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Tópico: Leon, o Covarde

  1. #71
    Avatar de Larius
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    HAHA

    Muito bom!

    A Polícia Tibiana vai estar atrás dos dois agora kkkkkk

    Que dó da mulecada, suas cartinhas não chegarão mais até o Papai Noel.


    Abraço guri! Continua muito boa a sua história.

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  2. #72
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    Saudações!

    Tem um tempo q n passo aqui, mas passando pra dizer que estou gostando MUITO! Estou um pouco sem tempo, mas farei avaliações mais profundas quando acabarem as aulas =)

    Continue o bom trabalho, e eu aguardo novos capítulos!



    Abraço,
    Iridium.

  3. #73
    Avatar de Edge Fencer
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    Padrão Capítulo XIV - Revolução!

    Spoiler: Comentários passados


    Olá a todos!

    Mais um capítulo chegando, a história tá começando a esquentar

    Adianto aqui que precisei escrever esse capítulo meio na pressa, então podem ter passado mais erros do que de costume no texto. Vou corrigindo na medida que for notando (e tendo tempo pra isso :'( )

    Boa leitura!

    Capítulo XIV – Revolução!

    LEON

    A lua cheia figurava imponente e iluminada no céu quando chegamos até a suposta entrada para a cidadela dos minotauros, Mintwallin. Todas as pessoas as quais perguntamos informaram que esse era o local que deveríamos entrar, porém, nada ali parecia indicar o caminho para uma vila. O lugar — que estava localizado a poucos passos da saída norte de Thais — lembrava uma espécie de templo antigo, uma grande estrutura subterrânea com arquitetura bem similar àquela observada nas ruas da cidade, e aparentando estar deserta. Seguimos para o norte, conforme fomos instruídos a fazer, e, após descermos um lance de escadas, finalmente notamos sinais de vida no local: um grande pátio se localizava ali, com apenas uma saída (além da que usamos para entrar), e esta era guardada por dois soldados thaianos; foi o primeiro sinal de que estávamos no caminho correto.

    — Então, Marlon, acha que é por ali que devemos passar? — Perguntei, quebrando o silêncio.

    — Provavelmente — Respondeu o rapaz, coçando o queixo. — Aqueles devem ser os guardas dos quais Gregor se referiu... Coloque o chapéu de carteiro, vamos fazer isso logo.

    Dizendo isso, Marlon nem esperou pela minha resposta, e foi ao encontro dos guardas. Eles pareciam duas estátuas de pedra, cada um guardando um dos lados do caminho, mas ergueram suas espadas assim que notaram nossa presença.

    — Alto! Essa passagem está fechada, por ordem do Rei! — Bradou um dos guardas, com a voz firme.

    — Com licença, senhores — Comecei, antes que Marlon desse um jeito de irritá-los. — Somos da Guilda dos Carteiros, e solicitamos que confiram nossos chapéus, e permitam-nos passar.

    — Nunca vi carteiros que não carregam correspondências consigo — Respondeu o outro soldado, enquanto analisava o distintivo em nossos chapéus. — O que pretendem fazer por aqui?

    — É... Nós... — Gaguejei, tentando encontrar uma desculpa, mas sem sucesso.

    — Isso é um assunto de interesse do Rei, portanto, precisamos manter sigilo — Disse Marlon, para minha surpresa. Se os guardas não caíssem nessa...

    — Assunto do Rei, é!? Ora, não fomos informados de nada assim! — Disse o soldado, ainda desconfiado.

    — Problemas urgentes surgem inesperadamente, vocês deveriam saber disso — Retrucou Marlon, com uma frieza impressionante.

    Os guardas se entreolharam durante alguns instantes, até que, relutantemente, permitiram que nós passássemos por eles. Após alguns metros, quando saímos da vista deles, finalmente pude respirar aliviado.

    — Como você conseguiu ser tão convincente, Marlon? — Perguntei, ainda impressionado por termos passado tão facilmente.

    — Simples. Eu estava sendo sincero — Disse o garoto, com seu sorriso característico de volta ao rosto. — Tenho certeza que defender seus súditos de um bando de touros é um assunto prioritário para nosso bondoso Rei; e é exatamente isso que estamos indo fazer.

    ...

    MARKWIN

    Mais um dia chegava ao fim em Mintwallin, e a esperança do nosso povo ia embora junto com ele. A ajuda insignificante que o “Legítimo” nos forneceu não teve efeito algum, já que nosso maior problema no momento não são os humanos, e sim o grupo rebelde de nossa própria espécie. Palkar, um ex-comandante do exército de Mintwallin, e seus seguidores demonstram cada vez mais força; conseguiram até mesmo assassinar meu querido filho Ian... Enquanto isso, eu fico cada dia mais fraco... Não consigo defender minha própria cidade... Será esse o destino que os Deuses reservaram para os minotauros?

    — Com licença, Vossa Majestade — Disse um soldado, entrando pelos fundos da sala do trono. Ele arrastava o humano que veio de Rookgaard junto com Al Dee, e estava servindo no nosso exército; se minha memória não falha, seu nome é Kyos. — O escravo humano se envolveu em uma briga, e feriu seriamente um dos nossos irmãos.

    — Sua vaca “dus” inferno! — Gritou Kyos, enquanto tentava se soltar das correntes. Eu já achava a selvageria dos humanos irritante, mas esse aí se superou...

    — Morda a língua antes de dizer alguma coisa de nós, seu verme — Respondi, tentando manter a calma. Por mais que minha vontade fosse de esmagar a cabeça desse idiota com minhas próprias mãos, não podia desperdiçar ninguém apto a lutar nesse momento, mesmo que fosse um humano. — Levem-no para uma cela e deixem que ele passe alguns dias lá sem comida. Vamos ver se esse desrespeito voltará a acontecer depois disso.

    O humano se debatia e gritava, mas, por fim, os guardas conseguiram imobilizá-lo e o tiraram da minha frente. Já tinha muitos problemas para resolver, não queria ter que lidar com esse animal novamente.

    — Ei, você — Disse, chamando um dos irmãos que viera até a sala após o escândalo do humano. — Como está indo a produção de poções daquela mulher de Rookgaard?

    — Dentro do planejado, senhor — Respondeu-me o minotauro, demonstrando calma. — Como nos foi recomendado, estamos garantindo que ela beba uma dose de cada poção que fabrica, para provar que não estão envenenadas. Nosso problema é com a matéria-prima das poções... Os estoques já estão no fim, e vai ser difícil conseguir mais com essa ameaça do Palkar nos rondando...

    — Não se preocupe, irmão. Vamos dar um fim nisso antes que seja necessário buscar mais — Disse, com a voz mais serena que consegui. Pelo menos na frente do meu povo eu precisava demonstrar tranquilidade, mesmo que eles já soubessem da gravidade da situação.

    Antes que o minotauro pudesse dizer mais alguma coisa, um dos guardas entrou correndo na sala, parecendo bastante assustado.

    — Majestade, urgente! — Disse ele, com os olhos arregalados, — Os rebeldes! Eles estão se movimentando próximo à cidade! Podem nos atacar a qualquer momento!!!

    Então é isso, o tempo acabou. Esperava um ataque das tropas de Palkar em breve, mas não tanto assim... Parece que tudo estava ainda pior do que eu pensei.

    — Convoquem todos os irmãos capazes de segurar um machado! Vamos defender a cidade desses traidores!!! — Gritei com todas as minhas forças, esperando que minhas palavras também atingissem os Deuses. Nosso futuro seria decidido ali, e, talvez, só mesmo um milagre nos salvaria.

    ...

    LEON

    Seguimos por vários minutos pelas galerias subterrâneas sem encontrar nenhum sinal de vida. A essa altura, a estrutura do templo já ficara para trás, e agora andávamos literalmente em uma caverna. Devido à má iluminação, foi também a primeira chance de usar uma das magias que aprendi.

    — Utevo Lux! — Disse, enquanto uma fonte de luz me envolvia, e tornava mais claro o nosso caminho.

    Continuamos a caminhada, agora conseguindo enxergar melhor os detalhes. Notamos ao longo do caminho que uma grande quantidade de criaturas — semelhantes a enormes minhocas — estavam mortas e misturadas em meio a terra. Isso mostrava que alguém, ou alguma coisa, passou por ali recentemente, já que não encontramos nenhuma das criaturas vivas.

    — Isso não é um bom sinal, Marlon — Disse ao garoto, demonstrando minha preocupação. — A estrada está bloqueada, não era pra alguém ter entrado aqui e matado essas minhocas...

    — Não se preocupe, Leon — Respondeu ele, sorrindo. — Os guardas devem fazer uma ronda por aqui de vez em quando, provavelmente foram eles que fizeram isso.

    Não me convenci muito com essa hipótese, mas resolvi seguir em silêncio. Como estava escrito no livro de feitiços, a magia de iluminação realmente não durava muito, e eu precisava refazê-la em alguns minutos. Por sorte essa era uma magia simples e que não consumia muito do meu poder mágico, já que não trouxemos tochas conosco; porém, se demorássemos demais, uma hora ou outra minha energia acabaria... Tentei não pensar nisso, e continuamos seguindo em frente.

    Depois de mais algum tempo — poderiam ter se passado até mesmo horas, já que não dá pra ter uma boa noção de tempo no subsolo —, continuamos a encontrar criaturas mortas pelo caminho; não só minhocas, como também orcs e aranhas (imagino se tivéssemos que lutar contra todos eles... Dificilmente estaríamos vivos até agora). Porém, um pouco mais a frente, finalmente vimos alguém vivo: uma garota, de altura média e longos cabelos negros, estava agachada atrás de uma pilha de pedras, ao lado de uma bifurcação na caverna; ela parecia observar alguma coisa do outro lado. Ao chegarmos um pouco mais perto, não havia dúvida: a garota era Jasmine.

    — Jasmine!? O que faz aqui? Como passou pelos guardas? — Perguntou Marlon, se aproximando dela.

    — Silêncio! — Sussurrou ela, curiosamente sem demonstrar surpresa. — Se escondam por aqui!

    A garota apontou para o espaço atrás das pedras, ao lado de onde ela estava. Dali era possível observar o que acontecia logo à frente e, ao mesmo tempo, se esconder. Assim que nos agachamos ao lado dela, pudemos notar uma movimentação no espaço a nossa frente. Foi difícil não demonstrar nenhuma reação de surpresa ao ver aquilo: dezenas de minotauros estavam reunidos a poucos metros de onde estávamos, e pareciam estar em uma espécie de reunião.

    — Fiquem quietos e escutem! — Disse Jasmine, ainda sussurrando. — Não querem ser pegos por esses touros, não é mesmo?!

    Antes que pudéssemos responder, um dos minotauros tomou a frente da multidão, e os outros imediatamente fizeram silêncio.

    — Irmãos e irmãs! — Começou o minotauro, de forma efusiva. — Hoje é o grande dia de tomarmos a nossa cidade das mãos daquele tolo do Markwin! Ele, que, de forma covarde, fez com que nossos domínios se restringissem basicamente a Mintwallin, que se negou a lutar para reconquistar nossa liberdade de viver na superfície, que se aliou a humanos corruptos para seu benefício individual, além de tantos outros erros graves... Hoje é o dia de tirarmos essa vergonha do poder! Um governo do povo, para o povo! É disso que Mintwallin precisa agora! Quem está comigo???

    —KAPLAR! — Berraram os minotauros, em uníssono.

    — Ótimo! Agora é chegada a hora; vamos marchar até Mintwallin, e recuperar nossa dignidade! — Completou o líder, enquanto os outros continuavam gritando e o saudando.

    — Vamos aproveitar a confusão e fugir daqui — Disse Jasmine, olhando firme para nós. — Eu sei que vocês têm motivos para invadirem a cidade deles também, mas precisamos de um plano para isso!

    Antes que pudéssemos respondê-la, um forte estrondo aconteceu de repente na nossa frente: era um dos minotauros, que destruiu a barreira de pedras que nos ocultava, revelando nossa presença para as criaturas.

    ___
    Última edição por Edge Fencer; 27-11-2016 às 01:06. Razão: Revisão.
    Son of a submariner!

  4. #74
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    Eitah, agora é a melhor hora para soltar a magia Corre Negad...! digo, digo, Utani Gran Hur. kkkk

    Não querendo ser repetitivo, mas estou gostando bastante da sua história. O fato de grupos da mesma espécie estarem lutando entre si faz com que os minotauros fiquem mais """"""humanos""""""", o que fica interessante de ver o desenrolar.

    Abraço.
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  5. #75
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    Palkar me lembra um pouco o Lula, não sei porquê.

    Ótimo capítulo rapaz, gostei desse começo com um Marlon esperto e rápido e ainda essa guerra de minotauros entre forças reais e rebeldes, completando com um dos rebeldes encontrando eles. A porra vai ficar séria.

    Aguardo o próximo.




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  6. #76
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    Interessante o rumo que a sua história está tomando. Essa incerteza de lealdade, junto com a doidice do Marlon foram uma surpresa bastante agradável. Pensei que você fosse fazer os coitados completarem a postman, hahaha. Pelo menos acelerou bastante o ritmo da história =)


    Cuidado só para não se perder nesse ritmo doido, hehehe. Os meninos ainda deveriam ser muito vulneráveis. Tem um post do Dark Psycho com ponderações sobre como transportar a realidade maluca do Tibia para uma história que eu gosto muito: http://forums.tibiabr.com/threads/15...ia-sobre-Tibia
    Lembre só que é um tópico de 2007 (quase dez anos atrás) e muita coisa mudou. Mas as reflexões dele são interessantes.

    Não gostei tanto das reações exageradas do antagonista, me pareceram exageradas demais para quem tem quase o Tibia inteiro sob sua influência, hehehe

    Continue escrevendo!
    Ainda acompanhando!

    Abraços,


    EDITADO PARA NÃO DAR DUPLE POST:

    O @Jotinha também refletiu sobre os vilões http://forums.tibiabr.com/threads/26...152#post320152 . É um tópico interessante.
    Última edição por Thomazml; 05-12-2016 às 16:40.
    Quer participar de uma alta aventura com essa turma do barulho? Quer escrever sobre Tibia, ser enganado por um monge pra lá de pestinha? Achas que tens o que é preciso para esma... digo, para entrar no Hall da fama? Passa lá na Biblioteca-imensa-cheia-de-coisa-e-mundialmente-conhecida!

    Escritos no TebeaBeerre

    -=R.I.P =-
    Aqui já Lucius Cath
    Eterno troll

  7. #77
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    Que situação que eles entraram agora, hein?

    Será que os rebeldes minotauros são mais crueis em relação aos humanos do que os seguidores do Markwin?

    Eu to vendo que o Leon e todo o grupo mais proximo dele vão acabar participando, de um lado ou de outro, dessa disputa interna que acontece no mundo dos minotauros.

    A historia agora vai ficando cheia de novas possibilidades.

  8. #78
    desespero full Avatar de Iridium
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    Saudações!

    Comentando aqui antes de você postar cap novo, rs.

    O pessoal que chegou antes já falou muito do que eu falaria, então ficarei ansiosamente no aguardo de novos capítulos! Markwin melhor personagem kkkkk


    Abraço,
    Iridium.

  9. #79
    Avatar de Edge Fencer
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    Padrão Capítulo XV - Laços Sanguíneos

    Spoiler: Comentários passados


    Olá!

    Sei que os capítulos estão atrasando mais do que obra de prefeitura, mas foi por um bom motivo dessa vez. Estive enrolado com as Justas Tibianas e as Disputas Roleplay nas últimas semanas; agora que consegui uma folguinha, pude escrever o capítulo, finalmente.

    É isso aí, espero que o capítulo compense a demora. Boa leitura!

    Capítulo XV – Laços Sanguíneos

    LEON

    Não tivemos hipótese de resistência após os minotauros descobrirem nossa presença no local. Enquanto éramos amarrados e conduzidos até o líder do grupo, as outras criaturas abriam caminho, formando um corredor pelo qual lentamente íamos passando. Jasmine desviava o olhar de mim para Marlon com frequência, como que procurando por algum culpado pela nossa captura, enquanto o rapaz olhava fixamente para a multidão de touros ao nosso redor; eu limitava-me a fitar o chão, com receio de encarar o olhar zombeteiro e ameaçador dos minotauros.

    — Ora, que surpresa encontrar humanos perambulando por aqui! Parece que a vigilância na entrada das cavernas não é tão eficiente quanto Markwin imagina — Disse o minotauro que proferira o discurso logo antes da nossa captura. Ele usava equipamentos superiores aos demais, além de estar em uma posição de destaque em meio às criaturas; sem dúvidas se tratava de um líder.

    Logo que ficamos de frente para o comandante, o minotauro que nos conduziu até lá fez com que ficássemos de joelhos. Pude perceber que Marlon estava furioso, embora nem mesmo ele tivesse coragem para questionar nossos captores.

    — Então, poderiam começar a explicar por qual razão vocês estavam espiando nossa reunião? — Indagou o comandante, sem transparecer nenhuma emoção. — Por acaso são espiões de Markwin? Não duvidaria disso, não seria a primeira vez que aquele tirano se alia a sua espécie...

    — Não! Foi um engano! — Quem falou primeiro foi Jasmine, com a voz trêmula. Fiquei aliviado por Marlon não ter tomado a iniciativa, já que ele estava bem nervoso. — Ouvimos que vocês são rebeldes contra Mintwallin... Nós estamos do mesmo lado, então!

    — Explique-se — Disse o líder, secamente.

    Jasmine ficou em silêncio por alguns instantes, até que respirou fundo e começou a responder o minotauro.

    — Nós éramos moradores da ilha de Rookgaard, e nossa vila foi destruída por um grupo de minotauros... Quase todos foram mortos, e algumas pessoas foram sequestradas. Acabamos descobrindo que o ataque foi feito por ordem de Mintwallin, e os reféns foram trazidos para cá; estamos aqui apenas para resgatá-los!

    A criatura pareceu ficar muito surpresa com as palavras de Jasmine, e chamou alguns dos touros mais próximos a ele para uma pequena conferência. Eu também fiquei bastante espantado pela garota conseguir explicar a situação tão rapidamente, e mais ainda por ela estar aqui com o objetivo de nos ajudar no resgate dos reféns.

    — Você falou bem, Jasmine. Obrigado — Disse Marlon, com cuidado para não chamar a atenção dos touros; o rapaz estava surpreendentemente mais calmo.

    — N-Não foi nada — Respondeu a garota, ainda inquieta por ter encarado o minotauro de frente. — Mais importante, precisamos nos controlar agora. Deixem que eu converse com eles, eu estou do lado de vocês, acreditem. Talvez ainda possamos sair ilesos de tudo isso.

    Marlon concordou com um aceno de cabeça, e eu fiz o mesmo. Ainda era estranho o fato de a garota ter passado pela segurança na entrada do subterrâneo, mas a explicação disso poderia ficar para depois; o foco de agora deveria ser totalmente voltado a negociar com os rebeldes.

    Após alguns angustiantes minutos, os minotauros pareceram chegar ao fim de sua breve reunião, e o comandante voltou sua atenção para nós, dessa vez com uma expressão um pouco mais leve no rosto.

    — Ouçam bem, humanos... Nós ficamos sabendo desse ataque à ilha, já que temos olhos e ouvidos escondidos dentro das muralhas de Mintwallin. Daremos um voto de confiança para essa história de vocês, mas esperamos cooperação total com nossa causa! De acordo?

    — Claro! — Adiantou-se Jasmine, parecendo mais tranquila. Não é como se nós tivéssemos muitas opções além de aceitar a oferta...

    — Ótimo — Disse o minotauro, sem mudar sua expressão. — Não temos tempo a perder, então serei direto: como vocês descobriram que a ordem para o ataque partiu de Mintwallin?

    Antes que Jasmine pudesse começar a responder, Marlon antecipou-se.

    — Poderíamos conversar melhor se estivéssemos desamarrados, senhor.

    — Mais respeito com nosso grande líder Palkar, humano! — Disse um dos minotauros mais próximos, apontando seu machado para Marlon.

    Jasmine fuzilou o rapaz com seu olhar, mas antes que ela pudesse tentar reparar a delicada situação, o comandante levantou a voz.

    — Acalme-se, irmão — Disse ele, colocando a mão no ombro do minotauro mais nervoso. — O garoto tem razão. Como poderemos esperar a colaboração deles se não os tratamos com respeito? Lembre-se de que não somos como os brutamontes do exército do Markwin. Soltem-nos.

    A criatura subitamente se acalmou após as palavras do líder, e rapidamente desamarrou nossas mãos e pés; o comandante parecia mesmo ser muito respeitado pelos seus seguidores.

    — Pronto. Espero que cooperem conosco agora — Disse o líder, esboçando um sorriso.

    — Certamente — Respondeu Marlon, devolvendo o sorriso. Cada vez mais eu me surpreendia com a personalidade do rapaz: ele variava entre nervoso e frio com uma velocidade incrível.

    — Tentarei ser breve na explicação — Disse Jasmine, após perceber que o comandante permanecia em silêncio, aguardando a resposta para sua pergunta anterior. — Após o sequestro de algumas pessoas, nós perseguimos os minotauros até seu esconderijo. Vimos quando os reféns desapareceram por um portal, enquanto um minotauro falava sobre Mintwallin e que o Rei o estava esperando.

    O comandante arregalou os olhos após ouvir as últimas palavras, e pareceu ficar bem agitado.

    — Portal!? Vocês viram como ele funciona? Como foi aberto? — Perguntou o minotauro, demonstrando ansiedade pela resposta.

    — S-Sim, eu acho — Jasmine respondeu, assustada com a mudança de atitude do líder. — O minotauro que parecia ser o comandante da tropa matou várias criaturas, inclusive outros touros, e usou algum ritual estranho utilizando as almas dos cadáveres para abrir o portal.

    — Desgraçados! Já estão tão avançados assim!? — Disse o comandante, parecendo incrédulo — Você tem certeza disso, garota?!

    — Sim, vimos tudo com nossos próprios olhos — Respondeu Jasmine, enquanto eu e Marlon acenávamos positivamente para reforçar a resposta.

    — Maldição... Não podemos perder mais tempo — Disse o minotauro, recuperando a compostura. — Ouçam, humanos: confiaremos nessas palavras, e iremos marchar até Mintwallin juntos. Porém, não se acomodem com isso, saibam que não teremos piedade com traições ou mentiras! Porém, se essa história do portal é mesmo verdadeira, a situação é mais urgente que pensávamos. Digamos que Markwin está envolvido em pesquisas... Perigosas. Um dos nossos objetivos é impedir a conclusão disso, tomando controle do laboratório de Mintwallin. Há um humano por trás das ações do Markwin, e tenho certeza que ele está interessado nos frutos dessa pesquisa. Além disso, ele também pode estar envolvido com o ataque à vila de vocês.

    Aquela última informação foi um choque completo para mim. Um humano poderia ter sido o responsável pelo ataque a Rookgaard... Parecia inacreditável. Porém, nas últimas semanas aconteceram tantas coisas que julgaríamos impossíveis dias atrás... Era difícil lidar com essa situação, mas eu precisava ser forte: meu pai e Kyos só poderiam contar conosco.

    — V... Vocês sabem quem é esse humano? — Perguntei, juntando todas as minhas forças.

    — Não temos muitas informações. Só sabemos que ele se encontra com Markwin em Venore, e é conhecido como “Legítimo”.

    ...

    AL DEE

    Um cantil de água e uma refeição repugnante por dia, enquanto era envolvido por uma escuridão completa e interminável, acorrentado pelas mãos à parede da cela. Era dessa forma que eu passava aqueles dias. Dias? Talvez já houvessem passado semanas. Meses. Era impossível ter uma noção mínima do tempo dali. Os carcereiros que me traziam alimento não diziam uma palavra, e me presenteavam com pontapés cada vez que eu me atrevia a perguntar algo. Dia e noite já eram indistintos para mim, e já havia me esquecido do som da minha própria voz; passei a dizer qualquer coisa absurda que passasse pela minha mente apenas para manter-me são. Porém, minha sanidade era algo que, caso aquela situação continuasse, desapareceria rapidamente.

    A última lembrança que eu tenho da vida antes de acordar nesse lugar era ainda de Rookgaard. Os minotauros atacando a vila, meu filho sendo ameaçado... Até eu ser nocauteado por alguma daquelas vacas. Depois disso, tudo estava em branco na minha mente. Não saberia dizer se continuava na ilha, se estava no covil dos touros, se fui transportado pro outro lado do mundo... Não sabia nem mesmo se Leon havia sobrevivido... Meu filho, não consegui nem mesmo te explicar...

    Enquanto pensava em Leon, ouvi um barulho do lado de fora da cela. Primeiramente pensei se tratar de uma alucinação da minha mente, porém, após alguns instantes, a porta se abriu, e quem quer que estivesse ali estava carregando tochas; os carcereiros que me traziam comida sempre vinham na escuridão, por isso aquilo foi uma surpresa enorme. Mesmo com a luz mínima que as tochas proviam, meus olhos se irritaram com a claridade, fazendo com que eu não conseguisse notar quem estava ali.

    — Aí está ele, “Legítimo” — Disse uma voz.

    — Que ótimo te ver, Al Dee! Hahaha, que situação patética! — Disse uma voz diferente, bem mais jovial. Tinha certeza que a conhecia de algum lugar...

    — Não posso dizer o mesmo, garotinho — Respondi, enquanto meus olhos se acostumavam aos poucos com a luz. Pude notar que apenas duas silhuetas estavam ali, e ambos estavam cobertos por longos sobretudos negros.

    — Dobre sua língua, verme! — Disse a outra voz, parecendo bem nervoso.

    — Deixe-o, Sombra. Hoje nada vai acabar com o meu prazer de ver esse desgraçado definhando nessa cela imunda! — Disse o jovem, com um ar irritante de superioridade.

    — Posso saber o motivo da visita ilustre? — Perguntei, enquanto minha visão ficava mais nítida. — Você é um minotauro? O que fizeram com o Leon?

    — Ora, uma pergunta de cada vez, Al — Respondeu ele, enquanto se aproximava de mim. — Acho que isso vai responder grande parte das suas dúvidas, hahaha.

    Dizendo isso, o garoto se agachou, ficando no mesmo nível que eu. Assim que tirou a capa da frente do seu rosto e o iluminou com a tocha, não pude acreditar no que estava vendo. Era ele... Por isso a voz me era tão familiar! Inacreditável...

    — V-Você! Por quê? Isso não está certo... Não pode ser! — Disse, com dificuldade para articular as palavras.

    — Hahaha, bela reação. Esperei muitos anos para ver isso, Al Dee, você não pode imaginar... Por hoje é apenas isso. Até a próxima visita, tio.

    Após dizer isso, o garoto saiu da cela com o outro homem, deixando-me atônito em meio à escuridão.

    ___
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  10. #80
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    Bom capítulo. O final nos trouxe mais informações, e mais dúvidas. Tio? Hmmm, então a treta é familiar!

    O trio Jasmine (seria em referência a Deltora Quest?) / Marlon e Leon parecem estar numa situação delicadíssima. Palkar é um sujeito bastante intimidante. Aqui vem uma sugestão: trabalhe mais com os minotauros. O Tibia traz uma lore diversa, que incluem quests e raças bem trabalhadas. As histórias sobre a cultura minotaurea são interessantíssimas. Se você der uma bizoiada, dá para enriquecer bastante sua história. Olha o que o Caboom conseguiu fazer com eles a partir das ideias fornecidas pelo jogo.

    Aguardando o próximo capítulo,

    Abraços e respeito,

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    Última edição por Thomazml; 15-12-2016 às 00:39.
    Quer participar de uma alta aventura com essa turma do barulho? Quer escrever sobre Tibia, ser enganado por um monge pra lá de pestinha? Achas que tens o que é preciso para esma... digo, para entrar no Hall da fama? Passa lá na Biblioteca-imensa-cheia-de-coisa-e-mundialmente-conhecida!

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