Aqui vai minhas opiniões sobre a
Disputa C:
Texto I: Achei o texto gostoso de ler logo de cara. Por algum motivo, a frase
"Por anos vaguei pelas terras da idade média" soou meio estranho pra mim, falar "idade média" assim dá a impressão que, sei lá, ele era de outra época. Na frase
"um havia 2 machados em mão" tem dois problemas; o dois escrito numeral no meio de uma narrativa, o que atrapalha a história, e o verbo haver sendo usado no sentido de "ter" onde... acho que não ficou certo. Achei desnecessário numa narrativa colocar onomatopeias entre "<>", do tipo <ATCHIM> e <AFOOO>; poderia ter simplesmente dito que o personagem espirrou, ou até colocar a onomatopeia, mas adequadamente, e sem esses <>. A história se desenvolveu num ritmo legal, foi fácil de ir lendo e não foi entediante em nenhum momento. Já o diálogo entre Silver De'Chaosbringer e Lost Basher foi totalmente fora dos padrões de qualquer narrativa, parece uma conversa do chat do Tibia, e isso não era pra estar numa história roleplay (aliás, os nomes deles já parecem nicks...). Sei que tem gente que gosta de escrever diálogo começando com o nome do personagem, por exemplo:
José: Nossa, o pão tá caro por aqui...
Maria: Espere só até ver o preço da manteiga.
Eu, particularmente, não gosto nada. Fica parecendo uma espécie de roteiro de teatro ou rascunho de alguma coisa, afinal, nenhuma narrativa ou história é escrita dessa forma. A gente precisa sentir que a história é uma história mesmo, não um relato de alguma aventura no jogo, como alguns já disseram aqui no tópico. Essas coisas atrapalham a sensação de história... Alguém já pegou algum livro sério onde os personagens conversavam assim? Nos outros diálogos, foi usado travessão e aspas juntos, o que não era necessário, só um dos dois já fazia o trabalho (em português é preferível que usemos travessões em diálogos, aspas geralmente se usa em inglês). O português até foi bom, mas mais uma vez, o autor não quis nem passar um corretorzinho ortográfico; tem muitos erros simples, acentos faltando pra todo lado, pontuação meio complicada. Por exemplo, acho que nenhum "porém" em todo o texto foi acentuado. E vi um
"aviamos" que foi tenso lá no meio da coisa. Mas o autor construiu frases de um jeito inteligente e interessante, gostei bastante. A história, apesar de fácil de ler, por algum motivo não gravou em minha mente. Enquanto escrevo isso, não lembro de muita coisa dela. Só entendi que os anões não eram realmente maus, mas que eram... escravizados pelo basilisco?
Texto II: O português correto e as palavras bem usadas me passou uma excelente impressão logo de cara. O autor visivelmente sabe o que quer dizer, e sabe como dizer do jeito certo para que o leitor entenda sem problemas. Sem confusões, de modo claro e direto, tudo bem específico. Ri com gosto do
Feitor Mordejoelhos, haha, é o tipo de criatividade que dá um gostinho especial no texto. A ideia de começar explicando que os textos foram encontrados em fragmentos por expedições foi bem interessante, e acima de tudo (o mais importante), a ideia foi bem executada. Serviu pra ambientar bem o leitor na história e fácil fácil já comecei a perceber a cultura dos anões, preciso dizer, foi convincente. Teve alguns errinhos que facilmente poderiam ser consertados, mas foram realmente poucos, daqueles erros que escapam por mais que a gente preste atenção. Ainda assim, uma revisão extra fez falta, teria deixado o texto impecável. O autor mostrou que conhece boas palavras para usar e as usa para dizer exatamente o que quer. Me prendeu essa história, e fiquei querendo saber o que ia acontecer, acompanhar o desenvolvimento do personagem principal.
Texto III: Texto muito pequeno e cheio de erros de pontos, de acentos, palavras escritas erradas... mais uma vez, sequer um corretor foi usado. A impressão que deu foi que o autor nem tentou muito escrever uma boa história. O pedacinho até ficou bom, mas muito corrido e apressado. Também, pudera, não chegou nem em 3000 caracteres! Difícil desenvolver uma história legal tão rápido. Não é impossível, até dá pra criar um conto rápido e extremamente cativante, mas esse ficou parecendo que era pra ser uma história... só que pra história, ficou curtíssimo. Ganha ponto por ter usado os travessões (na verdade, hífens) pra escrever os diálogos, ficou muito melhor do que no estilo "roteiro".
Conclusão:
meu voto vai para o Texto II. Aparentemente foi o mais caprichado, o autor parece realmente ter se dedicado a escrever algo bacana e conseguiu. Usa bem as palavras, expressa bem o que quer e conseguiu criar uma narrativa interessante e muito bem firmada, convincente. Parabéns!
Aproveito para comentar sobre a citação que o nosso amigo Carlos Lendario fez sobre minha opinião:

Postado originalmente por
CarlosLendario
e discordo com a opinião do Sero sobre a realidade dos personagens; Sair do padrão da bondade do mundo pode ser bom as vezes.
Ora, meu caro, o mundo não tem nenhum padrão de bondade. Pelo contrário, coisas ruins sempre aconteceram, e ainda acontecem o tempo todo, principalmente em grandes cidades. E isso, pelo menos pra mim, já é ruim o suficiente. Exagerar no flerte com o "mau" apenas pelo prazer de ir contra o "desejo pelo bem" não convence. Se me permite a opinião, fica até mesmo infantil (talvez seja justamente por que certas histórias "sujas" e livros sanguinários fazem tanto sucesso entre adolescentes).
Num texto, numa pintura, num desenho, numa música; na arte em geral, fazer um trabalho mais
sombrio pode, realmente, ser interessante. O problema, ao meu ver, é quando torna-se exagerado, num nítido desejo de chocar e, até diria, chamar atenção. Se um trabalho comum já precisa ser bem executado pra ser convincente, quanto mais algo não habitual.
Resumindo: se um ou outro personagem tivesse uma vida trágica, ficaria mais convincente.
Tudo mundo ser unido pela tragédia foi exagerado e surreal. Um personagem sofrer algum tipo de coisa ficaria convincente. Mas um ser estuprado, outro viver no meio de urina e fezes, outro ter desgosto do pai, outro acordar banhado em sangue, outro ser bom de copo, outro ser malvado desde a infância
foi exagerado.
Obviamente, é apenas minha opinião. Sei que você tem a sua, assim como cada um dos membros aqui.
Abraços a todos!