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Tópico: Os Oito

Visão do Encadeamento

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  1. #15
    Avatar de Meltoh
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    Capítulo 2 - Amigos



    Karen olhou para o relógio pela terceira vez seguida. Afastou o cabelo do rosto e forçou um sorriso para o homem à sua frente. Estavam sozinhos no único restaurante da Estação 5.
    - Por favor espere. Você sabe que ele costuma se atrasar às vezes - Karen era dotada de uma beleza estonteante. Longos cabelos loiros e olhos azuis penetrantes, destacavam-na facilmente no meio de uma multidão. Era animada e bastante empenhada no que fazia. E agora tentava ser o mais símpatica possível, mesmo com toda a atmosfera do lugar.
    - Sente. Não canse a sua beleza - disse o homem. Seu rosto seria comum, se não fosse a pequena cicatriz na face direita, ocultada por, bem cuidados, cabelos negros. Vestia um sobretudo preto que exalava um odor agradável de perfume.
    Estavam no que parecia ser a cozinha do restaurante. Vários pratos limpos estavam cuidadosamente empilhados do lado de um grande forno a lenha aceso. As chamas crepitantes iluminavam o lugar e esquentavam o frio subsolo de Cina. Aquilo parecia aborrecer Karen, que preferia utilizar-se da confortável energia elétrica. Entretanto resolveu guardar a queixa para si mesma, pois evitava ao máximo trocar palavras com o estranho homem que cantarolava baixinho enquanto folheava as páginas de um jornal antigo.
    Subitamente um rangido do lado de fora da cozinha fez ele sobressaltar-se da cadeira. Apanhou uma pistola de dentro do sobretudo e se aproximou lentamente da porta. O som de passos ecoando pelo corredor vazio foi seguido por um tilintar característico de talheres. O homem abaixou a arma e destrancou a porta, encontrando um sorridente Bravak. Sem se cumprimentarem, entraram apressadamente para a cozinha.

    - Bom te ver novamente, Rick.
    - Também. Pensei que não vinha mais - respondeu ele.
    - Encontrei Edgar no meio do caminho.
    Os olhos de Richard se estreitaram e viraram-se para Karen. Bravak compreendeu o sinal e voltou-se para sua irmã:
    - Karen, eu esqueci de você, também é um prazer te ver.
    - Já entendi, seu ingrato - disse ela mostrando um sorriso sincero. Logo depois saiu da cozinha fechando com força a porta às suas costas fazendo os pratos tremerem em cima da mesa.

    Bravak caminhou pela cozinha e parou diante do forno - Porque esse troço tá ligado? Não seria melhor acender uma lâmpada e um aquecedor?
    - Cortei a energia do prédio - disse Richard - Foi apenas uma precaução. Viu se estava sendo seguido?
    - Só pela minha sombra.
    - Mesmo assim, não baixemos a guarda - disse Richard se dirigindo à uma pequena caixa de isopor. Abriu-a e retirou de dentro uma garrafa de refrigerante e jogou-a na direção de Bravak - Só não está muito gelado - completou.
    - Você está se arriscando muito em aparecer num local público - comentou Bravak.
    - Porque acha que marquei esse encontro numa estação de metrô exatamente às sete horas? Nós teríamos quinze minutos para conversar, antes que as primeiras pessoas chegassem para pegar seus transportes. Mas você resolve atrasar quatro minutos...
    Bravak riu e tomou um gole do refrigerante - e você acha que vai conseguir se misturar à multidão com essa cicatriz inconfundível, e esse sobretudo luxuoso?
    - Não - Richard apontou para Bravak - mas com essa jaqueta que você está usando... - Bravak fez uma careta e quase cuspiu o refrigerante no chão - e quanto à cicatriz - apontou a caixa de isopor - carregarei aquilo no ombro.
    - E como eu vou sair daqui? Pelado? Não seria melhor você ter vindo com uma roupa mais simples? - perguntou Bravak.
    - Considere-se sortudo de ganhar um sobretudo novinho - Richard ficou subitamente mais sério - Vamos falar do que interessa. O que Edgar lhe disse?
    Bravak explicou toda a conversa transcorrida poucos minutos antes. Richard permaneceu impassível, mesmo ao ouvir sobre a morte de Narrant. E quando Bravak terminou a história, esperou alguma manifestação por parte de Richard. Este pigarreou e disse:
    - E você acha mesmo que Eza matou Narrant?
    - E quem mais teria sido? - indagou Bravak.
    Richard se levantou e apanhou o jornal sobre a mesa - A foto que você mencionou. Tem certeza da data mostrada nela? É de quatro dias atrás?
    - Estava desfocada, mas isso era claro. Mas o que têm a ver?
    Richard abriu o jornal mostrando o seu cabeçario. Era datado de dois dias atrás - Foi Narrant que me entregou este jornal.

    Bravak demorou algum tempo para digerir o que havia escutado - Então Edgar estava mentindo?
    - Não necessariamente - observou Richard - Ezachs tem um talento para enganar pessoas. Edgar é um bom homem, mas acredita demais no irmão - Richard sentou-se e olhou para o relógio na parede - Storm está fechando o cerco contra os outros.
    - Rick, você não já pensou em se entregar? Eles vão acabar direcionando as suspeitas para você e Narrant, que estão foragidos.
    - Eu sou inocente.
    - Eu sei. Mas veja Eza... Ele reapareceu e nem por isso está preso. Está sob observação.
    Richard riu. Uma risada fria e desdenhosa - Storm é patético. Não vê que isso é só uma estratégia para atrair à mim e a Narrant? Quem era o dono daquela cicatriz filmada pelas câmeras no dia do assassinato? - Bravak não respondeu, achou ter dito algo errado. Richard então prosseguiu - Eles têm provas suficientes para acreditar que fui eu que matei Loonta. As câmeras, a arma, as testemunhas. Tudo conspira contra mim. E o que Eza tem contra ele? O fato de ter estado com ele momentos antes da morte. Vocês são todos suspeitos. Claro que Storm quer esclarecer tudo para a mídia. Não quer deixar nenhuma ponta solta. E na cabeça dele ele já deve ter a resposta... Errada - Richard tomou fôlego e abaixou a cabeça - conversei com Narrant, mas tudo o que consegui arrancar dele é o que já sabemos, sobre o diamante e Eza.
    Essas duas últimas palavras pareceram despertar um mecanismo na cabeça de Bravak - Tive um sonho com Narrant e Eza. Ele ia entregar um saco. E tinha algo muito importante dentro dele. Depois Eza... - Bravak parou de falar.
    - Tive esse mesmo sonho... Acho que Narrant quis nos mandar alguma mensagem. Mas pode ser uma armadilha - Richard se levantou novamente da cadeira - de qualquer maneira, saberei disso à noite. Narrant disse que se encontraria com Joel e Thomas. E parece que Eza também já sabe desse encontro - Richard fechou o isopor e colocou-o no chão - Hora de sairmos.
    - Eu não vou ter que me trocar na sua frente não, né? - indagou Bravak.
    - Claro que não. Eu estava brincando - Richard se dirigiu à uma maleta que estava jogada num canto. Tirou de dentro dela um velho casaco surrado de couro - Achou mesmo que iria ganhar um sobretudo? - os dois riram - Pode ir, agradeça à Karen por mim.
    - E você? Vai ficar aqui?
    - Não podemos sair juntos. Seria melhor você ir na frente. E ainda tenho que restaurar a energia do restaurante.
    Bravak abraçou Richard - Te cuida, cara - disse Bravak - Vê se não desaparece de novo.
    - Não se preocupe. Por favor avise Lorena que estou bem e diga que estou sentindo a sua falta.
    - Pode deixar.

    Na saída da Estação 5, em meio à multidão, Bravak deu uma última olhada para o restaurante, antes de presenciar a sua explosão.

    "...Bravak acreditava fielmente em Richard. Era o seu único amigo dentro da Guarda dos Oito e também era o único que havia conhecido antes de ingressar no grupo. Haviam frequentado a mesma escola durante o ginásio e ali cultivaram uma amizade que viria a durar a vida toda. Richard sempre foi o queridinho dos professores. Não era raro ver o seu boletim recheado de notas azuis. Ao contrário de Bravak que penava para se sair melhor em biologia, que era a sua pior matéria. Saíam juntos com suas namoradas. Bravak adorava recordar esses tempos. Foi assim até a paz se quebrar..."



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    Gabriellk~ : Obrigado pelo comentário e pelos elogios. Espero que continue acompanhando a história.

    Emanoel : Sobre essa questão de misturar períodos medievais e tecnológicos... Eu irei especificar isso mais à frente. A história se passa num mundo moderno, no qual além de existirem países também persistem impérios. Mas eu admito que a história terá alguns toques de fantasia, futuramente. O erro na fala da entrevista já foi corrigido. Obrigado por apontá-lo.

    Drasty : Sobre essa coisa de passado e futuro, peço que leia acima, a resposta do Emanoel. Sobre a questão da luta de "anime", talvez você encontre a resposta neste capítulo.

    Lucius Cath : Que bom que você gostou. Sobre os personagens genéricos, tentei desenvolver melhor dois dos personagens neste capítulo. E tentarei fazer isso aos poucos para não cansar os leitores. Mas como é uma história de suspense, acredito que algumas informações sobre certos personagens, acabarão sendo escassas. E sobre Terras Distantes. Tentarei conciliar as duas histórias, mas acredito que Os Oito será um pouco mais rápido.

    Lord Sauron : Obrigado pelo comentário. Sobre essa história de medieval, por favor leia a resposta ao Emanoel. Espero que goste deste e dos próximos capítulos. Até mais.

    Elementals : Sobre a forte timidez, colocarei uma observação ao final deste post. Obrigado por me dar este toque das características. Sobre os diálogos, procurei deixá-los de forma mais natural neste capítulo, mas ainda não sei se está ideal. Obrigado pelo comentário e pela ajuda.

    O Bardo Frustrado : Sobre a questão da idade média, eu também peço que leia a resposta ao comentário do Emanoel, que está logo acima. Agradeço também os elogios e espero que continue acompanhando a história.

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    Atenção : Foi mudado um pequeno trecho no capítulo um:

    De :

    "...Conheça o passado de cada um. O talento de Richard, a genialidade de Ezachs, a forte timidez de Bravak, a infância conturbada de Joel..."

    Para :

    "...Conheça o passado de cada um. O talento de Richard, a genialidade de Ezachs, o carisma de Bravak, a infância conturbada de Joel..."


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    Última edição por Meltoh; 19-12-2009 às 23:57.
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