Cachorro Louco

[Emanoel]

O texto é áspero, visceral, reflete a personalidade do protagonista. As frases são cuspidas da mente do personagem, cada palavra é um golpe; narração realística, sombria e surpreendente.

Ótimo para quem está disposto a acompanhar uma história incerta ou refletir sobre ética, relações humanas e tragédias do dia a dia.


Sinto pelo concurso ter perdido uma grande contribuição, mas adorei ter lido esse conto.

[Drasty]

Rapaz, quando comecei a ler não esperava acabar tão bem assim.

Gostei do jeito que você pensou sua história, cada situação com um significado característico. E realmente lembrou Rubem Fonseca, exatamente pela forma como trata o ser humano, quase sempre como lixo.

O final trágico era necessário. Foi sutil, debochado e inesperado (perdão pela rima).

Parabéns.

[Maldorca Saeli]

Parabéns, ótimo texto ._.

Achei o final genial, eu esperava um outro final, o clichê, que ele iria matar todo mundo, mas nãããão, isso me surpreendeu legal.

Cara, adorei mesmo, tanto que me fez postar sobre isso.

Parabéns de novo.

[Lord Sauron]

Cara, parabéns. Faz meses que não leio um conto tão bom como este, aqui.

Fico feliz que com essa história que de tão boa quase me impede de acreditar que um dos nossos, escritores amadores do simples fórum TibiaBR, tenha produzido algo de tanta perfeição. Continue com o mesmo nível em seus próximos textos, escritor de Cachorro Louco, que aposto que não terá dificuldade de atrair meus olhos encima deles.

[Scholles]

Aproveitando que você abriu espaço para os termos... Ficou fodástico. Sério, a qualidade está inquestionável, gostei mesmo. Um ótimo conto, que provavelmente teria ganhado o concurso...

O palavreado parece um pouco desnecessário de início, mas não prejudica o texto, que afinal é escrito por um indiferente. Só não gostei da nomeclatura homem de gelo. Parece meio viajado... Me lembrou um conto do Joe Hill, se não me engano o nome é A máscara de meu pai. Mas é mais porque estou com ele na cabeça ultimamente, acho.

E eu achei uma coisa que eu acho que é um erro:

_A matriz tá em casa, essa é a filial, o playground, saca?_ Tudo naquele cara me deixava puto, só estava inteiro ainda porque era útil pra contenção na boate e o patrão é quem decidia quem ia rodar e quem ficava vivo pra contar a história. Todo mundo riu da piadinha, eu não ri, mas ninguém ligava porque nunca ri de nada mesmo.

Não sei ao certo, mas parece que o tempo ficou errado, e a palavra adequada seria rio. Reitero, não sei ao certo...

Uma última coisa: porque os _? Fica muito melhor com -.

[Wu Cheng]

O final trágico era necessário. Foi sutil, debochado e inesperado (perdão pela rima).

Realmente, o final tem um humor debochado (e negro), se você pensar que lá pelo meio do texto o narrador afirma que nunca morreria para o polícia truculento.

Tem certas horas que um conto se escreve sozinho. É como se os personagens já tivessem definido seus papéis e você vira mais um jornalista registrando o que acontece do que direcionando a ação.

Quando li o final me peguei pensando: quem diria que o homem de gelo morreu pro "bosta" que ele não levava a menor fé. Foi a cereja do sundae, pelo menos pra mim .

Fico feliz que com essa história que de tão boa quase me impede de acreditar que um dos nossos, escritores amadores do simples fórum TibiaBR, tenha produzido algo de tanta perfeição. Continue com o mesmo nível em seus próximos textos, escritor de Cachorro Louco, que aposto que não terá dificuldade de atrair meus olhos encima deles.

Será difícil manter o padrão, eu queimei os navios... para escrever o conto vendi a alma ao Diabo. Infelizmente era a única que eu tinha.

Brincadeiras a parte, se gostou deste conto, dê uma olhada em Açougueiros, O Machado Sangrento e A Hora do Lobo (roleplay inacabado e ambicioso que será concluído um dia).

E valeu pelo elogio no estilo Groucho Marx. Ele dizia que jamais entraria num clube que o aceitasse como sócio .

Só não gostei da nomeclatura homem de gelo.

É tudo culpa dos filmes de super-heróis, que banalizaram os nomes. A gente acaba imaginando um X-Men, quando na verdade tudo o que o personagem quer é demonstrar seu desprezo pelas coisas nessa sua definição de si mesmo.

Se você reparar, nenhum dos personagens têm nome porque é mais importante o que eles FAZEM do que o que eles SÃO.

No entanto, personagens sem nome criam um problema para o escritor, que é como se referir a eles sem se tornar repetitivo. O "homem de gelo" foi uma solução que atendia a essa necessidade ao mesmo tempo em que dava uma informação valiosa ao leitor.

E eu achei uma coisa que eu acho que é um erro:

...

parece que o tempo ficou errado, e a palavra adequada seria rio.

A frase toda está no passado. Se fosse colocar em 3ª pessoa: "todo mundo riu, ele não riu, mas ninguém ligava porque [ele] nunca riu de nada mesmo".

Também poderia escrever a última oração no presente, como você sugeriu, sem alteração no sentido do texto.

Uma última coisa: porque os _? Fica muito melhor com -.

Não gosto do hífen por dois motivos: 1) é mais curto do que um travessão; 2) confunde com as palavras que utilizam hífen.

Considero o travessão como um sinal de pontuação, utilizado para isolar um trecho da mesma forma que seria se fosse entre vírgulas.

Por isso uso a mesma regra da pontuação, colando o travessão no final da frase para evitar que a linha termine e um travessão de fechamento apareça perdido na linha seguinte.

@Todos os que comentaram: Obrigado mesmo pelo feedback.

Comentar é tão interessante pra mim quanto escrever, e a maioria das críticas foi além do elogio pra abordar considerações pessoais que enriqueceram o debate.

Falo isso na boa, sem rasgação de seda, se for pra meter o pau também vou gostar de ler, se tiver fundamento (me amarrei nas críticas do Machado Sangrento).

OBS.: Não esqueçam de participar do concurso de contos, está faltando contos não-tibianos. Esse novo sistema de júri em conjunto com votação popular promete, vai ser muito maneiro.

[Sypom]

Muito bom cara... apesar de naum saber falar bunito como resto ai...xD
mt legau a história...
vc é uma dakelas pessoas q nasceram pra escrever =D mt show...
se a palavra dom tivesse uma figura no dissionário... seria uma screen shot da história

[Alexei Lune]

Perfeito! Maravilhoso! Ganhei meu dia lendo isso... os personagens, a narração, a seqüencia dos fatos e o gran finale, tudo ficou extremamente bom!

[Steve B]

Me surpreendi ao ler os comentários. Eu nem queria ser "do contra", mas não gostei do conto.

O protagonista me pareceu um personagem daqueles estereotipados do Bukowski, o que tornou o resto da história todo previsível. Não consegui me surpreender com nada, e acho que a única coisa que poderia diferenciar a sua história do que eu esperava que fosse acontecer seria com um aprofundamento melhor do personagem e as razões dele ter aquela personalidade. Mas isso não ocorreu, afinal, foi um conto.

Achei um pequeno erro.

Sempre tem uma ou outra <que?> não vale nada, isso a gente pode falar de qualquer um, em qualquer profissão.

Há também outros, mas que eu não sei se posso considerar erro. Por exemplo, aqui:

Também se der estou pouco me fodendo.

Aqui há falta de vírgulas, mas como é uma narrativa ágil, talvez tenha sido proposital.

E, sobre a narrativa, esse é o ponto positivo. É agradável de se ler e não cansa.



Falous.

[Wu Cheng]

@Steve do Borel: Valeu pela opinião sincera! Nem eu estava acreditando nessa unanimidade, pra mim os que não gostaram simplesmente ignoraram solenemente o tópico.

Não concordo que os personagens do Bukowski sejam estereotipados. Diria que geralmente estão mais preocupados em salvar as suas peles do que tecer comentários mais profundos sobre qualquer coisa.

O que não quer dizer que sejam personagens rasos, na verdade o que eles fazem de maneira corriqueira acrescenta mais à história do que algum possível pensamento filosófico poderia fazer.

O que falar de um personagem que quebra os quatro pés da cama de hotel transando com uma puta de 130 quilos e, no dia seguinte, conserta esta cama amarrando os seus pés com uma corda que havia comprado pra se suicidar? Tudo, menos que é estereotipado.

No caso do Cachorro Louco, não pretendia criar uma narrativa imprevisível. Escolhi contar linearmente uma tragédia anunciada, sem nenhuma reviravolta mirabolante, a não ser o surgimento do cão do título.

Já a crítica com relação ao aprofundamento da personalidade do protagonista, não sei o que dizer, porque gastei os cinco primeiros parágrafos só construindo a trajetória psicológica dele. Falhei incrivelmente, pelo visto.

Sobre os erros:

1) Realmente, comi um "que" no meio da frase.

2) As vírgulas eram necessárias.

Os outros erros que viu imagino que são locuções adverbiais deslocadas para o início, que preferencialmente deveriam vir isoladas por vírgula.

Aí entra uma questão estilística minha: sempre que posso, fujo das vírgulas. Elas emperram o texto, ainda mais se for uma narrativa coloquial.

Nessa situação também tolero frases que começam com pronomes oblíquos, regência entre "tu" e verbos na 3ª pessoa, sujeitos preposicionados etc.

Obrigado por comentar, mesmo não gostando do conto .