Bom, depois da inquietante terceira página, a qual não é mais visível no forum, aqui estou eu de volta. Lamento muito por não ter postado um capítulo antes, mas huveram alguns problemas, vocês sabem. Parei de escrever um pouco por não estar bem emocionalmente. Parei depois porque meu computador quebrou, e não entho dinheiro para comprar um HD novo. MAs eu estou escrevendo na lan House agora - um belo serviço de fresco, se querem saber, pois minha inspiração acaba quando vêm jogar CS quase que instanteneamente... sem falar de alguns jogadores de tibia muito silenciosos que tem por aqui.
Mas agora eu estou de volta, e vou escrever nem que tenha que matar alguns chato-players por aqui. Não vou falar muito deste capítuo, pois estou esperando suas opniões, vouo dizer apenas que amadureci um pouco desde o último, e que acho q u está melhor.
Também espero ter menos erros, e acho que vocês não podem falar sobre entrar no enrredo da história já a alguns capítulos, mas se vocês querem que eu desenrole-o quase todo em dez páginas, lamento, mas ficarão decepcionados.
Espero que vocês gostem, embora ache que talvez ainda não seja o que esperam.
Boa leitura.
________________________
IX
Ele distanciou um pouco seus pensamentos daquele conjunto de peças e começou a agrupar em um canto as outras armaduras. Era uma bela coleção, e Noah via um bom futuro para ela: Serem vendidas ao Duque e garantirem a ele sua ascensão social.
Ele avistou oito bolsas de couro em cima do centro. Elas enchiam bem sua mão e ele podia sentir as moedas no seu interior. Não precisou conferir, pôs todas as outras armaduras na área lateral do cofre reservada para as transferências, juntamente com um pequeno bilhete que dizia:
Caro Duque,
Como prometido, todas as armaduras de minha posse agora são suas.
Obrigado pela confiança,
Foi um prazer negociar com o senhor,
Marcus Noah.
Ele deixou o bilhete na prateleira e Virou-se rapidamente para sair daquele lugar. Os homens do banco teriam o trabalho de mover tudo aquilo; agora, ele só queria continuar seu caminho.
Com uma parada brusca, ele voltou e apanhou cinco bolsas das que estavam na mesa. Pendurou-as em seu cinto e cobriu-as com sua capa. Não queria chamar atenção. Pequenas medas de ouro já eram atrativas demais para ladrões e assassinos; moedas de cristal seriam uma verdadeira declaração de morte naquelas ruas.
Ao sair do banco ele não deu atenção à Amanda e sua filha acalmando o seu sogro, assim como não deu atenção aos dois belos jovens que tentavam convencer o velho de alguma coisa. Também não deu atenção aos curiosos que eram chamados pela pequena confusão, mas não pode deixar de perceber o jovem com o olhar negro fixado nele. Estava em pé no meio de todos; frio, o jovem apenas o olhou e virou-se; satisfeito.
Noah seguiu seu caminho, havia algo estranho naquele rapaz, mas ele não podia dar atenção a isso agora. Quando finalmente chegou ao seu destino levantou seus olhos e viu o castelo de Thais.
Os jardins eram belos naquela parte da cidade. A hipocrisia da aristocracia a impedia de aceitar como ela era suja e podre em seu interior, cercando-se de arte e beleza, fingindo que a vida era mais do que o dinheiro que temiam perder para a burguesia.
A guarda real fazia o seu teatro em frente ao castelo, intimidando apenas aqueles suspeitos demais para entrar. Noah passou sem problemas, e foi em direção ao grande salão do Rei. Havia inúmeras salas ali. Pessoas vinham de toda cidade para falar com homens ilustres e importantes; resolver problemas e cumprir penas. Mas o caso de Noah tinha um “algo mais”, o qual apenas o Rei poderia lhe conceder.
Naquela sala havia poucas pessoas. Não era dia de oferecer presentes ao rei, assim como não era dia recebê-los. Poucas pessoas, apenas para assuntos especiais.
Ele passou pelos dois guardas na estreita porta, alta e adornada; tapeçarias antigas e retratos dos mais importantes homens estavam naquele lugar. Era como o mostruário da glória de Thais, a vitrine pela qual os governantes se exibiam aos que por ali passavam.
Noah caminhou até uma grande escrivaninha onde estava sentado o secretário e esperou para lhe dirigir a voz. O rosto afilado se levantou e encontrou-se com o de Noah, firme esperando os seus olhos se encontrarem.
- Desejo ver ao Rei.
- Acredito que sim. – O secretário respondeu meio cansado. – Tu sabes que hoje não é dia de oferta alguma?
- Sim.
- E que não é dia para apelações.
- Sei também.
- Como é teu nome, camponês?
- Marcus Noah de Lianor
- Senta-te e espera que eu te chame.
- Obrigado.
O secretário não respondeu. Apenas abaixou sua cabeça e rabiscou mais um nome na lista ao seu lado antes de voltar ao que estava fazendo. Noah seguiu na direção de uma das poltronas ao canto. Os pequenos centros de mogno reluziam à luz que adentrava pelas janelas, e neles havia alguns poucos livros jogados.
Noah não ousaria pegar qualquer livro que estivesse em alguma estante, mas aqueles, tão próximos, tão fáceis. Era literatura verdadeira, algo cujo ele nunca teve a chance de ler. Em um movimento rápido pegou o mais próximo de si. Um dos guardas virou o rosto para ele e lhe fitou por um instante, Noah não escondeu o livro, simplesmente devolveu-lhe o olhar, até que o guarda se virou.
O tempo passou e Noah já havia lido algumas páginas da história do continente, narrada por guerreiros antigos; desde os tempos onde os dragões e feiticeiros cercavam a única cidade naquela terra emergente, Thais; Foi no clima de aventura e descoberta que ele escutou seu nome.
Levantou-se de um salto a tempo de ver o jovem que saia pela porta lateral, era o mesmo que o havia fitado na cidade, e que o fitava agora de mesmo modo. Não havia percebido ele entrar, assim como tinha a certeza de ter chegado antes dele.
Novamente isso se distanciou de sua mente, e Noah dirigiu-se ao grande portal da sala real. O guarda abriu passagem para ele segir em diante no belo tapete. Havia muitas esculturas naquela sala, onde as colunas eram mais belas, as janelas mais desenhadas. No fim de toda grandiosidade havia um homem de pé, seu pescoço flácido caindo pela roupa vermelha enfeitada por demais; mais adiante, sentado no enorme trono que se erguia no local, o grande rei Tibianus.
Noah caminhou até a frente de ambos. Os soldados na sala pareciam parte da decoração, e o rei, com seu ar sereno, olhava o jovem com disfarçada curiosidade enquanto seu rosto afilado caia levemente para o lado, esbaldado no conforto real que o trono lhe oferecia.
- O que desejas, jovem?
Para a surpresa de Noah foi o porta-voz do rei quem lhe falou, uma tolice claro, pois o rei não falaria com ele.
- Eu quero comprar um título, senhor. – Disse meio atrapalhado.
- Que título tu achas que podes comprar? – Noah não ligou para a ironia no tom que a voz assumira, apenas lhe entregou as cinco bolsas.
O porta-voz pegou as bolsas nas mãos e as deu surpreso para o rei. Enquanto o soberano abria cada uma, ele olhava bastante interessado, e não resistiu perguntar:
- Onde um jovem como tu arrumaste tanto dinheiro?
- Creio que isso não lhe diga respeito, senhor. – Disse Noah, satisfeito por ter devolvido a arrogância recebida.
O homem tirou os olhos das bolsas e olhou Noah com certo ódio no rosto, e o Rei se distraiu de sua tarefa para admirar um pouco o rapaz.
- Creio que realmente não seja de tua conta, Basílio. – Agora mesmo os guardas pareceram estar surpresos, Basílio engoliu em seco o que estava prestes a dizer e o rei continuou. – Meu jovem, o dinheiro que me destes não é suficiente para tu comprares um lugar no meio da nobreza. Vale também te dizer que para seres um nobre tu precisas ter muito mais para sustentar tua posição.
Noah pareceu desabar. Nunca havia visto tanto dinheiro em sua vida, e não podia negar que foi como perder parte de sua alma só pensar em se separar dele tão facilmente assim. Mas agora, preferiria que ele tivesse ido embora ao ter escutado isso.
- Sei que é muito dinheiro. Mas não te desesperes. – Continuou o Rei. – Poucos destes que se dizem nobres realmente fazem parte da nossa aristocracia. – Um leve riso passou por sua face e ele continuou mais uma vez. – A verdade é que muitos deles têm... digamos, títulos secundários. Títulos que lhe permitem viajar livremente, ter posses, tentar juntar-se a alguma facção para aprender com ela. Em realidade, é um verdadeiro ingresso para tu tentares entrar na nobreza mais tarde. Se tu quiseres, posso te dar um desses títulos.
Noah reanimou, viu justamente o que ele esperava: Uma oportunidade para crescer. Sem vacilar disse ao Rei que aceitava comprar este título, e o Rei se levantou.
- Tens algum deus, meu jovem?
- Sou discípulo de Crunor, meu senhor, e o escolhi para abençoar meu casamento.
- Então já és casado? – O rei pareceu um pouco feliz. – Fizeste uma boa escolha; eu sempre escolho Crunor para abençoar os que passam por aqui.
O rei o olhou por um instante e levantou seu cetro em sua direção.
- Eu te abençôo em nome de Crunor, e te dou a graça de fazer parte do meu reino. Que os deuses te enxerguem agora como o filho de Banor que tu és; abençoem-te em tua jornada, e que Crunor te acompanhe.
Quando o Rei terminou suas palavras uma chama azul subiu do chão riscando um símbolo em volta de Noah, a imagem sumiu em alguns instantes sem deixar marca. O Rei o olhou intrigado, e perguntou:
- Tens certeza que tu escolhestes Crunor como teu deus?
- Tenho, meu senhor.
Pensando um pouco, ele continuou altivamente:
- Tenho uma proposta para ti, meu jovem. Tu não serás um simples andarilho com meu alvará para trilhares por onde quiseres e ter o que puderes comprar. Nomear-te-ei cavaleiro do meu reino, e tu terás prestígio e renome mesmo sem desejar. E o que terás de pagar por isso? Nada. Toma teu dinheiro para ti – Falou, jogando as bolsas nas mãos de Noah – e vive tua vida melhor do que estavas esperando. – Antes que Noah pudesse falar ele disse severamente: - Mas como cavaleiro do meu reino estarás aqui quando eu precisar de ti, e tu nunca desonrarás o meu nome ou o da grande Thais. Serás meu escudo e minha espada, assim como todo o cavaleiro, e lutarás por mim quando eu disser que deve ser assim.
Noah olhou para o porta-voz do reino sem saber o que dizer, mas não obteve muitas respostas, pois o mesmo olhava para o Rei procurando o mesmo que ele. O Rei por sua vez o olhava satisfeito, esperando a resposta que iria receber.
- Meu senhor, eu não sou um guerreiro. – Foi a única coisa que Noah pôde falar.
- Já lutasses antes? – Perguntou o Rei pela primeira vez intrigado.
- Sim, senhor, há muito tempo atrás. Mas não sou um guerreiro senhor.
O Rei o olhou com o sorriso de volta no rosto. Sabia o que falar para convencê-lo, pois era isso que ele queria: Que ele aceitasse sua oferta a qualquer custo.
- Tu queres uma vida melhor para tua mulher não queres? Então aceitas a minha oferta. Sou o teu Rei, e te faço um pedido, com tu podes negar?
Noah olhou-o assustado e por fim aceitou. O Rei caminhou em sua direção e ergueu sua espada, ordenando que ele se ajoelhasse e consagrando-lhe cavaleiro. Novamente o brilho se espalhou pelo local, e Noah se ergueu.
- Agora vás; tu és um cavaleiro de Thais, e só de Thais. Mas lembra-te: Quando eu te chamar tu deves vir, não importa onde estejas.
- Sim senhor. – Dizendo isso, ele se virou e foi em caminho à porta, mas não antes de olhara para trás e perguntar: - Meu senhor, acaso os Deuses não abençoam da mesma forma todos os que passam por aqui?
- Abençoam sim. – Falou meio intrigado.
- E não se manifestam da mesma forma que fizeram agora.
- Manifestam-se. Abençoando os seus escolhidos como fizeram contigo. – O Rei o olhou mais uma vez e disse satisfeito: - Garoto, lembra-te: Honra o teu nome, pois és parte de Thais agora.
Noah olhou para o chão e acabou percebendo que estava mais confuso do que antes. Então se dirigiu à porta e saiu distraído. Na sala, depois de um breve silêncio, o porta-voz falou, ao que os soldados também prestaram bastante atenção:
- Senhor, me perdoes, mas eu pretendia fazer as mesmas perguntas que este rapaz.
- As mesmas perguntas erradas, Basílio. – Respondeu ele sério, meio cansado. – As mesmas perguntas erradas. – Depois o olhou impaciente e respondeu: - A questão não é se ele foi abençoado por um deus, Basílio. Mas por “qual” deus. Me surpreende olhar para ti e saber que estás comigo todos estes anos e a única coisa que sabes fazer bem é falar.
Basílio pareceu indignado, mais ainda por ter continuado sem entender o que acontecera, afinal, ele não via diferença alguma em chamas e símbolos. Impaciente, e querendo esquecer o que aconteceu a única coisa que ele pôde dizer foi:
- Mande o próximo entrar!
_______________________
Obrigado pela paciência,
Espero suas opniões,
Euronymous.
:rolleyes: :rolleyes: :rolleyes:
Aff... tenho que por o banner!