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Tópico: O Eclipse de Fafnar

Visão do Encadeamento

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    CAPÍTULO 2

    Lá em cima, além do alcance dos homens, onde os deuses fazem sua morada e onde as almas repousam, Suon copulava com sua irmã Fafnar*.

    Lá em baixo, na terra firme, em todo o Tibia, o céu estava escuro; o sol estava tapado pela lua.

    O Senhor Comandante da Guilda dos Mercenários interrogava cada um dos doze novos recrutas. Era um ritual onde todos os aspirantes a mercenário deveriam falar seu nome, filiação, cidade de origem, e o motivo de estar ali. Gareth e Hammill foram os primeiros a serem interrogados, o primeiro foi zombado pelo senhor comandante devido ao seu problema na fala, o outro foi jurado de morte por Ossos Grandes por ter estuprado uma garotinha de oito anos.

    O próximo da fila era Robbert, o Piolho; Robbert era órfão e não se lembrava de seus pais que haviam sido assassinados, deixando para trás Robbert e outros três filhos menores. Robbert nasceu e viveu em Edron onde mendigava nas ruas e cuidava de seus irmãos, escolheu ir para a muralha quando Flyn, o mais velho de seus irmãos, completou quinze anos (a esta altura Robbert já tinha dezoito) na busca arrecadar ouro para dar melhores condições ao que sobrara de sua família.

    Depois de Piolho foi a vez do rapaz que perdeu as roupas, era um bastardo do bastardo do bastardo do antigo rei Tibianus III, isso fez com que o Senhor Comandante ficasse em fúria, além de não estar vestido apropriadamente ainda contribuía para o bom andamento da tão temida profecia. — E qual é o seu nome, moleque? — Perguntou o senhor comandante.

    — Nã, meu senhor, meu nome é Nã.

    O Comandante repetiu o nome do rapaz, dentre todos ali, o único em que se importava em recordar era este.

    Nã era um homem de média estatura, próximo dos vinte e dois anos, seu crime foi estar no lugar errado na hora errada: Nã trabalhava como açougueiro em Thais, por isso sempre estava com manchas de sangue nas roupas e com um cutelo ensangüentado preso na cintura. Seu erro foi ter saído para a rua para tomar ar e ter encontrado um homem esfaqueado, já morto, à beira da porta, transeuntes avistaram a cena e denunciaram-no. Como a prisão thaiana estava cheia, foi enviado para a Guilda.

    O próximo foi Ossos Fortes, Ossos tinha o peitoral largo e e longos e grossos braços, por isso recebeu este apelido. Disse que estava ali por livre e espontânea vontade, e que foi filho de uma plebéia e um ciclope. Também disse que tinha vivido todos esses anos embaixo de uma caverna, criado por uma tribo de orcs; algum desses fatos era verdade, coube ao Senhor Comandante escolher em qual acreditar.

    Os outros rapazes se chamavam Drolo, Pyrlam, Samael, Julian, Cerwin, Zzala Zzin Zzae e Fynn. — Um pior que o outro. — Disse o Senhor Comandante — Agora lhes apresento seus instrutores.

    — Humgolf — O anão deu um passo a frente; fora um exímio ferreiro na cidade-vulcão de Kazzordoon, trabalhara em minas de carvão e de pedras preciosas por todo o Tibia. Na Guilda ele era o encarregado de ensinar os recrutas a reparar armas, marcenaria, metalurgia e outras atividades semelhantes. O anão tinha uma barba exótica, encaracolada de maneira que formava um hexágono na altura dos mamilos. Tinha as mãos calejadas e tomadas por cicatrizes, o mesmo com seu grande nariz, apesar de ter longos cabelos a parte central de sua cabeça não era provida de tal dádiva.

    — Gaar – O velho druida deu um passo a frente com a ajuda de seu, assim como ele, velho cajado de teixo. Gaar já viveu uma centena de anos e além disso. Era um dos sete druidas remanescentes, uma antiga classe encarregada de manter a harmonia na natureza e trazer saúde ao povo, ali o seu dever não era diferente, era o responsável pelas hortas e pelo tratamento das feridas dos presentes.

    — Ariana Karith — Todos os novatos ficaram surpresos ao ouvir aquele nome e ver a mulher retirar o turbante que cobria toda a sua face. Ariana Karith era uma bela mulher, apesar de já ter ultrapassado os quarenta anos, a única da Guilda. Tinha um fino nariz e uma pinta na altura dos lábios, o que contribuía para a sua beleza, porém seus olhos eram vermelhos e sérios, o que gerava um ar de mistério ao redor daquela mulher. Passou metade da vida em Yalahar onde aprendera os segredos das mutações e do golems de ferro, a outra metade viveu em Edron, onde aprendeu todos os segredos da magia. Porém na Guilda sua tarefa era curiosa: persuasão e lábia, como enganar o seu inimigo.

    Ossos baixou seus calções e tirou seu membro para fora. — Garanto que há anos não via um, não é? Vem cá, eu sei que você quer! — Ariana dirigiu-se até o grande homem, ajoelhou-se à sua frente, quando este colocou suas mãos atrás da cabeça da mulher, prestes à empurrá-la em direção ao seu pênis , um jato de sangue atingiu a face da mulher.

    Com um pequeno e afiado punhal que estava escondido embaixo das suas mangas a, até agora aparentemente frágil, mulher decepou o falo do homem, bolas, sangue, esperma e mijo banhavam o chão ali. Gaar teria trabalho com aquele ferimento.

    Mesmo com o incidente e a multidão atônita as apresentações continuaram.

    — Quietos, escória! Elathriel, à frente. — foi a vez do elfo — O elfo era natural de Ab’Dendriel, assim como todos os de sua raça era alto e belo, longos cabelos loiros desciam abaixo de seus ombros e as vestes de seda verde faziam-no parecer magro. Ele e o Senhor Comandante se odiavam, porém eram obrigados a conviver em harmonia para o progresso da Guilda dos Mercenários. Elathriel era o encarregado de ensinar a arte do arco e flecha.

    — Musgo, sua vez — o venoreano dos pântanos deu um passo a frente, contorcendo-se, um pouco tímido e parecendo um retardado, deu um sorriso que mostrou sua meia dúzia de dentes esverdeados, os recrutas caíram na gargalhada — Silêncio — gritou o Senhor Comandante — Musgo pode ser feio, porém é um dos principais instrutores, rápido e silencioso, ele irá passar suas habilidades para vocês, e todos irão se arrepender de terem gargalhado do pobre homem.

    Aquilo fez com que os recrutas se calassem.

    — E por último, o favorito de vocês, já o conhecem muito bem — os recrutas esbanjaram um sorriso, era a vez de Arstan — Eu!

    Os sorrisos foram por água abaixo imediatamente, todas as expectativas foram desmoronadas.

    — Arstan foi enviado para uma missão de altíssima urgência, e eu irei substituí-lo. Iremos nos tornar grandes amigos, garotos, isso eu garanto — Ironizou o Senhor Comandante. — Agora saiam daqui, é o último diz de moleza, amanhã começa o treinamento de verdade.



    O deserto de Jakundaf era imenso, toneladas de areia distribuídas em uma área inestimável, e no meio dela estava Arstan com os dois cavalos, um deles já tinha nome, Pingo, o outro Arstan ainda estava decidindo.

    Walfred ou Mancha? Walfred era o nome de meu avô, não é digno de um cavalo, e Mancha não têm nada a ver com esse aí, ele é completamente negro.

    — Malditos cavalos, vivem atormentando meus pensamentos! Ei,espere! E isso! Cavalo, esse será seu nome, cavalo.

    Arstan trazia poucas provisões, apenas a sua mochila com um pote de minhocas um pouco de pão e um rolo de cordas além de um manto para as noites frias. Os cavalos carregavam um saco de maçãs. Arstan não podia prever ao certo quanto tempo passaria no deserto com os cavalos, por isso trouxe as maçãs para que os cavalos não
    morressem de fome antes de encontrarem um campo verde.

    A sua direita e a sua esquerda eram um infinito amarelo, o mesmo se aplicava ao que se encontrava a frente atrás. Já faziam três horas que caminhava e o cenário era sempre o mesmo, mudavam somente as dunas, as cobras e os escorpiões.

    Mas ao atravessar a mais altas das dunas até agora o cenário mudou, ou se tratava de uma miragem, Arstan não soube dizer, um elemental da terra em um embate violento com um escaravelho antigo, duas grandes criaturas dos tempos remotos, raras naqueles dias. O Elemental golpeava a carcaça do escaravelho com seus grandes e pesados punhos compostos por lodo, raízes e pedras, enquanto o escaravelho decepava suas pernas com suas fortes presas. Arstan, mesmo duvidando da realidade daquilo, decidiu se afastar, a situação em que se encontrava já não era das melhores, uma morte não estava em seus planos.

    O resto daquele dia foi mais do mesmo, areia, areia e mais areia, algumas pausas para comer algumas maçãs, porém a viagem seguia, perto do entardecer, Arstan avistou algumas ruínas ao longe, ele sabia do que elas se tratavam. Antigamente aquele era o primeiro desafio de um grupo de aventureiros, a Missão do Deserto, chamavam, porém agora todas as entradas foram bloqueadas e uma nova foi escavada abaixo da Guilda. Aquele era o lugar onde passaria a noite. Amarrou os cavalos em uma das vigas restantes, se enrolou em volta do manto que trazia na mochila e pôs-se a dormir.


    Longe dali, no Palácio d’A Rainha, em Carlin, Seline Turnivan, a atual rainha, dormia com Damon Turnivan, seu filho.



    *Fafnar, a Deusa Sol, e Suon, o Deus Lua, são dois dos deuses da mitologia tibiana. Suon persegue Fafnar, desde quando esta queimou o mundo, com o fim de puní-la. (dando assim a origem do dia e da noite)


    Primeiramente, obrigado Necronoise e Jotinha pelos comentários, estou realmente agradecido =]

    @Jotinha
    Valeu pelo comentário, muito bem feito e construtivo, vou explicar algumas coisas por partes.
    Por que o Senhor Comandante usava uma pele de mamute em pleno deserto?
    Devo ter esquecido de falar, era para ser noite neste momento, e como um clima desértico tem os dias quentes e as noites frias, ficaria apropriado o uso dessa vestimenta.
    Senti uma inspiração em Game of Thrones na história com todo esse lance de prisioneiros e renegados terem a escolha de servir em uma guilda, como aquele lance da muralha.
    A semelhança existe, porém só copiei a parte da grande construção no meio de um lugar ermo. Quanto aos prisioneiros e renegados, na saga do George Martin, existe a opção de ir para a Muralha, porém assim que vira um membro há uma série de juramentos e privações, na Guilda dos Mercenários não há sso, é mais como uma "clínica de reabilitação" que dá uma chance a quem não se encaixou na sociedade ou na família ter uma atividade para a vida.
    Por que o Senhor Comandante ficou bravo quando descobriu que alguns de seus ex-alunos haviam sido contratados para assassinar o Rei, eu pensei que eles fossem mercenários afinal, pagou matou.
    Está certo, mercenários são gananciosos e não ligam para a vida alheia, porém nada os impede de não querer uma guerra entre Thais e Carlin (as maiores potências tibianas), mas isso ainda vai ter um desenrolar mais pra frente que vai explicar melhor o motivo do pavor do Senhor Comandante.
    Não sou muito fã dessa parada de profecia, é sempre uma profecia, uma quest, o escolhido pelos deuses, o retorno do grande mal. Eu queria ver uma profecia diferente, vamos ver como você trabalha.
    A profecia nem se concluiu ainda, e nem se sabe se ela é real ou zoação do cara que proferiu, calma moço =[
    Espero que acompanhe o conto e que goste mais dos capítulos do que da introdução, e lembre-se, toda crítica é bem vinda ^^
    Última edição por Canibal Vegetariano; 31-12-2013 às 22:15.
    Dêem uma olhada, comentem, xinguem, ou nem entrem, vocês que sabem...



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