Olá galerinha!
Hoje teremos uma nova disputa, um pouco mais envolvente e "boa" também .re
Esta é a disputa entre Iridium e Secret Facts, com dois textos ótimos baseados no tema escolhido, que foi "O Ghostship".
Vamos aos textos, e boa leitura!
Texto 1
Spoiler: Texto 1A Maldição de Ghostship
— Avante, marujos! — Gritava Jones, o Capitão do temido navio. — O vento está a nosso favor! Voltemos para a terra firme!
A tripulação estava de muito bom humor, saquearam mais um navio mercante vindo de Venore, cheio de ouro e comida. Os tripulantes nem se importavam com os berros de Jones, mas sim em cada um ter sua parte do tesouro. Horas depois, chegaram nas terras de Carlin, ao extremo noroeste da cidade, numa pequena praia. A âncora foi jogada na água, todos desceram e pararam numa clareira. Beberam e comeram, brindando por suas conquistas.
— Um brinde para o Capitão Jones, que nos guia para todos os tesouros de Tibia! — Propôs Lael, amigo e conselheiro de Jones, e o que se seguiu foi um alto e claro "Viva!". Depois de algumas horas conversando, dormiram tranquilamente, cada um sonhando em como gastar sua parte do saque.
Na manhã seguinte, o saque foi dividido entre todos, e Jones pegou uma quantia a mais, é claro. Uns foram depositar sua quantia do tesouro, outros foram para o bar da cidade, e alguns foram gastar pelas lojas da cidade.
Mais tarde, voltaram para o navio, ergueram a âncora e partiram.
Enquanto navegavam pelas águas tibianas, em algum ponto bem ao leste dos pântanos de Venore, o vento parou de soprar. As águas ficaram calmas de repente, e o navio ficou parado.
— O que se passa aqui, marujos? Por que o barco parou? — Berrou o Capitão Jones.
— Não sabemos, capitão! O mar ficou quieto e calmo, e não temos vento! — Respondeu Steven, um dos tripulantes, enquanto olhava ao redor do navio.
Então, o vento voltou a soprar, muito mais forte. O navio seguia para o extremo leste das terras tibianas, onde niguém jamais navegou. O barco estava descontrolado, indo rápido demais, até que novamente parou.
— Capitão! Terra firme a estibordo! — Gritou o vigia Brendan do posto de observação. Todos então olharam para a direita, vendo uma ilha no meio de uma névoa densa.
Jones então ordenou para seguirem na direção da ilha, e os tripulantes atenderam ao pedido relutantes. Atracaram na ilha, e a névoa se dissipou. O capitão ordenou para os marujos ficarem no navio, enquanto ele, Lael e mais três tripulantes exploravam o local.
A mata era fechada, de vez em quando encontravam uma clareira, com figuras estranhas desenhadas nas árvores. Estava muito quieto, não se ouvia nenhum animal. Avistaram então uma caverna, e passados alguns segundos, resolveram entrar. Lael rapidamente acendeu uma tocha, e seguiram caverna adentro.
Havia algumas inscrições e figuras nas paredes, desenhadas com sangue. Passados uns minutos, chegaram no final da caverna, onde havia um esqueleto encostado num canto. Aos seus pés, haviam bebidas, vestimentas e flores, deixadas como se fosse uma oferenda. Ao seu lado, havia um baú grande, fechado, mas não foi trancado. Jones então abriu o baú, e surpreendeu-se com a quantidade de ouro que havia dentro dele. Jóias, diamantes e colares, todos de alta qualidade e sem nenhum dano ou arranhão. Também havia algumas peças que eles nunca viram, provavelmente de alto valor.
No meio de todo esse ouro, havia um pergaminho. Jeyt, um dos piratas que Lael convocou para explorar a ilha, pegou o pergaminho e deu uma boa olhada nele.
— Está escrito em uma língua muito antiga, poucos conhecem ela. Lendas dizem que sacerdotes que traíram os reis do passado, buscando destruição e vingança, usavam essa língua para se comunicar com Zathroth. Infelizmente meu pai forçou-me a aprendê-la, para completar meu treinamento, mas como desisti de tudo isso e agora estou aqui, consigo traduzir pouca coisa. — Deu um suspiro e começou a ler. — "Aqui se vai Tzurah, o maior rei e guerreiro de nossas terras, repousando junto de todos seus tesouros e oferendas de seu amado povo. Eles não devem ser tocados ou pegos por ninguém senão o próprio Tzurah, e quem ousar roubá-los, sofrerá para sempre." — Terminou de ler, com uma expressão estranha no rosto. Quando disse a última palavra, um vento forte soprou dentro da caverna, vindo de uma abertura na parede. A tocha quase se apagou, e os outros dois piratas saíram correndo dali.
— Covardes, que fiquem presos na floresta. — Disse Jones, virando seu rosto para o tesouro. — Besteira, é tudo besteira. Vamos, Lael, me ajude com esse baú! — Então, o Capitão Jones e Lael levantaram e carregaram o baú para fora da caverna, onde soltaram o baú e deram um grito de espanto.
Na frente dos três, havia duas estátuas, que na verdade eram os dois piratas que tentaram fugir. Os dois estavam com uma expressão de medo no rosto, e um deles apontava para onde estava o navio.
— Talvez seja um aviso, capitão. Talvez devêssemos deixar o tesouro aqui! Disse Jeyt, dando um passo para trás.
— Não! Levaremos esse tesouro para nossas terras! Se não gostar disso, pode ficar aqui também. — Disse Jones, com um tom sério.
Os três então andaram mais rápido na direção da praia, e a floresta ficava cada vez mais fechada, como se ela quisesse impedir que retornassem para o navio. Jeyt então sacou seu facão e foi abrindo caminho, enquanto ouviam barulhos estranhos ao redor deles, e finalmente chegaram na praia.
Os tripulantes desceram do navio e correram na direção dos três, e Jones ordenou que levassem o baú para o navio. Alguns perguntaram sobre os outros dois, e Lael explicou o que aconteceu. Minutos depois, ergueram a âncora e partiram.
O mar estava bem agitado, os ventos estavam fortes, e nuvens negras ameaçavam os piratas e o navio. Com muito esforço, eles estavam conseguindo retornar para casa, mas tudo fica calmo denovo, e o navio para, em algum lugar no mar entre Cormaya e Darashia.
— Remem, homens! Remem! — Berrou Jones, mas não funcionava. Algo estava segurando o navio ali. Surgiu uma neblina, mais densa do que a última, impossibilitando a visão dos tripulantes. De repente, sentiram um forte baque no casco da embarcação, fazendo todos se desequilibrarem. Novamente sentiram o estrondo abaixo de seus pés, e o barco começou a afundar.
Os piratas ficaram desesperados, não sabiam o que fazer. Então, um terceiro baque fez alguns piratas caírem no mar, e o baú de Tzurah também. O mar ficou agitado denovo, e enormes ondas surgiam dele.
— Não! Não!! — Gritava Jones, e pulou no mar para recuperar o baú. O mesmo fizeram os outros homens, mas para fugir dali. Por fim, o mar acabou engolindo o navio e seus homens, e também o destemido Capitão Jones. Desde aquele dia, não tiveram paz nem quando mortos, condenados para sempre a vagar pelos mares como espíritos amaldiçoados.
Nunca mais ouviu-se falar seu nome, até que estranhas aparições começaram a ocorrer nas viagens de barco entre Venore e Darashia, onde pessoas afirmam ter visto um suposto "navio fantasma", e alguns dizem ter visto o Capitão Jones de perto. Poucos tibianos têm coragem de navegar nessas águas, que muitos acreditam serem assombradas.
Texto 2
Spoiler: Texto 2— Todo o Caminho para Davy Jones —
Os sinos de ferro soavam assutadoramente pelas ruas de Venore. A chuva caía em grossas gotas, açoitando os peitoris de pedra e os carrilhões da cidade suspensa sob o pântano. Não havia um som sequer na cidade senão o do revoar dos pombos desabrigados da cidade... E das passadas de um transeunte encapuzado.
As docas contavam apenas com o Capitão do navio da cidade, conhecido pela alcunha de Intrépido. O jovem transeunte encapuzado, que media por volta de 1.70 metros, trajando um pesado sobretudo marrom, aproximava-se da embarcação. Os sinos então pararam, dando lugar à sinfonia sinistra das gotas de chuva.
— Uma vez tomado esse caminho, não há volta — Disse o Capitão — A rota direta de Darashia a Venore não é recomendada, e você sabe bem o porquê. Não está disposto a reconsiderar, Somnus?
O transeunte removeu o capuz de sua cabeça, revelando sua prateada cabeleira, seus olhos da cor de turquesas e jovem tez.
— Não. — Replicou Somnus — Você mesmo disse que é um caminho sem volta. Pois bem, vamos em frente. As cinquenta moedas estão aqui...
Ele retira uma pequena bolsa de couro e atira-a às mãos de Intrépido, que rapidamente a pega, abre e conta o montante cantado por Somnus.
— Pois bem — Disse Intrépido com um suspiro — Vamos em frente. Para Darashia...
O homem pescou a âncora e manobrou o navio para fora da cidade, tirando a ambos do local mais seguro em que já estiveram...
***
O mar tornara-se revolto pouco tempo depois, sacudindo o navio sem piedade. Somnus agarrara o parapeito do navio, com os olhos fixos no horizonte, cujos relâmpagos moldavam as negras nuvens que adornavam a noite sem estrelas.
— Eles estão vindo... — Sussurrou Intrépido, apavorado — Eles estão vindo! Por nossas almas, estão vindo!
Somnus pegou seu arco e retesou a corda com uma seta que faiscava como a noite tenebrosa. No horizonte, uma densa e brilhante névoa fosforescente surgira, assumindo a forma de um barco muito, muito antigo e severamente avariado. O rapaz sentira o suor percorrer-lhe as faces já molhadas da chuva.
— O Navio Fantasma...
A barcaça maldita arrastava-se pelas ondas enegrescidas pela noite. Somnus correu até o leme a fim de ver o que se passava diante de seus olhos. De sua nova localização, ele coneguia enxergar uma tripulação incomum de piratas... E ouvir um aterrorizante mantra que ecoava noite adentro.
— Parte do navio... Parte da Tripulação... Parte do navio... Parte da Tripulação...
***
Dentro do navio amaldiçoado, ouvia-se o som de correntes e ossadas se arrastando pelo convés de madeira de lei podre e úmida. As velas exibiam uma cor enegrescida e podre, e o cheiro de carniça e acre podia ser sentido à distância.
Eram piratas... ou o que restara deles. Condenados a uma eternidade de servidão por seus crimes, a morte não seria punição suficiente para esses rufiões. Seus corpos há muito perderam o vigor dos vivos, com as carnes podres e à mostra, e ossos brancos como marfim. Eles voltaram seus olhos para a embarcação de Intrépido, que não mais poderia escapar deles.
— Parte do navio... Parte da Tripulação... Parte do navio... Parte da Tripulação...
Espadas em riste, garruchas à mostra. O mantra continuava em um crescendo assustador. A chuva fazia a percurssão daquela sinfonia monstruosa enquanto o capitão - um zumbi de dois metros, barbas esverdeadas, rosto apodrecido, olhos fosforescentes e assustadora risada - preparava a embarcação para fazer a abordagem.
***
— Parte do navio... Parte da Tripulação... Parte do navio... Parte da Tripulação...
— Estamos mortos... — Disse Intrépido fazendo o sinal-da-cruz.
— Não... — Disse Somnus — Não enquanto eu estiver aqui. Desembainhe sua espada!
O rapaz de alvos cabelos pulou no parapeito do navio, ficando frente a frente com os amaldiçoados marinheiros.
— Pois bem! — Rugiu para os rufiões zumbificados — Se é briga que querem, é briga que terão! Descansem em paz, VERMES DA ESCURIDÃO!
EXEVO GRAN MAS SAN!
O mar fora tomado pela luz, e as cruzes egípcias surgiram instantaneamente, singrando pelo navio e rasgando a carne podre e esmagando os ossos endurecidos dos marujos. Somnus pulou barcaça adentro, atirando as flechas contra os rufiões, ora desviando de suas lâminas, ora quebrando as garruchas.
Intrépido, contudo, mantinha-se imóvel no convés de seu navio, incapaz de se mover. Seus olhos da cor das avelãs observavam o jovem paladino enfrentando a multidão de mortos-vivos.
— Mais um... — Sussurrou para si — Mais um que guiei para a morte... Mais uma alma que logo se perderá.
Por mais que os deuses lhe deem poder, garoto, talvez você não seja páreo para essa armada.
Ele caminhou lentamente para o parapeito do convés. Somnus começava a ficar sem munição.
— São homens com séculos, talvez milênios de experiência... — Intrépido continuou seu monólogo — A podridão de seus corpos é proporcional aos crimes que cometeram...
Ele desembainha sua espada e ateia fogo nela. Somnus estava cercado, e, desesperado, conjurava quantas cruzes conseguia.
— Vocês me roubaram o medo... — Continuou o capitão — Me roubaram minha família, minha alegria e felicidade. Sobrou-me apenas a falta do medo, que não é coragem, mas... Instinto de sobrevivência!
Intrépido pulou no convés, auxiliando Somnus em sua missão. Os números cresciam constantemente, o que os forçou a recuar para o navio. Desesperados, quebraram a tábua de abordagem e exterminaram os Piratas Fantasmas que se aproximavam do casco. O navio, no entanto, não os seguira. Apenas a risada tonitruante do Capitão e o tenebroso mantra dos mortos-vivos permaneceram com eles até chegarem em Darashia...
— Parte do navio... Parte da Tripulação... Parte do navio... Parte da Tripulação...
Vocês possuem até o dia 29/03 para votar. No caso de empate, será dado mais dois dias para desempate, se houver empate novamente, ou não desempatar, eu decidirei o vencedor. Assim como na disputa anterior.
E se descobrirem os autores dos textos, peço para não revelarem. Faz parte das regras comuns das disputas.
Abraço,
Carlos.
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