Capítulo II - Guerras Internas
Karter era um cavaleiro de passagem por Daeaith. Montava em um cavalo branco muito belo, sua crina brilhava com o menor movimento. O homem era alto e magro, seus cabelos eram castanhos curtos e seus olhos eram verdes. Era um homem desejado, forte e ágil. Ele possuía cicatrizes na testa e na perna. Estava trajando roupas nobres, não parecia ser um combatente, embora sua aparência e suas cicatrizes demonstrasse o contrário. Era jovem, parecia ter em torno de vinte e seis anos. Ele veio a Daeaith únicamente para conversar com o líder de uma casta guerreira, os Lybael, que significa "Lobo Guerreiro". Tal casta havia imposto um forte domínio na região, desafiando o rei Cordae. Karter provavelmente era um familiar de Cordae, encarregado de tratar de assuntos do tipo. Provavelmente fora um mercenário que se deu bem seduzindo uma princesa, ou uma mulher de alto cargo no palácio do rei.
Desmontou do seu cavalo, prendeu-o em um poste de iluminação e bateu na porta três vezes. Estava diante duma casa extensa e bonita, embora não demonstrasse ser algo de nobres. Um homem baixo e narigudo atendeu-o. Karter se assustou um pouco com a feiúra do homem, mas manteve a postura e falou o que queria:
-Fui enviado pelo rei Cordae e precisamos conversar.
O homem mandou-o entrar. A casa, por dentro, era mal conservada e suja. As paredes estavam com sua cor desbotada, madeiras negras velhas e devoradas por cupins.
-Precisamos conversar a respeito do domínio de sua casta aqui em Daeaith.
O homem respondeu, descontraído:
-Vejo que você não é um elfo. Se parece muito com um humano. Quem é você? Sente-se.
-Costumo ir direto ao assunto, mas tudo bem. Meu nome é Karter, venho de Nisty em nome do rei. Quanto ao fato de ser humano não gosto de falar muito sobre isso. Pois bem, qual é seu nome?
-Me chamo Durdel. Sou um elfo-anão.
-Então, agora podemos ir direto ao assunto?
-Está bem homem. Quanto ao nosso domínio, que fique bem claro, não livraremos a cidade por merreca.
-Não há negociação, meu caro Durdel. - Afirmou Karter.
-Como assim? Estás dizendo que não pagarão nada? - Falou Durdel, irritado.
Karter ajeitou-se na cadeira, franziu a testa e fitou Durdel com um olhar desafiador.
-Seria muito fácil impôr domínio à um lugar e cobrar dinheiro para soltá-lo, meu caro. Esta estratégia para ganhar dinheiro é muito infantil e manjada. Sabes que o reino possui exércitos grandes.
Durdel fitou-o com raiva. Parecia querer comê-lo com os olhos. Sentiu-se um pouco surpreendido pela experiência do homem em entender tudo de uma forma rápida, e ainda falar mal da estratégia da casta. Respondeu:
-Deste modo fica difícil negociar, meu caro. Acho que não chegaremos a um ponto de concordância. Sinto muito, mas informe o rei Cordae de que não desistiremos até sermos pagos, e estamos falando de valores altos.
Karter irritou-se e levantou da cadeira, nervoso.
-Pode deixar, falarei com ele. Mas não espere negociações, estejam preparados para uma possível guerra. - Disse Karter, provocando.
Durdel abriu a porta. Karter saiu, desamarrou seu cavalo e montou-o, a caminho de Nisty. Teria de percorrer um longo caminho de volta.
Um diálogo curto e arrogante, não era dessa maneira que Karter queria terminar, embora com as ordens do rei Cordae seria difícil negociar. Sabia que levaria alguma repreensão do rei.
Karter, antes de ser um negociador com a confiança do rei, fora um grande mestre das batalhas, inclusive foi uma peça fundamental na vitória do Reino Nidavellir sobre o Reino de Vanaheim.
Ao todo eram nove reinos elfos, sendo o Reino de Asgard e o Reino de Midgard os maiores e com mais poderes econômicos. Uma batalha havia sido travada entre seis dos nove reinos, e Gahar, antigo rei de Asgard, venceu a batalha de trinta anos, e tentou unificar os reinos. A população reagiu e as castas guerreiras puseram-se à frente, vencendo uma longa luta de mais quinze anos. Deste modo, ouve diversas guerras internas, entre castas, pelo domínio dos reinos. Quatro reinos sem rei e sem controle. Foi então que criaram O Conselho das Terras Sagradas, que consistia na reunião dos reis de cada reino. Os mesmos decidiram eleger quatro novos reis, para os quatro reinos desgovernados, o que gerou outras guerras internas, para tirar o domínio das castas sob os reinos. O Conselho venceu, e a situação voltou ao controle. Gahar, o homem rude que promoveu todos estes conflitos, ficou contra O Conselho das Terras Sagradas e chamou seu primo Cordae para lutar ao seu lado. Por pouco outra guerra não ocorreu. Cordae juntou-se ao seu primo, mas O Conselho, depois de diversas negociações, cedeu um espaço do Reino de Vanaheim ao Reino de Asgard, contentando Gahar, que acalmou-se. Porém Cordae também queria expandir seu reino, e não teve o apoio do primo. Decidiu brigar com Vanaheim, e conquistou outra parte do reino. O Conselho ignorou o fato, já que outra guerra naquele momento poderia resultar numa matança geral, e até na extinção da raça elfa. O Rei de Vanaheim, Musash, foi neutralizado pelo Conselho, pois naquele momento era o menor reino e o mais afetado com as guerras, já que fora reduzido quase pela metade. Isto acalmou os reinos e a situação voltou a ficar sob controle, porém, Gahal e Cordae ainda não participavam do Conselho, alegando que O Conselho representava uma aliança dos sete reinos contra Asgard e Nidavellir.
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