
Postado originalmente por
Wu Cheng
Não concordo que os personagens do Bukowski sejam estereotipados. Diria que geralmente estão mais preocupados em salvar as suas peles do que tecer comentários mais profundos sobre qualquer coisa.
O que não quer dizer que sejam personagens rasos, na verdade o que eles fazem de maneira corriqueira acrescenta mais à história do que algum possível pensamento filosófico poderia fazer.
O que falar de um personagem que quebra os quatro pés da cama de hotel transando com uma puta de 130 quilos e, no dia seguinte, conserta esta cama amarrando os seus pés com uma corda que havia comprado pra se suicidar? Tudo, menos que é estereotipado.
Realmente, acho que estereotipado talvez não tenha sido uma boa palavra. Na verdade o que quis dizer é que seus personagens acabam sendo repetitivos. No fundo, eles não passam de variações de um mesmo pensamento, mesmo que cada um tenha sua particularidade.
E o curioso é que eu andei lendo muito Bukowski nos últimos meses, e acho que essa foi a razão de eu não ter gostado do conto. Sabe, nem consegui terminar de ler os contos de
Numa Fria, pois foi ficando enfadonho com o tempo. Aí eu entro no fórum e me deparo com
Cachorro Louco; foi inevitável sentir a mesma coisa...

Postado originalmente por
Wu Cheng
Já a crítica com relação ao aprofundamento da personalidade do protagonista, não sei o que dizer, porque gastei os cinco primeiros parágrafos só construindo a trajetória psicológica dele. Falhei incrivelmente, pelo visto.
Aí entra o que eu já disse. Eu já estava saturado do tema, e a descrição de sua personalidade acabou sendo previsível e repetitiva, ao menos para mim. Internato? Previsível demais. Não possuir mãe? Já havia ficado claro que o cara era um fracassado, não foi uma informação realmente relevante.
Mas é claro que um texto não é feito apenas de informações relevantes, e aqui meu argumento é falho.
É por isso que, no fundo, é tudo uma questão de gosto mesmo.
Mas, como eu já falei, a narrativa está boa, nem um pouco cansativa.
Falous!