Sempre houve arte "burra" e arte "genial", só que como tudo hoje, na era da (des)informação e (des)comunicação o acesso a tudo fica mais fácil, e nós ouvimos falar de coisas que sempre aconteceram mas nunca chegaram aos nossos ouvidos. Tenho certeza que muitos dos críticos da arte contemporânea simplesmente nunca pararam para ver a arte do passado, e eu digo ver bastante dela, e não só Da Vinci, Van Gogh e outros considerados gênios. O problema de viver na época de mudança é que nós vemos todo o processo criativo, inclusive o de crítica. Quando olhamos para a arte do passado, no geral, nos limitamos a olhar somente para a arte que agradou o suficiente ao ponto de ser levada adiante e que se tornou famosa. Nós nunca vamos ver a exposição do Santander de 1750 porque ela simplesmente não foi relevante o bastante para ser eternizada.
Além disso, a população aumentou exponencialmente, isso significa que o número de pessoas fazendo qualquer coisa também aumentou. Hoje tem mais maconheiro, artista, fotógrafo, cientista, arquiteto, gênios, antas, do que antes. Toda e qualquer exposição tem muito mais competição, apesar de não ser sempre de muita qualidade, e quando uma se sobressai por algum motivo (tipo polêmica), é só sobre aquilo que se vai noticiar. Na minha própria cidade já fizeram exposições bizarras para muitos que seria alvo de grupos contrários, mas simplesmente não houve a combinação certa de fatores para tornar isso algo público, apesar de que a arte sempre esteve lá. No final, acho isso um knee jerk reaction, as pessoas nunca tiveram tanta exposição a todo momento e ainda não aprenderam a conviver com isso, principalmente quem cresceu com o surgimento da internet e viveu parte da vida pré-internet e meios de comunicação tão globalizados. É preciso saber filtrar, saber que muitas dessas coisas simplesmente não causarão impacto nenhum e que nós podemos facilmente ignorar sem precisar tomar como ofensa pessoal.