"No meio do bem, há um pouco do mal. No meio do mal, há um pouco do bem."
Capítulo VI - A Origem do Mal (Parte II)
Era uma guerra extremamente violenta. Aqueles seres estavam determinados a aniquilar e escravizar seus adversários. Maddar já havia atravessado as montanhas, vagando sem rumo, quando percebeu que a terra começara a tornar-se calorosa. Chamas tornaram a assolar o chão, e na sua frente pôde ver criaturas monstruosas trajando armaduras soldadas na pele.
- Intruso? Você não sabe em que terra se encontra?
Maddar ficou paralisado e assustou-se com a voz grave que uma das criaturas possuía. Este parecia ser o líder. Sua pele era roxa como sinal às grandes batalhas da qual enfrentara. Seu corpo era todo roxo, como se fosse machucado e não tivesse um poder de recuperação. Na verdade, seus músculos eram estendidos e ridiculamente fortificados. A consequência dessa extensão era deixar grandes marcas roxas na pele, semelhante à de pancadas. Este possuía um par de chifres laranjas, e seus equipamentos de batalha eram vermelhos.
- Você não é como aqueles vermes. Você não é um humano.
O adolescente permanecia parado. Não conseguia mover-se, estava tomado pelo medo. Sabia que dali não escaparia. Já havia ouvido falar dos seres vizinhos...
O antigo pacto de paz. Vinte almas eram doadas por ano para fortalecimento daqueles seres, em troca eles lhes deixariam em paz. A vila ficaria tranquila, até que o pacto fosse rompido.
- Não acredito nisso. És filho de quem? Acho que você é, bem... algo à parte. Seu único meio de sobrevivência será conosco, pois você passará por diversas transformações. Será nosso servente, em troca lhe daremos segurança e força, muita força.
Maddar sabia que não tinha escolha. O que fazer? Se corresse, sem dúvida alguma morreria.
- Junte-se a nós, mantenha-se na retaguarda para não morrer. Invadiremos a vila ao norte, e você não vai querer estar na linha de frente fraco desse jeito, não é?
O menino ainda se arrepiava com aquela voz. Ele colocou-se atrás dos outros guerreiros, e começaram a marchar. O dia estava no crepúsculo, mas aqueles seres, sinistramente, começaram a pegar fogo, tornando a noite mais clara. Estavam chegando ao encontro do outro exército, já podia-se ver os inimigos mais ao longe. Maddar percebeu que também eram monstruosos, mas em uma quantidade vinte vezes maior. O menino contou nove combatentes do seu lado, e mais de cem do outro.
A batalha começou, e o menino manteve-se parado. As criaturas começaram a correr umas contra as outras, e depois via-se apenas uma de pé. Nenhum inimigo virou-se para ele, pareciam muito concentrados nos maiores. Grande erro.
O tal líder simplesmente estraçalhava os inimigos, matava-os sem dó. Um dos guerreiros, que tinha sua pele azul e um um par de chifres brancos, formava uma espécie de dupla com outro, de pele vermelha com um par de chifres negros. A dupla, combinada com o líder, era mortal. Eram um exército incrivelmente forte, algo que Maddar jamais ouvira falar. Ao término da batalha, apenas quinze criaturas estavam de pé. Os nove, e os sobreviventes inimigos, agora definitivamente escravizados.
Maddar passou anos vivendo junto com os escravizados, sendo um servente dos nove. O líder cuidava pessoalmente de Maddar, colocando-o para treinar e fortalecer-se quando não estava servindo. Conforme os anos passavam, o adolescente ia ficando mais forte, e seu corpo começava a se desfigurar. Ele estava libertando o demônio que possuía dentro de sí. Escapando do controle do líder, Maddar fissurou-se em adquirir força e, posteriormente, em ver sangue nas batalhas. Se alimentava do sofrimento, do medo, do sangue, da tristeza. Transformara-se realmente num demônio praticamente incontrolável. Passado o tempo, era notável suas alterações físicas, mas ele tornou-se um demônio burro, obsoleto, facilmente dominado. Não possuía virtudes, apenas desejo de batalha. Apenas por isso ele conseguiam controlá-lo, já que sua força era comparada ao do líder.
Maddar transformou-se em Madareth, e liderava a frente dos escravos, agora também guerreiros. Um exército que brigava pelos nove, que fazia tudo por eles, e os obedecia.
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