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Capítulo
Poxa esse foi um dos capítulos mais grandes que li (talvez pela letra), até poderia fazer que foi o maior, mas sem certeza absoluta, já que li tantos textos, mas falando do capítulo ele foi ótimo, sabe que a inspiração ajudou muito nele, acho que talvez até o cotidiano seja isso, mas com datas fica mais organizado a narração dos fatos, bom estou acompanhando ela.
.jpg "Avatar de Neri Puerari")
Então Joxkyx... quando sai o proximo capitulo?
Estou doido para saber qual o proximo passo dos três... Ah... você poderia adcionar novos personagens a trama... até agora apareceu tão poucos...
Se bem que se imagino corretyamente o que votomo viu na escada, esse problema sera resolvido
Ah, quando capitulo ficar TÃO grande assim, divide ele ao meio e posta 2 capitulos...
In memories of Skalters
Vamo que vamo, to tomando cada vez mais gosto pela história.
Pequeninos estes capítulos em? KKKKKKKK
Mas é o seguinte, gostei assim, se aparenta mais com livros reais (já impressos) e esta é minha pergunta para você: Tem vontade de imprimir depois e pronto?
Parabéns Joxkyz, cativante e inovador.
Última edição por Orlando1993; 23-07-2012 às 22:55.
Bem teve algumas coisas que eu tenho que comentar pra te ajudar. Desculpe se eu parecer chato.
1ª Coisa: Você se confundiu ao colocar os subtítulos. Acredito que a ordem cronológica seria essa:
- 30 de Maio de 1626 - 23:05
- 30 de Maio de 1626 - 23:30
- 31 de Maio de 1626 - 10:40
- 31 de Maio de 1626 - 15:50
- 01 de Junho de 1626 - 16:25
2ª Coisa: Sabemos que a Selena é cega, então evite usar o verbo ver quando se referir a ela. Você pode usar outros verbos pra fazer referência a audição aguçada dela como ouvir, sentir ou perceber.
3ª Coisa: Para trazer um Ghoul a este plano, o conjurador poderia usar a spell Summon Creature dizendo Utevo Res "Ghoul".
Você tem um bom enredo em mãos, basta seguir os conselhos do povo aqui e a sua inspiração que com certeza fará uma boa história.
Boa sorte!
Nossa! você lê com atenção, foi difícil até mesmo para o escritor aqui perceber isso, mesmo você tendo falado.Postado originalmente por Cavaleiro Calmo
Bem teve algumas coisas que eu tenho que comentar pra te ajudar. Desculpe se eu parecer chato.
1ª Coisa: Você se confundiu ao colocar os subtítulos. Acredito que a ordem cronológica seria essa:
- 30 de Maio de 1626 - 23:05
- 30 de Maio de 1626 - 23:30
- 31 de Maio de 1626 - 10:40
- 31 de Maio de 1626 - 15:50
- 01 de Junho de 1626 - 16:25
2ª Coisa: Sabemos que a Selena é cega, então evite usar o verbo ver quando se referir a ela. Você pode usar outros verbos pra fazer referência a audição aguçada dela como ouvir, sentir ou perceber.
3ª Coisa: Para trazer um Ghoul a este plano, o conjurador poderia usar a spell Summon Creature dizendo Utevo Res "Ghoul".
Você tem um bom enredo em mãos, basta seguir os conselhos do povo aqui e a sua inspiração que com certeza fará uma boa história.
Boa sorte!
Muito obrigado. Já corrigi a 1º e a 2º coisa.
A 2º coisa. Eu procurei em tudo, e só achei UM, só UM ver/viu no texto(que se referia a Selena). E mesmo assim você percebeu
Sobre a 3º coisa, Vou ter de deixar daquele modo. É um ponto que vai ser forte na história, o Latim.
Muito obrigado pelas dicas cara, realmente ajudou pra caramba. Espero que eu possa ter te dado uma boa leitura. Obrigado também pelos elogios, valeu!
Nossa! você lê com atenção, foi difícil até mesmo para o escritor aqui perceber isso, mesmo você tendo falado.
Muito obrigado. Já corrigi a 1º e a 2º coisa.
A 2º coisa. Eu procurei em tudo, e só achei UM, só UM ver/viu no texto(que se referia a Selena). E mesmo assim você percebeu
Sobre a 3º coisa, Vou ter de deixar daquele modo. É um ponto que vai ser forte na história, o Latim.
Muito obrigado pelas dicas cara, realmente ajudou pra caramba. Espero que eu possa ter te dado uma boa leitura. Obrigado também pelos elogios, valeu!
Caramba, eu mesmo não havia percebido estes erros quando li de cabo a rabo esta história.
Realmente, uma cega "ver" alguma coisa é tipo uma piadinha troll né?
Por fim, Joxkyz, não mude essas citações em latim. Elas dão um ar diferenciado e estão abrilhantando o texto.
Obs: Tem alguma data prevista para o próximo capítulo? Tenho isso em mente pois já vi que a sua disputa está lançada, ou seja, você não está mais gastando tempo e dedicação com este assunto.
Boa sorte na sua escrita
Última edição por Orlando1993; 25-07-2012 às 14:05. Razão: Emoticon não saiu
Galera, o quarto capítulo sai domingo ao anoitecer.( Ou segunda)
Não sei sobre o quinto capítulo, porque voltarei as aulas na segunda, e dai sabem como é que é... o bagulho é tenso
Se nada der errado eu devo continuar com a media de 1 capitulo por semana, mas talvez em alguns casos demore um pouco mais para sair beleza? Mas prometo que vou me esforçar.
Sobre o quarto capítulo, posso dizer que está menor que os outros capítulos, coisa que pediram quando viram o tamanho do capitulo 3 ( SOU MAL HAHAHAH)
Edit:
Galera, o 4 capítulo muito provavelmente vai sair segunda, pois fiquei muito doente, não aguentava escrever; além disso estou viajando, dificultando mais ainda o uso de meu notebook, principalmente para escrever.
Espero que me entendam...
Ah, não sei o que vai acontecer para o 5 capítulo, segunda aulas começam, e Matematica I, II e quimica estão me deixando um pouco preocupado. =(
Última edição por Joxkyz; 29-07-2012 às 03:27.
Vish
espero que saia logo, ou vou te matar
melhore logo, boa sorte, mas sabe, se o capitulo não vier logo
mas queria te perguntar umas coisas:
vai ter 2 livro?
voce pensa em outras histórias?
voce pretende fazer quantos capitulos?
In memories of Skalters
Bem galera, desculpe não poder postar antes... estava doente e ficou complicado escrever... lá vai o 4 capitulo.... apesar de sair maior do que esperava, saiu bem menos do que os outros...
Spoiler: Retrospectiva do ultimo capítulo
Capítulo 4 – Devaneios De Liberdade
Parte I
31 de Maio de 1626 - 20:30
Eu já estava em solo firme, mas ainda segurava firmemente as madeiras pegajosas da escada; Chris e Selena desciam vagarosamente; ao ficarem próximos de mim, proferiram algo, uma reclamação talvez; não compreendia muito bem o que diziam, pois estava ocupado demais tentando assimilar o que estava à minha frente. Com o corpo ao fim da descida e um de meus pés ainda recostado no último degrau, percebi que atrapalhava a passagem dos dois; larguei as escadas e me afastei.
Chris, que vinha a frente de Selena saltou da escada quando já estava em seu penúltimo degrau, fazendo um ruído pequeno, porém alto o suficiente para chamar a atenção deles. Aqueles seres, ao fundo da caverna, viraram seus rostos em nossa direção, e não eram poucos; dezenas de minotauros, e o pior, entre eles haviam alguns humanos, estes presos com grilhões em seus tornozelos, que impediam passos maiores do que meio metro.
Os homens, as mulheres e as crianças faziam diversas atividades; cozinhavam em fornos, carregavam caixas, forjavam algumas armas e entre outros diversos trabalhos braçais. Alguns minotauros chicoteavam uma parte dos humanos, provavelmente pessoas que não exerciam seus serviços tal qual o ordenado. Pareciam morrer de fome, tinham feridas e hematomas que tomavam conta de seus corpos que já estavam quase sucumbindo de tanto sofrimento. Eram cobertos com pouca roupa, de um tecido rústico e já rasgado, enquanto as crianças andavam totalmente desnudas.
— Kaplar! — gritou um dos minotauros chamando a atenção de todos, inclusive Selena e Chris que agora já se ajeitavam ao meu lado. — Balchor!!!
— Mas que diabos será isso? — Selena estranhava o que ouvia.
— Mais humanos em nossa cidade! — Gritou algum ser ao fundo da caverna — Prazer, meu nome é Balchor, apresentem-se! — Saia do meio dos outros um minotauro um pouco maior, de só um chifre.
— É... — Chris tentou especular alguma coisa, mas estava muito confuso e assustado com a situação.
— Meu nome é Votomo, estes são Selena e Chris — Disse confiante — O que está acontecendo aqui? Por que os humanos estão...
— Acorrentados? Trabalhando em nosso lugar? — Riu o minotauro — É fácil responder isso. Eles são nossos escravos, nada de mais.
Selena engoliu em seco, e Chris balançou sua cabeça boquiaberto.
— Hmm... Senhor... — Chris, ainda confuso, tentando lembrar-se do nome do minotauro — ... Balchor, porque estão fazendo isso com eles? Desde quando? — Perguntou com um semblante de aflição.
— Bem... — O minotauro franziu o cenho, pensando no que responder — Querem que eu resuma a história?
— E rápido, por favor — Acelerei-o, já estava irritado com a situação e a sua frieza.
— Esta é a história: Zathroth avisou nosso mestre Palkar sobre a invasão de Mantus, e em seguida nos ajudou a controlar a magia do vórtice. — Enquanto Balchor falava isso, já tentava imaginar como seria o final desta noite, era algo um tanto previsível — Ele também nos deu riquezas e prosperidade, tudo isso em troca da nossa lealdade; depois disso, viemos em bando para a nossa terra de direito, nossa terra prometida, e por sorte encontramos um pequeno grupo de humanos, cerca de trinta destes pequenos seres patéticos, que hoje trabalham aqui.
— É claro... Vocês minotauros são servos do mal! — Senti vontade de puxar meus equipamentos e partir para a guerra, mas o que eu poderia fazer? Eram muitos! — E como falam nossa língua!?
— Sua língua? — Alguns minotauros no local riram, inclusive Balchor — Jovem tolo, minotauros são híbridos de humanos com touros, muitos de nós temos inteligência suficiente para falar, entender e até resolver difíceis contas matemáticas; não somos burros como alguns pensam.
— Se são tão humanos assim, porque escravizam os seus semelhantes!? — Cerrei os punhos enquanto falava em alto volume.
— Quem começou essa guerra não fomos nós! Foram vocês! — Disse Balchor, apontando seus dedos para nós — Vocês sempre nos ridicularizaram com seu preconceito pífio — Bufou — Sua raça é tão desprezível que odeiam seus próprios irmãos. Guerreiam entre si por posse de terras, tomando como motivo para o vosso ataque a possibilidade de se obter algum lucro.
— Que mentira! — Enfatizei — Não generalize!
— Votomo... Eles estão certos — Chris tentou me acalmar, mas me deixou mais irritado ainda. — Vamos sair daqui — Falou isso em baixo tom.
— Olha, estamos saindo, nos desculpem por atrapalharem! — Selena falou alto suficiente para que Balchor escutasse sem nenhum problema.
— Esperem! Não podemos deixar esses humanos aqui, estão sofrendo! — Recriminei os dois, neste momento alguns humanos que olhavam para nós derramaram lagrimas; fazendo uma cara de agonia.
— Então parece que vamos ter uma briga séria aqui jovem guerreiro. — Sorriu Balchor — Minotauros, Kaplar!
Vários minotauros começaram a correr em nossa direção; a batalha iria começar. Saquei meus equipamentos, Selena e Chris entraram em pânico, puxando seus equipamentos com as mãos trêmulas.
Acertei uma machadada em um primeiro minotauro, que vinha no flanco direito em direção a Selena; que ela retribuiu, acertando sua lança em outro que vinha pelo lado oposto. Chris parecia ter se afastado, estava a uns quatro metros de nós, cercado por três minotauros; olhou para todos, levantou sua espada a meia altura e a rodou, atingindo os três ao mesmo tempo, ocasionando uma ferida em suas barrigas. A luta parecia estar fácil desta vez. Erro meu, os homens-touros que Selena e Chris haviam mandado ao chão começaram a se levantar, parece que o golpe deles não foi o suficiente para matá-los, diferente do qual eu havia deferido o golpe, ele nem se mexia. Balchor ria ao fundo, como se tivesse certeza que a luta iria mudar. Alguns minotauros prenderam os humanos, para que eles não interferissem na batalha.
Enquanto os minotauros ainda se levantavam, percebi que começavam a fazer uma roda a nossa volta, e Balchor agora estava em cima de uma pedra, para que pudesse assistir a tudo nos mínimos detalhes.
Agora com a roda totalmente formada, pareciam estar preparados para atacar em conjunto a qualquer momento. Eu, Selena e Chris fizemos um triângulo, para que pudéssemos atacar com toda força qualquer um que viesse pela frente. Alguns começaram a correr contra nós, em alta velocidade, enquanto outros somente observavam. Virei-me para o que vinha pelo meu lado esquerdo e usei meu machado contra seu pescoço, o deixando sem cabeça; à minha direita, estava vindo um minotauro em alta velocidade já estava próximo de mim, talvez um ataque com o machado não fosse rápido o suficiente para detê-lo, então levantei meu pé para que pudesse acertá-lo em seu peito jogando-o ao chão, me dando a oportunidade de executar um golpe mais efetivo, agora com o machado dos anões; porém fui lento demais, antes que pudesse matar a criatura outro usou seus chifres para fazer pressão contra meu escudo, me empurrando para o lado; vendo que ele continuava a fazer força, posicionei meu machado bem atrás do escudo de grifo, e em seguida fiz algo arriscado, puxei o escudo para o lado, parando de suportar a pressão dos chifres do minotauro; mas felizmente funcionou, o minotauro foi com toda a força para cima de meu machado, tirando-lhe a vida com uma enorme ferida em sua cabeça.
Olhei a minha volta, percebi que Selena estava em apuros, sua lança estava cravada no peito de um dos minotauros que já havia caído, e agora um outro vinha em sua direção; levantei meu escudo a altura de meu ombro e corri contra o minotauro, empurrando meu corpo contra o dele; mais um no chão. Quando olhei para trás, vi Chris levando vários socos, golpes de chifre, chutes e arranhões. Selena estava sendo agarrada por Balchor. — Como chegou perto dela tão rápido? — Pensei.
— Acabou! — Disse Balchor, agora colocando uma espada em seu pescoço; espada esta que possuia um pomo e uma guarda em tons amarelados; talvez de ouro — Ou fica parado ou a garota morre!
— Acalme-se – Pedi desesperado; não suportaria que algo acontecesse a Selena — Solte-a, eu me rendo.
— É uma sábia decisão garoto. — Disse Balchor com um semblante sombrio. — Largue seus equipamentos.
Larguei meus equipamentos na mesma hora, deixando-os cair no solo barrento. Olhei para Balchor com desprezo, ele iria pagar por ameaçar a vida de Selena. Seus guardas pegaram meus braços e acorrentaram um ao outro; o mesmo acontecia a Chris, que me olhava entristecido.
— Pegue a poção e dê para eles — Gritou Balchor enquanto os minotauros começavam a nos levar para dentro da caverna
Pensei em todos os humanos que estavam ali; nós éramos a única chance que eles tinham de retornar a suas vidas corriqueiras. Prometi a mim mesmo que iria fazer de tudo para os libertarem o mais rápido possível.
31 de Maio de 1626 - 21:40Descemos mais um lance de escada, chegando a um local imenso, mesas, caixas e pilares por todos os lugares, olhando para a direita, consegui localizar uma parede com uma porta, e perto dessa porta havia uma mesa bem longa, feita de madeira, nela estavam sentados quase vinte minotauros, duas mulheres andavam com uma bandeja onde havia comida e uma jarra de liquido branco, provavelmente leite.
— Eles aumentaram esse lugar... — Disse Chris olhando ao seu redor – O que tem atrás daquela porta?
— Kaplar! — Disse o minotauro sorrindo.
— O que é Kaplar? — Perguntei confuso.
— É só um grito de guerra, é uma analogia ao nome Palkar. — Disse Selena demonstrando pouca animação.
Quando chegamos perto da porta, ela se abriu, e agora via um corredor com tochas em recipientes nas paredes; algumas poças d'água e um chão repleto de pequenas pedras.
O minotauro colocou um copo com um líquido esverdeado perto de minha boca, me induzindo a beber; não o fiz, mas mesmo assim comecei a me sentir diferente, um cheiro muito estranho exalava daquela bebida, um cheiro de flores ou algo do tipo; tive a leve sensação de que já havia sentido esse cheiro antes. — Ah não... Não pode estar acontecendo de novo — Pensei.
Meus olhos começaram a se fechar sozinho, tentei me manter de pé e deixar os olhos bem abertos, mas parecia impossível resistir a isso, olhei para Chris e Selena, eles estavam desmaiados, sendo carregados pelos minotauros que antes lhe acompanhavam, a vontade foi aumentando cada vez mas e eu não resisti; tudo ficou preto.
Parte II
— Votomo! — Uma voz familiar me chamava — Acorde, ele está chegando!
— Selena... Olhe aquilo — Disse um homem, esta voz eu não me lembrava.
Meus olhos começavam a se abrir, eu estava no topo de uma pirâmide, ao horizonte, um deserto enorme; Areia e mais areia, que ia até onde a vista alcançava, começava a ficar escura, como se virasse barro; nuvens negras começavam a surgir no céu, e raios gigantescos rasgando o céu ao meio.
Selena estava ao meu lado, olhando para o horizonte boquiaberta. Ao lado dela, um homem de cabelos escuros que colocava a mão na boca como se estivesse pensando arduamente; tinha a leve sensação que conhecia esse rapaz.
— Droga, ele continua dormindo — Selena disse enquanto voltava seu olhar para mim.
— Ahn!? — Eu não entendia; estava ali, acordado, vendo tudo. — Não estou dormindo... Estou acordado!
— É uma pena, se ele não acordar estará tudo perdido. — Disse o homem agora se balançando sua cabeça negativamente, fazendo um semblante triste, como se estivesse a espera de um milagre.
Tentei me levantar, mas não conseguia. O que estava acontecendo comigo? Minha visão começou a ficar turva, senti que iria desmaiar em pouco tempo.
— Acorde! — Disse alguém.
Me localizava agora em um lugar diferente, na ilha da Espada da Fúria. O céu estava escuro, fazendo com que as labaredas que rodeavam a espada brilhassem mais ainda.
— Eu estou acordado! — Gritei.
— Sério? Não é o que parece — Agora eu conseguia ver quem era, é Loui quem estava falando.
— Lo... Loui? — Gaguejei de tão pasmo — Onde você está? Quem lhe sequestrou?
— Escute com atenção... — Perdi minha audição; não conseguia escutar nada, tentei fazer uma leitura labial, mas parecia que nada fazia sentido, como se ele falasse outra língua. —...Mas para isso, terás de acordar! Se continuares a dormir, o mundo sucumbirá.
— O que? Eu... — Tentava pedir para ele repetir, mas algo me impedia.
— Este é um plano dele, te fazer dormir enquanto o mundo está sendo destruído; você já dormiu alguns anos na última vez que sentiu o cheiro do sono; agora o caso é diferente, se passar mais três dias inconsciente eu morrerei, e sete dias após isso, Ankrahmun será tomada pelo mal de uma vez por todas! Você precisa agir Votomo, ande! Acorde!
Por que estavam dizendo para que eu acordasse? Isso deveria ser um sonho, mas eu não me lembrava de ter dormido.
Agora me via em uma caverna, um chão de barro com algumas poças d'água. A caverna parecia ter sido escavada manualmente, pois parecia mais um corredor, com estacas de madeira pelas paredes sustentando o local. Ao fim do corredor havia algumas tochas presas a recipientes, pensei logo em seguir o caminho para ver o que poderia encontrar, talvez eu encontrasse uma resposta para o que estava acontecendo. Quando comecei a caminhar em direção as tochas ouvi um ruído vindo de trás; ao me virar, me deparei com um minotauro carregando Selena.
— Ei você! — Chamei o minotauro — Solte ela!
O minotauro nada fez, continuou andando em minha direção carregando Selena em seus braços. Agora com ele mais perto, percebi que vinham outros atrás dele, e que Selena não se mexia; ela estava desacordada.
— Solte ela, agora! — Gritei, já cerrando os punhos.
Vendo que ele continuava sem fazer nada, procurei meus equipamentos, e novamente como no sonho anterior estava de mãos vazias. Comecei a correr em direção ao minotauro, gritando, com os punhos prontos para a luta.
Ao ficar bem próximo dele, diminui a velocidade e fiz o movimento de soco.
— O que!? — Me assustei com o que aconteceu; eu simplesmente atravessei o minotauro que carregava Selena, olhei para trás e pude vê-lo caminhando como se nada tivesse acontecido. Fiquei abismado, afinal isso era impossível.
Em meio ao desespero e ao delírio me lembrei dos outros minotauros que vinham, então olhei para frente, com medo do que poderia ver. Desta vez, era Chris quem estava sendo carregado pela besta; ao chegar perto de mim, tentei tatear seu rosto e novamente falhei.
Eu não me lembrava do que tinha acontecido antes dos sonhos começarem, mas já imaginava quem seria a próxima pessoa que viria sendo carregada pelos minotauros. Eu estava certo; era eu quem estava sendo carregado, inexplicavelmente me encontrava fora de meu corpo. Uma lágrima caiu do meu rosto ao ver aquela situação, meus sentidos pareciam me alertar sobre alguma coisa. Caí de joelhos vendo aquele infortúnio; ao tentar chamar atenção de mim mesmo, só consegui tartamudear a palavra "acorde".
Em meio ao pensamento desesperado de voltar a realidade, consegui flexionar os joelhos e em seguida levantei. Olhei para meu corpo ali estagnado e senti as lembranças voltarem, uma palavra me veio a cabeça: Poção!
Consegui lembrar-me do que acontecera. Algum minotauro havia me dado uma poção; eu não bebi, mas só o seu cheiro parece me ter feito desmaiar. Tal lembrança fez minha confusão se transformar em raiva; cerrei os punhos e gritei em meu máximo, na esperança de que pudesse acordar a mim mesmo.
— Aaaaaaaahh!!! — O grito forçava tanto o meu rosto que tive que fechar os olhos. Comecei a sentir um enjoo, a tontura de antes parece que havia voltado, mas agora bem pior. Minha voz começou a falhar, achei que fosse por falta de ar em meus pulmões, mas ainda podia sentir que o grito estava sendo exalado de meu interior. Tentei abrir os olhos, mas tudo estava preto, não conseguia ver nada. Minha voz sumiu; minha audição sumiu; minha visão me abandonara e eu continuava consciente. Será que é assim a morte? Um vazio?
?? de ?? de 162? - ??:??
Meus olhos começaram a abrir, agora eu estava no chão, deitado ao lado de várias pessoas, entre elas Chris e Selena — Talvez tenha acordado... — Pensei. O chão barroso servia de "cama" para inúmeras pessoas ao meu redor, que eram iluminadas por uma fogueira acesa no centro da caverna; com suas paredes rochosas, com um pequeno muro de mármore que chegava a um metro de altura, porém sendo mal feito e bastante desfragmentado. Uma porta de ferro ficava ao final do local, pelo meu julgar, deveria estar trancada. Percebi claramente que aquele era o local de repouso dos escravos; quer dizer, uma masmorra.
— Selena... — cutuquei seu braço na esperança que ela acordasse — Selena, acorde!
— Não adianta jovem garoto — uma idosa que estava ao lado dela me alertou.
— O... o que...? — Minha voz tremulou.
— Você é um garoto forte — A velha fitou-me com um olhar encorajador — Se conseguiu sair do sono resultante da poção de Hipnos, com certeza é um garoto forte.
— Como assim um garoto forte? O que quer dizer com isso? — Perguntei duvidoso.
— Eu estava servindo os minotauros a alguns dias e acabei vendo vocês três cheirando a poção de Hipnos; ela foi criada por um mago muito poderoso que mora aqui. — A velha senhora falava com um semblante triste. — Meu nome é Esmeralda, prazer.
— Prazer, meu nome é Votomo — Me apresentei com certa pressa — Conte-me mais sobre isso Esmeralda, como eu posso acordar meus amigos? Quanto tempo dura o efeito disto? Aqui tem um mago?
— Uma pergunta de cada vez — Disse sorrindo — Bem, não é um humano como deve estar pensando, existem minotauros que são magos. Sobre a duração, depende da concentração; da última vez que foi produzida, foram ordens de um monge há mais ou menos três ciclos, que estipulou o tempo de duração para três a quatro ciclos; talvez a pessoa que recebeu a poção deva estar acordando.
— Entendo... — Sabia que isso dizia a respeito a mim e de Cipfried — Mas como posso acordá-los?
— Sinto muito jovem Votomo — O inicio de sua frase já me deixou triste — Somente se a pessoa souber que está dormindo e se tiver muita força de vontade poderá quem sabe, despertar.
— Mas deve haver algum jeito de... — Disse enquanto via Esmeralda rir de minha insistência.
— Nunca aconteceu. — Lamentou Esmeralda enquanto franzia o cenho. — Agora deite e descanse, pois os minotauros costumam punir quem passa do horário. Meu marido Dom já chegou a ser torturado com ferro quente em sua testa. — Disse entristecida.
— Mas... — Minha voz falhou com tamanha crueldade — Mas porque eles fizeram isso?
— Uma longa história... — Esmeralda bufou e olhou para baixo, como que se tentasse esconder algumas lágrimas — Ele disse que viria alguém para nos salvar dos minotauros, ele ficou gritando isso por toda a caverna, e acabou sendo pego; quando voltou, estava com algo escrito em sua testa, mas não quis comentar a respeito, e nem dar mais detalhes sobre quem viria.
— E onde está ele... — Enquanto falava, Esmeralda esticou os braços até a minha boca, me fazendo parar de falar.
— Silêncio! Já conversamos demais, agora durma.
Apesar de contestar isso, achei melhor deixar para resolver isso pela manhã. Enquanto me ajeitava naquele chão barrento e desconfortável, fiquei pensando no que poderia acontecer pela frente; será que eu conseguiria acordar Chris e Selena? Será que conseguiríamos fugir? E estes prisioneiros? Eu tinha de ajudá-los de algum jeito.
—Kaplar! Acordem! — Gritou um minotauro.
Quase me levantei também, felizmente lembrei-me da poção a tempo. Talvez se me vissem acordado, iriam fazer tudo novamente. Depois de algum tempo, todos já haviam deixado a cela; o último a sair havia sido o minotauro, que trancafiou a porta por fora. Agora eramos só eu e os dois naquele quarto, mas apenas eu tinha o poder de agir. Pensei delicadamente em cada ação que deveria tomar, mas ainda assim, não imaginava como poderia acordar os dois. — Como seria bom ter a inteligência de Selena e Chris por perto... — Pensei.
O que poderia fazer? Estava preso em uma corrente que ia até o teto em um local onde a única saída também estava trancada. Tentei acordar Chris e Selena balançando seus corpos; tentei falar com os dois, me lembrando de falar baixo para que os guardas não me escutassem. Tudo em vão, parece que os dois estavam mortos; porém respirando.
Parte III
Tentei puxar a corrente que estava presa ao teto, mas não fazia força suficiente. Depois de várias tentativas com um pouco mais de força, resolvi desistir, pois todas foram sem sucesso. Sentei ao chão pensando novamente no que poderia fazer, mas acabei desistindo até mesmo de pensar em uma solução. Queria poder sair dessa inação.
Tudo estava quieto; havia um silêncio absoluto na caverna que chegava a me dar medo. Escutei alguns ruídos vindos de fora da masmorra, certamente eram passos, ao meu julgar, esta pessoa deveria estar correndo; o passo começou a ficar mais barulhento a cada segundo que se passava, parecia estar chegando mais perto, com ele também chegava um certo medo dentro de mim. Deitei no chão e me recolhi, fingindo estar dormindo, mas ainda assim deixava meu olho direito entreaberto para que pudesse espiar o que poderia acontecer.
Algo bateu na porta de ferro, que antes havia sido trancada por um minotauro. Pensei comigo mesmo se estivessem tentando arrombar a porta, provavelmente seria um humano, porque um minotauro provavelmente teria o acesso a chave do local, não é verdade? Ou será que não? Era uma questão de tempo para descobrir isso.
Mais barulhos viam da porta, algo pesado batia na porta como que tentasse partir ela ao meio. Entre os barulhos que vinham da porta, escutei alguns galopes; foi então que compreendi. Era um humano batendo a porta, afinal um minotauro não corre; galopa.
A porta se abriu, ousei inclinar a cabeça para cima, e vi entrando um senhor; este que usava um manto azul escuro sem capuz. O homem de azul, já deveria ter já os seus sessenta anos. Tinha todos os sinais de velhice, mas, nem sua barba malfeita, rugas, manchas na pele, e seu cabelo curto e desbotado não eram detalhes tão chamativos quanto o que estava em sua testa.
Acima das sobrancelhas daquele senhor de mais ou menos um metro e noventa de altura estava uma cicatriz escura, ao que tudo indicava resultado de uma queimadura; talvez de ferro quente. A cicatriz era de uma palavra; palavra essa que confirmou um de meus receios. — Votum — A leitura desta palavra me fez lembrar de Loui quando me conhecera:
"Eu já conheço você... Votomo; do latim Votum; que significa esperança, promessa de Deus, promessa solene."
Quem colocou isso em sua testa e como o fez conhecia essa palavra. Era algo que eu não fazia a menor ideia, mas iria cobrar uma resposta, afinal, não são todos que falam latim, pelo menos acredito que não.
— Quem é você? — Perguntei velozmente, apesar de já imaginar a resposta.
— Meu nome é Dom, estou a sua espera há anos senhor. — Disse com um semblante alegre. — Meu trabalho é te ajudar, espero que possa fazer isso agora. — Seus olhos brilharam, e em seguida curvou-se.
— Não precisa fazer isso... Levante-se Dom, eu não sou um Rei — Consegui ver que Dom carregava consigo uma mochila, que estava por debaixo de seu manto. Ao ver que as galopadas agora aumentavam mais e mais, repeti — Levante-se! Eu não sou um Rei! — Ao falar isso me lembrei da forma como Cipfried me tratou quando me eu o vi pela primeira vez após acordar:
" Finalmente acordou! Grande Rei Votomo! Que tal isso? Quase metade da população mundial está dizimada, mas eu te salvei em meu refúgio, sou muito bom samaritano não acha?"
— Não seja tão humilde Votum. — Disse Dom enquanto tirava seu manto, agora ficando apenas com uma calça de denim e uma armadura marrom, fazendo, é claro, aparecer sua mochila, que agora pude ver que era vermelha. — Pegue isso. — Tirou sua mochila das costas e a jogou para mim.
Antes que pudesse abrir tal mochila, ou mesmo perguntar o que havia dentro, apareceu abrindo a porta um minotauro; mas diferente dos outros; Usava uma armadura azul com detalhes em amarelo, seus chifres eram maiores do que o habitual e tinha um longo cabelo vermelho, que decaia por dentro de sua armadura; em suas mãos estava algo que deixaria a luta um pouco mais interessante: Um machado; um grande machado de dois gumes, bem afiados por sinal.
Tentei gritar para que Dom tomasse cuidado, mas já era tarde demais; rapidamente o minotauro levantou a haste de seu machado até a altura da cabeça de Dom e em um movimento rotatório de extrema força fez algo triste e horrível de se ver: O decapitou.
A cabeça de Dom foi rolando para o lado, chegando aos pés de Chris; criando rapidamente uma poça de sangue. Já seu corpo, caiu de joelhos para frente, jorrando sangue e com isto formando outra poça, porém, desta vez maior.
O que eu faria para reverter aquela situação? Quais segredos e novidades guardava Dom para mim antes de seu destino trágico? Uma coisa era certa, antes de buscar respostas para minhas indagações eu ainda teria de resolver muitos empecilhos para salvar a vida de todos ao seu redor, começando pelo guardião dos minotauros...
Detalhes do 4 capítulo:
1.A poção utilizada em nos três guerreiros é a mesma de Votomo no primeiro capítulo.
2.Mino Hell está aumentada, ela simplesmente se expandiu, se tornando uma cidade praticamente.
3.A poção esverdeada que faz a pessoa dormir e se esquecer de algumas coisas é claramente baseada em algo da cultura grega:
Na mitologia grega, os Lotófagos são uma tribo existente numa ilha perto do Norte de África. O seu nome advém de se alimentarem da planta de lótus (das suas flores e frutos), exitentes nessa ilha em quantidade apreciável. Estas plantas são narcóticas, causando um sono pacífico aos habitantes da ilha.
Na Odisseia de Homero, Ulisses e os seus companheiros desembarcam na ilha dos lotófagos. Então são enviados três homens (1 arauto e 2 companhas) para investigar a ilha. Esses homens começam a fazer o que os nativos faziam: comer o fruto do lótus. Isto fez com que eles se esquecessem de abandonar a ilha, tudo por causa do sono.
Mais coisas podem ser adicionadas aqui em breve.
Última edição por Joxkyz; 05-10-2012 às 19:24.
Capítulo
Opa mais um capítulo, para nossa alegria, bom este está bem massa, cara os rapazes ali são malvados neh, mas ficou massa com minotauros, to acompanhando viu.
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