Do alto da árvore farol de Ab'dendriel uma coruja, iluminada pelas mesmas fogueiras que alertavam a proximidade do litoral, vigia atenta qualquer misero movimento sobre o solo.
Emprestando seus olhos pode-se ver dois elfos vagando pelas ruas desertas da cidade. O primeiro trajava um majestoso sobretudo azul de mangas compridas característico dos arcanos, exceto pela cor. Não era um Cenath, pois eles repudiam armas rudimentares e este carregava em suas costas um trio de espadas embainhadas, sendo uma maior que as demais. Movia-se rapidamente, até parecia se teletransportar. O segundo era o elfo da biblioteca que deixara os livros no momento que notara o estranho andarilho. Seguiu-o por alguns metros até alcançá-lo.
Iniciaram um diálogo, no qual o andarilho apenas ouvia e o outro falava. Não falou muito, era direto em suas palavras. As sombras estavam inquietas, ansiosas pela resposta. Os olhos até então serenos tornaram-se sérios. Desembainhou a espada maior, e, nesse gesto ameaçador que das sombras inúmeros espectros o atacam. Por mais bravo que fosse não adiantava lutar, eram muitos contra apenas um, sucumbiu. Foi levado às sombras e desapareceu junto com seu perseguidor.
A coruja fecha os olhos, assimila o que viu, questiona-se sobre tudo e com razão entende a realidade. Abre os olhos e voa, sai em busca de mais conhecimento.