CAPÍTULO VII - ANCORANDO
— Mirzig! Não! Parem! Morte! — Gritava o anão, remexendo-se na rede onde dormia.
— Ei, anão, bem que você poderia parar de delirar e me ajudar aqui, estamos chegando à costa.
— Huh? Que diabos você está falando Jonas, eu não pronunciei palavra alguma! Costa, que costa?
— Anão besta, qual costa seria? A da Baía da Liberdade, seu tolo, estamos chegando.
O anão levantou-se de imediato da rede onde repousava, calçou suas botas de couro sujas de poeira e ensopada de rum, a noite anterior havia sido um tipo de despedida, a viagem de duas semanas a bordo daquele navio imundo finalmente iria acabar, e nada melhor que algumas garrafas de rum para celebrar.
Jonas e Nevrok subiram ao convés, onde encontraram Scot Mão-de-cegonha, o capitão do navio, apoiado ao mastro, ditando ordens aos seus únicos dois marujos, Nevrok teve a impressão de que um dia eles viriam a fazem um motim e tomar as rédeas da embarcação, mas isso não vinha ao caso, o anão dirigiu-se à proa do navio e vislumbrou a cidade ao longe, um grande complexo de ruas, pontes e outras construções de bambu.
Ao sul avistou um aglomerado de pequenas figuras se movendo, mas não conseguiu identificar o que era.
O navio ancorou no porto da cidade, um homem alto e misterioso estava à espera deles, trajado com uma capa branca, roupas de seda e um par de sandálias, era magro e alto, preservava um cavanhaque peculiar, três triângulos bem delineadas voltadas para cada um dos lados (Jonas imediatamente pensou que manter aquele desenho era agora o maior mistério da humanidade), além disso, usava uma cartola branca com uma sigla que ninguém conseguiu associar a nada, “SE”.
— Ora ora, se não é aquele pirata que me prometeu trazer um dos tijolos da pirâmide do Faraó de Ankrahmun mas nunca retornou, sem contar o pequeno detalhe que recebeu o pagamento adiantado. Veio quitar sua dívida, velho Scot?
— Vejo que não envelheceu nada Seleph, lamento, mas seu presente fica para a próxima.
— Hah, então se eu não recebo meu presente, você não recebe as boas vindas.
Nesse momento o bardo soltou um riso desproposital, o homem da cartola virou-se pra ele, olhando-o com um olhar curioso, apresentando interesse no visitante.
— Quem são esses que traz com você? Andou enganando outros jovens inocentes, oferecendo aventuras dignas de um herói, ou seja, limpar seu navio?
— Bem, é quase isso, esses são Jonas, um bardo, andarilho, ou seja lá o que esses tipos com alaúdes são, e o nanico ali é Nevrok, um anãozinho que perdeu a cidade que morava e quer vingança, esse típico bla bla bla.
Jonas e Nevrok reviraram os olhos, não acreditando na besteira que o capitão acabara de dizer.
— Lamento meu velho Scot, mas vou ter que lhe manter prisioneiro aqui.
O homem da cartola estalou os dedos e uma corda começou a se formar em volta das mãos do capitão, o resto da tripulação ficou espantada, parece que perceberam que se alguém deveria ser aliado, era aquele homem.
— De novo com esses seus truques, seu alquimista fajuto, só por que assassinou o macaco-xamã-ancião pensa que pode sair por aí fazendo seus truques, me solte antes que eu desista de lhe trazer aquele tijolo inútil.
— Por enquanto você fica calado Scot. — Com outro estalar de dedos uma mordaça surgiu abafando a voz do capitão Scot, que deu um suspiro profundo e abaixou a cabeça desistindo de tentar negociar.
— Quanto a vocês, se quiserem esse bastardo livre, terão que fazer um pequeno serviço pra mim, coisa simples, matar uns cinco demônios, limpar a sujeira das hidras, cortar as unhas do behemoth, essas coisas básicas, venham comigo até minha biblioteca, lá eu designarei suas tarefas.
Nevrok e Jonas assentiram, olharam com pena para o Mão-de-cegonha, mas ele merecia aquilo, ninguém mandou ele ser caloteiro, mas mesmo sendo arrogante, estúpido, egoísta, inconfiável, ainda era um bom homem e havia os ajudado a chegar até ali, libertá-lo era o mínimo que poderiam fazer.
Depois de uma curta caminhada silenciosa sobre as ruas de Porto Esperança os três chegam à porta de um casebre, pequeno e surrado, Jonas e Nevrok tiveram a impressão de que aquele era o lugar errado, mas quando o homem misterioso abriu a porta ambos suspiraram de espanto, a casa que mal poderia acomodar duas pessoas virou um grande palácio, grandes pilares de mármore branco sustentavam um lindo teto com desenhos e palavras que não conseguiam decifrar, algum tipo de mágica tomava conta daquele lugar.
O homem seguiu em direção a uma grande mesa onde haviam alguns objetos estranhos, um orbe vermelho banhado em sangue estava suspenso no ar sobre uma pilha de folhas, ao lado dele uma cenoura que expelia uma aura amarelada, tudo ali parecia encantado.
— Sentem-se, vamos tratar de negócios. — Disse o homem apontando sorrindo para duas cadeiras que surgiram após uma explosão de fumaça.
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É isso, por enquanto, lamento por ser um capítulo pequeno, mas estou um tanto enferrujado com a minha escrita, espero terminar este conto algum dia, e que os próximos capítulos sejam maiores.
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Responder com Citação


) Gostei do jeito que a história está seguindo, só o que tenho a falar é que ela está fraca no quesito de descrições. Sei lá... Neste último capitulo, onde você mostrou que a dupla caiu numa armadilha dos Dworcs, faltou descrições, por exemplo:


