- Que isso?- perguntou Glóin
- Acho que é um tambor... – disse Araell
Thorson olhou em volta e viu uma grande entrada de caverna. Estalactites balançavam e, algumas, até caiam.Uma luz forte, provavelmente produzida por várias tochas, vinha da gruta. Ela tremeluzia e, vez ou outra, uma grande sobra aparecia.
- Bom. – disse Araell – Acho que já sabemos que não é por aqui.
- Não! – exclamou Glóin – Meu irmãos podem estar aqui!
- Ele tem razão. – disse Thorson
- Fazer o que então. – disse Araell desenbaiando Houter – Hora de estrear essa espada, não?
- Bonita essa espada Araell – disse Fardons
- Mas com voc... – começou Araell não entendendo
- Eu sinto energias a minha volta. Essa espada produz muita. Cuide dela...
- Ahn... Pode deixar...!
Começaram a andar cautelosamente em direção a enorme gruta. As estalactites tilintavam.
- Ai... – resmungou Ulrich – Odeio estalactites! Parecem que vão cair encima de nós e nos perfurar!
- Já vi isso acontecer em outras minas abandonadas... – disse Glóin
O barulho do tambor continuava. Se prestassem atenção poderiam até ouvir uma pequena melodia que se repetia no ribombar dos tambores... Uma vez bem forte.
Bum!
Cinco vezes rápidas, mas mais leves.
PA, PA, PA, PA, PA...
E então um grande impacto.
BUM!
Repetidas vezes era repetida essa seqüência.
- Nossa marcha fúnebre? – perguntou Glóin tentando animar o grupo que estava tenso
- Nem que o Araell tivesse feito essa piada, nós teríamos ficados menos calmos... – disse Thorson
- Iam sim! – disse Araell – Vocês me amam...
Agora todos deram um leve sorriso. Glóin ficou calado.
Na parede da gruta, podiam ver presas várias tochas crepitando e pulando parecendo acompanhar o ritmo dos tambores... então um urro.
A grande sombra na parede estava com as mão para o alto, enquanto sua boca aberta mostrava dentes gigantescos. Pela sombra, podiam ver que saía da boca da criatura dentes parecidos com de um elefante.
- O que é isso?!? – perguntou Araell desesperado
Fardons ergueu as sobrancelhas e gritou:
- CORRAM AGORA!!!
- Por que? – perguntou Thorson começando a ficar agitado. A sombra estava agitada – O que é aquilo? Você sabe?
- Reconheceria esse urro em qualquer lugar! – respondeu. Sombras menores de goblin começaram a aparecer – É um... Troll das Cavernas...!
Goblins apareceram vindo do teto. Um deles bateu com o punho da espada na nuca de Fardons fazendo com que ele ficasse desacordado.
Thorson foi mordido por um dos goblins antes de puxar seu machado. Este que mordeu agarrou seu pulso esquerdo enquanto outro agarrou o direito e começaram a puxá-lo para a gruta.
Araell que já tinha a Houter em suas mãos, começou a decapitar alguns goblins. Alguns pareciam saber como realmente se lutava e defendiam com suas espadas de diamante. Araell por ser maior e mais forte saía na vantagem, mas os goblins... bom... os goblins eram numerosos, e não demorou para um deles pular do teto e puxar a Houter das mãos do guerreiro.
- Ah não!!! – berrou correndo atrás do goblin – Já perdi essa espada uma vez, e não vou perder de novo!
Pegou uma faca de seu bolso e atirou-a no goblin. Como não era atirador de facas, acertou o goblins, mas não foi com a lâmina da faca e sim com o cabo dela. Por não ter ossos, o goblin nem sentiu.
Ulrich esmagava a cabeça de alguns goblins, mas foi desarmado como Thorson.
Glóin estava ajudando Araell, e atirou seu martelo-chicote na perna do goblin. A corrente se enrolou na perna dele, e então o dwarf puxou-o. Araell pegou a espada do chão quando ouviu os gritos:
- Socorro! Socorro!
Essas vozes de ajuda eram ouvidas vindo da gruta.
- Meus irmãos! – gritou Glóin
Quando Araell já tinha decapitado aquele goblins, o dwarf pegou seu martelo e correu para a gruta, parando na entrada ao ver o grande animal que estava na entrada. Ele berrou de terror, e correu para o interior da caverna gritando: “Meus irmãos! Oh Delawit! Oh Pults! Filhos de Uther!”... E então foi agarrado por uma gigantesca mão marrom cheia de sangue.
Araell se escondeu atrás de uma estalagmite grossa, e viu Fardons e Ulrich serem arrastados inconscientes para dentro da gruta.
***
Thorson acordou acorrentado ao chão. O barulho dos tambores ainda seguia o ritmo. Olhou para os lados e percebeu que estava perto de seu irmão e Fardons. Olhou para o teto. Uma grande gaiola de metal pendia sobre ele e dela vinha vozes:
- Oh meus irmãos! – dizia a voz que parecia ser de Glóin – O que aconteceu com vocês?
- Os goblins nos pegaram e nos desacordaram... – disse uma voz – Acordamos aqui e demos de cara com esse Troll das Cavernas.
- Ele estava desacorrentado e estava comendo um goblin bem gordo! – disse outra voz – Ele olhou para nós acorrentados no chão e colocou na gaiola. Uns goblins pareciam estar... rindo...
- Nossa Pults! – disse Glóin – Mas faz quanto tempo isso?
- Não sei. – disse quem devia ser Pults – Acordamos agora com esses tambores e o urro daquele... – a voz tremeu - ... Troll!
Novamente o urro foi ouvido e visto. Uma criatura gigante se erguia até a gaiola e urrava para os dwarfs. Fardons estremeceu ao lado de Thorson. Ulrich tentou se levantar, mas não pôde devido as correntes que o prendia.
A besta agarrou a gaiola com as mãos gigantes e peludas e balançou.
- SOCORRO! – gritavam três vozes na gaiola
Olhou para o lado e viu a corrente que prendia Fardons ficar vermelho incandescente. Ele gritava de dor por causa do metal aquecido fritar sua pele. Viu o metal começar a causar deformidades no ar, fazendo as coisas ficarem turvas. O metal começou a amolecer e descer sobre o braço de Fardons. Era torturante ouvir aquela agonia.
O troll urrou novamente chacoalhando mais e mais a gaiola.
Junto com os urros do troll veio o urro de Fardons conseguindo se soltar das correntes. Seu braço estava queimado e ferro mole ainda pingava de seu braço. Ele abriu as duas mãos e soltou um jato de chamas na barriga peluda do troll. Os pelos começaram a queimar e o cheiro começou a impregnar a gruta.
O troll veio de cabeça para acertar Fardons. Este pulou para o lado enquanto os chifres do troll entravam na terra. Ele urrou.
Thorson estava com o coração acelerado. Tinha um Troll das Cavernas urrando ao seu lado, e ele, preso pelos braços por correntes. Ele olhou para frente a primeira vez.
Viu Fardons se levantando do chão e correndo para queimar o troll. Ao longe, havia goblins batucando em tambores presos na parede. Eles usavam osso gigantescos para batucar, e alguns batiam com as próprias cabeças no tambor. Tochas iluminavam.
E então de repente, alguém pulou em sua frente. Olhou para cima e viu a cabeleira castanha de Araell. Era uma das poucas vezes que Thorson viu o rosto de Araell sério.
- Não mova os braços – disse o guerreiro levantando a sua espada de cristal, Houter, acima de sua cabeça, e descer exatamente na corrente que prendia Thorson.
- Araell! – ofegou Thorson – Temos que sair daqui! Tem um troll!
- Dá para se notar, né! – reclamou Araell – Ele fica rugindo e é do tamanho da gruta! Até o Fardons notou!
- Calma!
- Tá! Desculpe! Eu vou tentar matar esse bicho!
Dito isto, saiu correndo em direção a troll que tinha começado a quebrar os próprios chifres para retirá-los da terra. Lascas gigantescas voaram em todas as direções. O impulso que ele tinha tomado para sair dali, fez com que fosse jogado para cima e batesse com a cabeça na gaiola dos dwarfs.
Araell ficou a espada em sua perna. O troll grunhiu e agarrou Araell com a mão peluda.
Até agora está beleza! – pensou enquanto era levado até os olhos do troll. Este rugiu e Araell tossiu por causa do bafo do animal.
Fardons lá de baixo ajudava Ulrich a se libertar. Thorson correu até os goblins que batucavam e cortou a cabeça de todos. Finalmente os tambores pararam.
O troll começou a se descontrolar. Pulou, rugiu, sacudiu e por fim...
- NÃO! – gritou Thorson – ARAELL!
Araell foi jogado para o alto e caiu dentro da boca do troll, que engoliu sem mastigar.