tanta experiência com eles como eu tenho.

    Aika nota o detetive e se aproxima também, parando de atacar.

    — Estou ficando um pouco cansada, senhor... Tem certeza do que estamos fazendo?

    O detetive nota a mudança de personalidade de Aika. Ela parece ter voltado a ser quem ela sempre foi.

    — Eles tem algum plano... O difícil é saber qual é. Continuem atirando, irei para o outro lado.

    A dupla assente e volta a disparar projéteis de energia e fogo. Nightcrawler segue caminho até a outra amurada, andando rápido. Ele só para quando nota algo peculiar acontecendo no meio da população.

    Finalmente, alguém uniformizado surge no meio da multidão. Este salta para cima, mostrando quem é: Soulslayer, com seu símbolo no olho direito e no peito brilhando como nunca antes. Ele se retira da sua máscara e projeta quatro discos ao seu redor, constituído por dois círculos, em cor roxa, com símbolos semelhantes ao redor do seu primeiro circulo e um hexagrama rodando em alta velocidade no centro.

    Anima Apparatus Est Nomen! — Pronuncia o homem, fazendo centenas de agulhas de cor escarlate saírem de dentro dos portais, atingindo múltiplas pessoas logo abaixo. Há várias baixas.

    Nightcrawler olha para aquilo com horror.

    — Merda... Isso não estava nos planos...

    Quatro membros uniformizados surgem pelo lado de cima, indo em direção das amuradas. Os membros abaixo, na multidão, se uniformizam, deixando o sangue lhes cobrir e dar forma. Quando nota, Nightcrawler está cercado por dois membros: Um com a cobertura de manequim vermelha e uniforme negro, com um corpo malhado, e outro com um cachecol roxo no pescoço, com sua estrutura de manequim protegida com um tecido semelhante a lã.

    — Ora... Boa tarde. Vieram conversar um pouco com o conde mascarado? Eu estou disponível.

    O de roupa escura tenta acertar um gancho de direita, mas seu alvo se abaixa. Ele se apoia sobre uma mão e usa as pernas para derrubar o outro, que projetava uma armadilha de tecido. Rapidamente o rapaz se levanta e escapa de outro golpe, colocando uma faca na barriga do membro.

    Recedite. — Murmura Nightcrawler, sem juntar as mãos, fazendo o maior ser lançado para longe, como se estivesse sendo atraído por algo.

    O membro chega até a outra parede, onde é surpreendido por uma faca entrando em seu corpo, vinda pela parede. Agora, o mascarado junta as mãos, com um sorriso.

    Tumultuantem! — Grita Nightcrawler, criando uma explosão forte e deixando Adumo no chão.

    Ao virar-se, uma mão tenta acertá-lo, mas sem sucesso. Ele começa a recuar enquanto o outro membro restante começa a lançar fios atrás de fios para tentar prender e ferir o detetive. Ele recua alguns metros até imaginar ter conseguido o que queria, retira três facas do cinto e as joga na direção do inimigo para juntar as mãos em seguida.

    Tumultuantem! — Pronuncia o homem, criando uma explosão para afastar o inimigo e incendiar as dezenas de linhas quase invisíveis que ele criara para prender o inimigo.

    Nightcrawler se joga da amurada e cai no meio da multidão. Soulslayer volta para o chão para tentar pegá-lo, porém ele recua ao ver uma faca na mão de seu alvo. Entretanto, esta é jogada na direção dos magos, atingindo a parede próxima de Alayen. Ele a pega, vê um papel amarrado nela, toma-o e lê o conteúdo.

    — Ei, magos! Deem cobertura para o conde mascarado! — Berra Alayen, após entender o pedido de ajuda do detetive, fazendo alguns magos atacarem Soulslayer e outros quatro membros que tentam chegar até ele.

    A cobertura dada pelos magos não consegue segurar os cinco perseguidores, que seguem o detetive até o palco, utilizando escudos de sangue ou simplesmente desviando. Quando o mascarado chega ao lugar onde está Lucius e outros soldados, ele pega algo dentro de seu sobretudo e joga pra trás, na direção dos membros, com um sorriso.

    Este algo é um pequeno livro de capa vermelha e bordas azuis.

    Astrologicis Carcerem! — Pronuncia Nightcrawler, juntando as mãos e deixando apenas os dois dedos iniciais juntos.

    Os membros são cercados por paredes feitas de energia, um teto e por muita fumaça misturada com eletricidade. Em alguns segundos, elas vão para baixo, levando três membros juntos. Quem ficou pra trás foi Soulslayer e um membro com uma roupa inteiramente líquida, feita de sangue.

    — Onni’aw! — Grita desnorteadamente Soulslayer. O membro fecha sua mão e faz uma onda de espinhos feitos de sangue ir em direção dos seus alvos.

    Nightcrawler e os outros pulam para o palco e os dois membros recuam.

    — Já é seguro dizer que seu plano deu certo, Crawler? — Questiona Lucius.
    — Obviamente. Mande o sinal pros inquisidores, iremos sair daqui. Garanta um resgate rápido aos feridos!
    — Então mande o sinal pra sua klartånd*.

    Nightcrawler e Lucius se separam. O detetive coloca sua mão dentro do sobretudo para pegar algo, mas sente algo quente em sua mão esquerda, que em seguida tenta puxá-lo. Ao olhar para o lado, nota uma corrente embebida em sangue prendendo-o. Ao olhar para trás, nota alguém que bate bem com as descrições de Redchain, em um buraco aberto no andar acima da amurada para atacar quem estivesse lá embaixo. O detetive não vê escolha senão reagir ao ataque.

    Exori Gran Flam! — Grita Nightcrawler, lançando seu poder com a mão direita.

    O golpe acerta a cabeça do alvo em cheio, que parece não ter notado a aproximação da magia. Ele tem sua cabeça lançada para trás, fazendo-o soltar a corrente e colocar a mão no rosto. Nesse meio tempo, Nightcrawler pega uma bolinha roxa e joga em direção do ar, que explode, criando um som agudo bem poderoso. Zoe olha para trás e entende o que fazer.

    O detetive tem algum tempo para olhar para trás e ver algo que não iria conseguir esquecer tão fácil. A máscara quebrara, exibindo um rosto que já tinha visto antes. Nesse meio tempo, várias coisas acontecem ao redor de Nightcrawler.

    A amurada onde Trevor e Dartaul estão se transforma em corais ensanguentados e quebra com o peso em cima dela, não só levando soldados e a dupla como também dois membros que estavam ali; Alayen consegue pular da sua amurada enquanto duas espadas feitas de sangue acertam o rosto de dois magos que estavam ao seu lado. Aika se abaixa para não receber algum golpe; Borges é cercado por dois membros e um deles tenta golpeá-lo com uma adaga brilhante, e ele defende com a pistola que está usando; e Zoe começa a criar o caminho para saírem dali, ao mesmo tempo que é dado o sinal para que os soldados permitam que a população fuja. Tudo isso acontece em menos de cinco segundos.

    E nos segundos seguintes, Nightcrawler abandona o local, atraído pela força de Zoe e coberto por um brilho branco, enquanto vê o rosto de Aika atrás da máscara destroçada de Redchain.


    ~*~


    O mascarado abre os olhos e nota alguns membros do time com ele. Mas também nota, ao lado deles, que não está no esconderijo, e sim no lado de fora do palácio.

    Zoe, ao notar isso, parece ficar desesperada. Todos olham para os arredores, sem entender o que aconteceu.

    — Zoe! Por que não estamos no arsenal?
    — D-D-Desculpe, Nightcrawler! P-Por favor, me desculpe! E-Eu não sei o que aconteceu, acho que há algo me impedindo de abrir o caminho até o distrito!
    — O que quer dizer? Que há uma interferência espiritual lá?
    — A-Acho que sim...

    Nightcrawler fecha a cara e começa a pensar. Ao mesmo tempo, outras coisas começam a perturbar sua mente.

    — Onde estão os inquisidores, Crawler? — Disse Trevor, com preocupação visível no rosto. Seu corpo está todo coberto por poeira e um pouco de sangue, que não é dele.
    — E Aika não está aqui! — Grita Dartaul, irritado. Ele está do mesmo jeito que Trevor.

    Porra, é coisa demais pra minha mente processar! Quem diabos criaria uma interferência entre o palácio e o arsenal? Nightcrawler começa a sentir a pressão olhando para os lados. Pensa em uma solução para o caso. Pra onde diabos jogaram os inquisidores? Aqueles membros que invadiram juntos o pátio os mataram? Os corpos não deveriam estar aqui? O que está acontecendo, caralho?!

    De dentro do edifício, ele nota uma forte comoção. Parece que as pessoas começaram a correr pra fora.

    — Porra... Corram!

    Nightcrawler começa a correr sem parar para a direção leste da cidade. Demora um pouco para eles notarem o que está acontecendo e o seguirem, tentando acompanhar seu ritmo.
    A corrida se estende por becos e caminhos estreitos, em direção do Quarteirão 04, completamente frenética e cheia de adrenalina. Nenhum deles se atreve a olhar para trás. É possível ouvir ao longe gritos e passos apressados, mas nenhuma ação que representasse os inquisidores agindo. As esquinas vazias fazem o detetive se sentir traído.

    Ao finalmente alcançarem as escadas, alguns minutos depois, Zoe os teletransporta de repente para o outro lado dos portões, confundindo-os.

    — Desculpa... É que Borges está cansado.

    O grupo nota Borges arfando bastante e com as mãos sobre as coxas. Zoe massageia suas costas com uma das mãos, tentando ajudá-lo.

    — Gordo é foda... — Comenta Alayen.
    — Cala a boca, fedelho desgraçado! Eu tenho 51 anos, me respeite!
    — De qualquer forma, vamos logo. Não vejo nada bom vindo daqui... — Disse Trevor, olhando por de trás dos portões.

    Ele vê membros pulando de telhados em telhados para chegar até o quarteirão. Estão perseguindo o grupo. O detetive olha também e se assusta.

    — Caralho, vamos logo! Zoe, já que conseguiu fazer a gente vir pra cá, consegue nos mandar para o arsenal?
    — Acho que sim! Atenção, todos!

    Zoe joga as duas mãos para o lado e fecha os olhos. Um brilho cerca a todos, e em segundos eles somem dali. Quando notam, estão dentro do edifício, no mesmo andar das plataformas. Todos desabam no chão, resignados e cansados.

    — Porra... Essa foi por pouco. — Disse Borges, com dificuldade.

    Nightcrawler olha para os lados e tira seu chapéu. Ele o aperta de medo ao notar que Aika está ali com eles, confusa.

    — Espera... Como vim parar aqui? — Questiona ela, confusa e avoada.
    — Aika! Está tudo bem com você? — Pergunta Dartaul, aliviado.
    — Sim! Eu estava na amurada e vi vocês sumindo... Minha mente ficou branca por alguns momentos, mas pareciam anos...

    O detetive observa a feiticeira. Ele olha para ela como se ela fosse uma estranha. Ou, na pior das hipóteses, um monstro. Sua visão nunca mentia, ainda mais naquele momento. Ele tinha certeza de ter visto o rosto dela bem acima da amurada onde ela deveria estar. O homem decide, então, se levantar, enquanto se aproxima da garota antes que Dartaul possa fazer o mesmo.

    — Levante-se. — Ordena Nightcrawler, com uma voz sombria, em frente dela. Aika direciona-o um olhar assustado e engole em seco.
    — Nightcrawler? O que foi?
    — Todo mundo, cala a boca. E você, Aika Danguian, levante-se.

    A garota não vê opção senão se levantar. Logo a frente, ela olha com terror para a máscara do detetive, bem como para o olhar vazio por trás dela.

    — Nightcrawler... — Suplica Trevor, temendo pelo pior.
    — EU MANDEI CALAR A PORRA DA BOCA! — Urra o detetive em resposta, fazendo o homem se encolher e se calar. Ele também engole em seco.

    Instantes de silencio e tensão seguem-se. Ninguém sabe o que virá em seguida.

    — Aika. Diga em alto e bom som: Irmandade do Caminho de Sangue.
    — Por q-
    — DIGA!


    Ninguém entende o porquê daquilo, tampouco Aika, que olha para ele com terror. Dartaul se levanta, com um medo bem parecido com o dela. Ela não vê escolha senão responde-lo.

    — Irmandade do Caminho de Sangue.

    Nightcrawler espera três segundos. Três segundos onde o mundo parece ter perdido o ar, o chão, o céu, tudo. Ao menos, é assim que Dartaul viu tudo que aconteceu em seguida. Seu coração sufocado não pôde parar aquela agulha de jade de penetrar na artéria carótida de Aika, esta vinda do pulso do detetive que ele odeia. E que, depois desse dia, passará a odiar mais.

    Manducare! — Pronuncia o detetive, empurrando a cabeça de Aika para sua punição.

    A cabeça dela explode com uma rajada de ar vinda da agulha. Tudo que estava lá dentro, e o que sobrou, voou em linha reta para trás do corpo da garota, que morreu sem entender o porquê de precisar morrer.

    Que mundo injusto, pensa o interior de Dartaul, inconscientemente.








    Próximo: Capítulo 20 – O Discurso IV






    Notas:

    *Klartand significa espírita branca em norueguês.
    Última edição por CarlosLendario; 19-03-2017 às 13:07.



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  7. #87
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    — Gordo é foda... — Comenta Alayen.


    Excelente capítulo, Carlos. Como esperado, a ação e as lutas sanguinárias voltaram com tudo, e o resultado ficou bem legal.

    De início, parecia que o plano do Nightcrawler estava dando certo (até demais), mas depois o caldo começou a azedar pra ele. Tanto é que ele ficou putaço a ponto de fazer aquilo com a Aika na frente de todo mundo. Pesado.

    Bom, ele nunca deixou de desconfiar da Aika, e vendo o rosto dela no corpo do Redchain dá pra entender o motivo dele matá-la pra não deixar margem pra dúvidas. Mas, sei lá, achei uma ação meio precipitada. Enfim, o Dartaul com ctz vai tomar um ódio mortal pelo Crawler e deve buscar se vingar de alguma forma. Curioso pra ver como os outros membros do grupo reagirão.

    Não notei muitos erros de português dessa vez, ficou muito bem escrito o capítulo. Só reparei mesmo num errinho de formatação:
    — Então mande o sinal pra sua [I]klartånd[I]*.
    É isso aí, gostei bastante do capítulo. Aguardo pela sequência.

    Abraço!
    Son of a submariner!

  8. #88
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    Voilà mas um capítulo a la Charles the legendary

    Um verdadeiro frenesi, um autêntico capítulo ninja, naruteiro.

    Uma lástima a morte da coisinha. Coisinhas acabam sempre se tornado a atração das histórias. Aquele algo a mais.

    Crawler é um cara mau, muito mau.

    E o Dartaul? Como é que fica agora, sem a coisinha?

  9. #89
    Avatar de Senhor das Botas
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    Ótimo capítulo.

    Embora haja MUITO o que comentar, me absterei de longos comentários neste post. Apenas devo dizer que fez um bom trabalho com o capítulo, com MUITAS reviravoltas ocorrendo a todos os instantes do texto. É "Aliança" começando na vantagem, depois há Soulslayer da um contra-golpe, há reação, há porrada, depois desespero, depois fuga, depois Nightcrawler confuso (mostrando o seu lado mais humano), E O FUCKIN ENDING. Tipo, MUITO na cara que o Nightcrawler fez cagada ali com a Aika, você deixou isso bem claro, e acredito que isso pode até estar nos planos da Irmandade (o Nightcrawler fazendo algo "dark side").

    Enfim, aguardo o desenrolar dos próximos capítulos. Estarei acompanhando ansiosamente, e se eu não comentar, pode ter certeza que em algum final de semana o comentário vai sair


    Não espere algo bem elaborado e feito. De resto...

  10. #90
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    Padrão Capítulo 20 - O Discurso IV

    Citação Postado originalmente por Edge Fencer Ver Post


    Excelente capítulo, Carlos. Como esperado, a ação e as lutas sanguinárias voltaram com tudo, e o resultado ficou bem legal.

    De início, parecia que o plano do Nightcrawler estava dando certo (até demais), mas depois o caldo começou a azedar pra ele. Tanto é que ele ficou putaço a ponto de fazer aquilo com a Aika na frente de todo mundo. Pesado.

    Bom, ele nunca deixou de desconfiar da Aika, e vendo o rosto dela no corpo do Redchain dá pra entender o motivo dele matá-la pra não deixar margem pra dúvidas. Mas, sei lá, achei uma ação meio precipitada. Enfim, o Dartaul com ctz vai tomar um ódio mortal pelo Crawler e deve buscar se vingar de alguma forma. Curioso pra ver como os outros membros do grupo reagirão.

    Não notei muitos erros de português dessa vez, ficou muito bem escrito o capítulo. Só reparei mesmo num errinho de formatação:


    É isso aí, gostei bastante do capítulo. Aguardo pela sequência.

    Abraço!
    Diga aí, Edge. Obrigado pelo comentário e pelos elogios.

    O ato de Nightcrawler trará consequências irreparáveis para o time, mas ele não pensou na hora nisso justamente por ele estar puto. E isso o perseguirá pelo resto da história, pode ter certeza.

    Eu posso dizer que a morte de Aika foi algo parecido com quando você toma uma decisão importante num jogo do tipo, como Life is Strange ou até mesmo Fate/Stay Night(A visual novel). Ela decidirá a trilha que todos tomarão daqui pra frente e mudará algumas coisas. Dartaul provavelmente sentirá muito bem isso.

    Arrumei o errinho. Obrigado por ter lido e espero que goste deste capítulo também!

    Citação Postado originalmente por Skirt Underdome Ver Post
    Voilà mas um capítulo a la Charles the legendary

    Um verdadeiro frenesi, um autêntico capítulo ninja, naruteiro.

    Uma lástima a morte da coisinha. Coisinhas acabam sempre se tornado a atração das histórias. Aquele algo a mais.

    Crawler é um cara mau, muito mau.

    E o Dartaul? Como é que fica agora, sem a coisinha?
    Opa Skirt, obrigado pelo comentário e pelos elogios. pode continuar chamando de naruteiro, agora não ligo mais, já que o anime acabou e eu to bem sad

    A "coisinha" tinha importância na história e também foi meio que o atrativo dela por algum tempo. Agora veremos como isso pesará sobre Nightcrawler, bem como sobre Dartaul.

    Não sei como ele ficará sem certas coisas, mas ele supera.

    Citação Postado originalmente por Senhor das Botas Ver Post
    Ótimo capítulo.

    Embora haja MUITO o que comentar, me absterei de longos comentários neste post. Apenas devo dizer que fez um bom trabalho com o capítulo, com MUITAS reviravoltas ocorrendo a todos os instantes do texto. É "Aliança" começando na vantagem, depois há Soulslayer da um contra-golpe, há reação, há porrada, depois desespero, depois fuga, depois Nightcrawler confuso (mostrando o seu lado mais humano), E O FUCKIN ENDING. Tipo, MUITO na cara que o Nightcrawler fez cagada ali com a Aika, você deixou isso bem claro, e acredito que isso pode até estar nos planos da Irmandade (o Nightcrawler fazendo algo "dark side").

    Enfim, aguardo o desenrolar dos próximos capítulos. Estarei acompanhando ansiosamente, e se eu não comentar, pode ter certeza que em algum final de semana o comentário vai sair
    Grande Botas, obrigado pelo comentário e pelos elogios.

    O time realmente começou com a vantagem, mas quem nesse mundo consegue vantagem por muito tempo contra a Irmandade?

    E sim, quis deixar o capítulo bem dinâmico, pois ele teria muita importância na história. Já o planejava desde o começo dela, e estou feliz pelo pessoal estar curtindo as partes. Não sei se ninguém reparou, mas eu troquei a cor do título de um vermelho escuro para o normal, e isso significa que muita merda vai rolar daqui pra frente. Então, prepare-se.

    E também, eu realmente espero que ninguém esteja se frustrando com nada, inclusive depois desse capítulo aqui.

    E rapaz, o fim nem se compara com o resto da história. Fique ligado.








    Galera, Naruto acabou, tô sad. Não imaginei que ficaria assim, pois até uns anos atrás eu nem ligava mais pro anime, mas ele fez parte da minha infância como Dragon Ball, e me fez sentir quase a mesma coisa que senti quando vi o final do DBGT. Deixou a questão "Esse é o final?" e com motivos. Pois porra, devia ter mostrado mais coisas, né?

    Talvez até a lua-de-mel tenho um doujão dela, interessados chamem no privado

    Mas bem, estou dizendo isso pois a primeira comparação que fizeram com essa história foi à Naruto. E pouco tempo depois de eu ter começado a escrevê-la, eu retomei Naruto a partir da luta dos três sannins e demorou dois meses pra eu terminar tudo. É, rushei bastante, mas valeu a pena.

    Por fim, eu espero que gostem desse capítulo. Não esperem coisa boa nele.




    No capítulo anterior:
    O plano do discurso começa, com os membros sendo atacados por uma forte guarda organizada nas amuradas do pátio próximo da sala do trono. Tudo parece estar correndo bem, até o momento em que Soulslayer aparece e faz um contra-ataque voraz, virando a maré a favor da Irmandade. No final, o rosto de Redchain é visto por Nightcrawler, e para a surpresa dele, era o rosto de Aika. Sua reação acaba sendo o assassinato da feiticeira.




    Capítulo 20 – O Discurso
    Parte 4



    Alguns momentos de silencio seguem-se após o corpo de Aika desabar no chão e cobri-lo de sangue. Momentos esses que ninguém ali, de fato, entendeu. Parecia uma simples ilusão projetada por alguém da Irmandade, mas eles finalmente perceberam que não, pelo simples fato de não ter mais alguém daquele grupo ali.

    Quem interrompe o silencio é Dartaul, com um grito altíssimo e cheio de sofrimento. Enquanto grita, ele ajoelha-se no chão e coloca as mãos na cabeça. Zoe vira a cabeça para o lado, Borges fecha os olhos e mexe a cabeça negativamente, Trevor coloca a mão no rosto e Alayen observa boquiaberto. De alguma forma, todos sabiam que aquilo aconteceria, apenas acreditavam do fundo de seus corações que algo assim não iria acontecer.

    — Por quê... POR QUÊ? POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? — Grita Dartaul, chorando com ódio.
    — E por que não fazer? Eu nunca vi alguém ter a voz apagada falando o nome da Irmandade tantas vezes seguidas. Não sei nem se ela era um membro ou algo diferente que eles fizeram.
    — E DAÍ? POR QUE MATÁ-LA DESSA FORMA? ELA ERA NOSSA AMIGA!
    — “Nossa” é muita gente. Concordei em deixá-la sair pra ficar nos seus cuidados por muito pouco. Eu precisava do máximo de gente para o meu plano. Ela se mostrou problemática, então precisei dar um jeito nela.
    — “Dar um jeito”? É assim que você vê os outros, Nightcrawler? É ASSIM QUE VOCÊ VÊ QUEM TE AJUDA?
    — É assim que eu vejo quem é perigoso demais para estar no meu time.

    Os olhos de Dartaul ficam arregalados e as lágrimas recusam-se a parar de cair. Ele abaixa a cabeça aos poucos, enquanto nota algo fraco saindo do pescoço de Aika. Parece um tipo de vapor vermelho, bem espalhado, mas visível.

    — Além disso, eu vi o rosto de Aika num membro da Irmandade no andar acima do nosso, quando ela deveria estar na amurada. Eu não a vi ali naquele momento. Não sei o que ela era, não sei do que ela era capaz, é possível que ela tivesse alguém por trás dela a controlando. As possibilidades eram muitas. E até eu descobrir exatamente o que era, já estaríamos mortos.
    — Mas você não pode negar que foi um ato totalmente precipitado, Crawler. — Disse Trevor, com desaprovação no olhar. — Eu não acho que ela deveria ter sido morta e sim presa. Matar ela quando ela tem relação com os vermelhos só irá atrair coisas ruins para nós.
    — Foi tudo calculado, Trevor. Eu não cometeria um erro desse.

    — Claro que cometeria.

    A voz de Soulslayer passa pelos ouvidos de todos os presentes ali como uma facada. Em instantes, eles viram-se para confrontá-lo, mas apenas o pior acontece: Outros membros surgem, pegando Zoe, Borges e Dartaul. Em seguida, Trevor e Alayen se afastam e ficam próximos de Nightcrawler. Ambos se armam para o combate.

    Ao lado de Soulslayer está Redchain. A garota está sem sua máscara, usando apenas o seu capuz vermelho. Ela olha para o corpo de Aika sem reagir.

    — Nem mesmo sua sorte é capaz de te salvar, Nuito. Você é precipitado e arrogante demais para se salvar pra sempre.
    — Pare de me chamar de Nuito, seu miserável. Meu nome é Nightcrawler!
    — Não se esqueça do seu nome, Suzio. Posso ter esquecido muitas coisas a seu respeito, mas não o seu nome.

    Ao menos doze membros estão ali. Alguns dos classificados oito melhores estão ali, como o homem grande de uniforme preto e cobertura de manequim vermelha, o homem de cachecol, o que possui o uniforme feito de sangue e um último uniformizado normalmente, usando um machado duplo e com reproduções de asas no capuz e nas costas. Os volumes na região do tórax, bem como algumas curvas detalhadas em seu corpo, indicam que é uma mulher.

    — Você é estúpido demais em achar que magias de runa simples conseguiriam matar um membro poderoso como eu, Suzio! Nem feriu meu parceiro! — Comenta o membro de cachecol. Ele prende Dartaul com duas adagas brancas, uma nas costas e outra no pescoço dele.
    — Você trouxe Adumo, Lalori, Onni’aw e Bryca pra cá só pra me pegar? Devo ser muito importante pra você, mesmo.
    — Lógico que é. Você é problemático, Suzio, muito problemático. Faz anos que você vai contra nós e reúne informações que não deveria. Faz anos que você nos irrita e mata membros preciosos para nós. Você é o único capaz disso. E quando você morrer, eu saberei que estarei mais próximo de terminar o objetivo da Irmandade.
    — Que é...?

    Soulslayer ri.

    — Acha que explicarei meu plano pra você, como numa história para crianças? Pra eu ser impedido no último segundo? Por favor, Suzio. Meu plano já começou há dez anos. Sem muito mais enrolações, matem todos. Sem prisioneiros. Logo iremos resgatar os que foram capturados.
    — Dê-me um momento antes, meu mestre. Eu imploro. — Suplica Redchain. Seu rosto não esboça reação, apesar do pedido ter uma carga sentimental.
    — Está dado.

    Redchain agradece e se aproxima de Nightcrawler. Ele possui duas facas nas suas mãos, ambas de prata, prontas para explodir tudo.

    — Apenas queria dizer que você é horrível no mesmo nível do qual você nos considera. Você não é uma boa pessoa, Suzio, e nem pode se considerar um herói.
    — Isso vindo de uma assassina... Que irônico.
    — Eu ser assassina não muda o fato de você ter assassinado uma companheira de time na frente deles. Nem eu faria algo assim. Há decência no que eu faço, e não mato deliberadamente.
    — Entendo. Você é igual aquela Aika que falou comigo na primeira noite, discutindo sobre guerra. Havia as mesmas palavras afiadas que você usa contra mim agora.
    — É. Era eu sim. A irmã gêmea de Aika, Miraya.

    Nightcrawler arregala os olhos e engole em seco. Nunca pensara que cometeria um erro daqueles e assassinaria alguém inocente. O restante do time também parece surpreso, especialmente Dartaul, que sentia o ódio queimar dentro de si.

    — Tá brincando comigo... Não é? Como você assumia o controle dela dessa maneira?
    — Quando entrei para a Irmandade, minha irmã foi atingida por um pulsante pouco tempo depois. A partir dali, eu passei a ter contato com ela quase que sempre, podendo trocar a consciência dela com a minha. Eu usava isso para observar vocês. Mas parece que você sempre estava um passo a frente, já que diversas coisas foram planejadas sem eu saber.

    As peças começam a se encaixar. Zoe também nota que até mesmo sua sugestão estava correta. Pulsantes podem ser usados dessa maneira e eu nem fazia ideia. Pensa Nightcrawler, colocando uma mão no rosto. E ela tinha três irmãos, eu nem cogitei que elas poderiam ser gêmeas...

    — Você matou minha irmã, Suzio. Eu jamais perdoarei você.
    — A culpa é toda sua por deixá-la vir sozinha para Yalahar. Um dos seus veio atrás dela por esse motivo.
    — Ele foi atrás dela para usar o pulsante nela após minha entrada. Não planejava matá-la.
    — E aí você diz que eu sou tão ruim quanto você quando VOCÊ manda um MONSTRO atrás da SUA irmã para jogar ela no meio do grupo inimigo como uma espiã, sendo que ela nem fazia ideia do seu paradeiro nem do porque se meteu no meio deles? — Disse Nightcrawler, rindo em seguida por deboche. — Céus, você é patética.
    — Mandei Aika para Yalahar por um único motivo, que era protegê-la. Meus irmãos foram atrás de você e seus aliados em Thais e eu os ataquei com medo. Sai em direção de Venore e no caminho fui emboscada por thaianos que estavam me seguindo e fui violentada no meio do nada, simplesmente porque eu os ataquei. Diziam que aquele ataque atrairia os Sangues para Thais pra destruí-la e eu era a culpada. Quem planejava ir para Venore era Aika, e eu fui no lugar dela. Esse foi o meu fim, antes de me juntar à Irmandade.

    Todos ficam em silencio, inclusive Nightcrawler, que não sabe o que dizer. Dartaul para de chorar e abaixa a cabeça.

    Entretanto, algo vem à cabeça de Nightcrawler. O quebra-cabeça continua se montando.

    — Então Chaur fica perto de Venore?

    Todos os membros da Irmandade olham para o detetive, aparentemente surpresos, bem como Redchain, cujo rosto é visível e confirma sua surpresa. Formas se desenham na máscara de Soulslayer; dentes cerrados e sobrancelhas baixas. Raiva.

    — Comecem.

    Zoe é ajoelhada pelo membro atrás dela, cujo é Bryca, com o machado. Numa fração de segundos, sem ela conseguir falar alguma coisa, com um olhar aterrorizado, sua cabeça é separada do seu corpo. Ela tomba no chão primeiro, seguida de seu corpo, jorrando sangue adiante.

    Nightcrawler olha para a cabeça de Zoe próxima de seus pés, com um olhar sem vida e espalhando mais sangue do que deveria. Trevor e Alayen também olham, apavorados, bem como Borges e Dartaul. O jovem se encontra paralisado, sem saber como reagir ou como sentir, com um olhar quase petrificado. Suas pernas tremem e seu corpo está frio.

    — Exatamente, Nightcrawler. Chaur fica perto de Venore. O custo da veridicidade dessa informação foi a vida da albina da Ordem dos Espíritos Claros, mas não pense que isso acabou.

    Borges olha apavorado e tenso para Soulslayer, enquanto sente um movimento estranho do membro atrás dele, cujo é Onni’aw. O sangue que compõe seu uniforme forma uma lâmina afiada no seu braço direito, e ele usa para, em seguida, perfurar as costas do investigador-chefe, chegando até o abdômen e saindo por ali. Seu rosto exibe pavor, sua boca busca por ar, seus olhos estão assustados.

    Vendo aquilo, Dartaul consegue retomar a consciência e se encher de ódio. Ele pretende se soltar do membro que o segurava. Borges ainda pode ser salvo, ele ainda não havia morrido. Mas não precisaria fazer muito mais, já que o sentimento foi transmitido para aqueles que estavam soltos.

    — Chega! Exevo Gran Mas Flam! — Grita Alayen, fazendo uma explosão poderosa tomar conta de toda a área em que estavam.

    A explosão dura apenas alguns segundos. Ao passar, muita fumaça se levanta, e entre ela, está os membros, protegidos por uma dezena de escudos que protegem toda a área de seus corpos. Bryca está com a mão levantada, e aparentemente, foi ela que fez aquilo. A fumaça demora a se dissipar, e quando isso acontece, nenhum dos capturados está ali. O corpo de Zoe e de Aika viraram cinzas e até mesmo Borges havia sumido.

    — Suzio e suas fugas... — Disse Soulslayer, cruzando os braços, enquanto os escudos são desfeitos.
    — Nunca vi essa magia acompanhada de fumaça. A decência e elegância dela nunca necessitaram de um acompanhamento tão rústico. Este detetive é certamente um bárbaro. — Comenta Lalori, cruzando os braços.

    Há uma escotilha aberta no meio da sala. Eles entendem o que aconteceu.

    — Um de vocês terá que persegui-lo. Quem se habilita?
    — Eu, por favor. — Disse Redchain, levantando o braço.

    Soulslayer fita-a. Ele já esperava isso.

    — Pois bem. Venha até aqui.

    A garota se aproxima. Olhando por trás do capuz, é possível dizer que ela é igual a sua irmã, Aika, portanto, são gêmeas legítimas. Entretanto, o corpo de Miraya parece ter menos curvas que o da sua igual, sendo mais bruto e preparado para lutar. Ela também exibe seios menores por trás de seu uniforme, mas braços e pernas maiores.

    Ela se põe a frente de seu mestre. Ele coloca a mão direita no peito dela, exatamente onde está o coração. Em instantes, veias artificiais começam a surgir da axila de Soulslayer, bem como do seu ombro, envolvem seu braço por completo e chegam até a região do coração de Redchain, por fim, penetrando a região. Essas veias são escuras e transferem uma quantidade de sangue alta. A jovem resiste a dor com bastante resistência e força.

    Algum tempo se passa nesta cena, até as veias saírem, se quebrarem e desaparecerem. O homem retira sua mão dali e leva-a até o queixo dela, seguindo devagar pelo seu rosto, enquanto as veias do corpo dela borbulham e se acostumam com a transfusão à força. Ela fita o membro com seriedade.

    — Esta é a sua terceira natureza do sangue. Use-a bem, meu amor.

    Um hexagrama roxo e brilhante se forma nos olhos dela, e ela sorri. Em seguida, explode em sangue, visando procurar os fugitivos.

    — Muito bem. A perseguição está iniciada. Vamos atrás de Stanni’al e os outros para dar um jeito em Yalahar.






    Próximo: Capitulo 21 – Hakugai

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    Última edição por CarlosLendario; 03-04-2017 às 14:31.



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