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Tópico: Jason Walker e a Arca do Destino

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  1. #1
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    A nota de rodapé confirmou o que eu achava um pouco desde o começo. A forte influência de Harry Potter ,mesclada claro com Piratas do Caribe.

    Ficou uma boa mistura.

    Uma luta que transcorre em paralelo ou seja ,Jason luta diretamente e o resto do grupo envia uma ajuda adicional. Não sei mas acho que Zarthroth em um dado momento vai fazer uma visitinha ao grupo de apoio. Ou mandar algum amiguinho fazer isso.

    Desconfio que esse pessoal sentadinho lá numa boa dentro do templo não vai ter vida fácil o tempo todo não.

    Vamos ver se o meu feeling está certo.

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  2. #2
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    CAPÍTULO 15 – LÓGICA, BRAVURA E SACRIFÍCIO


    Jason abriu os olhos. O ambiente, agora, era totalmente diferente daquele que havia deixado para trás. Estava diante de uma sala muito iluminada, à luz do dia. Adiante, quatro altares de pedra igualmente espaçados estavam dispostos, e um quinto, exatamente ao centro, estava vazio. Todos os demais continham ossos e caveiras do que se parecia assustadoramente com o corpo humano.

    Outros tantos ossos estavam espalhados pela sala, o que levava a crer que muitos guerreiros padeceram na tentativa de vencer os desafios de Zathroth antes. Uma pequena nota havia sido afixada à parede, exatamente sobre o altar do meio, escrita em letras decoradas.

    Somos em cinco partes, falta a que comanda a todos nós. Com uma delas, tocamos; com a outra, nos distanciamos; com a outra, nos erigimos; com a outra, descansamos; e a quinta, a que nos comanda, está em falta.

    Jason pensou por um instante, mas aquele desafio não tinha absolutamente nada de lógica. Era muito simples: um dos altares continha braços esqueléticos; o outro, pernas; o outro, o que inegavelmente era uma coluna vertebral; e o outro, os ossos da pélvis. Faltava tão somente um crânio, porque, obviamente, o cérebro é o que comanda o restante do corpo.

    Ele se virou e começou a fuçar entre os ossos no chão, encontrando uma caveira rapidamente. Depositou-a no altar do centro, vazio, e aguardou.

    A cena se dissolveu imediatamente, o que levou Jason a crer que estava correto em sua conclusão. Contudo, quando sua visão retornou, percebeu que o desafio da bravura estava intrinsecamente conectado com o desafio da lógica, e que, agora, seria rival das suas próprias convicções.

    Estava em uma imensa claraboia de terra, desta vez, sob a luz das estrelas. Os esqueletos que forravam o chão na sala anterior agora estavam assustadoramente em pé, cada qual segurando uma espada, um machado ou uma clava. Alguns deles eram avermelhados; aparentavam ter sido objeto de magia das trevas.

    Jason sacou sua espada e contou rapidamente. Tinha dez adversários pela frente, sendo quatro vermelhos e seis comuns. Os vermelhos carregavam espadas e machados; os comuns, clavas.

    Tomara uma decisão: acabaria primeiro com o que supôs ser os mais fracos, os comuns. Depois, partiria para os demais.

    Toda determinação seria pouca.

    *

    De mãos dadas, Leonard, Melany, Samuel e John mantinham os olhos fechados, assistindo o desempenho de Jason no Castelo das Ilusões. As imagens eram tão lúcidas que John ficou se perguntando por que Leonard se mantinha na moita; sabia que os habitantes de Carlin costumavam zombar dele por ser obtuso em alguns momentos, mas, agora, o incandescente concluía que o arqueiro escondia o jogo propositalmente. Afinal de contas, ser um elemento surpresa talvez não fosse uma dádiva para qualquer um.

    Jason vencera facilmente o desafio da lógica, que não exigira dele mais do que dois minutos de reflexão. Agora, contudo, Zathroth o colocava defronte à sua própria criação: os esqueletos que ele deixara para trás na sala anterior se levantavam contra ele, e exigiriam muita bravura para que o cavaleiro saísse vivo daquela.

    Por algum motivo, o cavaleiro decidira se manter acuado em um determinado ponto da sala, atraindo-os de dois em dois. Os esqueletos demoníacos moviam-se, sem favor algum, mais rapidamente que os demais, que praticamente se arrastavam com dificuldade pelo chão de terra, mas os golpes dos esqueletos comuns eram bastante mais rápidos, porque as clavas eram bem mais leves do que as espadas e os machados. Jason, no entanto, era um espadachim treinado por Dalheim e pela família Bonecrusher; nenhuma das maças o acertou e ele as desviava facilmente, chutando esqueletos aqui e ali e girando pela sala quando sentia que estava demasiadamente ameaçado no canto onde se encontrava.

    Inicialmente, John considerou a estratégia do garoto arriscada, afinal de contas, nenhum deles conhecia o poderio dos esqueletos. Contudo, Jason dava a entender que alguma coisa interessante estava sendo planejada. Os bichos andavam a esmo pela sala, vez ou outra chocando-se contra as paredes e caindo pelo chão ao se enroscar em algum buraco na terra. Era perceptível que o garoto tentava mantê-los todos reunidos em um lugar só. Algo passara pela cabeça de Jason que lhe permitira criar uma estratégia inteligente para vencer as criaturas conjuradas.

    Os esqueletos demoníacos davam a entender que estavam frustrados pelo giro constante de Jason pela sala. Em função da lentidão dos demais esqueletos, eles acabavam não conseguindo alcançar o garoto, e um dos esqueletos comuns já havia sido desmontado pelos demais, que não conseguiam aguardar pacientemente sua chegada até o garoto.

    Quando um dos esqueletos vermelhos destruiu outro dos comuns, John finalmente entendeu: em maior número, não seria inteligente combater os comuns corpo-a-corpo. Em vez disso, girava a esmo pela sala, dando piques curtos aqui e ali, e os mais fortes dos adversários, incomodados e impacientes, acabavam destruindo os colegas mais frágeis. Jason estava fazendo com que os próprios esqueletos se destruíssem para reduzir seu contingente, aguardando com muita paciência pela oportunidade de enfrentar somente os mais fortes com outro tipo de estratégia.

    Leonard e Melany estavam fascinados. Não paravam de sorrir. Samuel, no entanto, mantinha seu semblante fechado, absolutamente concentrado. Internamente, contudo, apreciava a inteligência de combate do jovem Walker. Pelo visto, ele havia sido treinado com muita propriedade e pelos melhores combatentes corpo-a-corpo que se podia imaginar.

    Quando o último esqueleto comum cedeu, Jason mudou a estratégia imediatamente. Ele pegou uma das maças do chão e girou no ar, atirando contra um dos esqueletos demoníacos e acertando-o no plexo com muita força. Ele não desmontou, mas o braço que segurava um machado imenso cedeu, deixando-o desarmado. O cavaleiro aplicou dois pisões frontais na altura do joelho esquerdo do bicho, que também se partiu. Com um chute rodado, ele arrancou a cabeça do esqueleto, findando o combate com aquele.

    Leonard e Melany vibraram, e John deixou escapar um “isso, garoto”, enquanto Samuel sorria.

    Então, Jason sacou seu escudo. Ele o girou no ar e atirou contra um dos adversários, que soltou a espada para segurá-lo. Jason empurrou o escudo e atirou o esqueleto no chão. Tomando de volta para si, ele levantou o artefato defensivo no ar e o cravou exatamente na articulação que juntava o pescoço esquelético ao crânio bisonho, separando também a cabeça desse de seu corpo. Dois se foram, faltavam dois.

    Ele correu pela sala, distanciando-se dos esqueletos remanescentes. Parecia apreciar o combate. Ele combateu a espada de um dos esqueletos, que, afinal de contas, era bem mais forte do que aparentava, e quase foi desarmado. Rolando pelo chão, ele abriu distância novamente, e quando o esqueleto se aproximou de novo, Jason deu-lhe uma estocada na altura do pescoço e aplicou a alavanca, arrancando sua cabeça também.

    — Esse garoto é melhor do que eu – lamentou-se Samuel, mas em sentido positivo. John sorriu. – Demorei mais de uma hora para destruir essas coisas.

    Surpreendentemente, o garoto embainhou sua espada. Diante do último esqueleto, que estava sem dúvidas furioso, ele decidira utilizar uma estratégia final. O bicho portava um machado imenso, que manuseava com certa dificuldade. Parado no mesmo local, ele aguardou. O monstro se arrastou em sua direção e preparou-se para atacar; com um movimento vertical que seria capaz de decepar um dragão, ele atacou, e Jason deu um passo curto e calculado para o lado no momento exato. O machado se cravou no chão e o esqueleto passou a engendrar seus esforços para arrancá-lo.

    Em vão.

    Jason deu a volta calmamente e subiu nas costas do bicho, segurando sua cabeça com as mãos abertas. Com muita força, o garoto arrancou-a de qualquer jeito, atirando-a pela sala quando o restante do corpo cedeu, inerte.

    Ele levantou a cabeça devagar, inteiro, tendo vencido o combate sem sofrer um único arranhão.

    A cena, então, se dissolveu.

    O último desafio de Zathroth começaria.

    *

    Jason largou a cabeça do esqueleto e levantou a sua própria, aguardando. Como esperado, o ambiente onde estava se foi, e, agora, o cavaleiro encontrava-se em uma sala suntuosa, com mobília futurística, muito limpa. Seus olhos demoraram para se acostumar com a claridade que vinha de um candelabro fixado no teto, que mais parecia uma tocha.

    O aposento era perfeitamente quadrado e continha uma cama enorme, a um canto, uma mesa central com seis cadeiras, tudo feito de mogno trabalhado, e um carpete verde que se estendia em todas as direções, findando nas paredes de pedra. Não tinha dúvidas de onde estava. Encontrava-se no quarto da Rainha Heloise, em Carlin.

    A porta a oeste se abriu, e Jason colocou as mãos no cabo da espada embainhada. Contudo, foi surpreendido pela entrada de John, Catarina, Melany, Leonard, Samuel, Margareth e a própria Rainha, que sorriam para ele, orgulhosos.

    A arqueira se adiantou e deu-lhe um abraço apertado, dando-lhe um beijo estalado na bochecha e voltando a se juntar aos demais. Todos sorriam para ele, satisfeitos.

    — Parabéns, Jason – disse Leonard, levantando o polegar. – Você venceu todos os desafios até agora. Estamos aqui para acompanhá-lo no último.
    — Vocês realmente estão aqui? – perguntou o garoto, os olhos marejados. – Ou são apenas obra da minha cabeça?

    Samuel deu-lhe um sorriso.

    — Só porque somos obra da sua cabeça, não significa que não estejamos aqui.¹

    Jason assentiu uma vez, feliz.

    Heloise aponto para o canto leste do quarto, onde havia um portal que Jason não havia percebido antes.

    — Para enfrentar seu próximo desafio, querido, basta passar pelo portal. Porém, isso vai requerer de você um sacrifício, como você deve saber.
    — O portal é selado pela magia de Zathroth, Jason – disse Margareth, a testa franzida como costumava ficar quando estava preocupada. – E Zathroth exige um sacrifício de sangue.

    O garoto fez que sim, compreendendo.

    — Vou me cortar, ofereço meu próprio sangue e passo – concluiu ele.

    Margareth, contudo, sacudiu a cabeça.

    — Você deve matar um de nós – disse ela, com tristeza, para o espanto total do garoto, que cria piamente que a presença dos amigos ali era uma boa notícia. – Mas não pode ser qualquer um. Tem de ser aquele que você mais ama.

    Jason lembrou-se do momento em que enfrentou as serpentes de Zathroth, antes de chegarem a Folda, quando aquela incômoda pedra de gelo desceu pelo seu estômago, mas não sem antes se alojar em seu diafragma, restringindo sua respiração. O que quer que precisasse fazer para vencer o desafio de Zathroth, agora o demônio exigia que ele matasse um dos seus melhores amigos – e mais, que fosse o amigo mais amado dentre todos eles.

    O garoto não ousou tocar a própria espada. Preferia desistir a ter que fazer aquilo. Contudo, os ensinamentos de John haviam sido bastante claros: concluir a missão ou a morte do incandescente e, talvez, a sua própria. De uma forma ou de outra, Jason não poderia deixar aquela sala sem que algum dos amados amigos morresse no empreendimento.

    Pela primeira vez naquela missão enfadonha, o garoto não sabia o que fazer. Sentia-se de mãos completamente atadas, e não tinha qualquer intenção de cravar sua espada em nenhum dos amigos.

    Quando estava prestes a desistir, contudo, uma voz doce lhe veio à cabeça. Era baixa e contida, mas decididamente conhecida. Inicialmente, pensou que fosse a voz da mãe. No entanto, percebeu, após alguns segundos, que se tratava da voz da arqueira Melany.

    — Jason, é uma ilusão – dizia ela, e parecia muito distante dali. Não vinha da Melany presente naquela sala. – Vá adiante, ofereça o sacrifício. Estamos totalmente seguros.

    Jason estava assustado. De onde fosse que viesse a voz da garota, era firme e decidida. Tinha segurança no que dizia. Ele sacou a espada, a cabeça de lado, reflexivo e assoberbado. Precisaria tomar uma decisão, e sabia que não seria a mais fácil das que já enfrentara. Contudo, se a garota lhe dizia que estava diante de uma ilusão… confiaria nela.

    Ele atravessou a sala e, decidido, cravou sua espada no estômago de Melany.
    Jason Walker e o Retorno do Príncipe
    Sexta história da série de Jason Walker e contando. Quem sabe não serão dez?

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