Mais um capitulo matinal essa seção está movimentada gracas aos novos escritores
Uma coisa que noto na sua historia voce mistura a terra , vc citou cartago e os cristaos com o mundo de tibia entao para voce o tibia é situado no nosso mundo?
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E aí, cara!
Mais um ótimo capítulo, como de costume.
Esse John e o Lawton não me convenceram, acho que vai dar ruim pro Jason isso aí!
Como o amigo disse acima, gostei muito das referências "terrestres" que você usou, deixa a narrativa muito mais rica, bacana mesmo.
Continue assim, e que venha o próximo!
Mais um capitulo matinal essa seção está movimentada gracas aos novos escritores
Uma coisa que noto na sua historia voce mistura a terra , vc citou cartago e os cristaos com o mundo de tibia entao para voce o tibia é situado no nosso mundo?
Estou compreendendo o Tibia como imerso em um cenário medieval, terreno, porém com crenças distintas. A minha intenção é a de mesclar mesmo os elementos do jogo, com sua cultura e sua filosofia, com a Terra, de modo que a narrativa entrelace os dois mundos.
Na continuação da série, talvez, pretendo trazer os personagens imersos em outros ambientes. Ainda preciso decidir a respeito disso e, sobretudo, finalizar esta história. Mas é um bom pontapé de partida.
Obrigado pela presença mais uma vez e, principalmente, pelo questionamento.
Postado originalmente por Edge Fencer
E aí, cara!
Mais um ótimo capítulo, como de costume.
Esse John e o Lawton não me convenceram, acho que vai dar ruim pro Jason isso aí!
Como o amigo disse acima, gostei muito das referências "terrestres" que você usou, deixa a narrativa muito mais rica, bacana mesmo.
Continue assim, e que venha o próximo!
Fala, irmão! Obrigado mais uma vez por estar aqui. Dá uma olhada na resposta supra! Abraços.
Postado originalmente por Skunky
Muito bom!
E você está passando a imagem do Leonard como deseja mesmo! Leio os trechos aqui imaginando e rindo junto kkkkk
Fiquei intrigado com o presente do pai de Jason... Aguardo o proximo!
Fico feliz pelo efeito estar sendo esse, transmitir a real personalidade de um personagem com exatidão é o sonho de qualquer escritor. Muito obrigado, espero você aqui na sequência.
CAPÍTULO 7 – BELLATRIX, A SENHORA DA AGONIA
— Jason, sinto muito por ter-me omitido até agora, criança – o arrependimento de John parecia sincero. – Não quis lhe causar qualquer prejuízo. Somente ajudar. Conto com sua confiança?
O garoto, que estivera de costas, tentando absorver de uma só vez a aparição e a desaparição repentinas, na velocidade da luz, de seu genitor, se virou, enxugando as lágrimas dos olhos.
— Capitão – repetiu John, e Leonard sacou a charada; chamá-lo de capitão o devolveria à sua posição de dominância, instigando a prática do respeito. – Sou digno de sua confiança?
Jason assentiu uma vez, quieto.
John atravessou o quarto até próximo da porta destruída e fez um movimento curto, quase despropositado. A porta se regenerou por completo, como estivesse pronta para outra. Os outros dois nem mesmo guardaram seus “uau” para este momento. Nada mais poderia surpreendê-los.
Atrás, havia um baú comprido, mas fino. Todo feito de madeira, e aparentemente esculpido à mão. O topo da caixa continha a inscrição “Jason S. Walker”. O incandescente, de maneira solene, entregou a caixa a Jason e aguardou, os braços cruzados.
Jason puxou com cuidado o tampo da caixa, revelando, ali, uma das espadas mais magníficas que já vira na vida. Punho de couro e filamentos de ouro, cruz de carbono reforçado, lâmina com duas faces. Suas iniciais entalhadas nelas. Uma obra prima.
— Há muitos anos, Lawton, em uma das expedições a Jakundaff, dirigiu-se ao Outlaw Camp e encheu-se de vinho e uísque com Snake Eye – disse John, sem conseguir esconder o sorriso. – Clarice, também bêbada, foi direto para o quarto da estalagem de Rottin Wood. O que Lawton faria não seria sequer de seu interesse. Tão logo se deitou, dormiu. Foi épico. Você era muito jovem, ainda estava com Margareth no dia.
“Neste interregno, Lawton se levantou de cajado em punho e bradou ‘há ou não há uma espada brilhante lendária nesta joça de acampamento?’, e H. L. lhe disse ‘sim, senhor Walker, mas ninguém nunca solucionou seus desígnios’, e Lawton respondeu ‘dê-me cá esta porcaria para verdes se não saio daqui com essa espada na mão’, foi muito engraçado.
“Ele se levantou, de madrugada, de varinha e planos em mãos, e saiu saindo. Ninguém se aventurou. Os minotauros arqueiros e os caçadores montavam guarda e representavam muitas dificuldades, especialmente em um terreno desfavorável e que eles conheciam muito bem.
“Pela manhã, saímos para procurar o corpo de Lawton. Era certo que ele tinha morrido. Mas não. A Espada Brilhante lendária de Outlaw Camp fora encontrada por ele, sob pena do abate tresloucado de dezenas de minotauros e caçadores, o que, certamente, afetou o equilíbrio do ambiente. Os demais animais selvagens chegaram depois disso.
“Mecanicamente, Lawton ajustou o cabo e a cruz da espada e esculpiu as iniciais de Jason para presenteá-lo oportunamente. A espada foi testada pela primeira vez pelo Rei Arthur, de Thais, em uma luta de especialistas na arte em uma das arenas de Svargrond. É certo que Arthur venceu o combate, mas não foram poucas, após, as tentativas que foram feitas de se comprar uma espada que aparentemente era simples, mas que, verdadeiramente, continha o poder do amor de Lawton por seu primogênito – e único – filho”.
Jason a desembainhou com uma devoção que beirava a arrebatação.
— Obrigado, John.
— Agradeça a seu pai – ele piscou. – Dez horas para alcançarmos o limite. Sugiro que as rondas sejam mais longas e que se permita o descanso prolongado.
— Falou e disse.
*
— Prince diz que a oração em latim é expulsória, porém, somente se o demônio estiver apropriado de algum corpo que não lhe pertença. Mas eles são muito fortes, e existem alguns símbolos rúnicos que podem mantê-los estáticos, momentaneamente. Fáceis de castar. Podemos usar. Se eu conseguisse identificar a runa…
Leonard se aproximou, olhando por cima do ombro do amigo para o livro antigo escrito por Prince.
— É uma estrela de seis pontas – disse, sem nem mesmo checar novamente. – O que precisamos fazer com elas?
Jason levantou a cabeça, sorrindo.
— Acabei de ter uma grande ideia.
*
Uma mulher de cabelos encaracolados e ruivos, olhos negros como o escuro da noite sem estrelas, corpo espetacular e toda vestida com armaduras da cor do ouro, mas surpreendentemente descalça, analisava, de pé, acariciando bisonhamente um imenso urso polar, a derradeira descida de seu palacete particular no topo da estrela de Folda, comandada na Terra por Zathroth.
A distância, além do que os olhos comuns eram capazes de ver, ela os via, sem dúvidas. Na iminência de cruzar o limiar entre o mundo sensível e o mundo sensível e inteligível, a trupe de Jason Walker, que continha um arqueiro mal-educado, uma tripulação estúpida e um incandescente já nas últimas, pretendia passar ao largo de Folda para alcançar Senja.
Ela não permitiria. A embarcação de Jason Walker, contendo aquele incandescente imundo, naufragaria.
*
Às onze da manhã, a temperatura caiu bruscamente, como John havia prometido. Todos se surpreenderam ao receber um careca todo tatuado no lugar do cartógrafo, mas pareceram assimilar rapidamente o fato de que John de repente desaparecera.
Enquanto a população se protegia do frio da maneira que fosse possível, o navio começava a cortar aqui e ali pequenas e frágeis formações de gelo no oceano. Adiante, a menos de um quilômetro de distância, a imensa montanha de Folda surgiu, parcialmente oculta pela névoa espessa.
— Já começou – sentenciou John, os olhos fixos na ilha gelada. – Bellatrix sabe que estamos chegando. Sugiro que nos apressemos.
— A todo pano na direção de Folda – ordenou Jason, os dentes batendo com o frio excessivo. – Vamos atracar na porção sul da ilha. Quero Leonard, Melany e John comigo; o restante fica no navio e garante a manutenção da estrutura da embarcação – ele se virou para John. – Onde fica Bellatrix?
Ele respirou fundo, de olhos na montanha enorme adiante.
— No topo da montanha. Existe uma trilha que nos levará até lá. Não há animais selvagens, mas as chances de uma ventania nos tirar de curso são grandes. Precisamos subir com cuidado.
— Acha que nossa estratégia vai funcionar?
— Eu diria que a melhor chance que as ilhas geladas têm em anos.
Instantes depois – cedo demais – o barco atracou suavemente na costa de Folda. O vento cortante era avassalador, mas, bem equipados, os guerreiros designados começaram a descer a rampa de acesso ao continente um a um. O restante ficou – Cotton responsável pelo timão; Joshua no topo do cesto; Catarina na amurada; o restante patrulhando o perímetro.
Jason, Melany, John e Leonard caminharam devagar, lutando contra o vento. A entrada da base da montanha ficava a cerca de cem metros da posição do navio, e eles caminharam em linha reta, a passos pesados, tentando vencer tanto o vento quanto a neve espessa que se acumulava sob seus pés.
Na base da montanha, John tomou a dianteira e passou a conduzir o grupo. Ali, não havia mais vento – longas e altas formações rochosas recobertas de gelo protegiam os flancos, criando um caminho único. Porém, as escorregadas aqui e ali não faltaram, e várias foram as vezes em que os guerreiros tiveram que reduzir o passo para poder continuar a caminhada.
Logo, chegaram a uma ampla clareira, perfeitamente circular, aberta no topo, no coração da montanha. Paredões de gelo erguiam-se de ambos os lados; um deles continha um platô elevado, mas também não ofereceria uma rota de fuga, se fosse necessário. Adiante, um chalé avultava-se no fundo, com somente uma janela e uma porta, todo feito de madeira e recoberto de neve. Uma espessa fumaça era cuspida pela chaminé junto ao teto.
De repente, a porta da cabana se abriu. Dali, uma mulher de aproximadamente trinta anos, de longos cabelos vermelhos e encaracolados e olhos muito negros surgiu. Trajava uma armadura dourada completa, e era linda – tão linda quanto se podia imaginar. Seus olhos não se demoraram por mais de cinco segundos em cada um dos membros da expedição, todos armados.
— Meus digníssimos amigos, muito bom dia – disse ela, com sua voz muito fina e quase infantil. – Devo dizer que não estou acostumada a receber visitas por aqui, mas é um prazer tê-los diante dos meus olhos.
— Bellatrix – disse John, com nojo. – Muito tempo.
— Se não é o maior dos cães de caça de Crunor – ela deu dois pulinhos no mesmo lugar, batendo palminhas. – Que momento, meus caros. Que momento.
Jason desembainhou sua magnífica espada, não de maneira agressiva, mas calculada. Bellatrix relanceou um olhar para ele e após, para a espada, um assomo de compreensão perpassando sua expressão divertida.
— O primogênito de Lawton Walker – disse ela, sorrindo. – Como está seu pai, garoto?
Jason cuspiu de lado.
— Provavelmente mais feliz agora que será vingado.
— Você parece ter mais informações do que o necessário – ela aprovou. – O sangue de Lawton Walker está em minhas mãos, jovem Jason. Ele perseguiu, sim, o caminho dos peregrinadores, e fiz questão de fazê-lo sofrer ao máximo possível. Foi inebriante, juro. Segurar a vida ou a morte de seu genitor na palma das minhas mãos. Mas não se preocupe. Asseguro-lhe que o fiz sofrer. A sensação foi arrebatadora.
Jason ameaçou saltar sobre ela, mas John o impediu. O demônio de Zathroth sequer piscou. Seus olhos traziam uma diversão aterradora, sinistra.
— Estratégia, Jason – orientou John, preocupado com o fato de que as emoções do cavaleiro começaram a influenciar na decisão de matar Bellatrix cedo demais.
— Escute o cachorro de Crunor, garoto – ela riu, bisonhamente. – Olhe só, vou explicar como isso vai funcionar. Vou permitir que vocês cheguem até Senja, se derem a volta e entrarem naquela embarcação fedorenta e alugada. Pretendia naufragá-los em breve, como fiz com Oblivion, mas gostaria de ver o que Samuel poderia fazer com vocês.
— Escute aqui, sou eu quem vai dizer como isso vai transcorrer – Jason arreganhou os dentes, mais feroz do que nunca. – Antes que estejamos suficientemente famintos para almoçar, esta lâmina terá perpassado sua garganta e Folda estará liberta dos desmandos de Zathroth. Eu asseguro, Bellatrix, você não enfrentou um guerreiro como eu antes.
Ela riu, ironicamente. Jogando os cabelos para trás, colocou as mãos na cintura, parecendo-se quase com uma popstar teen que fazia shows musicais para as crianças. A beleza aterradora da soldada de Zathroth influenciou as emoções dos homens do grupo por um instante, mas, brevemente, eles retornaram ao seu estado atual.
— O bebezinho Walker tem o coração cheio de rancor – ela disse, fazendo beicinho, mangando. – Não pode me vencer, Jason Walker. Existe uma razão para que Crunor não tenha, em momento algum, tentado resgatar o comando das três ilhas nas quais mandamos neste momento. Nem mesmo seu deus, com todo o seu poder, tem condições o suficiente de nos enfrentar juntos.
— Então vamos destruí-los separadamente.
Imperceptivelmente, os quatro se espaçaram devagar pela clareira, preenchendo quase que totalmente o espaço entre Bellatrix e a saída. John, de cajado em punho; Melany, segurando seu arco, a exemplo de Leonard; e Jason, mais adiantado, de espada em riste.
— Antes de mais nada, para que você não morra com a péssima sensação do desconhecimento, vou alertá-lo sobre algo, Jason – Bellatrix falava sério pela primeira vez. – A Arca do Destino, que você busca, sob a batuta do nosso querido incandescente, traz dentro de si uma das relíquias históricas mais procuradas do antigo continente. Os ciclopes, nos tempos áureos de Crunor, forjaram uma arma de poder inigualável, que só pode ser obtida por aqueles que tiveram coragem o suficiente para abrir a Arca, e sobriedade o suficiente para não enlouquecer com o poder que ela encerrava. Não acho que você possui o poder necessário
Jason sorriu de canto, mal se surpreendendo com a informação que enfim recebera, depois de tantos dias.
Estou gostando de ver vcs os novos escritores da seção com um apetite pra escrever
Quem le é que sai lucrando
Boa sorte nas proximas cenas ,porque acho que descrever tretas lutas e congeneres nao deve ser facil ,e parece que vem por ai uma treta arretada pq essa ruiva ai parece ser tranca rua so com muito sal grosso e galho de arruda pra encarar
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Estou gostando de ver vcs os novos escritores da seção com um apetite pra escrever
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Boa sorte nas proximas cenas ,porque acho que descrever tretas lutas e congeneres nao deve ser facil ,e parece que vem por ai uma treta arretada pq essa ruiva ai parece ser tranca rua so com muito sal grosso e galho de arruda pra encarar
Muito obrigado pela presença e pelos elogios, irmão. Vamo que vamo.
CAPÍTULO 8 – O SURPREENDENTE PLANO DE JASON WALKER
— Bellatrix os está confrontando neste momento, meu senhor.
Em uma caverna escura, uma minúscula sombra se curvava diante de um homem de meia-idade sentado em um trono de ouro. Os olhos do homem percorreram o aposento enquanto ele coçava a barba espessa, conjecturando.
— Não gosto de Bellatrix envolvida em um confronto direto – disse ele, com a voz soturna.
O homem curvado se endireitou.
— Vou abordá-los se passarem por ela, e conseguirei obter o incandescente.
— Não espero menos de você.
— Com licença.
*
Jason saltou sobre Bellatrix e a atacou. Contudo, ela dançou para o lado e escapou do golpe por um fio – o movimento foi tão simples e ao mesmo tempo tão gracioso e inesperado que podia ter sido feito sem querer.
John carregou seu cajado e disparou. Bellatrix torceu a cabeça de lado e o raio de fogo disparado passou a milímetros da orelha dela. Ato contínuo, Leonard e Melany dispararam suas flechas simultaneamente. Foi o instante em que, de todas as coisas até o momento, o mais surpreendente aconteceu.
As flechas pararam no ar, a centímetros do rosto da mulher. Em seguida, elas simplesmente caíram no chão, como se nunca tivessem sido disparadas.
Bellatrix rugiu e decidiu atacar. Com um passo curto, porém muito depressa, ela acertou um soco no estômago de Jason. A armadura de aço do cavaleiro se partiu e ele se dobrou ao meio, o ar expulso de seus pulmões. Com outro passo depressa, ela chutou o arco de Leonard, que se quebrou ao meio.
Melany recuou por um instante, mas o punho do demônio de Zathroth encontrou o rosto dela no segundo seguinte. A garota disparou no ar pela clareira e se chocou contra o paredão de gelo a oeste, fazendo-o tremer. Grandes pedras de gelo rolaram pelo desfiladeiro e sepultaram a arqueira.
O incandescente John vacilou e deu um passo atrás quando Bellatrix se voltou para ele. Ela se atirou para a frente e investiu, mas John conseguiu aparar seu golpe com o antebraço. Ele gingou de lado e desferiu uma joelhada contra o estômago dela, mas Bellatrix não estava mais ali.
John sacudiu a cabeça, confuso. A mulher estava parada diante da cabana, vinte metros adiante, como num passe de mágica.
— Vocês não são páreos para mim – ela disse, frustrada, abrindo os braços em sinal de desafio. – Estão me fazendo perder tempo.
Ela levantou uma das mãos e desapareceu no ar. Um segundo depois, rugidos altos puderam ser ouvidos do ponto em que o planalto se encerrava na descida.
Quatro ursos polares imensos entraram na clareira, as pesadas patas deixando marcas na neve que caía e se acumulava. Seus olhos não eram negros ou castanhos, mas muito amarelos, e o corpo era tão torneado que parecia antinatural demais para ser real.
John carregou a energia em seu cajado e disparou contra o urso mais próximo. Ele soltou um ganido e foi atirado para trás, rolando pelo chão. No momento seguinte, já estava de pé novamente – o rosto tinha uma queimadura pitoresca que fazia aparecer o osso da face, mas o animal não pareceu notar.
Jason arrancou a armadura e expôs o peitoral nu ao vento cortante. Empunhando a espada dada por seu pai, ele avançou e arrancou a cabeça de um dos ursos, que tombou no chão, inerte.
Os outros três pareceram sentir a perda do colega. Com muita ferocidade e uma velocidade impressionante para o tamanho, eles saltaram e atacaram. John chutou um deles no rosto, aparando seu golpe. Jason cravou sua espada na cabeça do outro, arrancando-a na sequência. E quando o terceiro e último urso parecia prestes a devorar parte da perna do cavaleiro, algo voou pelo ar e se alojou firmemente em seu crânio.
Confuso, Jason direcionou seu olhar para o bicho. Uma estrela ninja vermelha como o fogo havia sido atirada contra ele. Leonard juntou-se ao cavaleiro, que agradeceu a ele com o olhar.
Bellatrix ressurgiu e atacou novamente. Seu chute bem colocado acertou o rosto de John, e todos se preocuparam ao escutar o sinistro som de ossos se partindo. Ele tombou no chão e não mais se moveu.
Jason a contragolpeou e foi desarmado – sua espada foi atirada metros adiante pela clareira. No segundo seguinte, Bellatrix pegou Leonard pelo pescoço e o atirou trilha afora. O arqueiro deslizou até ser perdido de vista; ela se voltou para Jason, que já havia se recomposto, e passou a lutar contra ela utilizando seus conhecimentos de artes marciais.
Ele soltou um direto longo, que foi facilmente aparado por ela; ela arriscou uma cotovelada rodada, desviada pelo cavaleiro; ele conseguiu acertar o rosto dela com dois jabs curtos e, logo em seguida, conseguiu desferir um potente chute na altura de seu plexo.
Bellatrix rolou e imediatamente se colocou de pé. Ela sorriu, cuspindo sangue.
Surpreendentemente, John estava de pé. O maxilar parecia sinistramente deslocado, mas ele parecia, de outro modo, inteiro. Ele disparou uma série de achas contra ela, envolvendo-a em uma pira enorme de fogo. Jason teve que se afastar; o fogo começou a derreter a neve nos entornos de onde deveria estar o corpo de Bellatrix e causou-lhe uma queimadura no antebraço.
Um segundo depois, a pira explodiu e Bellatrix ressurgiu, intacta, mas irritada. Seus olhos eram mais animalescos do que nunca. Ela avançou contra John, preparada para acabar com a vida do incandescente.
Algo atravessou o ar novamente, chiando com o vento, e se alojou firmemente nas costas da mulher. Ela parou a meio bote e deu meia volta, olhando para trás.
Jason segurava o arco rústico de Melany nas mãos, ligeiramente abaixado. Parecia surpreso com alguma coisa.
— Munições, magias, espadas, e nada surte o efeito que vocês gostariam que surtisse – ela riu, bisonhamente. – E, agora, o cavaleiro decidiu que será um arqueiro. Quanta… pretensão.
Bellatrix agachou-se e se preparou para saltar contra Jason, mas sua investida não prosseguiu. Mais do que isso, ela sequer conseguiu sair do lugar.
O demônio franziu o cenho por um instante, confuso, e arregalou os olhos na sequência, olhando para o plexo, que sangrava.
A flecha com ponta de ferro ainda estava ali. Ela sequer pensara em removê-la, porque não teria necessidade, mas não poderia nem se quisesse. Uma estrela de seis pontas rudimentar havia sido desenhada no cume do projétil. Daquela posição, na altura em que ela estava, o símbolo parecia zombar dela.
— Eu não acredito – ela disse, embasbacada, e realmente não parecia acreditar. Não havia sido um comentário retórico.
Jason sorriu, triunfante.
— As lendas são reais.
Bellatrix ergueu os olhos para ele, cautelosa pela primeira vez. Sua boca estava semiaberta e algo era refletido no seu olhar – talvez medo.
Ela sorriu amarelo.
— Qual o próximo passo? Cravar sua espada em mim até dilacerar o corpo que possuo?
Jason deu de ombros, indiferente.
— Seria uma boa ideia, mas não tenho qualquer intenção de fazer isso. Apesar de crer que o corpo dessa bela moça já está totalmente deteriorado e, provavelmente, ela já deve estar morta, sei que atingir sua forma física é ineficaz.
— E então? – ela sorriu, desafiando.
Ele conjecturou.
— Acho que vou enviá-la para assar novamente no fogo de Zathroth.
— Você realmente acredita no ritual de exorcismo cristão? – ela zombou.
John levantou-se devagar e se aproximou de Jason. O rosto do incandescente já estava seriamente danificado, mas, a julgar pelas habilidades de Melany, que parecia ainda conservar um quê de druida, se ela estivesse viva, poderia curá-lo depois.
Ele assentiu uma vez, sinalizando que estava bem.
— O ritual de exorcismo não é cristão. É pagão. Se funciona com os demônios cristãos, não sei… mas estou disposto a correr o risco.
John sacou o pequeno livro puído de dentro das vestes, agora salpicado de sangue, e o entregou a Jason. Ele o abriu na página certa e estendeu as mãos contra Bellatrix.
— Espero que sua estadia de volta seja infinitamente pior do que a de vinda.
“Regna terrae, cantate Deo, psállite dómino, tribuite virtutem Deo, Exorcizamus te, omnis immundus spiritus, omnis satanica potestas, omnis incursio infernalis adversarii, omnis legio, omnis congregatio et secta diabólica…”
Bellatrix enlouqueceu. Sem conseguir se mover, ela saltava de um lado para o outro no mesmo lugar, lutando com todas as forças para conseguir se libertar do feitiço lançado por Jason. Ele entendeu que tomava o caminho certo de acordo com as reações dela, que parecia estar queimando de dentro para fora.
Os olhos de Bellatrix se voltaram para dentro do crânio e, a cada segundo de encantamento, ela gritava com mais força e mais agonia do que nunca. Ironicamente, a mulher que havia sido designada para trazer sobre a humanidade tanto sofrimento, agora, experimentava por si só o golpe espiritual máximo de Crunor, que lançava sua alma de dentro para fora, direto para as profundezas.
— Sanctus, Sanctus, Sanctus, Dominus Deo Sabaoth.
Bellatrix gritou mais alto do que nunca e uma substância branca leitosa começou a escorrer de todos os orifícios de seu corpo – até suas calças ficaram empapadas. Ela torceu a cabeça e tremeu violentamente, até que, finalmente, o corpo inerte da mulher possuída há tantos milênios tombasse no chão.
Jason adiantou-se para ela, que piscou por um segundo, ainda viva. Ele a tomou em seus braços. Seu rosto, agora, parecia tão inocente, e ao mesmo tempo tão torturado, que ele não soube o que dizer, tampouco o que fazer.
Os lábios da mulher se moveram e Jason aproximou seus ouvidos deles.
— Obrigada – disse, sem forças. – Acolho… a morte. Com a… alegria de quem… viveu em agonia.
Em seguida, seus olhos devolveram somente a opacidade da morte do corpo físico. Jason, de joelhos, fechou os olhos e chorou. Como nunca havia chorado antes.
Abençoando-a, ele entregou sua alma a Crunor, certo de que o sofrimento que ela experimentara em vida a recompensaria com uma eternidade de felicidade nos Campos Elísios. John o abraçou.
*
O homem se colocou na presença dele uma vez mais. Oculto na penumbra, de joelhos, ele fez uma reverência, sendo dispensado pelo outro.
— Bellatrix foi derrotada, meu senhor – disse, sondando.
— Tenho consciência disso – o homem sentado no trono de ouro franziu o cenho, como se a notícia o deixasse meramente curioso. – O jovem Jason Walker está se saindo perigosamente bem.
O outro assentiu, sem saber mais o que dizer.
— O senhor acompanhou a batalha?
O homem do trono de ouro fez que sim uma vez, distraído.
— O plano de Jason Walker foi audacioso, mas eficaz – disse, por fim. – Aparentemente, a assessoria do incandescente o está auxiliando. Sinceramente, não sei muito bem o que pensar a esse respeito. Quais são as chances dele contra Sirius?
O homem oculto nas sombras deu de ombros.
— Sirius e Bellatrix têm poderes muito semelhantes.
— Qual a diferença primordial?
— Creio que Sirius seja mais sanguinário. Bellatrix gosta de brincar com a caça; Sirius gosta de matá-la. Esse pode ser o fiel da balança.
O homem do trono assentiu novamente.
— Muito bem. Acompanhe o desenlace da missão de Walker de perto. Se Sirius for derrotado, você tem permissão para emboscá-los antes de chegarem a Senja.
— Está bem, meu senhor.
— Dispensado.
Mil perdões pela ausência desse últimas dias! Perdi os capítulos de 06 ao mais recente, por conta da correria... Bem, agora que estou aqui, devo dizer que ainda estou atordoada, no bom sentido, com os eventos mais recentes: a Bellatrix, gente... Que adversária! Que vilã temporária! Mesmo com uma presença efêmera, ela se mostrou um ótimo desafio para o Jason e todos os envolvidos! Incrível!
Vamos ver como ele se sai contra o Sirius e até onde que esse buraco todo vai... E eu achei muito interessante sua mescla de universos, colocando elementos do nosso mundo (vide cristianismo) dentro do Tibia. Achei bem bacana; havia outro usuário aqui, o @Wk~, que havia começado algo similar, mas em vias da Literatura, em sua própria história (procure por "Senhores Bíblicos" na Biblioteca Roleplay, caso se interesse). No mais... Aguardo o próximo, e espero não me atrasar xD