É chegada a hora de decidir o vencedor de cada chave do Torneio de Roleplay Tibiabr!
Lembrando que os textos são postados de forma anônima. Para votar, basta identificar qual a disputa e qual o texto escolhido. Todos usuários podem votar, mas apenas aqueles com uma justificativa plausível serão levados em conta. Votos de usuários fantasmas também serão desconsiderados. E lembrando que a votação popular será apenas um dos pesos da nota dos textos, e o vencedor final será decidido por membros da Equipe TibiaBR. Por último (e talvez o mais importante):
Começando pela chave 2...
Chave 2
Jvzs x Luinil x Mano Mendigo
Tema: Kraknaknork
Spoiler: Texto 1A ascensão do mago
I
“Thadius averiguava novamente a torre. Era sua inspeção final, ele precisava encontrar o que o incomodava entre dias, estava determinado a não sair de lá até achar a causa de sua inquietude. Algo aconteceu lá, ele vinha sentindo uma anomalia naquele lugar. Não visível, mas ele sentia uma sensação esquisita cada vez mais forte conforme o tempo.
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Mesmo sofrendo forte preconceito por um ofício um tanto quanto peculiar, Thadius Tenarius nunca deixou de catalogar todos os cantos de Rookgaard, procurando segredos nunca antes encontrados e mistérios a resolver, sua mente brilhante e única armazenava informações onde um humano normal não teria condições. E ele queria usar seu dom para o bem da ilha, e decidiu dedicar todos os dias de sua vida averiguando as cavernas e construções, procurando alguma ameaça. E em uma de suas inspeções rotineiras, uma forte e inexplicável sensação o surpreendeu: e vinha desta torre, e torre dos orgros, oeste da ilha.
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Cada passo adentro o agonizava mais e mais. Ele tentava enganar sua mente assustada contando piadas sobre o “grande Tom”, o açougueiro de ratos, um amigo de longa data que sempre o fazia rir com seu jeito enfadonho de ser. Tudo sem sucesso. Já no segundo andar, naquela pequena sala, ele sentia que não estava sozinho com os ogros, alguém o estava observando. A ideia parecia tola, mas o aterrorizava a ponto de suar até a ponta dos dedos, fazendo seu maço escorregar da mão por diversas vezes. No terceiro andar, ele se sentiu menos incomodado ao abater o lesado ogro que guardava a saleta, recolhendo o ouro que o monstro deixara. Mesmo com um estranho arrepio, Thadius chegara à conclusão que sua mente o pregara uma peça, talvez querendo a aventura que faltava em sua vida.
Ele não podia estar mais enganado.
Arrumou sua clava para subir até o último andar daquela estreita torre, já calculando a estratégia de como matar o ogro com lanças que ali nascia, mas assim que se deu por estar no topo, um estranho ocorrido mudou totalmente o rumo da inspeção: Um forte sopro desabou Thadius, que outrora se encontrava de pé. Risadas sobrenaturais ecoavam em sua mente, mesmo que fracas. Por algum motivo ele não tinha forças para se levantar, suas pernas eram chumbo no momento. Mais risadas. Cada vez mais entonadas e vivas, atordoavam o homem ajoelhado ao chão, que por esta vez se concentrava em levantar, sem sucesso. Naquele momento as gargalhadas malignas tomaram conta totalmente de seu pensamento, e sabendo que seu tempo estava expirando, em um ato de coragem Thadius se esgueirou para ver sua frente, esperando observar um fenômeno. E uma matéria azul deu origem a uma criatura que quase fez o coração do pesquisador parar: Um grande demônio cor de sangue eclodiu na sala. Por milésimos de segundos, o demônio encarou com seus grandes olhos amarelos o homem, que jurou ver um pervertido sorriso por parte da aberração.
II
Mais uma bonita tarde acabava na ilha de Rookgaard. Alguns jovens voltavam eufóricos para a cidade, conversando sobre missões e especulações de como seria as aventuras no continente. Os guardas trocavam seus turnos, os mercadores acendiam as tochas para contra o breu da noite, tudo em sua normalidade. E assim como as coisas corriam bem no centro, no lado selvagem nada havia mudado. Cavernas infestadas, trasgos e mais tragos mortos, assim como lobos e todo o tipo de ser maléfico que ali habitavam. E como de praxe, a principal torre de ogros, ao extremo oeste da ilha, anoitecia com inúmeras perdas. Vidas selvagens eram sacrificadas e transformadas em ouro diariamente naqueles quatro pequenos andares, feitos pelos próprios ogros como forma de abrigo, fugindo da gélida noite. Mas escondido dali, em um beco atrás do abrigo, um milagre da natureza se fazia sozinho, observando seus irmãos sucumbirem mais uma vez. Este tinha consciência de que era mais dotado de sabedoria que os demais, e que podia perceber e sentir as diárias perdas. Desde sua chegada à ilha, onde o próprio desconhecia o motivo ou o meio, ficou recluso por dias e noite, observando os gritos e o sangue jorrando, pensando em alguma forma de contornar aquilo. Seus sóbrios e concentrados pensamentos trouxeram frutos: um tipo anormal de telepatia com demônios com quem conversava sempre que possível. Eles diziam para o ogro usar sua magia e sua sabedoria para dizimar a “raça impura”, e que tinham um plano. O tempo passou desde então, e naquela noite tão normal, o ogro xamã ria: seu plano havia se concretizado, ele podia finalmente sair de sua bolha. Mas antes de dar passo sequer, os demônios diziam que ele teria de ter plena consciência de todos seus poderes. O xamã alegava que tinha, tinha consciência que seu poder era “ancestral” e que ele podia abrir fendas para invocar estes na hora exata. Como por toda sua existência em Rookgaard o ogro nunca falara sequer palavra, seu nome era desconhecido, mas isso pouco importava. Ele tinha mais uma solitária noite para descansar, talvez e última. Seu traje era como todos os seus irmãos, uma velha túnica, mas breve aquilo iria mudar.
III
Os sóis fervilhavam o chão, era uma tarde de calor raro naquela ilha. Como todo dia, jovens aspirantes iriam desbravar o lado selvagem por sua própria conta e risco, se espalhando entre as cavernas e planícies existentes. Um grupo de amigos andava à oeste, como fazia todo os dias, para caçar ogros. O ouro e a grande experiência de batalha que os monstros ofereciam era um grande atrativo, sem contar que o fato do lugar ser isolado não atraía muitas pessoas. Eles eram três, o mais velho se chamava Grupin, ele que ordenava o movimento do grupo:
– Eu chamo o primeiro para o canto, como sempre. Vocês atacam com estas lanças que compramos, mantenham uma distância segura.
Os jovens mais inexperientes concordaram, pareciam confusos ao olhar a lança.
Grupin matou uma selvagem vespa que apareceu, e este foi o único obstáculo até chegar ao destino. Dito e feito, um ogro guardava a entrada da torre, até parecia estar esperando por eles, pois estava olhando a batalha cravada entre a vespa e o guerreiro.
– Em suas posições! – Bradou Grupin, correndo até o alvo, sua katana em mãos.
O ogro cerrou os punhos, e foi em direção ao jovem. O primeiro golpe veio por parte do monstro, que acertou um soco certeiro na orelha direita do humano. Este, que por sua vez, contra atacou com sua katana, infelizmente espetando apenas vento. Outro soco, desta vez no nariz. Grupin bradou de raiva, e gritou para seus amigos:
– Estão esperando o que, a espada da fúria? Ataquem este maldito! – Nem acabou a fala e um golpe na barriga cortou o ar de Grupin.
Levantando sua espada, um sucedido golpe no braço fez o ogro recuar, urrando de dor. De uma hora para outra, este mudou totalmente sua postura de batalha: agora parecia confuso e com medo da morte. Um sorriso se abriu na pessoa que estava acostumada com isso. O monstro correu para longe dali, em direção a alguns pedregulhos à esquerda da torre. Grupin não hesitou em segui-lo, fazendo movimentos com a mão para que os outros também o seguissem. O ogro era surpreendentemente rápido, e os levava cada vez mais afundo nas pedras, o caminho ficava cada vez mais estreito. Árvores tombadas e galhos dispersos entre as grandes pedras trilhavam o caminho, que acabou por chegar em um grande campo aberto. Grupin nunca vira este campo, mas estava obcecado em aniquilar aquele maldito monstro. Seguindo sua corrida, o ogro chegou até o meio do campo, quando parou, seu sorriso mostrava uma clara perversão. Os corações dos jovens quase pularam, e o instinto seria fugir, mas uma grande luz atraiu novamente a atenção de todos: uma luz azul. Esta que foi se materializando até conjurar um terrível demônio, de cor vermelha. Seus rápidos passos chegaram rapidamente à todos os humanos que estavam na entrada do campo, estavam parados em estado de choque. Outro feixe de luz azul: mas agora era o “inofensivo” ogro que se teletransportara para perto dos três aventureiros. Erguendo sua mão direita, o xamã fez estes viraram matéria e se dissolveram, suas almas foram parar provavelmente na outra dimensão.
Almas humanas capturadas, o plano havia dado certo... Ou quase certo: Grupin soltou um nascifúrio grito antes de sumir, que cortou todo o caminho de pedras, e uma pessoa que passava por ali observando plantas e lugares conseguiu ouvir em alto e bom tom.
IV (I)
– Só pode ser minha cabeça, afinal todos me chamam de louco, mesmo! – Thadius voltava de sua expedição – Talvez eu seja mesmo.
Tal motivo de seu questionamento se deu a um fato estranho que ocorrera naquela tarde: Enquanto ele andava a procura de vespas para averiguar seu veneno, um grito foi ouvido, mas de muito longe. Curioso, ele adentrou mais um pouco à floresta, e sentiu um forte arrepio no seu corpo, como se o mal estivesse presente. Tudo bobagem. Afinal, para procurar coisas onde não existe ele é especialista, por isso analisou que não havia nada ali. Pelo menos este foi seu pensamento.
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Dois dias após o ocorrido, aquilo ainda não saía de sua mente. Se fosse sua rotina de exploração diária que estivesse em curso, com certeza aquilo já estaria em esquecimento, mas o assunto na ilha era um só: o desaparecimento de jovens ao adentrar no lado selvagem. Thadius gastava suas noites associando o acontecido com os sumiços, e de dia perguntava as pessoas quando aquilo havia começado, e a resposta era, basicamente, no mesmo dia do grito. Resolveu então gastar seu dinheiro em um maço metálico, calçar suas principais armaduras e ir até a torre de ogros, lugar que ele mais suspeitava.
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Demorou um pouco, mas finalmente Thadius se encontrava na entrada da torre. Um ogro saiu correndo querendo a cabeça dele, mas foi habilidosamente abatido. A sensação de ser observado era a mesma de antes, mas decidiu subir. Sua determinação em querer achar algum mistério o fez matar todos os ogros com extrema facilidade, até chegar ao último andar. Nada de anormalidades, a não ser a sensação. Desapontado, Thadius voltou para a cidade. Quando saiu da torre e virou as costas para seguir em frente, uma matéria azul invocou o xamã, que observava o humano se distanciando. Demônios sussurravam na mente do ogro “perigo, perigo”.
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Ninguém conseguia dormir. As cavernas estavam vazias (a não ser pelos habitantes), as lojas fechadas. Sumiços e sumiços aconteciam e ninguém sabia o porquê. Thadius acordou naquela tarde sombria determinado a voltar ao lugar, a matar da charada. Novamente arrumou suas coisas, e foi até o extremo oeste da ilha. Depois de minutos de inquietude e ansiedade, Thadius chegara ao destino. Ele iria averiguar novamente a torre. Era sua inspeção final, ele precisava encontrar o que o incomodava entre dias, estava determinado a não sair de lá até achar a causa de sua inquietude.
E finalmente ele descobrira a tormenta. Ao chegar ao quarto andar depois de muita angústia, um forte sopro desabou Thadius, que outrora se encontrava de pé. Risadas sobrenaturais ecoavam em sua mente, mesmo que fracas. Por algum motivo ele não tinha forças para se levantar, suas pernas eram chumbo no momento. Mais risadas. Cada vez mais entonadas e vivas, atordoavam o homem ajoelhado ao chão, que por esta vez se concentrava em levantar, sem sucesso. Naquele momento as gargalhadas malignas tomaram conta totalmente de seu pensamento, e sabendo que seu tempo estava expirando, em um ato de coragem Thadius se esgueirou para ver sua frente, esperando observar um fenômeno. E uma matéria azul deu origem a uma criatura que quase fez o coração do pesquisador parar: Um grande demônio cor de sangue eclodiu na sala. Por milésimos de segundos, o demônio encarou com seus grandes olhos amarelos o homem, que jurou ver um pervertido sorriso por parte da aberração. E então este demônio se transformou em um ogro xamã, trajando vestes vermelhas e usando um cajado, este olhava para o aterrorizado homem. Queria dizer algo, mas não sabia falar. Só sabia pronunciar seu novo nome. O nome do demônio que o trouxera a vida, a aberração:
– Kraknarknok.
Usando sua magia novamente, Kraknarknok prendeu Thadius numa bolha, e o teletransportou para um lugar pouco conhecido na ilha. O homem, que conseguia ver, ficou paralisado. Dezenas de jovens trabalhavam na construção de uma verdadeira fortaleza, os ogros comandavam todos os humanos. Um feitiço muito forte fora lançado, e os guerreiros estavam tão “empenhados” em terminar a obra que realmente já estava tudo pronto. O xamã estava na entrada da fortaleza junto com Thadius, ambos observando todo o trabalho. Depois de um tempo, Kraknarknok se sentiu satisfeito ao derrotar sua única ameaça, e o mandou para outra dimensão.
V
A fortaleza já estava construída, o xamã já revelado. Todos os jovens apareceram na porta da cidade, desacordados e quando acordados, não conseguiam se lembrar de nada. Kraknarknok usou muita força vital para conjuração de poderosos feitiços para atordoamentos, e mais fraco, se exilou dentro de sua construção envolto de uma ardilosa guarda. Reforços de outros lugares foram chamados para combater a guerra iminente, que só será acabada quando o chefe cair. Mas como derrotar algo que pode conjurar criaturas de outras dimensões? A cada dia Rookgaard perde tempo, pois as tropas de ogros se afiam cada vez mais. Vascalir, um veterano em relação à ogros foi chamado para recrutar aquele que poderá defender a ilha, aquele que poderá invadir a fortaleza e derrotar o mago. Aquele que salvará Rookgaard.
Spoiler: Texto 2Um golpe do destino
O povo de Rookgaard se acostumou a viver em um ambiente confortável e sem muitos conflitos. Fortemente guarnecida e distante dos perigos do continente tibiano, a cidade não oferece grandes perigos aos aventureiros - ou a alguns deles.
Como de costume, na última sexta-feira do mês, Cipfried, o sacerdote do templo, recebia os aventureiros que haviam tido suas primeiras experiências em Rookgaard. Eram jovens vindos de várias regiões do mundo. Foi em um desses encontros que o monge conheceu uma garota encantadora: Rose. Rose não era mais uma na multidão; ela apareceu em Rookgaard em uma manhã ensolarada, no início do mês. Seu semblante era austero e belo, digno de uma princesa entre os homens. Em suas primeiras tarefas, mostrou afinco e entrega. Todos estavam apaixonados por sua personalidade. Mal sabiam que o destino de muitos estava no espírito daquela jovem.
- Vejamos... senhorita Rose! - chamou Cipfried, sorrindo forçadamente.
- Estou aqui - apresentou-se Rose.
- O que trouxe a senhorita às terras tibianas? – indagou Cipfried.
- Eu não consigo explicar como isso surgiu no âmago de minha alma... Sempre fui ávida por novas experiências, pelo conhecimento e, sobretudo, por aventuras - concluiu Rose, animada. - As histórias do mundo tibiano sempre ecoaram em todas as lendas de minha cidade; nossos antepassados costumavam nos contar sobre as maravilhas que aguardavam aqueles que, com coração puro e espírito destemido, encarassem...
Naquele momento várias coisas aconteceram ao mesmo tempo. Uma explosão ensurdecedora fez com que a terra tremesse e todos se jogassem ao chão. Uma fumaça rubro-negra se elevava na parte norte da cidade. A paz estava com os seus dias contados.
- Mas... O que houve!? – exclamou Cipfried, alarmado. – Vocês estão bem? – perguntou o monge.
Todos os jovens estavam no chão, aterrorizados. No momento em que recuperavam o fôlego para falar com o monge, uma mulher apareceu correndo em direção ao grupo. Ela usava roupas maltrapilhas e corria mancando.
- Cip, eles estão vindo – disse a moça, desesperada. - Consegui fugir da prisão de Kraknaknork. Pouco antes de fugir, ouvi o seu plano: ele pretende conquistar Rookgaard. Precisamos ser rápidos! - disse a jovem, sem fôlego.
- Amber... - disse Cipfried, alarmado. - Eu... como você escapou? - perguntou Cipfried, assustado e impressionado, na mesma medida.
- Não temos tempo para explicações, Cip. A cidade está sitiada. As coisas estão acontecendo muito rápido. Precisamos levar esses jovens para o centro de Rookgaard. A batalha é iminente... provavelmente teremos que dar armas aos jovens aventureiros - disse Amber, olhando para os assustados aventureiros.
- Mas nós nem tivemos a oportunidade de aperfeiçoar nossas habilidades - disse Rose, alterada, tomando frente ao grupo. - Não existem guerreiros na cidade que possam nos proteger?
- Você não entende mocinha... - disse Amber, buscando palavras para se explicar. - Kraknaknork é um orc xamanista de muito poder. Há anos ele vem planejando dominar nossa pacífica cidade. E sobre o amadurecimento de vocês, posso lhes dizer que o aprendizado é fruto das experiências e de nosso instinto de sobrevivência - disse Amber, secamente. – Sou a prova disso.
Rose e os outros jovens ficaram perplexos, mas, ainda assim, seguiram Cipfried e Amber para o centro de Rookgaard. O centro não era muito distante do templo. Quando chegaram ao destino, perceberam, de fato, a totalidade do problema. A cidade estava reunida em massa. Todos estavam armados e murmuravam incentivos aos colegas.
- É aqui que eu me despeço de vocês, jovens - disse Cipfriend, consternado. Ele evitava olhar nos olhos dos desesperados aventureiros. – Nós, monges, somos proibidos de travar batalhas. Desculpem-me.
- MAS ISSO É UM ABSURDO!- gritou Rose. Todos os habitantes da cidade ficaram em silêncio e olharam para garota. Os sons da guerra já podiam ser ouvidos nas proximidades. - Vocês todos estão aqui para agregar conhecimento aos aventureiros que chegam de outras regiões, não para nos mandar para a morte - disse Rose, indignada. - Ninguém do continente tibiano pode vir aqui? Eu ouvi dizer que existem cidades grandiosas no continen...
- Estamos impossibilitados de nos comunicar com o continente - interrompeu um homem austero, que estava em meio aos cidadãos. - Kraknaknork lacrou as imediações de Rookgaard com sua magia. Estamos presos.
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- Senhor Kraknaknork, os novos aventureiros estão a caminho - disse Dallheim, o guarda da parte norte de Rookgaard. – O mensageiro me disse que um deles continua a resistir, uma garota.
- Era o que o previa... – disse Kraknaknork, analisando seu cajado, falando na língua dos homens. – Em meu culto à Zathroth compreendi a totalidade do que iríamos enfrentar. Devemos esperar e continuar com o plano. O destino de muitas coisas se aproxima. E a garota será essencial para o que almejamos.
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- Então nós voltaremos para as nossas cidades – disse Rose, com firmeza. – Não entregaremos nossas vidas ao acaso.
- Você não ouviu o que Tom disse? – indagou Amber, impaciente. – Kraknaknork envolveu toda a cidade em uma cúpula mágica. Ou vocês morrem sozinhos, em fuga, ou se unem a nós, com a possibilidade de sobreviver e viver com honrarias...
- Nós iremos! – disse um garoto em meio aos aventureiros. – Não vejo o porquê de fugirmos, Rose. Essa é oportunidade de provarmos nossa determinação.
- Mas Talles... – disse Rose, suplicando.
Os outros jovens se mostraram a favor de Talles e de Amber. Vendo que era uma causa perdida, Rose consentiu em segui-los.
- Tudo bem – disse Rose, desgostosa. – Só espero que tenhamos armas à nossa altura.
Obi, um dos comerciantes da cidade, trouxe armas de qualidade para os jovens. Alguns deles sabiam empunhar habilmente as espadas, outros nem ao menos aguentavam o peso dos escudos. Rose tinha perícia em batalhas; quando morava no campo, a fazenda de sua família era constantemente atacada por saqueadores. Auxiliada pelo avô, um velho espadachim, aprendeu a dominar espadas e a canalizar sua força através dos golpes.
- Não se preocupe querida – disse Lee'Delle a Rose, enquanto todos se encaminhavam para o norte da cidade. – Para o mal ou para o bem, tudo dará certo.
Na saída norte de Rookgaard um silêncio aterrador assolava o ambiente. Os muros haviam sido derrubados. Todos estavam preparados para o combate, mas não havia combatentes. Dallheim, o guarda, não estava em seu posto.
- Acho que desistiram – disse Talles, sorrindo. – Bom, podemos voltar par...
Uma enorme lança zuniu no silêncio e atingiu, em cheio, as costas do jovem garoto. Talles caiu no chão. A guerra começara. Então, muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo. Enquanto os jovens aventureiros gritavam e bradavam suas espadas e clavas, um grande contingente de orcs corria em direção aos moradores de Rookgaard. Uma chuva de lanças caia sobre o campo de batalha.
Em meio à luta, ouviu-se um pesado sapateio de gigantes; grandes demônios, teleportados por Kraknaknork, investiam contra a cidade, destruindo tudo o que viam em sua frente; prédios, estátuas e os próprios combatentes eram pisoteados pelos gigantescos demônios. Os combatentes ficaram dispersados. Junto aos gritos, rugidos e sangue, uma espada cortava o ar e eliminava cada orc ou aberração que se sobrepunha a sua frente: os cabelos loiros de Rose esvoaçavam em cada golpe certeiro.
- À LUTA! À LUTA! – gritava Rose, desferindo seus golpes.
O pior aconteceu. Kraknaknork chegou. Montado em um enorme dragão vermelho, apontou seu cajado para o grupo de aventureiros. Labaredas de chamas cortaram o entardecer. Os jovens jaziam queimados no chão. Kraknaknork e os orcs riam da cena e zombavam dos mortos.
O fulgor e o ruído da espada de Rose brilhando aos últimos raios de sol não puderam ser ouvidos, mas, acima dos caos, todos olharam quando a jovem desferiu um golpe certeiro na cabeça do grande dragão vermelho, derrubando, assim, seu mestre. Kraknaknork levantou-se sem muitas dificuldades. Todos estavam em silêncio.
- Isso já foi longe demais - disse Kraknaknork, sério. Rose tentava enxergar os moradores de Rookgaard em meio à multidão. Era impossível. Estava só. Sempre esteve.
- Creio que esse seja o fim - disse Rose, tentando manter a calma. - Mas não para mim.
Correndo em direção a Kraknaknork, Rose levantou sua espaça, mas, antes de se aproximar do orc xamã, levou um golpe na cabeça. A escuridão dominou seus pensamentos.
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A lua e as estrelas. Seria essa a visão da plenitude? Rose nunca parou para pensar no que aconteceria após a morte. A vida no campo era atarefada, não permitia descanso e reflexões. Acordando aos poucos, Rose sentiu frio; estava escuro e silencioso, provavelmente já era noite. Não muito longe de onde estava, Rose tinha certeza que uma fogueira crepitava. Porém, antes que questionamentos maiores a assolassem, a resposta veio: Rose fora amarrada em um grande pedaço de madeira. Sendo içada verticalmente, viu algo que a deixou perplexa. Todos os moradores de Rookgaard estavam ao seu redor e, em sua frente, Kraknaknork olhava para o chão.
- Finalmente! - exclamou Kraknaknork, friamente. - Como vocês podem ver meus amigos, a jovem acordou. Agora, completaremos a sina de Rookgaard, e Zathroth será eternamente grato a nossa plena devoção. Tragam a estátua! - ordenou Kraknaknork.
Vários orcs carregavam uma enorme estátua. Era um anjo de braços abertos, empunhado uma espada.
- Contemple o seu futuro e o destino do mundo, Rose - disse Kraknaknork, rindo. Antes que Rose pudesse falar algo, Kraknaknork empunhou uma adaga e desferiu um golpe mortal em Rose, diretamente no coração. Desferido o golpe, Kraknaknork ergueu seu cajado aos céus e clamou por Zathroth. No mesmo momento, Hellgorak, um dos mais poderosos demônios de Zathroth, apareceu. Ele fora teleportado ao local a partir dos poderes de Kraknaknork. Hellgorak se dirigiu a jovem e a segurou pelo pescoço.
- Que alma de Rose se dirija a estátua, e que o designo de Zathroth seja cumprido! - exclamou Kraknaknork, com o cajado erguido.
Com seus encantamentos e o intermédio de Kraknaknork, Hellgorak sugou o que restava da energia vital de Rose e transferiu sua alma para a estátua.
- O destino foi selado - disse Kraknaknork, olhando para os perplexos moradores de Rookgaard. - O Oráculo foi criado. Prendendo o espírito puro da jovem Rose, junto aos encantamentos de Zathroth, faremos com que cada pessoa que passe pelo oráculo receba o Selo Sagrado de Zathroth. No momento certo, teremos o controle total daqueles entregaram seu destino ao Oráculo. Aos poucos, formares um exército de tamanha proporção que, nem todo o poderio de Edron será capaz de nos derrotar.
- E o Rei Tibianus? - perguntou Lily. - Como explicaremos isso para ele? Antes os jovens sempre se dirigiam às respectivas cidades de seus interesses e desenvolviam suas habilidades lá. Não seria prudente avisarmos o Rei antes de tomarmos qualquer decisão?
- O Rei já está a par dos acontecimentos. - disse Kraknaknork, sorrindo maliciosamente. - Cipfried disse que Fardos o aconselhou espiritualmente a fazer isso. O palerma não desconfiou! - disse Kraknaknork, rindo. Lily riu satisfatoriamente.
Os moradores de Rookgaard já estavam se dispersando, em silêncio, quando, de repente, Kraknaknork elevou sua voz e chamou-os novamente.
- Esperem! - exclamou Kraknaknork. - Antes preciso deixa-los a par das mudanças - todos olhavam com curiosidade. - No âmago da minha alma, Zathroth ordenou que eu estabelecesse sacrifícios periódicos para que a essência de Tibiasula fosse, aos poucos, eliminada. Para tal, criei uma armadilha para todos os novos aventureiros. Antes de chegar a Rookgaard, todos caíram nessa armadilha e derramaram seu sangue pelo nosso ideal. Induziremos os jovens a acreditar que a morte é algo natural, que faz parte da construção daqueles que querem compreender a essência da vida tibiana.
Um sorriso perpassou o rosto de todos os habitantes cidade.
- Os tempos de Zathroth estão por vir, meus amigos - disse Kraknaknork, orgulhosamente. - Aqueles que seguirem nossos ideais serão recompensados, e os que virarem as costas para verdade serão destruídos. Em um futuro, não muito distante, dominaremos todo o Tibia, e vocês, moradores de Rookgaard, partilharam honrarias com seu novo senhor, Zathroth.
- Salve Zathroth! - disse Kraknaknork e a cidade, em coro.
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