Saudações!
Estou quaaaase de férias, só falta eu entregar um relatório físico na segunda e estarei 100% livre da facul até Março SHAUSHAUSAHUSAHSUASHAUSHAUSH
Vamos, então, dar continuidade à Segunda Estação de Behogár Bradana - o Outono! E vamos aos Comentários:
Spoiler: Respostas aos Comentários
Antes do Capítulo, uma chamadinha: para quem não sabe, eu abri, em Setembro, o Canal Iridium Storytelling no YouTube, que registra as ações do grupo "ROLEPLAYING em Luminera!" aqui do fórum! Quem tiver interesse, peço que dê uma conferida no acervo de vídeos do canal, inscreva-se e, se puder, deixe likes e comentários nos vídeos ploxxx!
Agora sim, sem maiores delongas, o Capítulo de Hoje!
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Spoiler: Bônus Musical
Capítulo Um — Audrey
Aquilo que o Destino une....
Cada raça tem seu rito de passagem; para os Homens, é a escolha de sua vocação junto ao exercício de uma profissão, que marca o início de sua vida adulta e de sua jornada pelo mundo. Para os Elfos, é o seu reconhecimento oficial como parte importante de suas castas, e o desígnio de suas funções em áreas estratégicas, onde os Sonhos são visitados. Para os Anões, o rito de passagem é muito mais fraterno que os anteriores.
Para cada Anão ou Anã vivo, é necessário escolher entre o legado de família ou seu próprio destino. Iniciar sua jornada sob o manto da Irmandade onde nasceu ou começar seus caminhos sob a proteção de outra Irmandade, separando pais de filhos, sobrinhos e tios, avós de netos.
Para Bradana, a escolha não foi difícil: ela nasceu uma Comedora de Dragões, e assim gostaria de permanecer. Para a alegria de seu pai, um Comedor de Dragões já veterano, sua cria permaneceria junto aos seus. E assim, pai e filha caminharam juntos aos salões dos Comedores de Dragões, em meio a outros cem representantes de sua Irmandade, para que Bradana renovasse os votos fraternos que seu pai fizera por ela, quando ainda era pequena demais para entender suas origens ou seu propósito no mundo.
Os corredores de pedra ecoavam os passos ansiosos e determinados de Mikhail e Bradana; A Terra e o Fogo estavam unidos em um altar e nos lavadutos que passavam pelo salão. A centena de testemunhas já estava lá, presente e vigilante, esperando por seu novo membro. Pela mestiça de coração valente. Estavam todos ali esperando por Bradana.
Havia uma Anã em frente a um altar, montado perto da arena onde ficavam as ossadas de vários Dragões caídos em batalha e caçada. Ela sinalizou para que Mikhail deixasse a filha se aproximar. Era Duria, a líder da Guilda dos Cavaleiros de Kazordoon.
— Boa noite, mocinha. — Disse a Anã, com voz altiva. — Seja bem vinda à Irmandade dos Comedores de Dragões. — A que devemos sua presença?
Duria, com seus olhos castanhos de brilho vivo e levemente avermelhado, pousou o olhar firme em Bradana; que sentiu a garganta secar e vacilar. Não era apenas uma caçadora com escamas de dragão adornando seu pescoço: a garota conseguiu sentir, naquele breve e eterno instante, que as chamas do dragão viviam dentro da grisalha Anã, como parte de sua alma, parte intrínseca e essencial de seu ser. Se ela pudesse reencarnar, certamente, pensava assim Bradana, seria um Dragão em sua próxima vida.
— Eu vim… — Bradana começou, hesitante. — Eu vim renovar meu compromisso… Com essa Irmandade.
— Certo… — Duria sorriu. — Você foi entregue a nós por meio de seu laço de sangue com seu pai, Mikhail Barbarruna. Saiba que, uma vez completado o rito, terá direito a um sobrenome inteiramente seu, para iniciar sua jornada. Está preparada para essa responsabilidade, jovem Bradana?
— Sim. — Replicou a moça, sem hesitar. — Mais do que nunca em minha vida, estou preparada, sim senhora.
Duria sorriu, e três Anões vieram em direção ao altar. Cada um depositou três ovos escamosos, grandes e estranhamente brilhantes e quentes em cima da pedra fria. Duria então requisitou que Bradana escolhesse um, e um apenas. Um era preto, da cor de lava endurecida, com alguns pequenos veios vermelhos que se assemelhavam a lava ainda quente. O outro era de um aspecto cristalino, gélido, e o terceiro tinha escamas verdes e violetas, como se eletricidade passasse por sua casca espessa.
Ela escolheu o terceiro.
*****
(Um mês e meio depois)
(Narrado por Bradana)
Gente, o terceiro ovo representava a raça dos Wyrms, os dragões sem asas, e, de certa forma, os Wyverns, que mais parecem lagartos, por terem duas patas traseiras e as dianteiras formarem suas asas. Quando toquei aquele ovo, ele se chocou e revelou um pequeno réptil comprido, de cor roxa com leve brilho rosa e hálito fortemente elétrico.
Nem tive tempo de fazer muita coisa, já que o bichinho me deu uma olhada, bufou ar quente e cheio de estática e veio rápido em direção ao meu braço direito, subindo rapidamente até meu ombro, onde se deitou e deixou uma larga cicatriz no lugar, a qual brilhava eletricamente de tempos em tempos.
Rapaz, doeu. Como doeu! Eu lembro de ter mordido minha mão a fim de impedir um grito de sair. Foi como se alguns Tecnomantes tivessem resolvido testar materiais carregados com eletricidade levantando minha pele e passando por debaixo dela, quase tocando meus músculos!
— Calma, Bradana! — Falou Duria, tocando meu braço livre. — É assim mesmo! Deixe o dragão fazer parte!
— Um Wyrm… Quase ninguém escolhe eles! — Declarou um dos Anões presentes, assustado com o que estava acontecendo. — Eles são Filhos do Raio*! É...
— Diferente! — Eu consegui declarar por entre os dentes, morrendo de dor.
— Uma Filha do Raio… — Ponderou Duria, olhando para meu pai. — É, Mikhail… Você tem uma cria e tanto aqui!
Eu só lembro de ter conseguido sorrir para ela e sussurrar alguma coisa antes de desfalecer. Acredito que tenham dito mais coisas, mas, quando acordei, meu nome completo era outro.
Bradana Vigiawyrm, Filha do Raio, Comedora de Dragões.
******
Depois disso, quando acordei e me explicaram tudo o que aconteceu, segui viagem pelo Continente afora; comecei a fazer uns serviços mercenários (mas nada duvidoso, gente! Eu fui criada muito bem!) a fim de angariar dinheiro. Afinal, equipamentos são caros e não surgem do nada…
Primeira cidade que conheci foi Thais. Nossa, como era grande! Os largos corredores de pedras escuras, bem alinhadas, pavimentando o chão da cidade… O movimento, as casas decoradas com raridades e coisas que pareciam saídas direto dos sonhos…
Era uma cidade que fervilhava; pessoas passavam por ela às centenas, cada qual com sua forma, tamanho e identidade própria. Algumas, segundo Frodo, vinham por negócios de várias sortes; outras, por um estranho sentimento de Nostalgia, lembrando de tempos em que a cidade era mais humilde, ou até bem menor do que naqueles dias.
Os meus dias em Thais foram muito, muito turbulentos, e eu consegui mais paz, após voltar das caçadas, na taverna do Frodo, que sempre tinha uma notícia divertida ou interessante para contar. E eis que, em um dia chuvoso, depois de sair de uma caçada não muito proveitosa, ele veio com algo que fez meus olhos brilharem.
— Então, Bradana… — Falou o taverneiro de cabelos castanhos, secando um copo que acabara de lavar. — As caçadas estão rendendo pouco?
— Mais ou menos. — Repliquei, após sorver um gole da cerveja da casa. — Digo… Optei por fazer uns serviços menores para o pessoal aqui, mas essas criaturas… — Suspirei, inconformada. — Seus produtos rendem pouco, não consigo pilhagens boas e… Sinceramente, eu já as acho fracas para mim!
— Como assim? — Indagou Frodo, sem entender.
— Eu quero emoção, meu caro Frodo! — Repliquei, frustrada. — Eu já passei da fase de caçar simples animais! Eu até entro em combate com Orcs, mas não sou de caçar humanoides… Preciso de presas novas, caças novas! O pouco que tenho para caçar não me dá mais tantos lucros… E eu PRECISO de um local novo… Explorar…
Engoli em seco. Talvez eu estivesse sendo precipitada: afinal de contas, fazia apenas um mês e meio que eu havia saído de Kazordoon rumo ao desconhecido. Talvez, apenas talvez, eu estivesse apressando demais as coisas… Afinal, lendas não nascem da noite para o dia, nascem?
— Bom, acho que sei a solução para o seu problema, minha amiga baixinha e invocada! — Replicou o taverneiro, e eu bufei para ele em resposta aos adjetivos que ele me deu. — Porto Esperança**!
— Porto Esperança? — Indaguei, quase engasgando com um pedaço de pão.
— É uma das colônias de Thais, e essa é localizada em outro continente: Tiquanda. — Falou Frodo, ajudando-me a desengasgar ao dar uns tapas em minhas costas. — Dizem que os locais precisam de ajuda para lidar com a fauna local, que é muito maior em número e variedade do que os colonizadores…
— Você disse “fauna local abundante”?! — Meus olhos começaram a brilhar.
— Isso mesmo, minha cara amiga mestiça! — Replicou o Thaiano de olhos azuis e cabelos castanhos — Há um homem chamado Grizzly Adams que oferece trabalho e recompensas para aqueles que se dispuserem a caçar um pouco por ele. E aí, o que me diz?
Fiquei um tempo parada, olhando para ele, encantada; caçar coisas diferentes e ganhar dinheiro extra além do que eu poderia conseguir vendendo mercadoria? Só havia uma resposta cabível para aquilo.
— Eu digo o seguinte. — Comecei, séria, para logo abrir um sorriso. — Traga-me mais dessa sua cerveja maravilhosa e mais carne salgada, que eu vou-me embora dessa cidade por uns tempos! Porto Esperança me aguarda!
Segui para Porto Esperança, onde o mar foi a minha grande surpresa; desde pequena, fui instruída a evitar as águas, pois meu pai tinha medo que, como uma mestiça entre Anões e Homens, eu talvez tivesse herdado a parte Anã no quesito natação: ou seja, que eu não soubesse nadar de forma alguma e afundasse como uma pedra em meio às águas. Então, eu nunca tinha sentido o cheiro do mar; sequer sabia as suas cores e que criaturas viviam lá.
Infelizmente, o barco balançava demais e eu me sentia enjoada com mais frequência do que gostaria; resisti bravamente à maior parte das vezes que estive a ponto de vomitar, mas não consegui evitar de manchar o deque com minhas refeições vez ou outra.
Uma dessas vezes, eu acidentalmente golfei em uma outra pessoa.
— Ei! — Exclamou uma voz feminina. — Minhas botas!
Olhei para cima, envergonhada, e tive uma das visões mais desconcertantes de minha vida; primeiro, as botas da mulher eram roxas e pareciam ter o brilho de estrelas com elas, como se fossem pequenos diamantes cravados***; ela estava usando vestimentas mais curtas, feitas de pelagem bem grossa, do tipo que eu nunca havia visto antes, com tatuagens em seus braços que ora estavam lá, ora sumiam e uma pintura no lado esquerdo de sua face. Seus cabelos eram ruivos como os meus, só que em um tom bem mais avermelhado, amarrados em três tiras diferentes – duas nas laterais de sua cabeça e uma atrás – e bem compridos, chegando à altura de sua cintura.
Seus olhos… Eu não soube, naquele momento, dizer a cor, mas eles brilhavam em um tom diferente, um lilás quase branco… E eu reparei na forma física dela. Ombros delicados, pescoço um pouco mais alongado e delicado, braços finos, mas firmes e fortes, abdome definido, mas ainda feminino, coxas grossas e quadris largos.
— Ei! — A mulher exclamou, novamente, irritada e cruzando os braços. — Estou falando com você! O que vai fazer a respeito?!
— M-me desculpe! — Repliquei, sem coragem de olhar para a cara dela. — E-eu vou limpar…
Ajoelhada, morrendo de vergonha e ainda sentindo o detestável gosto de vômito na boca, procurei por um pano qualquer em minha mochila e estendi a ela, para que limpasse as botas. Eu a vi, de canto de olho, ajoelhar-se no chão e limpar as botas. Foi então que eu vi uma enorme besta em suas costas e a aljava amarrada em sua cintura. Ouvi-a inspirar e expirar devagar, e logo senti seu olhar em mim.
Seus olhos pareciam mudar de cor; eram iridescentes, como se fossem duas grandes e brilhantes opalas. Meu coração de um salto esquisito quando percebi seu olhar em mim.
— Não é acostumada a viajar de barco, né? — Indagou a moça, em um tom mais calmo, terminando de limpar as botas.
Eu repliquei que “sim” com um aceno de cabeça.
— Bom, eu tenho um conselho. — Disse a mulher, abrindo um sorriso. — Masque algumas folhas de erva-pedra**** ou tome um chá feito delas antes de sair em viagem. Elas são ardidinhas, mas acalmam o estômago.
Ela deu uma piscadela e saiu para outro canto, enquanto eu fui procurar por água para ao menos tirar aquele gosto horrível da boca. Ao final de algumas semanas, eu estava em terra firme novamente… E feliz da vida. Terra firme é melhor que mar, mil vezes melhor!
Não me demorei muito: logo encontrei a casa de Grizzly Adams, cujo entusiasmo por grandes caçadas logo me conquistou. Trezentos crocodilos, trezentas tarântulas e cento e cinquenta plantas carnívoras: foi assim que minha jornada em Porto Esperança começou.
Eram animais formidáveis; crocodilos cujo comprimento dava o triplo de meu tamanho, com mandíbulas ferozes, corpos musculosos e ágeis e reflexos muito rápidos. Flechas não eram mais tão eficientes para lidar com eles, e fiquei feliz por ter trocado o arco pela besta e seus virotes. Ao final de um dia, caíram aos meus pés cerca de cem dessas feras, e percebi que minha munição já estava no fim.
Corri para a saída daquele sistema de cavernas, com o calor das profundezas da terra dando-me a energia que eu precisava para finalizar aquela caçada. Subi, pois, com certa facilidade. Estranhei aquilo, afinal, sou pesadinha e subi como se fosse uma pluma.
Quando cheguei à superfície e olhei para cima, havia uma outra pessoa segurando a outra ponta de minha corda. Era ela. Era aquela mulher cujas botas manchei naquele navio.
Meu rosto parecia estar pegando fogo, mas certamente era da caçada. Afinal, corri de um lado para o outro e recarreguei a besta com virotes mais vezes do que consigo me lembrar.
— Perdoe minha má-educação daquele dia. — Falou a mulher de olhos iridescentes, visivelmente sem-graça. — Eu acho que fui insensível…
— Não, que isso! — Repliquei, meio espalhafatosa, para disfarçar o calor que estava sentindo. — Eu que devolvi meu almoço ali, a errada sou eu, me desculpe!
A mulher tapou a boca delicadamente com as mãos, abafando um risinho. Minha nossa, as unhas daquela mulher eram perfeitas! Redondas, curtas e brilhantes. Sem muita frescura e práticas para manipular munição: aquela mulher certamente era boa de tiro e sabia o que estava fazendo.
— Bom…
— Bradana. — Falei em um impulso, limpando a mão direita e estendendo a ela. — Meu nome é Bradana. Bradana Vigiawyrm, Filha do Raio, Comedora de Dragões.
— Uau! — A moça replicou, com os olhos levemente arregalados. — Bem… — Eu vi seus olhos moverem-se de cima a baixo, como se ela estivesse me estudando. — Eu não imaginaria que você… Enfim… — Ela estendeu a mão em minha direção, sorrindo e tomando a minha. — Raines. Audrey Raines. Tenho a impressão de que seremos boas amigas!
E como, Audrey… E como!
Continua….
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Glossário:
(*): Uma casta fictícia de Anões ligados à energia e tecnologia, é uma designação similar aos Filhos do Fogo e Filhos da Terra, outras castas de Anões em Tibia.
(**): Tradução livre para “Port Hope”.
(***): Descrição do Par de Soft Boots.
(****): Tradução livre para “Stone Herb”.
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Audrey Raines é a Royal Paladin do @Kamahl doido, que foi quem me fez criar a Bradana quando ele começou a jogar em Beneva. Criei essa char mais para fazer-lhe companhia do que upar seriamente, mas entro nela de vez em quando para brincar um tico rs shausahusahsuahsuashaus
Eis os status atuais dela:
Name: Audrey Raines
Sex: female
Vocation: Royal Paladin
Level: 521
Achievement Points: 544
World: Beneva
Residence: Roshamuul
Married To: Michelle Dessler
House: Lower Swamp Lane 1 (Thais) is paid until Jan 09 2018
Guild Membership: Vice Leader of the Bora Beneva
AGORA TRATA DE ESCREVER A HISTÓRIA DELA CAMAU! A DEIXA VC JÁ TEM!
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E por hoje é só, pessoas! Aguardo ansiosamente o feedback de vocês!
Abraço,
Iridium.
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