Bom...
Aqui estamos nós mais uma vez para brincar de deuses.
E com um novo capítulo saindo do forno, muito antes até do que eu esperava.
Ao contrário do outro capítulo estou mais satisfeito com esse.
Emboram eu tenha quase certeza de que vocês preferirão o outro.
Até porque eu estou satisfeito por ter reescrito ele.
Pois não estava bom mesmo.
Aí, eu refiz essa bosta toda e dei uma nova cagada.
Cagada essa que saiu mais cherosa e bunitinha xD
E que eu acho que ficou melhor que a outra.
MAs tenho certeza de que vocês acharão o anterior mais interessante. Porém, não se preoculpem com o tamanho e talz.
Os capítulos tendem a crescer mesmo.
E este eu pretendia deixar até maior.
Mas, acho que fica bom onde parou.
Acho que falta pouco para o enrredo mesmo começar.
Talvez três ou quatro capítulos.
Então acompanhem meus amigos,
Talvez vocês gostem do que está por vir.
Ajhhh...
e Holv...
Como eu já lhe disse não errei seu nome ^^
Foi um "apelido".
E sem mais enrrolações,
Que o jogo começe.
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IV
Quando os três garotos que haviam entrado na casa para ver os noivos finalmente saíram, todos no belo jardim que era rodeado pela selva às costas de Thais viraram-se para ver se os noivos estavam vindo. Infelizmente decepcionaram-se. Mas tudo serviu de entretenimento quando Thales, como sempre, não conseguiu ficar quieto e começou a acenar para as pessoas com um sorriso sarcástico no rosto.
Todos deram pequenas risadas enquanto Fares puxava-o para o canto e Leslo tentava procurar algum lugar para se esconder. Mas logo ele desistiu dessa idéia e até deixou escapar um sorriso, pois viu um pequeno grupo de belas garotas rindo baixinho e soltando muitos comentários ao mesmo tempo que tentavam disfarçar quando eles olhavam.
Eles caminharam para a grande mesa central, onde os familiares mais próximos e convidados especiais deveriam se sentar. A mesa ficava de frente para todas as outras, e já estava quase cheia, esperando por eles e os noivos.
Os jardins estavam muito bem decorados. O caminho batido de terra que ali havia foi aproveitado. Pequenos seixos foram postos cuidadosamente em suas bordas para dar um ar especial à cena. Enquanto pequenas pétalas de rosas estavam espalhadas de forma quase ocasional pelo lugar.
Havia muito verde e pardo, graças à passagem do verão para o inverno. As cores estavam todas perfeitas e as tochas já estavam acesas à espera do anoitecer, que logo viria, pois Suon já caia quase que por completo do céu, e apenas uma pequena parte do grande deus iluminava a cidade.
Foi enquanto a luz se escondia nas montanhas que o casal saiu. O escarlate no vestido de Diana formou uma harmonia perfeita com o vermelho que banhava o céu. Haveria aqueles que não esqueceriam daquela cena, apesar de que alguns certamente já teriam esquecido ao nascer de Fafnar. Porque aquele podia não ser o mais harmonioso casal que Thais já formara, mas certamente merecia ser lembrado.
Um parecia completar o outro. Noah bonito, mas sem jeito. Em suas vestes que mais o assemelhavam a um belo nobre. E Diana, embora não tão bela quanto o garoto, fatalmente sedutora. Com seus olhos penetrantes, quase fechados, olhando para todos de forma oblíqua, seduzindo e prendendo o olhar dos outros ao seu. Parando a respiração dos homens que lamentavam por não estar ali, ao seu lado, quando confrontavam aquele olhar.
Enquanto Noah andava sorridente parou para pensar que há muito tempo não acontecia uma festa daquelas por essa região. Pelo menos festas para gente como eles que não tinham uma vida tão cheia de lazer quanto a corte com seus enormes casarões e cabanas de verão nas praias da cidade.
Ele estava feliz em poder estar ali, e mais ainda por ser o noivo. Toda aquela expectativa o deixara apreensivo, esperando alguma coisa dar errado no dia, mas tudo estava dando certo até aquele momento, e agora, apesar do nervosismo, estava muito feliz em ver um sonho seu se realizando. Porque Noah era um rapaz simples. Ele não ligava para viver a vida com magnitude. Não era alguém ambicioso. Queria apenas o necessário para ser feliz. E isso não era muito. Uma boa casa para morar, um negócio para sustentar a casa e as crianças, e claro, uma boa mulher. Uma do tipo de Diana.
Aquela era uma garota que realmente encantava Noah. Não só pelos seus atributos físicos, que poderiam ser suficientes. Mas pelo seu olhar, pelo seu jeito de ser, pela seriedade nas horas certas e descontração nos momentos em que precisava, mas, acima de tudo, pelo fato dela demonstrar ser mais compreensiva e inteligente do que Noah, embora fosse mais nova do que ele.
Isso pode não parecer nada pra alguns, mas certamente fazia a diferença quando o rapaz tinha as garotas aos seus pés, e o jovem Noah era um rapaz bonito e carinhoso. Quem não desejaria um homem assim? Com seus cabelos castanhos escorrendo pelo seu rosto e seus olhos claros fitando-as com inocência.
Mas ali estava ele, casando-se com uma garota que o fazia se sentir bem quando estava ao lado dela, e com quem pretendia ficar para sempre. Esquecendo-se que a vida nunca é certa, e tudo o que planejamos um dia pode acabar.
Mas enquanto isso, eles caminhavam calmamente, sorrindo radiantes para todos até que alcançaram a grande mesa onde deveriam sentar. Ali, eles não falaram nada. Apenas receberam uma salva de palmas e todos começaram a comer, enquanto Thales ainda assoviava e batia palmas sozinho.
Noah estava tão feliz com tudo aquilo que mal percebeu o homem sentado ao seu lado. Quando uma voz grave soou em seu ouvido esquerdo ele olhou assustado para encarar o Duque de Houver sorrindo abertamente e batendo em seu ombro.
- Está gostando da decoração, meu jovem?
Noah quase esquecera de que o duque bancara todo o seu casamento. Afinidade? Não. Na verdade eles nem se conheciam. Muitos pensariam que houve alguma coisa por trás de tudo isso. Mas tudo o que acontecera fora uma pequena troca.
Acontece que o duque era um grande colecionador de armaduras antigas, e Noah era descendente de um grande guerreiro. Unindo o útil ao agradável, Noah vendeu ao Duque as armaduras da família, o que lhe rendeu o casamento e mais uma boa quantia que ele insistia ter um destino muito especial, mas que ainda não falara para ninguém qual seria.
- Melhor não podia ficar, duque. – Falou o garoto meio que surpreso.
- Aí é que você se engana meu garoto! – O duque parecia mais empolgado do que o próprio noivo. – Você precisa escutar o bardo que arrumei para cantar hoje.
Noah estava muito contente com tudo, e em saber que um bardo iria cantar em sua festa ficou muito mais animado. Porque os famosos brincalhões que viviam pelo mundo a cantar tinham a fama de trazer uma boa sorte pelo poder de suas músicas. E alguns até diziam que os deuses se faziam presentes onde eles estavam para escutar suas canções, o que poderia trazer alguma benção para os presentes.
Como que voltando à realidade o noivo encarou a mesa que incrivelmente parecia estar cheia de tudo o que ele sempre desejara ter em sua frente. Pôs uma porção não muito grande de arroz, macarrão e feijão no prato e olhou para a mesa com outros olhos.
Com um sorriso sorrateiro no rosto começou a por carne em seu prato. Um pedaço de ganso, outro de boi, um de carneiro, e um bom bocado de costela de porco, tudo muito acompanhado de gordura. Mas isso é que dava o sabor à carne. A gordura. E ele não pretendia desistir dela.
Ele olhou mais uma vez a mesa procurando alguma coisa e se esticou para pegar um bocado de purê de batatas que estava um pouco afastado de si. Depois pegou mais molho e deixou cair por cima do pequeno monte de comida que havia a sua frente.
Diana pareceu notar tudo quieta, mas quando ele acabou e pensou que iria começar a comer viu um bocado de coisas verdes caindo dentro de sua comida.
Diana estava despejando salada cinicamente em todo o manja que ele preparara. Ele olhou aturdido o rosto dela e fez sinal de que iria questionar, mas antes mesmo do som sair de sua boca ela falou de forma displicente:
- Coma também verduras ou com toda essa carne não vai durar nem metade da lua de mel.
A grande mesa caiu quase toda na gargalhada, enquanto os outros olhavam curiosos tentando descobrir o que fora tão engraçado. O som na boca de Noah ficou abafado e ele sentiu o suor descendo por suas costas como se o frio da noite tivesse dado lugar a um dia quente de verão.
Ele havia pensado naquilo por muito tempo nos últimos dias. Mas a proximidade com a festa o fizera esquecer dessa parte. E ser lembrado assim por Diana não foi algo que o deixou muito à vontade na mesa.
- Tome cuidado meu jovem. – Falou o duque. – Mal se casou e essa garotinha já está lhe dizendo o que fazer.
- Daqui a uns dias não vai nem poder sair de casa – Thales falou sarcasticamente, esperando para ver o que o primo faria.
- É, Thales, ele pode até ficar sem sair de casa. – Diana parecia indiferente enquanto falava. – Mas se isso acontecer é porque ele vai ter muito com o que se entreter lá.
Nem o pobre do Thales esperava uma dessas. E todos caíram na gargalhada com a cara que ele fez para a noiva. Ela, indiferente, deixava um pequeno sorriso em seu rosto enquanto comia e olhava para Noah, que estava com uma cara pior do que a do primo.
Mas aconteceram muitas outras coisas que seriam lembradas com alegria até que a banda e o pequeno bardo começassem a cantar. Era um homemzinho baixo aquele, não muito forte, mas suas calças folgadas e sua blusa de forma igual davam uma impressão errada, pois ele era mais robusto do que parecia. De cabelos calvos e de feições engraçadas, ele fazia um bom tipo enquanto saltitava com um instrumento diferente na mão durante cada canção. Sua camisa verde clara ensacada nas calças pardas que caiam em seus sapatos, davam-lhe um tom mais animador em contraste com a floresta. Quem o visse cantando pensaria que ele havia vivido lá. Composto suas músicas ao sussurro dos pássaros em seus ouvidos. O que muitos lembraram ser bem provável.
Ele cantou algumas músicas com um pequeno grupo de músicos enquanto todos acabavam de comer. Cantou um pouco mais quando todos acabaram também. Tudo estava muito lindo, ele parou um pouco e se curvou para os noivos em sua mesa.
De modo displicente ele chamou os dois para falar aos que estavam ali presentes. Diana se animou com a idéia, pois estivera pensando em algo para dizer. Mas Noah, que havia esquecido desse momento, ficou bastante nervoso, e muitos diriam que ele até tentou ficar bem ali onde estava, e certamente teria feito isso, não fosse pelo puxão que Diana lhe deu para que se levantasse.
Diana pôs-se a frente de todos e começou a agradecer de forma muito eficiente. Noah até teria parado para admira-la se não estivesse tentando arrumar alguma coisa para falar.
Até que entre os pensamentos que rolavam por suas cabeças ele percebeu que a garota se dirigia a ele agora. E olhando nos seus olhos não pode deixar de parar um pouco para escutar o que ela dizia.
Ela falava em amor, em união. Todas essas coisas que se diz em um casamento. Mas havia algo no olhar dela, no tom de sua voz, que fez Noah pensar mais uma vez nos momentos que viveram.
Naquele momento até parecia que todos os momentos felizes de sua vida haviam passado ao lado dela, e pensando nisso, ele começou a se comover mais enquanto ela falava.
Como se não bastasse ela também tocou nesse ponto: Os momentos que viveram juntos. E como pareciam serem todos felizes.
- Como se eu só pudesse ser feliz quando você está comigo – A noiva disse, enquanto uma pequena lágrima escorria de um dos olhos dela.
Noah estendeu a mão e enxugou a pequena gota que corria. Laçou sua cintura com a outra e juntou o corpo dela ao seu.
- Em toda vida teremos bons e maus momentos juntos – Ele falou. Sua voz claramente comovida com tudo que ela falara. – Mas eu só quero lembrar dos maus para que eles não se repitam de novo. Já os bons eu quero guardar e lembrar para sempre, pois tenho certeza que teus lábios sempre estarão me perturbando neles; que tua voz sempre vai estar me dando calafrios enquanto me lembro dela; Que o teu corpo sempre vai estar comigo para que eu possa tocá-lo e saber que não foi um sonho. Que não importa o que passe, você vai estar aqui.
E falando essas coisas ele puxou-a suavemente pela nuca e a beijou no meio dos suspiros dos que estavam ali. Tudo fora tão lindo quanto poderia ser. E agora, sorridentes como todos estavam, queriam escutar uma bela música para se alegrarem.
Mas antes do bardo começar a cantar o duque se lembrou de uma coisa muito importante que deveria ser feita agora mesmo, sem a menor demora que fosse.
- Por Banor. Os deuses! – gritou ele de um salto, assustando todos. – Como podemos esquecer dos deuses?
Quandos todos finalmente comprenderam deram grandes gargalhadas. A escolha de um deus para o casal era muito importante. E esse seria o deus a que eles adorariam mais fervorosamente do que todos para que ele fosse o responsável por suprir as necessidades deles.
Noah parou para pensar um pouco olhando para Diana. Ele até havia pensado bastante nisso, mas lembrou que sempre adiara a decisão e agora não sabia o que iriam escolher. De certa forma até sábia, ela não quis passar preocupação a ele. E simplesmente disse:
- Eu confio em você – Enquanto um belo sorriso banhava seu rosto.
Como se estivesse esperando aquele momento um velho gritou da mesa mais afastada ao canto:
- Escolhe Fardos, Jovem! Ele te guardará de qualquer perigo.
Noah quase não deu atenção ao velho. E simplesmente respondeu, pois muitos outros começaram a dar suas sugestões.
- Eu mesmo posso me afastar de perigos, velho! – Falou rindo e virando-se para o povo. – Mas pela benção da modéstia e pela sua beleza e simplicidade eu escolho Crunor!
Muitos bateram palmas pela decisão de Noah. Mas o velho homem, que parecera muito animado até ali, aparentou ficar bastante ofendido, embora ninguém tenha notado. E muito antes da festa acabar ele já não estaria mais ali. Só que isso não era problema algum.
Estavam todos animados e felizes. As pessoas haviam ficado de pé para aplaudir, enquanto o casal apanhava um pouco de perfume cada um e jogava por sobre uma grande e velha sequóia que havia no centro do jardim, como homenagem ao deus Crunor.
Quando finalmente todos pararam para escutar o bardo cantar ele se animou muito. O casal abraçado esperando, e todos os outros atentos para ouvir sua canção. Estava tudo indo muito bem e ele já havia separado uma boa música para essa ocasião. Mas de repente ele parou e pareceu pensar um pouco.
- Meus amigos! – Falou animado. – Eu havia separado uma boa música para esse momento. Mas um grande desejo invadiu meu coração para cantar-lhes algo que está vindo em minha cabeça agora. Acho que foram as palavras inspiradoras dos noivos a respeito dos momentos que terão por vir. Mas acima de tudo a vontade de um bardo deve ser compreendida. Pois para nós, a música é mais do que alegria. Ela é magia!
E todos aplaudiram bastante. Enquanto o homenzinho foi para trás e pegou um violoncelo para tocar. Ele chamou outro violoncelista e um violinista para o acompanharem, e os dois foram confiantes, embora não soubessem o que iriam tocar.
Com um som calmo e suave ele começou a tocar seu instrumento em uma melodia muito bela, de forma lenta e calma. Tudo permaneceria daquele jeito por algum tempo, apesar de que o rítimo tomaria um tom mais forte depois quando os dois músicos o acompanhassem, porém, o que mais intrigou a todos foi a letra da canção. Porque apesar de ser algo belo e confortante, pois todos sabem como a vida realmente é, talvez aquilo significasse mais do que pôde parecer.
Quando a tua estrela
Do céu despencar.
E as lágrimas
Teu rosto virem molhar.
Busca o carinho
De um ombro amigo teu.
Olha em teu caminho
E vê quem te compreendeu.
Porque os tempos virão.
Onde a dor e o desespero
Tomarão conta de ti.
Os tempos virão.
Toda vida tem alegria.
Tem momentos de prazer.
Mas a dor é nossa amiga
E nos ensina a viver.
Temos que chorar;
Temos que sofrer
Pra saber viver.
Porque os tempos virão.
Onde a dor e o desespero
Tomarão conta de ti.
Os tempos virão.
Podes olhar pra mim e ter medo.
Me achar infeliz.
Podes ter carinho e desejo,
Ou lembrar de algo ruim.
Mas quero que penses, amigo.
Em tua vida podes compreender
Até os segredos mais íntimos
Que o mais sábio quer conhecer.
Só não deves ter medo
Do que podes perder.
Só não deves ligar
Pro mau que podem te fazer.
Nem deves olhar com vingança
Quem ergue a espada contra você.
Só precisas viver com carinho,
Com ternura e prazer.
Que tudo será mais bonito
Do que tu podes querer.
Mas os tempos virão.
Onde a dor e o desespero
Tomarão conta de ti.
Os tempos virão.
Pode a dor e o desespero
Tomarem conta de ti
Esses tempos virão.
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Espero que todos tenham gostado.
Acho que como leitores vocês verão mais do que eu.
E podem gostar mais ou repudiar esse pedaço da obra.
Peço apenas que sejam sinceros.
Pois caso esteja ruim eu refaço com o meior prazer.
Desde já agradeço,
Euronymous da crueldade.