A Arte do Dreamwalking

[Gold Hamlet]

Capítulo VII - Escolhas Erradas

"Saiba que guerras e lutas nunca deixarão de existir,
porque a natureza é assim, a natureza quer assim,
e isso precede a extinção das raças e o surgimento de outras"
Saber Perdido de Goshnar

Ninguém sabia porque Cusack era tão importante para a vitória dos Lybael. Embora não apoiasse de boa vontade a casta dos lobos, estava ao lado deles por pura vingança.
A nossa velha e boa vingança, aquela que se come com prato frio. Aquela que estraga famílias, castas, pessoas de bem e de mal. Aquela que causa tragédias, devastações, guerras e conflitos dos mais diversos tipos. A vingança que lhe custará a vida.

Dradge era imperdoável, olhar frio. Avançou mais uma vez pela esquerda, sua espada roçou na adaga de Cusack, faíscando rapidamente. Usando suas pernas, o espadachim derrubou Cusack, deixando-o completamente inofensivo. Com qualquer ataque poderia morrer. Tratou de levantar-se rapidamente, e tornou a recuar. Já havia estudado Dradge o suficiente para saber que não sobreviveria. Já ouvira falar tanto deste rapaz que não se impressionara com a capacidade do homem. É, simples assim.

"O que me resta é levá-lo junto comigo. Ele fora imbatível, até mesmo Ido caíra aos pés dele." Esse pensamento lhe gelava, mas não havia outra saída. Dradge não parava de atacar, e, na primeira oportunidade, Cusack iria cegamente ferí-lo, mesmo que levasse vários golpes, estava determinado a acabar com o inimigo. Já haviam-se estudado o suficiente, estava chegando a hora.

Um golpe fácil de desviar e uma pequena baixa na guarda propositalmente fora o necessário. Cusack, cegamente, avançou com a adaga, mas o que encontrou foi um vulto e a adaga raspando de leve na pele. Dradge apareceu nas costas do adversário, e, com força, trespassou-lhe com a espada. Nosso velho mercenário desabou, atordoado. Sem qualquer força, morreu em vão. Dradge mal havia sido ferido, e fitava com ódio os olhos apagados de Cusack. Tirou a espada do corpo do mercenário e levantou bruscamente a cabeça do mesmo. Com frieza, cortou sua cabeça fora e tornou a andar em direção à Nisty. Tudo acabara bem, embora tivesse um ferimento na cintura, este era pequeno e mal sangrava.

Doze reinos élficos, minúsculos num planeta dividido em milhares de raças, de tamanho sem fim. Ainda existem terras desconhecidas, terras consideradas amaldiçoadas. O único motivo de haver humanos nos reinos élficos é pelo fato de habitarem uma ilha próxima à de Asgard, ilha chamada Rookgaard. Os poucos elfos que arriscaram uma aventura mundo à fora e que conseguiram voltar dizem que os humanos povoam boa parte do mundo.

Os Lybael já estavam a armar uma linha defensiva, já que seu mensageiro, o menino Tarik, lhes avisara da vinda de um exército. A guerra seria dura e muitos inocentes poderiam morrer. Até então, os Lybael não haviam mostrado nenhum plano B, nenhuma carta na manga, mas eles são de surpresas.

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Teshial estava inquieto. Tornara a estudar ainda mais, tentando manipular o próprio sub-consciente. Ninguém jamais conseguira fazer isso, mas ele estava confiante de que seria o primeiro. Manipulando seu sub-consciente, um milhão de janelas se abririam. Ele poderia criar coisas com um pensamento que nem tinha, era algo como um pensamento oculto, algo que ele faria querendo fazer mas sem pensar. Inserindo informações no seu sub-consciente, poderia fazer duas ou três coisas ao mesmo tempo. Tudo se tornaria mais fácil. Mas ele correria um risco: confundir a realidade com um sonho. Seu sub-consciente lhe avisava toda a vez que estava a sonhar e a viver a realidade, fazendo-o acordar de um sonho, ter essas percepções. Ao mesmo tempo que estava decidido, hesitava em determinados momentos. Queria muito aquilo, mas iria arriscar a própria vida, já que suas criações tomaram proporções inimagináveis.