Edit: 4/01
Ontem fui pra casa de um amigo e dormir por lá, só voltei de casa agora pouco.
Bem, como fiquei um tempo fora, o capitulo 2 e 3(que não estão tão bem editados). O capitulo 3 é maior que o capitulo 1, 2 e o prologo juntos, Logo, vou ficar um tempo sem postar, pra pelo menos atualizar(provavelmente com o capitulo quatro os dois desenhos)
E por favor, quero comentários.
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Bem pessoal, já postei no começo do ano passado(e até antes) a minha historia, e ainda não li nenhuma critica(que eu me lembre) relacionado a minha historia(apesar desta seção ser uma área praticamente morta).
Bem, como é começo de ano, resolvi postar novamente a minha historia, dando algumas editadas no texto, que já não mexia há muito tempo
Tenho quase 35 paginas no word da minha historia(e mais 20 do que consideraria o apêndice), sem falar no mapa mundi e desenhos(que ainda não escaneei, mas pretendo fazer isso até o final da semana).
Hoje, pretendo postar apenas o prologo e o capitulo 1(que foi o que eu editei atualmente). A historia, por enquanto, está até a metade do capitulo 5(apesar de o capitulo 3,4 e o 5 serem bem maiores do que o capitulo um e dois).
Amanhã, ou eu posto o mapa mundi e os desenhos, ou o capitulo dois com algumas informações do meu mundo(tenho essa historia há muito tempo, e pretendo publica-la, já tenho muito historia, não apenas do protagonista, mas uma historia mundial consistente, e uma mitologia que eu to sempre melhorando).
Bem, é isso. Espero que alguém poste, por que eu quero algumas criticas, sério(de preferencia antes que eu coloque o capitulo dois e não der uma desanimada).
Edit - 02/01/13
Postei o mapa mundi(tá um pouco feio, vou ver se faço mais um, melhor). O que seria 10% do apêndice(lá em "informações"). Amanha (ou ainda hoje) eu poste o capitulo dois e mais algumas coisas(completar a parte de geografia que eu ainda não escrevi).
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As Incertas Crônicas dos Homens e do Atormentado (provisório)
Resumo
<ainda para fazer>
Spoiler: mapa mundi
A Aliança Pura
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Azoa
<fazer>
Frentica
Há muito tempo, este continente fazia parte do mundo civilizado. Mas após “A Queda”, esta parte do mundo se fechou, como se não fizesse parte do mundo civilizado. Um lugar totalmente desconhecido. Dizem que é maior que o próprio continente de Azoa, que é separado pelas cadeias de montanhas ao oeste.
Alguns boatos sugerem que os Cultistas conseguiram encontrar uma rota para o extremo leste, achando um litoral, que alguns sugerem fazer parte de Frentica. Ao norte, está o grande deserto de Madara(totalmente desabitado)
Svordoor
O portão de gelo. Um continente frio e gigantesco, cobrindo todo o circulo polar norte do planeta. Apesar de haver outras partes habitadas neste lugar frio(citando a antiga cidade de Osm), o único lugar realmente habitado é a península de KÆdrûn. Dizem as lendas antes mesmo que a própria historia dos homens começassem, havia uma grande montanha, onde o primeiro homem nasceu, uma montanha tão grande quanto os céus. E lá, o primeiro homem e sua esposa criaram a primeira cidade, que perdurou por milênios.
Dizem que a península de KÆdrûn recebe este nome pela possível localização da primeira cidade humana, de nome igual(apesar de não haver nenhuma montanha). Além da península de KÆdrûn, ao norte, há duas cadeias de montanhas que cercam a península. Mais ao norte, há o chamado Mar Branco, um lugar que cruza o mundo, de oeste à leste, portando apenas gelo e neve. Dizem que neste lugar, ocorreu a Ultima Batalha, batalha que determina o começo da historia dos homens.
Ao oeste da península de KÆdrûn, existe o arquipélago de Tsynir. Ao leste, banhado pelo Mar Áltico, está a Ilha de Santerato. Ao leste está o grande continente de Borealis, que são quase unidos pela península de Norreinberg. Indo para o sul, haverá o arquipélago de Mediulis e o continente de Azoa.
Borealis
<fazer>
Australis
Há muito tempo, houve um homem que conseguiu unir quase todo o mundo no poder das suas mãos. E durante milhares de anos, sua linhagem continuou a conquistar mais e mais terras. E o ultimo lugar realmente conquistado por este império, foi uma imensa ilha, denominada pelos navegantes como a Terra do Sul(em alusão à terra do norte e à terra do meio). Um lugar parte frio, parte quente, tão quente que há selvas ao extremo norte.
Acima desta ilha, existe o grande arquipélago de Mediulis, ao nordeste está Azoa, e ao noroeste está a ilha de Trinidos.
Mediulis
<fazer>
Trinidos
<fazer>
Tsynir
<fazer>
Santerato
<fazer>
Spoiler: Prólogo
O inferno. O eclipse.
Fogo se espalhando em meio à carne de mortos, as labaredas rubras refletindo no chão cruento. E aos poucos o majestoso sol – não tão majestoso, uma simples figura patética que aos poucos se escondia naquele grande astro. Imóvel como uma pintura (neste caso, horrenda). O ar que gritava, vindo de ventos de inúmeras localidades, gritos de horror e agonia. Um ar tão denso que era palpável. Maleável como uma fumaça, e cheirando a carne podre.
De fato aquele era o Inferno.
Passos, ecoados por cada lugar, se misturaram aos gritos de horror e dor. Gritos que mais eram demoníacos do que humanos. Gritos desesperadores, como aquele em que o homem conjura em seu ultimo momento de vida. E onde a fraca luz vermelha não alcançava mais forte os rugidos eram.
Uma grande planície, vermelha, e corroída pela erosão, um deserto talvez fosse. Ao horizonte, montanhas expeliam fogos e imensa nuvem, tão negras como a noite, se levantavam no céu.
Alguém estava caminhando naquele deserto. Sua sombra projetada pela fraca luz tornara o pequeno ser, gigante. Enquanto ele atravessara a planície devastada. Segundos, minutos, horas ou até dias poderiam ter se passado, o próprio tempo, parara, e igualmente, ainda fluía. E o pequeno ser continuou atravessando o Inferno.
Talvez fosse as rodas do tempo que se moveram novamente, ou simplesmente todo o deserto fora uma simples ilusão formada pela mente daquele pequeno ser. Seja o que fosse ele agora estava em uma vila incendiada.
Correndo e correndo, passando através do fogo, passando através de ruas e corpos queimados (e crucificados). Corpos não novos, mas antigos, e sua carne ainda permanecia grudada em seu corpo, como se os próprios vermes repudiassem aquela carne. Os olhos, as unhas e os cabelos não apodreceram. Realmente, aquilo era enlouquecedor.
O motivo de ser encontrados corpos no chão era um sinal de que o ser minúsculo entrara em um novo local, pois o próprio ar, que antes era denso, mas de alguma forma humano, se transformara em um cheiro confuso, um cheiro que arrepiava cada cabelo do corpo do garoto. Uma atmosfera maligna, como se a própria composição do ar daquele local, estivesse com a mais pura essência da mal. O cheiro de carne humana queimada era intenso, e aos poucos a visão do minúsculo ser foi ficando fraca, seus olhos o fizera lacrimejar. E continuou a correr, seu corpo já estava ficando vermelho, o suor brotava pelo corpo, ele estava sendo assada vivo. Mas ele continuou como se estivesse indo para o centro daquele morticínio.
O ser pequeno, após tanto correr tropeça em uma pedra- ou talvez um elmo carbonizado. Sua cara caiu sobre o chão quente queimando-a. Seus olhos, semicerrados olham para cima, o céu estava vermelho, e ao olhar por todo o lado, ele não via nada que relembrara sua casa, montanhas estavam pegando fogo, ou era o que ele achava. O chão estava quente, mas além de tudo isso, ele olha para o horizonte, e rasteja.
Sua mão era colocada no chão, a fumaça saía e queimava seus olhos, sua carne queimava. Mas mesmo assim, ele continuara. Seu rosto, já preto de partículas carbonizadas mostrou-se muito além do que se podia imaginar.
Era uma criança caminhando em meio ao Inferno.
Após tanto rastejar-se, ele olha para cima. Duas silhuetas estavam queimadas, uma era uma mulher, seu olho direito não existia, cada pedaço de seu corpo estava totalmente queimado, mas do isso, um corte na barriga mostrara que as tripas não existiam, o pé direito estava sem três dedos. Mas a outra estava pior, estava pela metade, arrancada por mordidas, garras, ou coisa parecida, sem seu braço esquerdo, sem seu nariz, que de uma vaga lembrança da criança, se mostrara longo, o cabelo daquele corpo estava caído, não pela idade, mas pelas brasas, que ainda consumiam em pouco o corpo, mas o que se podia notar-se que era um homem, nu, seu membro fora arrancado a dentadas. A criança, pelo asco, por tudo que passara até ali, vomitou uma substancia densa, sem quase algum liquido e verde, caiu pelo chão, e assim aquele liquido estomacal cozinhou.
Um grito saiu em meio a grande imensidão do Inferno, um grito de dor, tanto física quanto mental. E mais um saiu, e mais outro. Era um choro, não de uma criança qualquer, mas de um humano que provara a pior das dores, uma dor que caotizava qualquer mente.
A dor da morte.
Aqueles gritos trouxeram silhuetas não humanas, eles cercaram aquele fraco menino, parecia não ser deste mundo, não serem daqui, aquelas lendas contadas há muito tempo pelos pais da criança eram verdadeiras Eram realmente demônios.
Algumas pessoas sugerem que eram humanos há muito tempo caído pela afinidade da maldade. Outros dizem que eles guerrearam contra os homens, há milhares de anos. Seja o que fosse o ar estava negro, como se a própria luz não trespassasse.
Eram seres mais delirantes que a própria paisagem. Seus olhos eram nada mais do que cortes verticais naqueles rostos encravados em runas. E seus corpos, nada mais que fumaças sustentadas por veias. Eles cercaram o jovem garoto, e aos poucos, foram se aproximando.
A criança caiu novamente no chão, sua visão estarrecida mostrou duas silhuetas, mais próxima à realidade de um ser humano. Mais perto os dois seres(talvez humanos) iam chegando.
O mais estranho aconteceu, os corpos crucificados e cozinhados soltaram um grito, um grito além da vida e da morte. Aquele grito foi contagiado pelo ar, como se o próprio ar estivesse gritando, pelo chão que parou de cozinhar os braços e pernas queimados e cozidos do menino, o céu se transformou de vermelho ao negro, além disso. Uma luz branca cegou o menino, e ensurdeceu o grito do próprio universo que estava vibrando. Uma luz tão branca quanto o sol, tão brilhante quanto o sol, tão viva quanto o sol, mas não vinha do astro majestoso.
Parte I – O Amanhecer de um novo dia.
Spoiler: capitulo 1
Black Sabbath
Um homem andava sem certo rumo, pela densa floresta que acabara de entrar.
Apenas poucos raios se arriscariam surgir através das grandes folhas e os inacabáveis troncos e raízes. A luz rapidamente se esvaneceu perante uma nuvem que passava sob o sol. Agora, a colossal floresta estava escura sobre um com um aspecto antigo.
Ecoados passos, que quebraram as frágeis folhas de outono e os galhos secos, fizeram com que os pássaros, antes em cima das arvores, fugissem. Como se uma grande e demoníaca fonte de maldade corrompera o local. Os barulhos que as asas fizeram tiveram uma sonoridade que arrepiava até os mais destemidos homens. Pois aqueles não eram simples voos.
Mas voos de pássaros que fugiam de medo, de um colossal temor que fizera com que a antiga floresta, se tornara amaldiçoada.
Aquela figura, humana, que caminhava nas tortas e traiçoeiras arvores, movia-se para o norte, para longe da, agora já longínqua costa sul de Azoa. A brisa fizera com que as folhas secas, mas ainda sendo alimentadas pelas colossais arvores, pudessem se desprender da arvore e seguir a brisa. Enquanto o solitário, e negrume, homem caminhava contra a brisa. Uma folha, que estava sendo guiada para o corpo do homem, chocou-se contra ele. Atravessou o homem, como se ele não existisse, se estivesse no limiar do mundo, ou fosse feito de ar.
A sobreveste do homem, que era tão negro quanto caráter do homem, escondia em seu interior uma espada longa, embainhada por um couro estranho, uma cor mais rosada que o couro de vaca, mas não tanto quanto o de um porco ou algo similar.
Seus sutis passos, tão silenciosos, quase impossíveis de ser ver. Seu movimento, furtivo, insinuava que não andava como os homens, mas havia algo diferente nele.
***
O sol estava no centro no céu límpido e azul, de modo que a primeira impressão dizia ser meio-dia, o que naquele lugar, e estação era um pouco depois da uma da tarde.
E ele continuara seguindo para o norte. Ele subitamente cessa se encosta a uma das grandes raízes e vivas de uma arvore colossal e antiga, seu cipó cobria todo o tronco, e suas folhas, no alto, balançava calmamente ao som da leve brisa de outono.
Durante algum tempo, ele ficou lá parado na arvore, não descansando, mas olhando para uma clareira que se abria a alguns metros de onde ele estava.
E caminha até a clareira.
Subitamente, após sua chegada, um malicioso sorriso, junto ao um olhar aterrorizante, sendo que na direção em que ele olhava saí uma excursão de soldados e cavaleiros originários das Sete Lanças de Santerato- um conjunto de reinos que engloba quase todo o lado sudoeste do grande continente Oriental -, de uns mil homens, em forma, suas armaduras brilhantes, seus elmos reluzentes, suas espadas, machados, arcos e marretas eram quase emergidos de uma canção de donzelas.
Aquela linda tropa, em qualquer outro local, era nada mais que um desfile de pessoas da nobreza. Mas lá, uma floresta longe de qualquer outra cidade, fortaleza ou vila, não estivera lá para uma apresentação, estava caçando algo ou alguém. Ao longe, um cavaleiro, montado em cima de um corcel negro, e cercado por um contingente de outros cavaleiros desce de seu corcel, e caminha através da clareira.
Sua armadura reluzia dourada. Sete lanças cruzadas entre si no centro, feitas em relevo e circundavas por uma frase, da sagrada língua de Santerato, “Legitimo Sucessor do Antigo Império de Santerato”. A mesma imagem era reproduzida no estandarte balançando ao vento que o arauto portava, ao lado do cavaleiro.
Enquanto caminhava, o cavaleiro portava algum pergaminho em suas mãos, selado com o brasão, o mesmo visto na armadura dourada do homem. Ao chegar perto, ele desenrola o pergaminho, limpa a garganta e se prepara para falar.
-A Sagrada União das Setes Lanças. Legitimo Sucessor do Antigo Império de Santerato. Suserano de todas as terras. E verdadeiro portador da ordem dos Seis. Sentencia você, conhecido como O Carrasco do Oeste, à morte. Pelo crime de assassinar 2143 homens, mulheres e crianças, registradas até agora. Disseram-me para mantê-lo vivo, e levar você à grande capital Rashidase, para o julgamento perante o grande Rei Sol – o homem que falava era ao que parece, um cavaleiro de alto nascimento. Seu rosto, largo como seus ombros, com um curto cabelo negro. Uma cicatriz se formava ao olho direito, indo da ponta do nariz até quase o fim da testa, desconfigurando todo o rosto de brutamonte- Não há escolha, renda-se, e o levaremos para Rashidase.
Antes de desenrolar o pergaminho com as duas mãos, o comandante daquela tropa deixava seu grande martelo de batalha no chão, ao lado da sua perna. O réu, de uma cara de deboche, ficou por algum instante sério.
- E se eu recusar? – dissera o homem, mostrando a lamina de sua espada, negra, sacando parte dela daquela bainha de couro estranho.
- Fui aconselhado a manter-te vivo. Mas não foi uma ordem. Tenho comigo mais de um milhar de homens para cumprir sua pena. Desista, você será executado agora ou na capital, pelos seus crimes contra o Império.
O Carrasco do Oeste, após as palavras do general, começou a gargalhar imensamente. Ao ouvir isso, o comandante, ofendido talvez, virou para a tropa e caminhou para voltar. Seu arauto, logo atrás.
O Carrasco apenas ficou vendo tudo aquilo, rindo mais ainda, pela desfeita do comandante.
-Queridos cavaleiros. Vocês me deixaram de bom humor hoje. Então, por consequência disto, darei duas escolhas: Uma súbita morte, ou uma dolorosa morte? O quê será?
Ao ouvir aquilo, o grande comandante, montando em seu corcel, empunhando uma lança (e com seu martelo guardado nas suas costas), ofendido mais ainda com aquilo, se vira para os seus homens.
- Arqueiros, executem este verme de uma vez.
O verme do qual o comandante se referia vai se afastando para trás, para a floresta. E a espada do Réu que estava semicerrada em sua bainha é totalmente guardada. Ao mesmo tempo em que a espada fizera o “click”, sinalizando que a espada já estava guardada, uma onda massiva de ar se espalhou por todos os cantos. Balançando a grande floresta.
Tudo isso ocorreu em menos de dez segundos - uma grande tempestade e um olho de furacão no campo se formaram, escurecendo, como as trevas, tudo ao redor da floresta- Não havia nenhuma explicação. O mundo perdera sua noção de realidade. E todos os arqueiros se preparam para atacar a figura, que já não estava mais lá.
***
A chuva caia como navalhas, sob o céu negro a qual nada se via, nem mesmo as grandes arvorem que rodeavam aquele local. O barulho da chuva, que caia sobre as folhas num tom alto, em que nenhum outro se diferenciava.
Em meio a essa grande floresta, existia uma vila, uma vila normal, nas terras próximas da capital de Rashidase. E nessa vila, em que luzes de lâmpadas e lampiões, iluminavam fracamente, podia se distinguir uma taverna rústica, feita de tabuas não envernizadas de madeira.
E nesse bar, numa iluminação fraca, um local pequeno, onde a porta ficava exatamente na frente do balcão de madeira, e nas laterais, mesas e cadeiras, formando um corredor. Ali as pessoas se escondiam da chuva, comendo e bebendo, enquanto conversavam.
Quando, quebrando a rotina, a porta se abre, bem devagar, um homem completamente ferido, suas roupas rasgadas e manchadas de sangue, se apoiando numa espada negra, com o fio de lamina, já cego, sua cara tão molhada quando manchadas de sangue já velho e hematomas por todo seu corpo. Cambaleando uivando de dor. Ele tomba no chão de bruços e morre.
Spoiler: capitulo 2One
“Memórias”
A palavra ecoava por todos os lados. Além daquele repetido eco, o silencio dominava. A escuridão, a falta de cheiro ou toque, o próprio gosto da saliva já não havia. Nem o próprio dom de pensar ele não detinha. Nada além de...
“Memórias”
Em meio aquela infinita escuridão, um garoto loiro e de olhos negros estava pendurado em duas correntes, correntes que iam para cima, como se não acabassem, presas em seus braços totalmente envergados. Seus olhos estavam abertos, mas não havia vida.
Antes que se percebia talvez o eco ou a própria fonte primária desta voz, a palavras e suas infinitas variantes que se repetiam ao fundo silencioso se tornaram mais rápidos. Tantas vozes, um súbito pensamento nasceu desse acontecimento. Seriam tantas vozes quantas pessoas que há no mundo?
Em um súbito momento, o pensamento desapareceu tanto quanto os ecos. Apenas o que parecia ser a fonte primaria prevaleceu. Continuou...
E então parou.
Naquele breu escuro, que não havia nenhum dom dos cinco sentidos e o dom do pensamento ele, de algum modo, estava morto, estava lá parado. Apenas usufruindo de uma patética existência.
Durante todo este tempo ele ficou lá, seu corpo e sua cara mudaram, de um garoto de olhos negros e cabelos loiros, mas não muito claros, um pouco escuros, não chegando a ser castanhos.
Ele estava crescendo, e em toda aquela medíocre existência, seu corpo, pequeno, ganhava forma, suas feições de criança se transformaram em um belo rapaz.
***
Ele se lembrou, ou forçado pela própria voz a se lembrar de uma escassa memoria.
O calendário dizia ser cinco de junho. O garoto estava caminhando na rua, o céu escurecia lentamente, a noite estava chegando.
Duas figuras estavam ao lado dele, ele segurava as mãos de uma das figuras e caminhava através da rua, estava feliz – não sabia –––por que, só estava feliz – e caminhava através das casas e casarões sem formas pela noite que acabara de adentrar. Luz de lampiões se difundia pela distancia e pelos mosquitos que as rodeavam. Até que ele reparou que cavaleiros conduziam as pessoas para algum lugar. Havia crianças chorando. Pessoas gritando, mas elas eram forçadas a ser levadas. E o estranho era que elas teriam que ir sem nada, apenas com suas roupas do corpo e as armas deles próprios.
A criança e as duas pessoas viraram a esquina, e fugiram furtivamente sem os soldados perceberem.
***
A escuridão dominou novamente
Durante muito tempo, ele estava lá, numa inércia. Cortes e fraturas, e sangue apareciam e desapareciam quase sempre.
Outro lapso de memória voltou dessa vez apenas sons saíram de lá, o resto continuou ao inanimado.
-Não! Não-Era uma voz feminina, talvez não muito velha, mas nem de longe era nova - Precisamos ficar aqui, você não entende, mas antes de irem embora, levem o meu garoto.
O som acabou, e passou-se muito tempo naquela inércia, tanto tempo que passava a lógica humana, uma eternidade. Talvez. A escuridão era uma sensação extremamente enlouquecedora.
***
Outro lapso. Mas desta vez, ele estava lá como a primeira.
-Vá dormir, amanhã será um dia importante - Era a mesma voz, que ganhava forma aos olhos do garoto. Olhos castanhos grandes e atenciosos, um cabelo ruivo e uma cara que na juventude teria sido angelical, mas agora tinha alguma coisa diferente, a preocupação tirava toda aquela beleza, olheiras marcavam o rosto daquela mulher. Mas houve um cheiro que talvez marcasse mais que qualquer outro som ou olhar, era um cheiro que ele conhecera há muito tempo, o cheiro de rosas, talvez um perfume ou coisa parecida, e lentamente as visões iriam se estreitando, o som que antes era atento a cada brisa, cada barulho, iria desaparecendo. Apenas o cheiro continuou igual.
-Sim mãe- disse o rapaz, e assim o cheiro desapareceu.
Voltou a aquela escuridão. O tempo passara e passara, as formas e os ferimentos continuavam a aparecer e desaparecer.
Outro lapso.
O rapaz estava brincando com uma espada de madeira, as brisas fizeram os pinheiros balançarem. O sol iluminava o rosto branco do rapaz, a luz ofuscava de longe a camisa branca, mas simples do rapaz, e uma bermuda de algodão tingida de preta junto num par de chinelos pretos desgastados simples.
Enquanto ele brincava de cavaleiro sozinho, acertando e errando as folhas coloridas do outono, o tempo se passara. O sol já estava passado do meio sol, quando de leve a luz esvaneceu. Olhou para o sol, pensando ser uma nuvem ou alguma coisa que ele pudesse ver, um astro apareceu, e lentamente o sol foi.
Outro lapso
Desta vez ele estava na cidade onde estava noite anterior, chamas e gritos apareceram e desapareceram.
Ele pode ver crianças, dezenas delas penduradas e sendo devoradas por estranhas fumaças que conjuravam gritos de dor, agonias enquanto devoravam aquele banquete humano- parecia que tanto as crianças como os seres gritavam, não havia diferença, eram gritos de agonia. Outras crianças estavam sendo, também, crucificadas e levantadas.
De alguma forma, o modo com as crianças estavam sendo distribuídas, era peculiar. Uma forma, talvez circular, e no centro, estava uma figura humana.
Outro lapso
Desta vez as chamas o cercaram, um soldado lutava com, alguma coisa que ele não podia ver, a chama limitava a sua visão. O soldado do outro lado das chamas lutava bravamente com um som, talvez a fonte do som que ele estivera lutando, e num piscar de olhos, o braço da espada foi arrancado dele, caindo, mas antes que pudesse chegar ao chão, à cabeça fora arrancada.
Outro lapso
Desta vez, ele estava sedo cercado por fumaças, os gritos que antes havia, despareceram por completo, apenas uma voz, potente- e humana- era ouvida pelo garoto. Era uma língua estranha, e muitas vezes, impossível de conseguir ouvir por clareza. A criança sentiu suas mãos serem assada.
Outro lapso
Homens chegaram a cavalo, talvez de um distante lugar. Homens da cidade apareciam para pedir ajuda ao homem que comandava a guarnição, uma guarnição vinda diretamente de Rashidase, o objetivo daquela guarnição parecia ser tão puros quanto às armaduras e elmos brancos que eles portavam.
O comandante viu o garoto. E antes que se possa perceber, a espada do comandante estava no pescoço do homem que pedira ajuda.
Os outros guardas saíram e começaram a atacar o resto do povo. O garoto loiro começou a correr, e não olhou para trás.
O tempo parou, mas a vida não, ele estava congelado, e aquele som agudo que uma espada faz ao cortar uma carne, estava lá. O cheiro de sangue e o gosto de dor também.
“Memórias”
As palavras voltaram, mas dessa vez não havia nenhuma voz primaria que ele desconhecia, era a sua própria voz. E mais alto e mais rápido a voz começou a tomar conta do rapaz. E a escuridão voltou ao seu mundo.
Ele começou a ouvir, não sabia onde. Como se ele não tivesse controle de seu corpo, ele ouvira sua voz, mas não era ele que falava, ou pensava. Não conseguira se lembrar das palavras propriamente ditas, mas após isso, todos os cavalos começaram a relinchar loucamente, e após isso, pode ouvir os trotes dos cavalos se afastando.
E então ele começou a enxergar, estava em um bar rústico, pessoas o rodeavam, elas estavam falando. E ele não as escutava, ele estava no chão, sua cara encostada no chão, mas ele não sentia.
Ele podia ver que havia sangue em sua cara, rodeada pela sua boca, mas não sentia o gosto ou o cheiro do sangue.
O garoto apenas estava enxergando, não tirou uma conclusão própria disso, na verdade não conseguia ouvir a voz dele em sua cabeça. Nem a tentativa estava tentando.
Uma súbita memória veio em mente. Estava chorando e as trevas o aproximavam, estava tentando fugir, mas não conseguia.
O sol não estava lá, cheiro de carne queimada pairava no ar.
O gosto de dor, de medo não conseguia sair de sua boca.
Ouvia gritos não humanos por toda a parte. E tudo isso ia desaparecendo, o cheiro, o gosto, os risos, as figuras. Tudo. Até que se deu conta.
Ele estava naquela escuridão havia oito anos.
Spoiler: capitulo 3Born Again
O já falecido estranho que acabara de entrar no bar permaneceu imóvel. Seus olhos estavam abertos, e sem vida. Uma grande ferida em sua cabeça abrira e englobara quase totalmente a testa. Em uma mistura de sangue velho e sangue fresco que escorria pelas tabuas de madeira daquele rústico bar, seus olhos lentamente foram se umedecendo pelo sangue. Seus olhos foram lentamente se transformando em uma bola homogênea de sangue.
As pessoas começaram a gritar talvez de pânico ou para chamar algum curandeiro da vila. E talvez propositalmente, ou acidentalmente, o pânico tomou conta daquele bar.
Muitas pessoas tentaram sair, e também tentaram entrar, e em poucos segundos, o bar todo ficou avermelhado, pegadas ensanguentadas saíram e entraram no bar.
E o sangue que escorria do corpo daquele homem não se esgotava. E aos poucos o sangue se apoderou de todo aquele bar.
E durante muito tempo, o sangue escorria as pessoas que estavam em pânicos, logo começaram a reparar que aquele sangue que escorria do corpo do estranho homem não envelhecia. Mas o que mais entranhava aquele cenário doentio, não era o sangue não coagulado, mas sim a quantidade do liquido vermelho. Uma pessoa daquela idade, e daquele tamanho e peso deveria ter em torno de seis litros de sangue no máximo.
Mas o que saía daquele corpo ocupava o dobro da quantidade. E aos poucos o sangue foi parando, e a última gota chegou e se desprendeu do corpo já falecido.
Então, talvez fosse uma ilusão, ou uma coisa muito pior, uma parte do sangue retornara ao corpo, as pessoas não conseguiam definir a quantidade de sangue que saía do corpo. Mas ao mínimo, metade do liquido voltara ao corpo.
Subitamente o corpo do homem se levantara, ou parte dele.
Ao que tudo indicava, um corpo se levantou, trajando suas roupas- manchadas e rasgadas- sem nenhum machucado, nenhuma cicatriz ou sangue velho. Mas ao contrario do corpo semivivo, a outra parte – nua – permaneceu intacto, a grande ferida em sua cabeça, e outras tão horrendas quanto em seu corpo nu.
A parte viva do estranho homem se levantara estranhamente, suas pernas que ao oposto da parte morta, estavam fracas, sem músculo algum. Sua cara, que ao oposto da outra parte, estava barbuda.
Inversamente ao corpo morto, a parte viva detinha a vida, mas não detinha força em seus membros.
E ao se levantar por completo. O corpo vivo deu seu primeiro passo sobre o clone falecido, que se desfez, como um dente de leão sobre o vento, ou como uma bolha de sabão que se desfaz ao encostar-se a algum objeto. Mas sequer resquícios do morto sobraram após o passo desajeitado do homem. Era talvez uma ilusão, pois o corpo e o sangue restante do morto sumiram no mesmo instante...
Quando as pessoas perceberam aquilo, o pânico novamente tomou conta, nenhuma pessoa em toda historia dos humanos, ressuscitara dos mortos.
As antigas pedras sagradas dos Deuses Anciões proferiam que ao cair da morte, um homem está sujeito a vagar eternamente na Única Vida. Mas ele estava vivo, todos os olhos humanos viram o que acabara de acontecer.
As pessoas tentaram correr novamente do bar tomadas de pânicos, não havia saída além de onde o homem estava algumas pessoas se afastaram até o extremo da taverna, mas poucas se arriscaram a correr para a saída. Um homem conseguiu escapar.
Quando ao chegar a poucos passos do estranho, as pessoas que tentaram escapar paralisaram-se. Não era medo, era uma coisa muito mais negra e poderosa.
Aquele tremor se espalhou por todas as pessoas que olharam o homem que trajava roupas negras.
Então o homem trombara no chão, sua cara bateu com força no chão que antes havia sangue, mas que estava limpo.
***
E durante muito tempo, aquele corpo e as outras pessoas permaneceram imóveis.
Mas o sombrio homem despertou novamente, acordando no mesmo instante, as pessoas que antes estavam em pânico, estavam calmas, como se nunca tivessem visto o que acabara de acontecer.
Mesmo para as pessoas que não tiveram de escapar, a paralização surgira, mas não a amnesia.
Como uma amnésia que toma conta dos homens, todas as pessoas contraíram aquela doença. E ao olhar para o homem que acabara de acordar, rapidamente elas começaram a se mobilizar, para ajudar o homem caído.
-Onde eu estou- disse o homem que havia caído no chão alguns momentos atrás.
-Está em Naei, é uma pequena vila a 100 km de Rashidase- dissera um homem com uma barba vermelha e um ralo tufo de cabelo vermelho. Trajava botas simples, camisa preta e uma calça que parecia ser de algodão- nós vimos que o senhor está muito machucado, não é comum um soldado ou um fora-da-lei aparecer por aqui. Diga-me, quem o senhor é, por que está aqui e que machucados são esses.
-Meu nome é... - há até poucos momentos, apenas certas lembranças vinhas em sua cabeça, mas aos poucos seu raciocínio voltara, e com ele, voltou tudo- Vanor- depois de dito seu nome, uma grande pausa surgiu- eu... Eu não sei... Vocês me desculpem, mas não sei o porquê de eu estar aqui.
-Mentira!-dissera um homem que era um dos que tentavam escapar, - Ele é um assassino, não estão vendo isso? Olhe suas roupas, olhe a espada dele, talvez ele seja um procurado!
-Relaxe Leroy- dissera o homem que acordara Vanor- não há nada com que se preocupar, olhe para ele, ele está fraco, não há com que se preocupar – e durante alguns segundos ele analisa Vanor, aqueles olhos castanhos frios, junto com umas olheiras negras e profundas que encobriam todo o glóbulo ocular da pessoa desconfortava Vanor, após alguns segundos, ele passa a mão em sua barba vermelha – De onde você é Vanor?
Durante alguns instantes ele tentou responder aquela pergunta, sua boca tentou soltar algum som, mas ele não conseguia, parecia que seu corpo não respondia sua mente. Mas aos poucos os fatos se juntaram, a cabeça dele começou a ficar clara, e os pensamentos voltaram rapidamente.
-Sou de uma pequena vila pesqueira, uns 15 milhas de Rashidase, morava em Kaeniro. Sim- ponderou Vanor, lembrando finalmente de tudo-, sim, esse era o nome da minha vila.
- Kaeniro, você disse Kaeniro?- e novamente os olhos do homem ruivo analisaram levemente Vanor- bom, não sei se essa é alguma piada, mas Kaeniro foi...- O homem ruivo deu um tempo para si, ele não entendia direito os fatos, era talvez alguma brincadeira, era impossível - destruída há quase nove anos, no Eclipse.
Desta vez um silencio mortal se tomou conta do lugar, após alguns segundos Vanor tentou soltar um grunhido, de negação, pois se lembrara de tudo, como se fosse ontem. Era impossível aquilo, mas antes que Vanor fosse se manifestar, uma figura, não antes apresentada, acabou com o silencio.
-Sim, eu pude ver com meus próprios olhos- uma voz velha e fraca que ecoou nos fundos da pequena taverna- eu estava passando por lá- dissera a voz, só que desta vez mais alta, mas ainda velha.
No fundo do bar, repleto de mesas e cadeiras amontoadas entre si, uma figura pequena e velha se levanta em meio às luzes das velas, a cada passo que ele dava as sombras, antes enormes, foram diminuindo. A silhueta pequenina anda até o fraco homem que se chamara Vanor.
Em seu caminho, suas feições antigas se revelaram um cabelo longo seboso e branco que caía até seu queixo, seus pelos que iam da extremidade mais alta de sua cabeça até o fio mais longo de seu queixo não demarcara nenhuma divisão de onde realmente acabara o cabelo e começara a barba. E mais um passo ele deu, e pode se ver seus olhos negros e suas verrugas cobrindo toda suas olheiras. Lábios secos e pálidos, que queria agua, e um nariz longo e grosso que mostraram cada pelo de seu nariz.
Aos poucos, aquela criatura anciã chegou demorada, até Vanor.
-Eu estava lá, eu vi com esses dois olhos- seus dois principais dedos enrugados apontaram para aquelas duas orbitas oculares esbugalhadas- estava viajando para a grande capital, talvez por azar meu, ou burrice minha não sabia que era aquele dia... -uma pausa se fez diante daquelas palavras- deveria ter ficado com meus cavaleiros Teishaks, ou talvez viajado mais cedo- lamentou o velho homem- era meio dia, e as trevas caíram, não lembro o que aconteceu após isso, mas lembro-me que uma vila que eu havia passado alguns momentos antes do crepúsculo não existia mais, era como se nunca existiu alguma coisa lá. Lembro que havia algumas arvores em volta de algumas casas, e um mar de grama, e então tudo virou areia. Tudo estava seco, como se aquela área nunca fosse habitada.
-Isso... Isso é- a voz de Vanor desapareceu, seu psicológico estava agora, mais do que alguma vez já foi, totalmente caótico. Questões pairaram em sua cabeça, mas quanto mais ele pensava, mais ele tentava se reconfortar, sua mente mais psicótica ficava.
-Você disse nove anos? - a voz rouca e amedrontada que saia da boca de Vanor- como?- gaguejara Vanor.
-Mas é claro, nunca ouviu falar do Grande Eclipse? Estamos em 1249, se não me engano. Neste mundo eu vivi durante duas eras, é muita coisa não é?
- Lembro de uma vez, acho que há 50 anos- continuara o Velho-, o mundo já estava acostumado com a ausência dos Seis. Se minha velha mente não falha, eu estava trabalhando pelos Mádares, é assim que vocês os chamam?- referiu aos grandes guerreiros do deserto de Madara- Bom, tanto faz. Sou um diplomático, ou era. Fui discípulos de Maerkelius, o homem que viajou para os Sete Impérios. Bom, onde eu estava? Ah sim, os Guerreiros do Deserto me pediram para atravessar o mar, as ilhas germânicas, e até o Estreito Kaeni, aquele se liga Azoa da Germania, sabem?- brincara o velho, não de um jeito arrogante, mas de um jeito dócil- para chegar às planícies de Azoa. O Sultão me pediu para realizar uma aliança entre algumas das maiores tribos Teishaks e nós.
-Não lembro ao certo, - continuara o ancião, após um breve período de pausa - mas quando eu viajei para o que vocês chamam o estreito de Kaeni, nosso barco enfrentou uma grande tempestade. Acho que apenas eu, alguns cavalos e um escravo sobrevivermos. Mas acho que apenas sobrevivemos, pois fomos levados bem para uma praia deserta Azoens. – mais uma pausa para respirar e lembrar-se das de uma aventura há muito tempo perdida – Continuando. Lembro que o escravo fugiu ou então tentou me matar, não lembro ao certo. E no fim, fiquei com um cavalo velho, uma pequena espada e o meu pergaminho. Não lembro bem o que aconteceu depois, mas parece que eu encontrei algum Theishak, lembro que cheguei limiar entre o deserto e as planícies. Não. - tentara lembrar, novamente o velho homem-Não, era UMA Teishak, não podia me esquecer da Teimaj, uma beleza.
-Não fala merda, - dissera o homem ruivo – você pode ser velho, mas suas historias são todas mentiras. - se irritara do velho homem, quase farto de suas ações - Nunca, repito, nunca houve uma aliança direta entre os dois ou mais dos Sete Impérios. Velho doido. Encontramos você há uns seis anos, e desde lá você contava essa e outras estórias. - cuspiu o homem- Casou-se com uma Teishaks? Lutou ao lado de Braenun nas grandes Campanhas dos Seis e depois voltou e virou um grande Ar-naermhen? Velho doido...
-Não houve uma aliança, pois eu não terminei a missão. - corrigiu o ancião – Após o Eclipse o mundo foi abençoado com o retorno dos Seis. Cheguei perto, perto assim ó – e dois de seus dedos velhos e fracos se aproximaram, dando apenas um vão entre um e outro dedo – Um grande Ar-naermhen me achou, nós conversamos. E então eu ia de volta para meu Sultão, quando os Três Impérios remanescentes de Santerato marcharam para a Capital dos Homens em busca de redenção e perdão dos Seis. Bandos de burros não sabiam que os Seis ainda eram bebes?
Depois disso, continuara novamente seu monologo.
- acho que vocês já sabem que a Maior das Guerras aconteceu. Os homens diziam que uma nova era veio. Os Sete Impérios estavam prontos para ser destruídos. Outros bandos de burros, durante quase 50 anos eles continuam no poder do mundo. Até hoje eles mandam no mundo, ou vocês acham que aquele bando de imbecis dos Mestres das Mentes comanda o mundo?- agora gritando para o homem ruivo, calando todos, o conhecimento daquele velho louco era muito maior que os dos habitantes da Naei- E mesmo nesse equilíbrio dentre os Sete Impérios, nos últimos 20 anos o mundo continuou na mesma guerra. Até que o Conselho dos Seis decidiram lutar contra os Adeptos.
-Chega!- Leroy, o homem pequeno de cabelos negros e olhos negros- Essa discussão já irritou a todos nós. Eu como conde da vila tenho o direito e a autoridade para prender vocês! Então parem de falar. - após aquela voz autoritária do pequeno Leroy, os dois homens se calaram- Diga-me Vanor, quem realmente é você? Eu tenho a autoridade de prender ou matar você sem qualquer objeção. Fale logo.
-Eu não – Um grande pesar veio em sua mente, quanto mais informações uteis ele recebia, mas confuso ele ficava – estamos em 1248?
-Você por acaso têm algum problema. Eu fiz uma pergunta e quero a resp...
Antes de o pequeno Leroy terminar a frase, a porta se abre atrás de todos. O homem que conseguiu escapar algumas horas antes voltara, atrás dele estavam dois cavaleiros que estavam passando por perto, ao que se parecia.
-É ele- dissera o fugitivo, que nada além de suas roupas molhadas e seus cabelos curtos e molhados- Ele chegou aqui como morto, e agora está vivo. Olhem! Só pode ser obra dos Adeptos.
Após a fala do covarde homem, os dois cavaleiros, que trajavam armaduras do reino de Rashidase se aproximaram de Vanor.
-Fomos informados que há aqui algum homem que voltou todo ensanguentado. Viemos aqui para ver o que está acontecendo. – dissera o maior cavaleiro entre os dois. Uma espada longa e branca marfim que ele carregava sem uma bainha propriamente dita. Seu olhar sinistro e nervoso e seu cabelo negro como a mais profunda noite mostrara que aquele homem não é um homem pra brincar- O que mais preocupa não é uma tropa inteira dos melhores homens do mundo ser massacrada. E sim, pois não encontramos nenhum soldado inimigo.
- Você... – dissera o segundo homem guerreiro. Que nenhuma feição realmente interessante ele detinha. Cabelos e olhos castanhos, feições cansadas e sujas causadas pela chuva e um arco-longo que ele carregava nas costas- Vanor, mais conhecido como O Carrasco do Oeste. Soube que o grande General Felício de Mirertes foi convocado para caçar você. Talvez ele não tenha te encontrado ainda.
-Como poder dado das Sete Lanças de Santerato, eu irei matar você- palavras extremamente mal-formuladas geradas pelo clima e pela sede de sangue do homem, e antes que algum homem pudesse ver aquilo, a espada grande do maior dos cavaleiros vai até Vanor.
Sua posição perfeita, a ponta afiada da grande espada em linha reta, sem ser tirada da rota pela resistência do ar. O ataque iria perfurar em cheio Vanor, sem qualquer forma que um humano normal pudesse defender...
Mas o impossível, literalmente, aconteceu. A cega espada negra de Vanor bloqueia o ataque esmagador do homem, alguns instantes antes da morte certa do garoto fraco. O que impressionava naquela situação não era um homem fraco, pra começar, poder levantar uma espada do porte da negra espada que ele carrega. E ainda defender com maestria, sem um movimento em falso, o ataque.
Mas sim o fato de que Vanor defendeu a ponta afiada e minúscula da espada com as costas da espada, sem ao menos, move-la de lugar.
Após aquilo, um olhar demoníaco apoderou daquele garoto. Seus olhos que antes estavam vivos e suas pupilas castanhas estavam dilatadas. Mas agora seus olhos estavam vermelhos de sangue, não apenas as pupilas, mas todo o glóbulo ocular estava encharcado de um sangue que, antes, não estava lá.
O grande e forte homem com um medo apocalíptico saiu de bar. Seus músculos se contraiam e sua cara, antes alimentado pelo sangue que corria para todas as suas veias, ficou branco. O medo tomou conta dos pelos de seu corpo, arrepiando-os. E suas pernas que antes estavam firmes causadas pela posição perfeita da espada. Agora estava inquieta pela quantidade e a velocidade do sangue que corria nas suas artérias.
E então ele começou violentamente a correr. Seus músculos também antes firmes estavam agora totalmente relaxados. E ao que ele corria tomado pelo pânico, à urina quente sai de suas pernas, escorrendo pela sua perna. E a merda foi expulsa de seu corpo escorrendo igualmente a sua urina pela perna que não parava de se movimentar.
Ele fugia perante a chuva e a noite.
Mas não o menor e desconsiderado homem que ao ver que Vanor bloqueara o ataque, pegou seu arco-longo e uma flecha de sua aljava. E com cuidado, ele a coloca em seu arco, estica-a até seu máximo. Sua respiração subitamente esgotou. Uma pequena e cintilante gosta de suor escorria entre sua testa. Seus músculos estavam calmos, e sua pupila não estava dilatada. A calma corria entre seu sangue e sua mente. Ele tenciona mais e mais, o limite do cordão já passara, mas não a madeira detalhadamente trabalhada. E a madeira se enverga mais e mais, uma força quase descomunal se fazia presente naquele momento. Seus dois dedos enrijecidos se solta no cordão, alcançando uma rápida aceleração, a tensão da madeira bem-trabalhada se desfaz, e a flecha ganha muita força indo em direção ao demoníaco rapaz que trajava roupas negras.
E a flecha acerta em cheio, que a perfura e ultrapassa o pescoço de Vanor, que ainda não foi o suficiente a para-la, e ela acerta um dos pilares de madeira que havia naquela rustica taverna.
A perfuração no pescoço do fraco Vanor teve a força de matar um homem. Sua espada, que antes estava fincada no chão se desprendeu, e como um efeito dominó, a espada cai e aos poucos o homem se desequilibra, e por pouco não tomba para trás.
Após a súbita perda de equilíbrio, as fibras e os músculos que foram perfurados com a flecha rapidamente começam a se entrelaçar-se, músculo por músculo, fibra por fibra, célula por célula. O ferimento mortal desapareceu, nenhuma cicatriz, nada que mostrara que mostrara que uma flecha estivera ali, havia.
Cabisbaixo, talvez por causa do já curado ferimento, o homem se vira em direção ao arqueiro menor. E ligeiramente, sua cabeça se levanta, mostrando nada além daqueles olhos ensanguentados. Passo por passo, que ecoava pelo bar tomado por pânico ele chega mais perto do arqueiro. Ele levanta mais um pouco sua cabeça. O arqueiro pode ver os dentes, gigantes, como de um chacal, salivando. O arqueiro se afasta um pouco.
-Pare- dissera o ancião homem, que se entrepõe entre Vanor e o arqueiro, que encosta sua velha e fraca mão no peito dele, em sinal de para-lo - Olhe ao seu redor, os homens estão quase mortos de medo.
O que antes era os olhos vermelhos do homem se reverteu ao olhar castanho e nervoso de Vanor. Seus dentes, também voltaram ao normal. Ao perceber que o arqueiro estava branco como marfim. Olha ao seu redor, e percebe que os habitantes estavam tão brancos quanto o arqueiro, outros estavam desmaiados.
- Vá... - dissera Leroy, que estava alguns metros atrás de Vanor- embora.
Não se sabe o que realmente aconteceu após aquela cena, um ou duas palavras Vanor pronunciara e antes de ir embora naquela chuva fria. O velho homem chega até Vanor.
-Você é um garoto atormentado, não por fantasmas do passado, mas por você mesmo. - o velho homem com seu olhar calmo e seus lábios secos com sua barba e cabelos brancos, rapidamente perde a força, sua vida estava quase ao fim, ou o que velho estava pensando – O meu fim está próximo, todos que eu conhecia estão mortos, meu mundo não é mais este. Já vivi um mundo de glorias... - Disse, se lembrando, por um instante, do que o passado lhe deu. – Não sei quanto tempo ainda me resta, mas sei que há muito tempo, eu encontrei uma ilha. Ao oeste do Império Germânico, uma pequena ilha, não está nos mapas, mas ela existe. Lá, você poderá descobrir coisas que poderão interessar você.
Sem saber o que realmente o velho falava, saiu da taverna. Durante a chuva da escura e profunda noite. Ele caminha por entre as florestas, aos poucos seus passos aumentam, e ele começa a correr por entre a lama. Os imensos trovões que gritavam ao seu redor iluminavam tudo por um breve instante, e novamente a escuridão voltava.
Avançou grande distancias daquele grande continente, e não parava de correr. Não se sabia o porquê que ele corria, mas ele corria e não parava. O molhado cabelo loiro caia por entre a sua cara, sua espada que ele pegara antes de sair do bar estava em suas costas. E sua encharcada roupa negra rasgava pouco em pouco.
Pelo que pareceu, ele tropeçou em uma corda, posta propositalmente lá. Uma grande tora mantida por dois cabos de cipó avança em direção de Vanor. Por pouco, a tora não o atinge, colidindo com uma arvore que estava há alguns centímetros de Vanor.
- Olha, parece que peguei alguém – uma voz que soava por entre as arvores se fez presente- Mas o que será? – E um vulto que havia entre a mais alta arvore daquela local, caiu para o chão, não se podia ver direito o vulto, apenas que uma monstruosa espada embainhada em partes nas suas costas, cabelos negros, além de sua altura e sua aparente força se mostrara daquele vulto – Será um coelho?
E dá um passo em direção a Vanor.
-Não, maior, um cervo talvez – e aos poucos sua cara se mostrara um sério e cético olhar do grande homem – não, é maior.
Aos poucos ele caminha até Vanor. Sua lamina, grandiosa, magnifica, e nada igual ao que já foi feita pelos homens estava embainhada nas costas do homem, uma lamina escura, coisa que podia se perceber mesmo na escuridão. Mas, além disso, havia um frio brilho refletido de uma pequena luz que passara nas nuvens, que não apenas pegava na lamina, mas que se formara no olhar, assassino, do grande homem.
Aos poucos ele vai caminhando, mais perto de Vanor, e a retira, com sua mão esquerda. Uma espada obviamente de duas mãos e talvez impossível para um homem carrega-la com toda a força possível. Mas ele ainda a enverga até o peito, e coloca sua mão direita do cabo da espada.
-Mas é mais fraco.
Spoiler: informações do mundoOs Sete Impérios
Através da segunda era dos Impérios, apenas sete Impérios sobreviveram às ascensões e quedas de dezenas de reinos.
“As Sete Lanças de Santerato”- com a Queda de Santerato, ao que restou do Conselho dos Seis se separaram, e um deles foi “As Setes Lanças de Santerato” – Sete, o numero sagrado de Santerato. A união de Sete grandes tribos após a Aliança Pura - que trazia metade do Conselho dos Seis. Sendo um dos impérios responsável por acabar com “O Domínio das Trevas”, eles conseguiram unificar a parte mais ocidental de Azoa.
“Ordem Divina de Santerato (chamada atualmente de As Terras do Norte e Santerato)”- trazendo outra parte do que restou do “Conselho dos Seis”. Seu império corresponde da grande ilha de Santerato(cidade estado sob proteção) englobando quase todo o grande continente gelado de Svordoor – a porta de gelo-. Sua capital é a KÆdrûn.
“Os Sultões Marades”- O homem responsável por acabar com o Domínio das Trevas foi o Grande Azoenei e seu grande exército do deserto. Após o fim da Era das Trevas, grande parte do deserto de Madara e seus arredores pertencem aos Sultões. As areias ao leste da Baía Azul, não são controladas.
“Teishaks”- Apesar de Santerato conseguir conquistar a parte mais ocidental (A chamada Azoa Próxima), o leste de azoa permaneceu intocado (e atualmente, não há registros ou mapas que vão além de Kwol-tengier). O motivo dos homens da terra sagrada não conquistarem mais ao leste (exceto por Madara), é uma grande planície habitadas por nômade, as Estepes Teishaks. Até 100 DQ continuou dominada por clãs de guerreiros “não civilizados”, mas houve um homem que reuniu todos os senhores das guerras Teishaks em uma grande e quase infinita horda, eles marcharam até a fortificada Rashidase em busca de gloria e riquezas. Antes de conquistar a grande Rashidase, ele é assassinado pelo seu próprio filho, separando o império pelos seus filhos e generais. Mesmo sendo um império fragmentado, ele ainda existe, mas sob ordem dos grandes Ar-naermhen, os senhores da guerra.
“Adeptos ao culto das trevas” – o império central-: após a queda de Santerado, o mundo conhecido foi dominado pelas trevas. Mas aos poucos os homens reconquistaram as terras de Santerato, expulsando os adeptos as ilhas ao centro do mundo: as grandes ilhas de Mediulis. Sua capital é a Morterasan ( a terra das trevas, a terra da noite).
“Império Germano da Ilha Borealis” – Borealis, a grande ilha do norte foi o outro grande continente a não fazer parte de Santerato. Fundada pelos Germanos – Irmãos- Odoun e Frenos, eles conquistaram aos poucos as terras de Svordoor, sendo limitada até a grande península de KÆdrûn. Sua capital é a Germani.
“Conselho dos Seis - ou o resto dele” – Apenas uma pequena porção permaneceu fiel aos princípios dos Homens. Eles residem inteiramente na grande ilha do sul Australis. Como um objetivo Divino, sendo motivo de permanência dele mesmo após o desaparecimento dos Seis, sendo totalmente fiéis até o Renascimento dos Seis, foi derrubar o controle dos Adeptos ao culto das trevas. Irien é a sede do governo.
Cidades-Estados
Santerato- A cidade sagrada dos homens que fica na Ilha homônima.
Kwol-tenqier- a única cidade a não ser destruída pela horda Teishak.
Voen- Cidade germânica que mantém a tradição dos Ulfserks
Osm- A cidade mais distante do mundo fica alguns quilômetros do Mar Branco, foi dizimada no Eclipse, antiga aliada do império germânico e das Terras do Norte e Santerato.
Seis Guardiões
Antes do começo da ‘era dos homens’, os deuses anciões deram aos humanos certos poderes para combater as hordas demoníacas do Senhor das Trevas.
”Seis guardiões para proteger as Seis Essências Humanas-Coragem, Respeito, Determinação, Liberdade, Honra, e a Vida”
Seis forças para proteger os Seis princípios do homem: Fogo – o calor dos destemidos; Terra- o Respeito a sua casa, o Respeito ao seu chão; Água- A determinada força das marés e dos rios; Vento – A liberdade das brisas pelo mundo; Luz – a luz que guia os homens à honra; Os Próprios Homens – O dever de proteger a vida.”
E com isso, após o inicio da “Idade dos Homens” e a fundação de Santerato – A terra dos Homens- Foi criada um exército para proteger os princípios, comandados pelos Cincos Guardiões e um Homem escolhido para comandar a 6º força. Foi o começo do “Conselho dos Seis”- o exército dos Homens-, sendo muitas vezes chamado de o primeiro exército Humano.
Os cincos guardiões mais o 6º são escolhidos através do poder da Consciência Coletiva (a única vida) sempre que um ou mais dos Seis morrerem. Sempre ao nascer de um dos Seis.
A Guerra pela Liberdade
Há muito tempo atrás, nasceu um homem, cultuado e adora por todos os sete impérios. Considerado por todos os impérios como o ‘O Maior Homem Livre’. Ele conduziu o mundo conhecido para a batalha pela liberdade.
Este homem conduziu os guerreiros a uma guerra santa. Seu nome seria difundido por todos os cantos do planeta. Seus soldados os honrariam e criariam um dos maiores impérios da humanidade. Seu nome era Azoenei, o Salvador.
Como Hemaro, o Magnífico, ninguém sabe onde ele nasceu sendo considerado mundialmente como um ‘Cidadão do Mundo’ – um homem que em tempos negros aparecia e detinha a vontade da humanidade, a determinação dos seres vivos. Um homem que o mundo necessita.
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Responder com Citação
- porém, falo isto a fim de deixar seu texto mais fluente e legível, longe de querer depreciá-lo. Outra coisa que notei foi uma tentativa muito forçada de descrever os ambientes e os objetos, o que, particularmente, não me agradou muito. 