Lordinh, obrigado pelo comentário espero que você chegue logo no capítulo atual!
Agora, a todos que ainda acompanham, segue o novo capítulo (eu tinha prometido ele pra amanhã, mas antecipar não tem problema né?

)
Espero que todos gostem!
Comentem!!!!
Capítulo 2 – Problemas no Vilarejo
Já estava entardecendo quando as amazonas se despediram dos jovens e já era possível avistar as pequenas casas de pedra que compunham o vilarejo de Northport.
Os três seguiram por mais um quilômetro antes de alcançarem a placa “Bem Vindos a Northport”.
— Estranho... — Lignuns estava procurando alguma coisa, enquanto pensava alto. — Muito estranho...
— O que foi? — indagou Dan.
— O vilarejo não é tão silencioso... E minha mãe... Ela sempre fica por aqui recebendo os viajantes...
— Já é quase noite, ela já deve ter ido pra casa — sentenciou Luna.
— É... — concordou o druida. — Deve ser...
Ainda desconfiado, Lignuns seguiu na frente, guiando o grupo. Ele atravessou a praça principal da cidade em silêncio e foi direto à porta da sua antiga casa. O jovem não se fez de rogado e a abriu rapidamente.
A casa era simples, tinha um tamanho médio com muitos móveis, apenas alguns tapetes não muito trabalhados decoravam a parede.
— Senhor Graubart? — O druida ficou surpreso ao ver o seu velho vizinho sentado na mesa, aparentemente sozinho.
— Lignuns? — O senhor estava visivelmente surpreso, mas não parecia muito feliz. — Por que você não avisou que ia voltar? Podia ter mandado uma carta...
— Senhor, onde estão meus pais? — perguntou cortando a conversa.
— Eles estão ali. — Ele apontou para o lado esquerdo da casa, onde estavam as camas. — Estão descansando.
Só então os jovens notaram certo gemido vindo daquele canto. Lignuns correu até a primeira cama.
— Mãe...? — ele sussurrou enquanto olhava para quem estava na cama.
A mulher de cabelo castanho estava mais branca do que deveria e os jovens podiam sentir o calor que exalava do corpo dela. Ela tentou dizer alguma coisa para o seu filho, mas saíram apenas alguns murmúrios.
— O que eles têm? — Lignuns perguntou apressado. — O que aconteceu?
— Febre do Pântano... Eu acho... — O velho se levantou e se aproximou dos jovens. — Bruno começou a se sentir mal poucos dias após retornar de uma viagem a Venore.
— Meu pai está assim há mais tempo? — Lignuns perguntou enquanto corria para a outra cama.
O homem, também de cabelo castanho, estava mais branco, mais quente e parecia estar inconsciente.
— Ainda não há uma cura pra isso? — Lignuns questionou o velho novamente. — Magia? Nada? Os pais de uma amiga nossa estavam trabalhando nisso em Venore... — Lignuns pensou brevemente que se Megan ainda estivesse com eles, ela poderia ajudar.
— Até pouco tempo atrás não havia cura conhecida, mas as últimas notícias indicam que a febre não é mais um problema para Venore... Eles devem ter encontrado alguma cura...
— Vamos para Venore então? — Dan enfim falou. — Eu posso ir à frente correndo com as minhas botas para pegar a cura...
— A viagem a pé até lá dura semanas... — interveio o velho. — Não acredito que eles tenham tanto tempo...
— É uma ideia melhor do que ficar aqui e não fazer nada! — retrucou Luna.
— Talvez haja outra opção. — Lignuns entrou na conversa. — O Senhor tem um navio! O Falcão do Mar! Nos leve até lá!
O velho engoliu aquelas palavras voltou à mesa e se sentou.
— Já não tenho mais o Falcão do Mar. — Graubart abaixou a cabeça e respirou fundo. — Estou velho para a navegação, meus ossos não permitem mais que eu faça longa viagens... E desde a morte do Rei, piratas estão em todo o lugar, alguns deles estão agora mesmo aportados no nosso pequeno vilarejo... Não tive outra opção a não ser vender o meu velho navio...
— Alguns piratas estão aqui? Quantos são? — Lignuns estava extremamente interessado. — Você conhece algum deles?
— São cinco navios... O pirata da perna de pau é um deles... — antes que Graubart terminasse de falar, Lignuns já estava indo em direção à porta.
Os três atravessaram a praça correndo e seguiram até o porto.
Não foi difícil identificar o navio Striker em meio a outras embarcações menores.
— Bugga! Bugga! Mim goblin conhecer humanos! — exclamou a pequena criatura verde ao rever os jovens.
Os outros piratas estavam descansando e não deram muita atenção aos aventureiros.
— Raymond! — gritou Lignuns, ignorando o goblin.
Após poucos segundos, o pirata saiu do convés e deu um largo sorriso para os jovens enquanto seguia mancando até eles.
— Então nos vemos novamente! — Ele se dirigiu a Dan. — Droga... Você me disse que tem catorze anos, mas eu não me lembro se Aratan morreu há mais tempo. Mas pelos deuses, você é a cara dele! Você é filho dele não é? Como você se chama mesmo?
— Me chamo Dan! E segundo a minha mãe, Aratan era mesmo o meu pai! — Apesar de ter muitas perguntas sobre o seu pai para fazer, ele se conteve. — Mas agora o meu amigo Lignuns precisa de ajuda!
— Meus pais estão doentes, eles estão com a febre do pântano e nós precisamos ir até Venore para procurar uma cura — disse o druida sem hesitar.
— Bem... Esse navio era do Aratan! Ele apenas deixou para mim quando conheceu Gabriela e resolveu abandonar o mar! Então se um amigo do seu filho precisa de ajuda, nós vamos ajudar! Amanhã, na primeira luz, partiremos para Venore! Nós estávamos indo para lá mesmo! — o pirata gargalhou.
— Obrigado. — Lignuns agradeceu abaixando a cabeça.
— Não foi nada! Agora vão descansar! Teremos uma longa viagem amanhã!
Em Venore, na antiga sede da AVIN:
Um tapa estrondoso foi ouvido no salão principal.
— E então? Você vai abrir a boca ou vai ter que apanhar mais? — disse Thales a sua ex-namorada enquanto se certificava de que a pequena caveira em seu anel não havia se quebrado.
— Eu já disse... — a chorosa Valliris respondeu. — Eu não sei onde eles estão...
Com as mãos presas atrás do seu corpo, a jovem não podia limpar o sangue que escorria na sua bochecha. Thales admirou um pouco aquele rosto sujo de sangue antes de decidir o que fazer.
— Luke! — ele chamou pelo seu general e aguardou até que ele desse um passo à frente. — Vetch zidraihtison Lorrachi — disse utilizando o idioma da guilda ainda com certa dificuldade.
— Sim, Victious — respondeu Luke sem hesitar.
O cavaleiro colocou um capuz na jovem para que ela não enxergasse o caminho e a guiou para fora do salão principal.
O silêncio estava predominando entre os dois, até que eles saíram da AVIN e Luke quebrou o gelo.
— Vall... — o cavaleiro estava sendo mais carinhoso do que ela já tinha alguma vez visto. — Você sabe onde eles estão... Por que não conta logo?
O silêncio veio como resposta. Um silêncio profundo e esclarecedor.
— Ele vai te torturar até você revelar... Ou pior... Ate você morrer... — Novamente o silêncio foi a resposta, mas dessa vez o cavaleiro não se incomodou. — Meu amigo está fora de si... O Revolucionário parece ser a coisa mais importante da vida dele...
Valliris ficou curiosa com o rumo que a conversa estava tomando, mas optou por manter o seu silêncio.
Alguns minutos de caminhada depois, o capuz foi retirado e para a surpresa da jovem na sua frente parecia estar a saída da cidade. Valliris ainda sentiu uma lâmina passar por entre as suas mãos e ao sentir que estava livre se virou para o seu captor com um misto de alívio e surpresa.
— Mas o que...? — a dúvida na sua cabeça lhe fez perder as palavras por um instante. — Foi isso que ele lhe mandou fazer na língua da guilda?
— Não... Ele ordenou que eu lhe levasse para as masmorras... Mas eu não quero que você morra Vall... — disse Luke sem esconder o incomodo com a situação. — Vá embora. Encontre os seus amigos e fique escondida com eles!
— Mas e você? — ela não conseguiu segurar a pergunta. — Thales vai matá-lo!
— Direi que fui atacado pelas costas e pronto! — Ele deu de ombro e em seguida deu um leve passo atrás indicando que desejava ir embora.
— Mas e se ele não acreditar? — Valliris estava preocupada com o seu captor, apesar de não deixar de achar que deveria mesmo era estar correndo para fora da cidade. — Ele pode achar essa história muito conveniente... E no mínimo vai querer saber quem te atacou...
— Talvez. — Luke parou de recuar. — Se você me dissesse o nome de dois ou três dos que ainda estão vivos...
Valliris hesitou. Aquilo parecia uma armadilha. As palavras que o seu ex-namorado havia dito na língua secreta poderia significar qualquer outra coisa, “descubra quem está vivo” ou “engane essa tola para que ela conte”. Com muitas dúvidas, ela simplesmente olhou nos olhos do cavaleiro esperando se sentir segura de algo.
— Stutch — disse ela ainda receosa.
A jovem então correu. Ela não parou até estar na escada da saída sul e somente após olhar para o lado de fora da cidade e ter certeza de que não havia ninguém lhe esperando lá, ela virou-se novamente para o distante cavaleiro que ainda estava parado no mesmo local, talvez na esperança de escutar um segundo nome.
— E Izan! — gritou Valliris antes de descer a escada e sumir.
--------------------------------
Próximo: [Capítulo 3 - Sangue de Rei]