Parte 2
Enquanto a guerra começava a ser re-planejada pelos Moxes, uma das colônias de Thais, Liberty Bay não tinha se adicionado a causa o que, é claro, fazia o rei de Thais levantar certas hipóteses e suspeitas, uma vez que a maioria das colônias agia independentemente da vontade da coroa.
Na verdade, Liberty Bay era uma cidade de contrastes, com uma população muito pobre a mercê da nobreza ao sul. Muitos dos pobres também eram condenados do reino de Thais que foram exilados para essas terras por terem sido julgados traidores do reino, mas sem provas definitivas para determinar o fato ou como crime relevante, porém não passível a pena de morte.
Com a crescente pobreza, a criminalidade aumentava cada vez mais. Muitos habitantes viraram mercenários seguindo suas próprias leis ou se tornando piratas, os quais tinham uma rota traçada em Vandura. Outros, ao menos muitos dos que se consideravam honestos, trabalhavam com a plantação de cana-de-açúcar, principal via econômica da colônia.
Ainda, a condição econômica revelava a fragilidade desse povoado. Assim, alguns indivíduos, revoltados com o governo de Percy Silverhand, começaram a se tornarem verdadeiros líderes e juntaram muitos grupos isolados na cidade. Toda essa situação fez fortalecer esses grupos dos quais pessoas retiravam esperanças e satisfação para suas necessidades sentimentais e espirituais por serem motivadas pelo amor e pela justiça, também os caracterizando religiosamente. Claro, todo esse movimento fez crescer também a Inquisição, por a Igreja os enxergar como hereges.
Para o controle desses grupos religiosos rebeldes e mercenários, Percy Silverhand tinha sua própria polícia civil. E assim, devido às crescentes revoltas e a maior necessidade de intervenção, o governador não se tinha posicionado na guerra. Isso é claro, como já dito, não o retirava de uma situação desconfortável perante a família real.
Como um dia qualquer na cidade, a polícia estava em ronda. Um grupo rebelde, conhecido como, Cruner Prisioners, que planejava alguma “ação civil” encontrava-se reunido em uma das casas daquela grande favela ao sudeste da cidade. Quando por fim, alguém se pronunciou:
- A polícia de Silverhand não nos deixa em paz. Mas, tenho certeza de que eles não nos encontraram aqui, estamos bem escondidos! – exclamou um dos rebeldes.
- Não por muito tempo Valdez, precisamos ser objetivos. Mestre, por favor, pronuncie-se (...).
- Kendra, você sabe o que temos que fazer minha nobre conselheira – falou “o mestre” sentado em uma cadeira ao redor da mesa redonda que se encontravam, dirigindo a pronuncia para uma mulher ao lado.
- Certamente Milord. Valdez, reúna, junto a Rafel, nossos aliados o mais rápido possível. Encontre-nos na Break Sword Brigade. A reunião está terminada! Por aqui meu senhor – tomando seu amo pelas mãos e o ajudando a andar para outro cômodo do lugar, e breve, desapareceram.
Logo ambos saíram do lugar para cumprir o ordenado. Havia seis homens de guarda, mas na porta havia apenas três, os outros estavam espalhados para avisar se a polícia estava próxima. Ao passo que iam se retirar, uma figura não familiar para aqueles homens apareceu, e indo em direção a eles, provocou inquietações:
- Quem é você? Identifique-se! – Alertou um dos guardas.
- Apenas um monge que pretende chegar ao seu destino, deixe-me passar por favor.
- Não antes de nos dar explicações. Homens, segurem-no – e todos foram em direção ao mesmo homem, cercando-o.
Na eminência de capturarem aquele homem, logo, outra voz se ouviu rapidamente:
- Deixem-no em paz – ouviu-se a pronuncia em um tom oco.
- Ha! Você tem um amigo, monge?
- Não precisava de sua ajuda Ceart (...) – avisou o aprendiz de monge, que por sinal, parecia também carregar uma espada em suas mãos.
- Deixem-no em paz – exclamou Ram novamente – do contrário vocês irão se arrepender. Ah, sim – aproximando-se com seu cajado do monge enquanto os guardas ficaram parados olhando sua reação – vocês devem ser rebeldes. Não quero fazer nada com vocês, apenas que sigam seu caminho.
- Ora, você tem que nos prestar alguns esclarecimentos. Venha conosco – exigiu outro guarda – cerquem-nos homens!
E quando os rebeldes cercaram os dois estranhos, uma voz feminina, em tom de ordem foi ouvida:
- Chega! – os guardas olharam e abriram caminho enquanto Rafel passou entre eles – ora, ora, quem temos aqui Valdez – o qual assumiu posição à direita de Rafel - se não são os traidores do reino que iniciaram essa maldita guerra.
- Você conhece nossa história madame, não lhe devemos muitas explicações – retrucou Persie. Mas, ao contrário, você deve dizer o porquê esta usando uma saia tão curta para batalhar, é alguma estratégia de batalha, Rafel minha cara?
- Aag! Você é ridículo Rosebud, mas de fato, é bonito e engraçado, mesmo com essa sua “carequinha” – voltando seu olhar para o outro – Ram, ainda continua com aquele seu extinto de batalha por justiça não é mesmo? Mas, seus serviços não serão necessários aqui e agora. Vocês chegaram em boa hora, Milord pediu para que juntássemos os rebeldes, apenas me sigam.
Todos a seguiram e os guardas tomaram seu posto novamente com um simples olhar daquela misteriosa dama. Entraram ambos naquele mesmo casebre onde tinha ocorrido a reunião, e, enquanto aguardavam, Valdez os deixou a sós, para tratar de seu serviço.
- Então, irão lutar pela nossa causa? – Já sentada em uma cadeira, fixando o olhar para Ceart.
- Não lutamos com esses fins, sabe disso – respondeu ele imediatamente.
- Não seja tolo Ram. Podemos fazer algo aqui, afinal, é uma excelente oportunidade de começarmos a tratar de nossas finalidades. Liberty Bay é uma grande colônia e podemos aliar forças e, não temos outra escolha – contrariou Persie, e viu que seu amigo colocou um olhar indignado.
- Miluda... – cochichou Ceart a si próprio, e ao mesmo tempo acariciou um pingente no colar que usava, logo após, retornou a conversa – está bem. Mas, antes eu quero falar com Mahabel.
Rafel, então, os reverenciou e saiu em busca de Mahabel, o mestre, que estava em seus aposentos. Pouco depois de sua retirada, ambos, Persie e Ram ficaram em silêncio, aguardando a chegada de ambos. Por fim, a vinda de Mahabel foi anunciada por Rafel e outra dama, que usava um longo vestido prateado com um grande laço na traseira, como vestes de uma sacerdotisa, e com uma pele parda, e os olhos um pouco puxados às laterais, estava auxiliando os passos do mestre. Quando este se assentou à mesa, ouviu-se uma breve exclamação de voz.
- Eileen, retire-se.
A dama é claro, chamou atenção dos rapazes, mas especialmente de Ceart, que a olhou nos olhos, por um instante, quando essa se virou para cumprimentá-los. Logo após, retirou-se.
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