Não, eu não morri ¬¬
Desculpe a demora, mas estou postando não estou? Nesse capítulo outra mudança brusca de cenário (doh). Mas depois disso a história começa de verdade
E antes que o Dard me xingue, eu gostei desse capítulo e espero que vocês gostem dele também

Mas ficou pequeno, não que isso seja relevante.
Ps: Wicht, tá de mal comigo? ._.
Capítulo IV
No Olho da Cobra
E o jovem minotauro desceu das escadas de madeira e olhou com nojo para as marcas de sapatos de couro deixadas na lama presente ao longo do percurso. Apesar de haver grama em boa parte do caminho, ele não se animava.
Leu a carta uma última vez antes de guardá-la juntamente com suas malas. Venâncio jamais desconfiaria de nada.
***
Dizem que quanto mais velho se fica, mais se esquece das coisas. Mas H.L. era a prova viva que toda lei exige uma exceção. Apesar de seus cinqüenta e sete anos, H.L. recordava-se perfeitamente de tudo, fazendo com que sua loja de penhores fosse muito organizada.
Em sua loja, H.L. vendia e comprava desde os mais podres equipamentos até as mais poderosas e lendárias espadas já usadas por um guerreiro. E tudo por preços extremamente baixos. Mas apesar disso, o comércio não ia bem. Uma das razões para isso era provavelmente o fato de que a loja se localizava em pleno Campo dos Fora-da-lei.
Mas H.L. não tinha outra opção melhor de lugar para criar raízes. Afinal ele estava sendo procurado por todo governo thaiense por sonegação de impostos e homicídio doloso. Mas ninguém nunca pôde provar a participação dele naquela morte. Mas deste então, H.L. passou a morar ali, em meio a outros foragidos.
Naquele momento, H.L. estava “muito entretido” limpando o balcão de sua loja com um velho pano esfarrapado. Era isso que ele fazia por incontáveis horas por dia. Mas foi aí que ouviu a porta de sua loja ranger. Ergueu os olhos para o portal e viu um jovem de trinta anos no máximo, forte e alto entrar. Ele tinha cabelos negros muito curtos e trajava uma armadura toda prateada coberta por uma capa negra.
- Ora ora ora – Disse H.L. lentamente, quase sorrindo – Sir Etep. Que veio fazer por aqui?
- A mesma coisa que qualquer cavaleiro – Respondeu Etep sorrindo e exibindo uma pesada sacola – Tive uma boa caçada.
- Nota-se. Passa pra cá. Nossa muito pesada. Vai ganhar um bom troco por isso.
- É o que espero – Etep deu uma boa olhada em H.L. – Nossa você parece mais velho a cada vez que venho aqui.
H.L. virou-se e viu seu corpo fantasmagórico refletido em um espelho na parede. Seu rosto estava marcado por algumas rugas e seus olhos pareciam nem ter mais vida. Passou seus dedos pelo cabelo castanho ligeiramente grisalho e muito rebelde. Encarou suas vestes e quase riu. Usava um suéter bordô esfarrapado com calças azuis de lã e botas de couro.
- É a idade – Ele falou rindo – Se quer um conselho para o futuro aí vai: Nunca fique velho!
***
Em um ponto ligeiramente distante do Campo dos Fora-da-lei, Thul caminhava impaciente de um lado para o outro. Arrumou o capuz azul na cabeça e inspirou profundamente. Deixou-se cair em uma cadeira de ossos e pôs-se a pensar.
- Isso não pode estar acontecendo – Ele praguejou em voz alta. Há pouquíssimos minutos atrás, Dionísio viera lhe contar sobre as falhas no plano da baía. Obviamente Thul ficou uma fera, mas podia ter poupado a vida de Dionísio.
Ele tentou se concentrar na parte principal de seu plano. Era demasiado complexa, mas sem dúvida possibilitaria que o Culto se reerguesse de uma vez por todas. Mas tudo dependia do desempenho de seu agente secreto. E era justamente isso que preocupava Thul.
***
O Olho da Cobra é um barzinho escondido localizado no subsolo do Campo dos fora-da-lei. Por ali se reuniam desde os mais procurados gângsteres do mundo até simples cavaleiros de passagem pelo vilarejo. Era um lugar bom para gostava de diversão ao extremo, como os drinques mais fortes e até strippers profissionais.
Mas Sir Etep e H.L. não estavam ali para um pouco de diversão sexual. Queriam apenas conversar em algum lugar mais “reservado”. Eles estavam sentados em cadeiras de pedra lascada. Etep tomou um grande gole de vinho e passou a admirar a sala.
Ela era quadrada e não muito grande, mas também não muito pequena. Tinha um balcão de madeira encardida situado em um canto da sala. Atrás do balcão havia diversas estantes repletas de todas as bebidas já descobertas pelo ser humano. E em frente ao balcão havia mesas de ossos e bambu com cadeiras de pedra sobre o chão de terra batido. Havia ainda uma escada bambu podre encostada ao lado do balcão. A sala não tinha paredes, apenas terra.
- Mais um gole desse tamanho e vai estar oficialmente bêbado – Disse H.L. enquanto tomava humildes goles de seu daiquiri de lima.
- Dane-se – Disse Etep delirando – Não vai extorquir meu dinheiro.
- Nunca mais te trago aqui – Disse H.L. ficando sério.
- Eu sei o caminho. E sou maior de idade... Hicks!
- Se controle...
Etep riu. E H.L. riu junto. Eles ficaram rindo e bebendo como loucos por algum tempo. Mas toda a nostalgia da dupla acabou tão repentinamente como se iniciou. É que um elemento estranho e encapuzado entrava triunfantemente na sala.
Após descer a escada de bambu, o indivíduo virou-se a baixou seu capuz e retirou a capa negra. Usava uma camisa azul-marinho feita de seda, calças negras bufantes e botas cor-de-vinho até as canelas. Tinha cabelos negros curtos e olhos acinzentados.
Ele caminhou lentamente na direção do balcão e encarou Etep de canto de olho. A sombra de um sorriso apareceu em sua face. Ele apoiou-se no balcão e chamou o barman.
- Bloody Mary. Bem forte. Por favor.
Etep parecia ter se recuperado completamente da embriagues, pois já estava de boca aberta. H.L. olhou feio pra ele, faz nada podia dizer. Também estava de queixo caído. Afinal ninguém nunca pedia um Bloody Mary no Olho da Cobra.
O barman entregou o drinque ao forasteiro assustado e recebeu sua gorjeta com certo receio. O homem caminhou até a mesa onde estavam Etep e H.L. e puxou uma cadeira.
- Posso sentar-me aqui? Muitíssimo obrigado – Disse ele antes que alguém pudesse intervir. Etep e H.L. apenas o encaravam – Ah que grosseria a minha. Chamo-me Zacarias Nightmare. Mas pode me chamar de Zak. E quem são vocês?
Etep mal podia imaginar que o nome “Zak” iria fazê-lo embarcar em uma aventura sem precedentes.
Me apontem erros and i corrige (ótimo inglês o meu né?)