Numa montanha, as margens de um caudaloso rio, existe um castelo. Não um castelo grande, tenebroso, mal assombrado. Nem um palacete real, bem iluminado, bem (ou mal, dependendo da sanidade mental do suserano) frequentado, com vastas alamedas e estátuas pesarosas. O castelo em que se passa nossa história é pequeno, aconchegante, com uma cortina exterior e uma torre de menagem encravada na rocha. De fato, o trabalho anão resistiu ao tempo, e a capacidade arquitetônica deles pode ser observada pela vivacidade e qualidade da obra. A torre parece brotar da rocha, como se um galho de uma árvore, embora galhos e árvores não sejam de interesse dos anões, a não ser quando classificados como "combustível" para suas fornalhas.
A muralha é circundada por um fosso, que já viu dias melhores, mesmo um fosso não tendo olhos, muito menos noções morais, qualitativas e comparativas sobre os dias, ao menos, não o fosso em questão. Ao atravessar portão de madeira, protegido por uma grilha de ferro, e por um passadiço onde apenas corvos servem de sentinelas, o visitante se deparará com um pátio interno, mais parecido com um claustro do que um pátio propriamente dito. Terá a oportunidade deixar sua montaria (se a montaria em questão não for um imenso pássaro, porque o dono do castelo odeia pássaros, mas isso é outra história) em um estábulo, no pé da muralha, no lado interno, evidentemente (já que as montarias são coisas caras, e as vezes tem ideias estúpidas quando livres, como correr desenfreadamente e sumir pelo mundo). Atravessando o claustro, chegará a porta da torre, aonde deixará suas armas (se por ventura manejar armas) e as botas (o dono do castelo odeia sujeira dentro da torre, por isso oferece na soleira pantufas confortáveis aos visitantes, todos os tamanhos, menos Behemoth GG).
A torre possui cinco andares, sendo os dois primeiros compostos de pequenos quartos, salas de estudo e de repouso. Os três últimos contém o que faz da torre ser mundialmente conhecida (além, é claro, das confortáveis pantufas e das banheiras estilizadas): uma enorme biblioteca. Estantes e mais estantes, prateleiras e mais prateleiras, mesas e mais mesas, livros e mais livros. A biblioteca é imensa, bem iluminada (todas as horas do dia, um oferecimento Elfic Magic Wand™, patrocinador oficial da "Biblioteca-imensa-cheia-de-coisa-e-mundialmente-conhecida"). Tomos em centenas de línguas diferentes (desde as línguas dos Beholders até em língua do P), dos mais diversos autores, nas mais diversas formas (escritos em livros dourados, livros decrépitos, cartas mal criadas, pergaminhos queimados, pele de orc mal curtida, etc..).
Perto da entrada da biblioteca, fica a sala do administrador, ou, como gosta de ser chamado, "O Sapiosíssimo". Ninguém (tirando metade de Thais, a Langobardis, alguns orcs sacanas, uns elfos nada pudicos e o bardo mais chato de todo o Tibia) conhece sua história. Mas, desde que expulsou o clã de trolls que moravam no castelo (usando bombas de efeito moral, piadas de banca de jornal, finalmente apelando para documentos grilados e tendo Warlocks como advogados), chamou a torre de sua morada, e percebeu que era o lugar perfeito para montar sua biblioteca, relaxar na banheira e comprar pantufas fofas e confortáveis. Era afastado o suficiente para pessoas chatas não virem pedir dinheiro, ou equipamentos, ou jogar lixo, a Guilda de Carteiros entregava e tinha ali uma das suas caixas de correios mágicas (ao lado do estábulo), receber convidados "especiais" na calada da noite sem nenhum vizinho careta e xereta meter o nariz-onde-não-é-chamado. Tinha até acesso a programação especial da TV Dreamwalking, com mais de cem canais privados a disposição ("TV Dreamwalking™, a um passo do seus sonhos!").
Predan (pois esse é o nome do patife "dono" da biblioteca) percebeu, porém, um grande problema. Por mais que sua biblioteca estivesse repleta dos mais variados livros, vindo de todos os cantos de Tibia, ele conseguiu ler todo seu acervo em menos de uma semana. Estranhamente, os documentos que o monge (pois era monge antes de ser O Sapiosíssimo) tinha eram curtos, rápidos de se ler, insuficientes. Poucos duravam mais de um tomo, e cada tomo era lido em menos de cinco minutos. Extremamente revoltado com o desenrolar da história e aterrorizado com a perspectiva de ter de voltar para o convívio social (principalmente o convívio com os credores de Venore e dos agiotas de Liberty Bay, que tinham inclusive colocado sua cabeça a prêmio), Predan teve a brilhante ideia que o salvaria do tédio mortal (e de bucaneiros mal intencionados). Bastaria que encontrasse escritores talentosos o suficiente para completar o que tinha sido escrito (assim como o monge completava os seus cheques sem fundos, ou os documentos que precisava falsificar).
Cada livro tibiano, portanto, poderia ser alongado, prolongado, aumentado, sofrer encheção de linguiça, a fim de entreter o Monge. Mas, como qualquer perspectiva de trabalho sério, obstinado, de boa qualidade e profícuo deixa Predan doente, o esperto dono do castelo elaborou um plano: traria escritores promissores para produzir para ele, para trabalhar e escrever obras magníficas, quem sabe até conseguisse tirar uma casquinha falsificando algumas assinaturas e roubando direitos autorais. Mandou um aviso através de sua rede de contatos (que envolviam Necromancers alcóolatras, orcs semi-letrados, elfos presunçosos e, é claro, trolls acadêmicos): que todo escritor que quisesse provar sua qualidade aceitasse seu desafio, visitasse a "Biblioteca-imensa-cheia-de-coisa-e-mundialmente-conhecida", alongasse um livro tibiano e conquistasse o respeito dos seus pares!
Você, que leu até agora essa lenga lenga, parece estar interessado, não? Que tal se provar? Que tentar sua sorte? Você acha que tem o dom necessário para entrar para o hall da fama de melhor história da Biblioteca-imensa-cheia-de-coisa-e-mundialmente-conhecida? Aceita esse árduo desafio? A biblioteca é aberta a todos de coração puro (uma das condições para garantir o presente anual de Santa Claus para o monge), os que não possuem apreço a coisas mundanas como direitos autorais ou aos que possuem carteiras pesadas e recheadas de moedas. Venham sem muita cerimônia (só lembrem de não trazer pássaros, por favor, e tirar os sapatos) e se maravilhem com a disponibilidade de livros (e as banheiras estilizadas! Mais de vinte sais de banhos diferentes!).
ESTANTES DA BIBLIOTECA
A Importância do Tempo para os Mortos, por Ad-Nan-Ref
Eu, Ghoul, por Batráquio, o Bonelord
Os melhores equipamentos, por Sir Pietroph
A Gruta e os Desejos, por Ad-Nan-Ref
O Crepúsculo de Zevelon, por Predan, o monge
Escudo Mágico das Trevas, por B. Valerius
ESCRITORES DA BIBLIOTECA EM LUMINERA
Aja Kalifa, ?
Bartz Valerius, ?
Batraquio Azrael, ?
Predan, dos muitos nomes
Sir Pietroph, ?
OFF:
Essa história será de uma forma diferente. É um convite a diversão e a produção. Se você se interessar em participar da história, manda uma MP para mim, dizendo as características da sua personagem. Eu vou responder com um livro de uma história tibiana e você será responsável por alongá-lo. Quer transformar um parágrafo em cinco páginas? Vá em frente. Quer fazer uma série de 20 capítulos a partir de uma linha? O tempo, o esforço e a dedicação são todos seus (e os direitos autorais do Predan, HEHEHEHE, brincadeira). No final da sua redação, me mande o que foi produzido. Se quiser postar em um tópico separado, para obter comentários, sugestões (degradantes ou não), críticas, aplausos ou um silêncio estrondoso, fique a vontade, me manda só o link. A partir da sua personagem e da sua produção, irei elaborar o resto da história da "Biblioteca-imensa-cheia-de-coisa-e-mundialmente-conhecida". Cada nova produção será indexada nesse primeiro post, seja a de vocês, seja a minha. Qualquer dúvida posta aqui, manda mp, me contate! Toda sugestão é bem vinda (nem toda sugestão é bem aceita, têm as sugestões bem ignoradas também, hahahaha).
Se ninguém postar nada, acho que o velho monge terá de encarar a realidade, as dívidas e os processos por tráfico de álcool em Carlin, isso se os advogados trabalhistas de Yalahar não o acharem antes (parece que Predan comandava um esquema de exploração de Dark Apprentices, atraindo jovens incautos com promessas de estágios bem remunerados, com direito a vale alimentação e transporte e auxílio Spellbook, somente para depois revelar que eles deveriam produzir vassouras a partir de gravetos 18 horas por dia, sete por semana).
Levem tão a sério quanto a CipSoft leva a sério o roleplay no Tibia.
O importante é se divertir![]()
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