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Tópico: A Arte do Dreamwalking

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  1. #1

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    Capítulo VI - A Morte lhe Espera


    Sempre preparado e com planos traçados, Cusack estava pronto. Atacaria pela porta esquerda. Silenciosamente deixou-se escorregar no barranco que rodeava a mansão. Um dos guardas havia entrado, e ele foi rápido. Com facilidade, pressionou a parte esquerda do pescoço do homem com dois dedos, fazendo-o desmaiar. Arrastou-o barranco acima rapidamente. Usou a estrutura da casa para esconder-se e surpreender o outro guarda. Escondeu-se em um canto, ao lado de uma das extremidades da casa. O guarda voltou, retomou o raciocínio e chamava pelo outro homem. Cusack sacou um pequeno pedaço de madeira afiado e atirou-o exatamente contra uma veia do pescoço. O homem não teve reação e a madeira raspou furando uma pequena veia. O guarda perdeu a fala e perdeu sua coordenação motora. Não conseguia manter-se em pé. Cusack evitava matar as pessoas, já que, por vingar-se de um nobre que abusou de sua mulher, perdeu a vida dela e de sua filha.

    Silenciosamente, ele adentrou na casa. Havia estudado todos os aposentos dela, já sabia de cor onde cada coisa ficava. Subiu lentamente um lance de escadas em caracol, evitando fazer barulho. Ao subir, deparou-se com um corredor de dois sentidos, esquerda e direita. Quando foi virar à direita, viu um guarda protegendo uma porta.

    -O quarto do rei.

    Antes que o homem pudesse notá-lo, Cusack avançou lentamente e imobilizou. Pressionou o mesmo ponto do pescoço, fazendo o homem desmaiar. Lentamente, girou a maçaneta de madeira da porta, até fazer um pequeno estralo. Empurrou-a sem fazer barulho, e entrou no quarto.

    -Muito fácil. Este é o reino com maior economia, mas deve ser um dos piores em questão de segurança.

    O rei estava dormindo em um cama de madeira nobre, toda enfeitada com coroas. Arrastando os pés, Cusack passou pela cama e foi em direção ao criado-mudo. O documento que ele queria estava visivelmente desprotegido. Cusack apanhou-o e saiu silenciosamente do quarto. Desceu o lance de escadas e saiu da mansão, pela porta dos fundos.

    Logo o primeiro guarda acordaria, e ele não queria mais estar ali quando isso acontecesse. Cusack disparou em direção à Daeaith. Correndo o mais rápido que podia, levaria uns sete dias. Ele estava exausto, não havia dormido noite passada. Se seus outros dois planos dessem certo, poderia chegar em apenas três dias, mas ainda não seria suficiente.

    O problema veio à tona quando, interceptando sua corrida, um homem apareceu. Era alto, moreno, possuía uma longa espada na baínha e se vestia escondendo metade da face. Era um espadachim. Cusack logo o reconhecera e pensara em correr para sobreviver, mas sabia que o homem o alcançaria.

    Dradge era um espadachim nobre, inteligente, veloz, habilidoso e forte. Seu pai, irmão caçula entre três filhos, estava predestinado a receber a menor porcentagem da herança do pai, rei de Svartalfheim. Seus dois irmãos ficaram com 90% do reino e restou ao caçula apenas 10%. Seus irmãos criaram leis absurdas e impuseram um domínio escravo, criando como se fosse uma ditadura. O caçula rebelou-se, e imigrou para o reino de Sepaner, que abrangia castas renegadas e pobres coitados. Dradge traiu o próprio pai, matando-o e ficando ao lado dos seus tios. Sentia-se filho deles, e o primogênito, mais apegado a Dradge, sentia-se pai dele. Com o tempo adquiriu uma habilidade e uma força incontestável. Nunca falhara em missões, sendo algumas de enorme nível de dificuldade.

    Estava ali para eliminar Cusack, provavelmente a mandado do primogênito e rei de Svartalfheim. Quem sabe ele queria ganhar a amizade de Cordae fazendo-lhe um grande favor: eliminando um de seus maiores inimigos. Cusack sabia que não poderia com Dradge, e, assustado, pensava no que fazer.

    Dradge avançou lentamente em sua direção e não pronunciou qualquer palavra. Ele retirou sua grande espada da baínha. Cusack começou a afastar-se dele, ainda pensando no que fazer. Uma espada contra uma adaga? Além de ser mais lento e mais fraco, lutar com uma adaga tornaria impossível a vitória.



    -----
    Este capítulo está sujeito a futuras modificações.

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  2. #2
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    Gostei da historia, cada hora ela fica mais interessante, esperando novos capitulos quando estiverem prontos...

    Cusack é um ninja (o_O)
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    Legal, o cara parece que ivadiu o sonho do outro, sei la... Mas eu não me lembro quem era aquele rapaz que estava dormindo *-*

    Ele é quem mesmo? fikei confuso
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  4. #4

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    Então galera, só posso mexer no final de semana, e como passei na prova seletiva do Instituto Federal de ensino, agora é trabalho pra quase todos os dias, provas e tal... Aí ficou difícil mesmo, mas como vocês já estão acostumados eu apareço e sumo repentinamente do fórum. Não vou poder entrar para postar todos os dias (como nunca fiz mesmo), então vai continuar como normalmente...


    Capítulo VII - O Mal que nos Assola



    "Sabe-se lá quando acontecerá, mas um dia terá de acontecer.
    Está escrito nas estrelas, está traçado no destino."


    - Se você continuar me obrigando, vou ter que mover meus dedos. E você sabe o que acontece quando eu me mexo, não é?

    - Você vai ficar me ameaçando ou vai fazer? Pode acabar comigo, mas será caçado até sua morte.

    - Pensando bem, não entendo porque lhe colocaram para me vigiar. Você não tem competência nem para me encostar em uma batalha. Seria muito fácil atravessá-lo. E se estas pensando que se importam tanto assim com você, fique sabendo que os magos da alta elite são de maior importância, e o mestre dessa civilização que me expulsou precisa muito deles. Você é só mais um.

    Mas o rapaz estava cansado. Depois dessa pequena conversa, o prisioneiro mexeu suas mãos delineando golpes no ar. Uma pressão muito forte chocou-se com o corpo do vigia, rompendo várias veias do seu corpo. Seu coração rompeu-se e começou a desmanchar, e o homem começava a voar na direção dos pilares. Já estava morto, mas seu corpo ainda tinha um longo trajeto. Chocou-se nos pilares, partiu dois deles, e despencou torre abaixo.

    É bom agir logo, para evitar exércitos irritantes que possam me atrasar.

    O homem começou a descer as escadas em caracol. Desceu um andar, dois andares, três andares e finalmente chegou ao solo. O vento gélido começava a fazê-lo tremer. Nessa época do ano, era um perigo para sua saúde manter-se sem abrigo à noite. Tomou a direção norte e correu. Chegou nas duas torres vigias da entrada, onde estava um homem. Escondeu-se atrás de uma árvore, planejando seu próximo ato. O vigia virou, deu uma olhada e girou de novo, olhando a entrada. O prisioneiro, prático e rápido, saiu de trás da árvore, elevou um pouco suas mãos, mirando as costas do vigia, concentrou-se mentalmente e gritou: Exori Flam. Uma bola de fogo atravessou o homem, incinerando-o imediatamente. Logo depois, o prisioneiro gritou: Exori Aer, concentrando e depois direcionando uma onda de ar sobre as roupas do homem morto, fazendo o fogo apagar. Tudo isso de longe da torre. Ele seguiu adiante, virou à esquerda, subiu e desceu escadas, e já estava fora da vila.

    Isso foi planejado, facilitado. Eles não deixariam eu escapar assim sem nenhuma razão. Não creio que sejam burros e fracos desse jeito. Não com o mestre que eles tem.



    _/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/


    - Areth, seu destino é benigno. Você viverá entre os humanos e será um líder reconhecido. Siga pelo oeste à toda, e logo chegará a um grande reino.

    Cada dia que passava suas conversas com "Deus" tornavam-se mais concretas, não apenas um sonho. O jovem já seguia há três anos como um andarilho, sem família, sem pertences, sobrevivendo de pequenos furtos. Seguia tudo o que "Deus" lhe dizia, embora fosse um ladrão.



    _/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/



    - Dreon? Porque tanta demora?

    - Já vou mãe. O meu braço ainda está doído. Ele está assumindo uma cor esverdeada! Será uma inflamação?

    - Dreon, venha logo. Vamos ver isso depois, mas venha que temos que correr! Traga tudo o que puder consigo, e vamos embora!

    As feras já invadiam sua casa. A mãe do menino não tinha por onde escapar, estava longe de todas as janelas, e logo as bestas à consumiram. Dreon conseguiu pular por uma janela, a do seu quarto, e começou a correr para longe da marchada das feras.

    De aspecto marrom, unhas afiadas, olhos verdes e pele escamada, os Trolls se apresentavam como feras irritantes e dominadoras, por vezes cruéis, mas não tanto quanto os Orcs. Eles planejavam essa tomada há anos, embora não tivessem uma garantia de efetividade na ação, devendo-se à sua falta de inteligência.

    Tomara que a Sarah esteja em casa. Só ficarei tranquilo quando garantir sua segurança. Ele sabia que sua mãe não escaparia, restava-lhe o pai, que era comerciante e estava viajando.

    - Saraaah! Gritava o menino, diante da casa da moça. - Saraaaah! Mas ninguém atendia. Ele invadiu a casa, e não havia ninguém lá. Mas que droga! Para onde ela foi? Será que ela já deixou a cidade?Dreon não tinha opção, ou ficava ali e morria, ou abandonava a cidade na esperança de encontrar Sarah. Pensando corretamente, o menino correu para a saída sul da cidade.

    Um grande obstáculo. Os Trolls conseguiram planejar de modo efetivo. A saída sul também já havia sido tomada. Dreon se escondeu dentro de uma casa, embaixo da cama, na esperança de que os Trolls já tivessem passado por ali. Mas não, não haviam passado, e certamente passariam.
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  5. #5

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    Olá galera! Estou voltando ao fórum depois de alguns meses fora! Bom, o que posso vos dizer, eu estava trabalhando e estudando, e ia rodar. Então parei de trabalhar e virei DJ, que ocupou muito do meu tempo. Mas agora estou de volta com mais um capítulo de: A Arte do Dreamwalking.



    Capítulo VIII - Apocalipse





    Teshial mantinha sua postura ereta de homem, mas seu nervosismo o deixava estourando por dentro. Já estava próximo de casa, e planejava o próximo ato. Chegarei em casa e entrarei no Dreamwalk. Lá verei o que fazer e como agir contra este desgraçado. Chovia levemente, e ele já podia ver, com certa distância, a casa de Sparlyn, seu vizinho mais próximo. As matas estavam mudas, e ele conseguia ouvir o leve toque das gotas no solo sereno. Estava vasculhando seus bolsos e sua mochila, pronto para adequar-se à sua casa novamente. Ele começava a se acalmar, acreditando no seu otimismo. Coisa boa, não esqueci nada.

    Adentrava nela, estava do jeitinho que ele havia deixado. Bom, pelo menos Sparlyn não venho mecher aqui. Ele demorou, mas deu-se conta. Havia perdido o seu bem mais importante. Era o apocalipse do Dreamwalking.



    _/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/



    Perto dali, um menino fazia todo o esforço que podia. Tenho que chegar antes dele cometer este erro. Ao levantar-se, depois de um escorregão, deparou-se com uma criatura aterrorizante.

    -Você, d..d..denovo!
    -Acalme-se, garoto. Eu já disse que não quero fazê-lo nenhum mal. Só quero que entenda: você não pode alterar o destino.
    -Posso sim. Foi possível vir até aqui, posso fazer qualquer coisa então.
    -Só farei mal se for preciso. Você já deve deduzir quem sou eu, não? É, sempre fui assim, e sempre serei. Afinal, sou indestrutível.
    -V...v...você achava q...q...que eu n...n...não lembraria d...d...e nad...d...nada?
    -Achei. Mas agora foi você quem cometeu seu erro fatal. Creio eu que o mesmo pela décima vez. Aqui, neste mesmo lugar, várias vezes, à varios anos atrás. Não lembra-se disto?
    -D...d...denovo nã...ã...ã...ã.

    O garoto não terminou de falar. A criatura monstruosa desferiu-lhe um golpe que o fez morrer imediatamente. Mais uma vez, naquele lugar, a mesma falha, o mesmo jeito de morrer. Tudo denovo.



    _/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/



    Tarde demais. Quando deu-se conta, já estava no dreamwalking. Só pode estar brincando. Cadê ele? Hah, isso não é possivel. Ele não encotrava seu amuleto. Do dreamwalking, fora puxado para uma terra bela, com flores. Um clima positivo e gostoso estava lá. Será isto o céu?


    Não, não era. Apocalypse, o líder dos demônios, apareceu falando:


    -É fácil, Teshial. Ensina-me a usar o dreamwalking e poupo sua vida.
    -Sparlyn entregou-lhe o amuleto? - Repentinamente, ele entendeu. Com palavras curtas e secas, Apocalypse respondeu:
    -Eu sou Sparlyn.

    Teshial não se surpreendeu muito com o fato, mas começou a imaginar: seu "melhor amigo" era, na verdade, a criatura mais poderosa existente.

    -Dê-me o controle, ensina-me a usá-lo e pouparei sua vida. A garantia que lhe dou é que não perderei tempo em procurá-lo com a arma que terei em mãos.
    -Isso é o inferno? - Teshial riu, babando de raiva, com remorso, com todos os sentimentos horríveis existentes.
    -Não, mas vou levá-lo para lá se não corresponder.

    Teshial refletiu um pouco, e pensou que seria fácil entregar-lhe o dreamwalking e depois retomá-lo de novo.

    -É, o líder dos demônios agora será meu aprendiz. - Já tinha uma armadilha em mente.

    O elfo ensinou-lhe, dentro de um sonho, a usar o dreamwalking. O que ele não desconfiava é que Apocalypse já tinha conhecimento desta dimensão e de algumas outras coisas muito antes de Teshial nascer. O monstro aprendeu rápido. Mas como não é de se estranhar, os demônios mentem, e Apocalypse aprisinou Teshial dentro dos sonhos. O elfo jamais voltaria à realidade. Não esperava por essa. Este demônio sabe muito mais do que eu! Fui usado minha vida inteira! Tudo começou a se esclarecer, e, Teshial, preso nos sonhos.

    Os Ruthless Seven conquistaram o Dreamwalking, e, com ele, eliminaram todas as pessoas que eles desconfiassem saber um pouco sobre a dimensão dos sonhos, incluindo toda a casta de Teshial. Estava tudo acabado, denovo!?




    ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~

    Fim do Livro I



    ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~




    ___________________________________________
    Especial¹: A longa jornada de Teshial teve fim!?
    Especial²: Você pode tirar suas conclusões, mas irá se espantar com o futuro da história.




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    Capítulo V - Reorganização


    Ele fez um Rei Necromancer sucumbir, diante de seus pés, em menos de quarenta minutos. Tinha a posse de um dos únicos exércitos capazes de derrotar os Nightmare Knights, e essa realmente era sua intenção. Entendia que para dominar o mundo precisaria destruí-los, e estava decidido a atuar como um desertor.

    Lardor preocupava-se cada vez mais com o destino de Falnus e Teshial, que desapareceram na escuridão. Falnus, o maior mestre do Dreamwalking depois de Teshial, ainda não havia concluído a operação de proteção. Consistia em uma ilusão, uma armadilha bem manipulada pra que só quem merecesse pudesse encontrar a Knightmare Watch, camuflando-a de inimigos e prováveis destruidores. Em um teste minucioso, somente o merecedor escaparia da ilusão, provando sua fieldade e capacidade em usufruir do teleporte da Knightwatch Tower. Sim, um teleporte. Desenvolvido completamente por Falnus, através do Dreamwalking, consiste em um teleporte no qual somente detentores de determinadas pérolas, associadas ao objetivo específico do trabalho, poderiam levá-los a várias cidades em Tibia.

    Associada à uma magia proibida, Lardor fora descobrir isto anos mais tarde, depois da longa guerra contra a Irmandade dos Ossos. O portal consumia, além de uma pérola associada a ele, parte da alma de seus utilizadores, tornando-os, com o passar do tempo, mais fracos e obsoletos.

    Um grande grupo foi formado em Thais. Alguns bons homens entenderam que os Nightmare Knights falavam a verdade e que estavam passando por situações difíceis, decidindo ajudá-los. Assim nasceu O Legado Thais-Fíbula II. Formado por anciões, conselheiros, guerreiros e magos, o legado possuia até mesmo uma grande mansão, onde eles realizavam reuniões e se organizavam. Operando anteriormente em uma missão contra os Orcs de Carlin, o legado II contava prinicipalmente com descendentes, que entendiam agora as profecias de seus pais e avós. Poderiam ser uma peça fundamental na revolução que iriam presenciar muito em breve, e não aceitariam uma derrota de bom grado.

    Obrandek, irmão de Krendorak, componente dos Guerreiros da Madrugada, ao receber notícias do irmão, tomara a iniciativa juntamente de alguns outros guerreiros. Determinados, começaram a recrutar jovens para lutarem ao seu lado.

    Mais tarde, a iniciativa de Obrandek seria reconhecida como "O dia da Revolta". Vários escritos foram feitos sobre ele, sobre seu passado assim como sobre seu futuro, tornando-o, sem querer, uma pessoa mais reconhecida de que seu irmão.

    Eles elegeram, em uma longa e demorada reunião do conselho, abater primeiramente a Irmandade dos Ossos, na tentativa de ajudar os Guerreiros da Madrugada a retomarem os alvos iniciais: os Ruthless Seven. Mas eles ainda não sabiam que Falnus, um experiente e magnífico mago, estava contra eles.

    Lardor concedera a Krendorak, aprendiz de Falnus, a chance de terminar a grande armadilha, conhecida posteriormente como Dreamer's Challenge. A ele também coube a futura evolução do Dreamwalking, assim como tornar continuamente operante a obra de Falnus, os teleportes e afins. Como um simples aprendiz, não poderia chegar aos pés de seu antecessor, mas desempenhou bem as tarefas ordenadas. Clamou por ajuda na construção da armadilha, mas, sendo o único a entender bem o Dreamwalking, não pôde ser ajudado.


    ***


    A alguns quilômetros dali, um ser em chamas coordenava seus subordinados, levando-os na direção da Knightwatch Tower. Sob o nome de Infernalist, garantiu que surpreenderia os Guerreiros da Madrugada.

    Seguiam-no vários Bonebeasts e Lichs, todos sobre seu domínio. E muito longe dali, Warlock bufava, raivoso, esperando o dia em que ironicamente queimaria o Mestre do Fogo.
    Última edição por Gold Hamlet; 02-07-2013 às 21:39.
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    Capítulo II - Intimidade

    - Acorde, Tesh. Acorde agora, pare de viver no mundo dos sonhos.

    E, com essa telepatia no Dreamwalking, Teshial acordou. Na mesma cama onde repousava para acessar sua dimensão. Assustado com as vozes, levantou-se e começou a raciocinar o acontecido. "Eu não quis acordar, tentei ignorar as vozes. O quê tem o poder de interromper minha viagem? Jamais ponderei a existência de uma força maior que Apocalypse. Tenho receio de que os deuses interfiram nesta batalha, dadas proporções".

    Caminhava para um lago próximo à Knightwatch Tower, onde poderia lavar-se e refletir sobre o ocorrido. Avistando o lago ao longe, pôde perceber que uma pessoa, de costas, parecia estar lá esperando-o. Aproximando-se com cautela, ao chegar a uma altura de três metros de distância, a figura virou de supetão, surpreendendo e entristecendo Teshial ao mesmo tempo. "Algo realmente quer me torturar para tomar a forma dela".

    Diante dele estava Vainky, a maior e única paixão de uma vida que ele abandonara e esquecera muito antes da possibilidade de uma guerra. - O que é você? Porque está aqui? - perguntou o perturbado elfo.

    - Vejo que consegui cumprir o objetivo de impactá-lo. - Respondeu a entidade. - Adotar uma figura familiar e melancólica prende a atenção. É dessa atenção que eu preciso. - Complementou.

    - Não sabes quanta tristeza e rancor acabou de criar em mim. - Disse Teshial, abrindo-se inconscientemente. - Também não aguentarei lhe ver por muito tempo, apenas diga o que é e o que quer.

    - É tão difícil perceber assim, Tesh? Não consegue entender a intimidade que criamos ao longo desses perpétuos anos? Eu não tenho estado muito contente com você. Têm perturbado a ordem natural das coisas, o potencial de sua criação pode alterar o futuro, e eu controlo o futuro.

    - Pretende esclarecer o que com isso? Onisciência maior que a dos deuses? Que diabos é você?

    - O Dreamwalking está lhe enfraquecendo, meu caro amigo. Sou a personificação do destino, chame-me de Destiny, para ser mais exato. Eu quero lhe abrir a mente, mostrar-te o que esta guerra fará com o nosso mundo. Não notou ainda? A escala global dessa guerra irá decretar o fim dos tempos. E quero continuar existindo, quero continuar escrevendo o futuro. Você e Apocalypse deverão coexistir, inevitavelmente, ou ambos perderão.

    - E não é mais fácil para sua onipotência derrotá-lo, apagá-lo, iludi-lo? Não é mais fácil do que tentar convencer-me de algo?

    - É mais fácil pra mim possuir você e agir em seu corpo, do que mudar a consciência de um demônio. Não há semente a ser plantada na cabeça deles, a total corrupção do mal nunca muda de ideia, não importa o que seja feito. Estou conversando, tentando persuadi-lo com minhas palavras antes de agir contra sua vontade. E sabe que farei isso, Tesh. Vou lhe dar uma leve lição, agora. Acha que ninguém está acima de Apocalypse? Que ninguém o comanda? O poder dele não é o maior de todos meu jovem. Caso fosse, você já estaria morto há muito tempo. Nenhum humano conseguiria resistir, coexistir e compartilhar algo como o Dreamwalking com alguém superior a ele. Estou falando dos deuses de ambos os reinos, céu e inferno. E eles existem, só odeiam romper o livre-arbítrio.

    - Nunca nada personificou-se na minha frente. Isso parece mágica demais pra mim. O que mais pode existir? Estamos num mundo onde tudo é possível?

    - Eu dito o possível e o impossível, querido. Eu sou o futuro, o passado, o que escreve e o que escreveu. Não há ordem natural para mim, mas é exatamente por causa da ordem natural que existo. Tudo é um ciclo. Em breve você conhecerá meu filho, chame-o de Lúcifer.

    - Qual será a participação dele quanto a mim? Qual a função dele diante da guerra desencadeada? E que nome é esse, que nunca tinha ouvido falar?

    - Você terá de desvendá-lo. Possui enorme potencial, e é facilmente corrompido para o lado de quem persuadi-lo melhor. Terá ele como sua maior arma nessa guerra, e verá o quão bondoso o destino e a ordem natural das coisas podem ser. Quanto ao nome, ah, esse nome representa muito poder em outra dimensão...

    Antes de qualquer palavra indagativa de Teshial, o destino esboçou um sorriso sarcástico e desapareceu. O elfo permanecia perturbado, talvez mais do que nunca, e passara a refletir constantemente sobre seus atos. Tesh entendeu que pensava demais e pouco fazia, assim, realojou-se na Knightwatch Tower procurando pelos membros da Ordem. Postou-se a dormir, mas pela primeira vez em muito tempo, dormir sem entrar no Dreamwalking. Sonhar, sem estar na outra dimensão. Coisa que poucos conseguem fazer.
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    Capítulo III - Ressurreição


    Erguia-se das profundezas congeladas, com seu corpo bruto e de força maciça, um ser tão poderoso quanto os mais poderosos existentes. De extremidades longas, seu par de chifres inconfundíveis e jamais tocados, sua enorme cauda chacoalhava e derrubava cavernas inteiras. Um ser quase indestrutível, abrindo os eventos cataclísmicos que aconteceriam a seguir. Faltam poucos, mas todos despertarão. O senhor das lâminas despontava de sua caverna, os cultistas cumpriram sua missão.

    Acordou também, alguém tão semelhante quanto o anterior desperto. Longos e intocáveis chifres, cauda vermelha e arrebatadora, aparência vermelho-escura, um cheiro de morte e podridão no ar. O vulcão queimava vagarosamente. Seria uma erupção vista no mundo todo. O tramador estava de pé, e planejava seus primeiros atos. Os cultistas de Goroma também cumpriram sua missão.

    Paralelamente a isso, arquitetava uma batalha, o demônio mais poderoso que já surgiu. O destruidor, aquele que debilitava a saúde de Teshial apenas por existir. Apocalypse tinha o poder de destruir o mundo, mas ele queria estabelecer seu império em Terra para clamar o retorno de Zathroth e sobrepujar as criações de Fardos. O deus mais demoníaco que já existiu aprisionou sua metade, Uman, exilando-o pela eternidade. Esse fora considerado o primeiro grande triunfo do mal. Apocalypse convocava seus seguidores, os Sete Servos, comandados pela máquina de combate Madareth. Os outros seis comparsas do destruidor, que compunham os Ruthless Seven, ainda não estavam despertos.

    O mago de longa barba branca, com seu cajado poderoso, convocava também seus servos, Warlock e Infernalist, pois com essa equipe, o grande e imbatível mago, ancestral no mundo tibiano, poderia despertar a mais nova arma sob seu controle. Uma arma forjada pelo mais alto escalão dos demônios, um conhecimento perdido dentre tantas batalhas, mas com um poder... implacável. Teríamos uma guerra mundial agora, e os seres mais poderosos ressurgiam. Junto do mago, teriam agora, Devovorga. O mal entraria em conflito, enquanto qualquer um destes seres seriam capazes de dizimar o pouco bem que restara neste mundo. Agora, os cavaleiros do pesadelo teriam de contatar a realeza para uma luta pela sobrevivência.

    - Lúcifer, então esse será seu nome. Disse Teshial ao jovem menino que estava diante dele. - É, eu espero que seja você. De onde vêm, garoto? Sem resposta. - Vou te apresentar aos cavaleiros do pesadelo. Lá, estará seguro. Lúcifer, eu já ouvi esse nome antes.

    Um aspirante a demônio gigantescamente forte erguia-se também. De aparência verde-amarelada, chifres laranjas e longa cauda, Omrafir também tinha pretensões nessa futura guerra.

    Tornara-se tão forte a presença do mal na Terra, que os dias encurtaram em algumas horas, as noites eram, portanto prolongadas. Ouviam-se vozes, gritos e gemidos por todo o mundo, e isso servia de alerta. Eventos cataclísmicos começaram a acontecer também. O sol queimava mais, o frio acentuou-se os extremos de temperatura agora estavam indefinidos. As trevas entraram na mente de alguns humanos, elfos, e diversas outras espécies, ocasionando números grandes de suicídio e um caos total nas cidades. O planeta definhava, as vegetações apodreciam, tudo secava. Eram forças extremamente trevosas caminhando pela terra. Os neutros precisavam arquitetar estratégias de sobrevivência, para esperar a resolução das futuras guerras. Teshial indagava-se, ainda, o que deveria fazer com o Dreamwalking. Como deveria interferir. Fosse qual fosse o desfecho da batalha, viriam atrás de seu poder uma hora ou outra. Agora, era uma luta pela sobrevivência. A escuridão dominou a luz, mas agora ela lutaria entre si. Era uma oportunidade para a os luminosos se reerguerem.

    Eis que, longe dali, em Thais, uma peça fundamental nessa guerra dava seus primeiros passos. Uma menina, nova, inexperiente, mal equipada, mas muito esforçada, participaria futuramente da primeira grande guerra, ao lado do bem. Bubble, esse era o nome dela.


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    Situem-se temporalmente com esse capítulo.
    "Ou você morre como um herói, ou vive tempo o suficiente para se tornar um vilão".

  9. #9

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    Capítulo V - Ar



    Quando deitava-se no gramado, o movimento das nuvens roubava horas de sua atenção. Fossem grandes, pequenas, formando imagens, não importava. As únicas pelas quais tinha um apreço diferenciado eram as carregadas. A calma que elas emanavam, movimentando-se lentamente, sem empecilhos, em um roteiro não por elas definido.

    Se possuía uma qualidade - quase um dom - era a paz, o autocontrole. Projetava-se ao céu, sob as nuvens, imaginando ser levada por elas. Conseguia, até mesmo, reproduzir mentalmente a visão que dali teria. - Aquela ali, carregada, está preenchida de amarguras que logo serão despachadas. Essas são as mais bonitas, pois representam um frágil ciclo da vida, seguido da vitória. Parecem tão confortáveis - dizia a si. O hábito de observá-las vinha de sua infância, sadia e pura, de brincadeiras e ótimas lembranças. Bem verdade que lembrar de sua mãe não a fazia feliz.

    Talvez a maior guerreira que ali já pisou, reverenciada por todos e eleita popularmente como a protetora do povoado, tudo o que ela desejava àquela altura era paz, convivência em família, poder criar sua filha. Mas houve uma guerra, das grandes. Como um dos últimos suspiros, fora convocada, já pouco mais velha e menos forte, para, acima de guerrear, encorajar os aliados, algo que só pela sua presença se concretizaria. Ainda hoje, encontram-se poemas épicos narrando sua trajetória, rituais venerando-a, estátuas suas pela cidade, até mesmo templos. Sua história se misturou a diversas aventuras fantásticas, colocando-a em situações eventualmente fictícias para demonstrar sua robustez e importância. Sua glória em vida permitiu que sua imagem ficasse eternizada naquele povoado, mas... havia uma filha, e essa filha precisava da mãe. Se inspirava nela, a idolatrava. As vezes a amargura da falta que sua mãe lhe faz emergia dessas nuvens carregadas, e esse era o ponto alto da história.

    Nesse tempo, não havia mulher naquele povoado que não fosse uma druida. A vila passara por maus bocados pouco antes de Janice nascer e, com isso, havia uma crescente necessidade de druidas, dada a vocação que os mesmos têm para materializar comida. Contudo, a moça era diferente. Desde cedo, ela mostrava aptidão para armas corporais e para empunhar escudos. Com quatorze anos, já treinava entre os jovens de vinte. Com dezesseis, treinava com a Red Legion.

    Houve, nesse tempo, uma extraordinária e mortífera invasão de Orcs. Tal invasão adquirira tamanha fama, que mesmo nos dias de hoje o passado mescla veracidade com fantasia, originando contos envolvidos em misticismo e citando até mesmo os deuses. Ainda hoje, as pinturas mais valiosas são dessa invasão. Como resultado da batalha, o exército do rei fora boa parte dizimado, forçando-o a recuá-los.

    Algumas famílias nobres haviam migrado para lá, trazendo consigo a influência de um rei que possuía uma péssima administração. A irmã do mesmo, uma das maiores críticas de seu reinado, estabeleceu-se ali, como vizinha dos pais de Janice, e logo com o recuo da Red Legion por parte de seu irmão proclamou-se rainha, iniciando assim um novo reinado. Apoiada pela nobreza, o pai de Janice - que à época era visto como um líder da localidade - foi obrigado a ceder tal liderança, submetendo-se assim à rainha. Não que o quisesse, mas para aquele povoado a nobreza era necessária, e não poderia correr o risco de tê-los como inimigos - ou ainda, perdê-los. Embora oferecesse proteção com um exército de elite, o rei havia explorado o suficiente daquele povo. Os constantes atritos entre irmãos fortaleciam a provável retirada da Red Legion dali, e então, haveriam inúmeras vagas de trabalho para guerreiros e guardas pessoais da nobreza.

    Elorana não era má, apenas impaciente. Muito impaciente. Decidida a prosperar ali, abusou de sua influência para obter o apoio da nobreza e adquirir o controle tático e administrativo da região. Como vossa majestade Rainha Elorana, tratou de compor um exército para defender a cidade das invasões cotidianas. Em resposta à atitude humilde de Karl - o antigo líder, a rainha o convidou para integrar a liderança de sua armada. Um exército se formava, e a vila avançava rapidamente para uma cidade. Algumas expedições pela região eram organizadas, com o intuito de encontrar fortunas ou conhecimentos místicos. Os druidas da região se entendiam muito bem com a rainha, pois eles eram capazes de enxergar a pureza e a benignidade em seu coração. Entretanto, essa relação se limitava a uma troca de favores bem mutualista: troca de informações, experiências e habilidades.

    Era manhã quando Janice deu o último beijo em sua filha. Fez, antes de partir, com que seu pai - já idoso - lhe jurasse cuidar da criança caso ela não voltasse. Ela já sabia que não voltaria. A essa altura, a rainha Elorana - também idosa - estava prestes a dar sua última cartada em vida para os Orcs: um plano de invasão à Orc Fortress, numa tentativa inusitada de dizimar o maior número possível de seres vivos dessa raça que tanto havia causado mortes e prejuízos ao seu reino. Elorana costumava dizer, inclusive, que seu reinado só não pôde ser territorialmente maior devido à "uma raça de seres feios, verdes e fortes". Karl, pai de Janice, havia se retirado do exército devido a sua alta idade, com a missão única de proteger sua neta.

    Alguns druidas aliados participariam, dando suporte aos nobres guerreiros da linha de frente. A maioria sabia que era uma viagem sem volta, numa tentativa desesperada de finalmente parar as invasões dos Orcs à cidade por eles tão adorada. Todos ali se entregaram a um combate suicida na esperança de garantir a prosperidade de seus descendentes, e agora, ao menos, possuíam a falsa sensação de segurança com a presença da mortífera Janice. A epopeia desses guerreiros corajosos ficou conhecida como "Sangue no Verde" e foi transcrita por Benny, o único sobrevivente.

    Não é preciso relatar como uma missão desesperada como essa falhou. O esforço foi reconhecido e seus efeitos foram sentidos, mas nada que impedisse uma nova invasão dali alguns anos. Elorana perdera quase todo o seu exército, e engolia em seco ouvindo os relatos do sobrevivente. A dor e o arrependimento a espancavam todas as noites, e a pressão exercida pelos cidadãos com a iniciativa suicida a fez cair em profunda depressão. Eis que, numa bela manhã, a rainha dispensou a guarda real para dar uma caminhada, e peregrinou arduamente até uma toca secreta de Giant Spider, oferecendo-se à ela e abraçando a morte.

    A menina das nuvens, então, cresceu. A amargura por ter perdido a mãe fora minimizada pela criação paternal de seu avô. Passaram-se longos anos desde a missão suicida, e ela agora andava com seus próprios pés. Era uma guerreira - como a mãe - mas ainda melhor. A cidade contava agora com muitos prodígios, o tempo necessário para uma grande evolução foi concedido com o preço do sangue de sua mãe e de vários outros guerreiros. Era agora uma cidade rica, desenvolvida, comerciante. Muitos forasteiros por lá passavam a negócios ou peregrinando para a região dos druidas ao norte. Os Orcs, porém, voltavam gradativamente a incomodar nas fronteiras.

    Rainha Eloise herdou o reinado, tendo um enorme acúmulo de rancor por Orcs. Não demoraria para convocar seus guerreiros e invadir novamente a fortaleza dos verdes. Em uma bela manhã de sol, Eloise invocou seu general, ao passo que o mesmo invocou seus subordinados. Numa reunião, as primeiras instruções brilhavam nos olhos daquela jovem que ansiava por vingar sua mãe. Respirando fundo, Bubble disse a si:

    -Ótimo. É de ar fresco que eu preciso.
    Última edição por Gold Hamlet; 21-02-2019 às 18:49.
    "Ou você morre como um herói, ou vive tempo o suficiente para se tornar um vilão".



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