Quanto tempo, meus caros amigos! Demorei tooooooooooooodo esse período para encontrar inspiração para prosseguir a minha história! Bom, quando me empenho, o pessoal já deve saber que vem uma safra completa de capítulos por aí!
Vou deixar claro a todos que lerem ESTE CAPÍTULO que minhas histórias são e provavelmente sempre serão enigmáticas e interpretativas (ei de ser necessário reler por vezes para buscar o entendimento completo) então acostumem-se com isso! Tentem interpretar bem esse capítulo, pois ele será um dos mais dificultosos de se entender até agora (creio eu).
Espero que todos os antigos leitores da minha história retornem, não vou desapontá-lo mais. Assim como não correrei os capítulos (mais de um por dia) também não quer dizer que eu vá postar com tanta frequência como alguns outros autores (um capítulo de três a sete dias creio estar de bom tamanho) mas não desanimem, pois a história ganhará focos mais visíveis e provavelmente vocês verão capítulos maiores! Sem mais delongas, vamos logo com o mais novo capítulo de A Arte do Dreamwalking (história com três anos de existência)
Capítulo I - O Sol no Horizonte
Ele acordou. Assustado, refletindo, preocupado. Camdrek o observava, mas Teshial não o conhecia para saber quais eram suas intenções. O guarda assustou-se, correndo até Lardor e chamando-o. O elfo apenas pôde ouvir, no caminho, os berros de Camdrek: "Venha, venha logo! O mestre acordou!".
Ele deve vencer. Por que diabos essa frase ainda ecoava na sua consciência? Bom, ao menos Teshial sabia o que iria acontecer, e a primeira premonição induzida, que o fez ficar vários anos imóvel, mostrou-se efetiva mas demorada. O tempo que ele necessitava para prever o futuro era o tempo decorrido. Um ano deitado para um ano previsto, por exemplo. Isso tirava drasticamente a efetividade da habilidade, embora ainda fosse útil. Ao menos a hibernação atrasava sua decadência física, causando envelhecimento cerebral de modo normal, no entanto.
Lardor surgiu na portinhola à sua frente, repetindo as mesmas e longas frases que ele havia previsto. Teshial citava-as ao mesmo tempo em que o jovem falava. - Funcionou, então? Lembrou-se do nosso combinado de repetir minhas falas para provar que tudo havia saído como o planejado?
- Em partes, garoto, em partes. Apocalypse trancou-se no meu cérebro, isso enfraqueceu-o, mas permite saber tudo o que sei. Isso significa que sempre que eu pensar ou planejar algo, ele imediatamente saberá. Então ele já sabe da premonição induzida, dos novos potenciais do Dreamwalk. Adorou saber do futuro, aquele que nos extermina, e com certeza irá tomar medidas preventivas para assegurar que o previsto aconteça. Preciso ser guiado pelo meu sub-consciente, Lardor. É disso que preciso.
- Fácil, mestre, fácil! Espalhamos pistas por aí, coisas que você não saiba, bolando um plano desconhecido. Caberá a você encontrar as pistas rapidamente e assimilar as mesmas antes de Apocalypse. Enquanto isso ele provavelmente estará ocupado realizando suas investidas contra nós.
- Você sabe que ele pode ser onipresente viajando em dimensões. Não poderia me atacar, mas poderia atacá-los e tomar consciência sobre mim. Lembrem-se que ele foi enormemente enfraquecido selando-se dentro da minha mente, aproveitem enquanto isso nos trás vantagem física. Outra coisa, Lardor, não confio no meu sub-consciente.
- O que quer dizer com isso, elfo? Que não crê em si mesmo?
- Conscientemente sim, naquilo que eu mesmo controlo. Agora, Apocalypse pode ter feito um estrago no que não controlo, posso estar totalmente mudado.
- A sua essência está lá, aquilo que você preserva desde que nasceu. No fundo do seu cérebro estão as lembranças mais doces e puras que tens, deves crer que fará o certo sendo controlado.
- Eu tenho um plano que creio ser mais efetivo. Temos um tempo considerável até os primeiros ataques além das hordas inúteis de Orcs que estão por vir. Não posso lhe dizer o que planejo porque nem eu mesmo sei. Mas envolve o Dreamwalking, e tenho que fazer o quanto antes, pois se eu me der conta do que posso fazer, Apocalypse também saberá e irá bloquear. Apenas siga com o planejado, e me dê tempo, irei dormir novamente para trabalhar algo nos sonhos. Acredito que minha consciência sonhando torna-se mais lerda, com a redução da atividade cerebral. Talvez isso nos resguarde mais tempo até Apocalypse tomar ciência dos acontecimentos.
- Vá e faça o que achar melhor, mas faça, e rápido. Você mesmo sabe que Devovorga ainda representa um perigo mundial, e a fúria dela pode ajudar nos objetivos do demônio negro. Seu pai também está presente e provavelmente integra a união dos magos, nos consideram como inimigos e são rivais dos demônios. Para nós, mais inimigos não seria nada legal.
Teshial se alimentou, tomou um banho e descansou, dormindo sem entrar no Dreamwalk, algo que não fazia a tempo. No dia seguinte, acordou cedo, tomou um belo café da manhã, fez suas necessidades e deitou-se, fisicamente e psicologicamente descansado. "Agora, vou definir o destino do mundo" pensou, com entonação decidida em "vou".
Por fim recriou, em um espaço distante do Dreamwalk em si, um local em particular, para si mesmo, para refletir. Agora que não sabia mais quem possuía acesso àquele lugar, preferiu criar um novo, ao longe, para ficar sozinho. Logo, teve uma ideia genial: "Eu estou no Dreamwalk, sou eu quem mando aqui. Eu conheço os truques, os métodos para criar coisas, posso fazer qualquer coisa. Como não havia pensado nisso antes?" Imediatamente depois do seu pensamento, Teshial ordenou que a consciência de Apocalypse selada dentro de si se materializasse em sua frente, assim poderia destruí-la através de meios físicos.
Surgiu-se um demônio negro à sua frente, baseada na última lembrança que ele tinha. Corria um grande risco materializando tamanha força ali, até porque o demônio poderia ter agora duas consciências, podendo assim entrar no Dreamwalk e manter-se na vida real ao mesmo tempo, tornando-se uma arma absolutamente avassaladora. Assim, o elfo teria de pensar rápido e agir de imediato.
- Uma ideia genial para um elfo tão genial quanto. - Disse a consciência de Apocalypse. - Vamos, o que quer comigo? - Continuou.
- Estava pensando num paradoxo aqui. Quando você selou sua consciência na minha, o que acredito ter sido no primeiro contato, você passou a saber tudo o que eu sei. No entanto, o fato de eu estar no Dreamwalk me faz acessar uma segunda dimensão, totalmente conectada a meu sub-consciente também, o que torna praticamente impossível que você tenha acesso à minha mente enquanto estou conectado. Entretanto, se tudo o que eu agrego na dimensão dos sonhos é gravado na minha cabeça, através dessa ligação você consegue obter conhecimentos. Mas... se a ligação vai, a ligação volta. Isso significa que, se eu selar uma parte da minha consciência em você fisicamente, consigo entrar nela e saber todos os seus planos, truques... Se eu fizer exatamente contigo o que fizesses comigo, em uma determinada hora passaríamos a ser uma única entidade. Aí lhe pergunto, quem mesmo que criou o Dreamwalking? Quem sabe mais de consciência, dimensões e sonhos lúcidos? Então... Lhe apresento sua derrota, Apocalypse.
- Palmas, garoto, palmas. Apenas não consigo acreditar que você tentou me enganar a tal ponto. Acha que sou bobo o suficiente para cair em um jogo ridículo desses? Pois saiba que não tens como selar sua consciência em um ser onipresente, e caso conseguisse, não aguentaria tamanho poderio. Mas é óbvio que isso já era de seu conhecimento, não é?
- Estamos no Dreamwalk, e aqui não é a realidade, nunca se esqueça disso. - Nesse momento Apocalypse estremeceu. - O que houve? Ficou surpreso? Não precisa falar. Apenas fique aqui, materializado, preso nesse cubículo.
Teshial fechou os olhos e criou uma prisão com tremenda segurança. Materializou um colar, aquele seu antigo colar pelo qual obtinha acesso ao Dreamwalk, e com esse colar, colocado sob a maçaneta do lado de fora de uma porta que dava entrada a uma espécie de sala obscura, como uma solitária, garantia que o local estava selado e contra modificações. Caso o amuleto fosse retirado, aí sim, nesse caso, o demônio poderia alterar tudo. Ali, ficou trancafiada a consciência de Apocalypse, já que destruí-la poderia causar a morte do próprio elfo caso mantivessem alguma ligação mental ainda não descoberta.
Ele sabia que isso era o começo, o demônio negro, príncipe da destruição, é forte e inteligente demais para não possuir um plano B equivalente. Mas, na situação atual, seu ato corajoso já fora grande valia para o grupo de cavaleiros. Agora poderia se despreocupar um pouco com a espionagem constante de seu maior inimigo e, finalmente, se preocupar com as batalhas que estavam por vir. A próxima premonição induzida revelaria o quão por trás dos futuros ataques o demônio estava, podendo saber também se há alguma relação mais próxima entre ele e os magos que atacariam o mosteiro.