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Tópico: Os olhos de Sara

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    :O Valeu mesmo, Joxkyz!






    Capítulo V - Lua Negra





    — Exura Sio! — Exclamou Sara, apontando diretamente para o feio corte que Jacques apresentava no antebraço. Uma pequena lembrança da recente luta que tiveram nas ruas de Liberty Bay. O ferimento começou a se remexer, como se estivesse sendo forçado a uma cicatrização acelerada. No entanto, o processo parou na metade, e Jacques foi deixado com uma feia cicatriz, ainda meio aberta em uma das extremidades.

    — Algum problema, senhorita? — Indagou ele, ao ver que a magia não havia sido completada. — Talvez esteja cansada, e não esteja em condições de realizar atos mágicos. Lamento senhorita, não deveria ter pedido que curasse o ferimento. — O mordomo imediatamente assumiu uma expressão de culpa.

    Sara estendeu a palma da outra mão para o nada, e pronunciou:

    — Exori Tera.

    Absurdamente, de sua mãos brotaram algumas vinhas e galhos de plantas, que retorceram-se por alguns instantes entre si e depois desapareceram, sem deixar vestígios. Aquela era a natureza das magias druídicas. Sara suspirou, e respondeu:

    — Essas magias de conjuração estão funcionando perfeitamente. Algo parece estar especificamente interferindo no processo das magias de cura.

    — Lamento incomodá-la, senhorita. Deixarei-a sozinha para que possa descansar. — E imediatamente o mordomo virou as costas para ela e saiu de seu quarto.

    Sara olhou para as grandes janelas de vidro de seu quarto, que estavam fechadas devido a uma brisa gelada que corria lá fora. Enfeitando o céu cinzento e nublado, encontrava-se uma lua cheia, anormalmente avermelhada. Nos breves momentos em que as nuvens rareavam e à deixavam a mostra, Sara percebia o brilho escarlate que emanava do satélite.

    Um arrepio correu por sua nuca ao observá-la. Aquilo não era normal. Parecia um presságio de tempos ruins, como se a lua esperasse contemplar um massacre, e mudara seu brilho para combinar com a cor do sangue. E agora ainda havia essa força interferindo em suas magias de cura, e a iminência de um ataque a Liberty Bay. Decididamente, os tempos não eram dos melhores.

    Ela já havia feito o máximo que podia, que era avisar o maior número de pessoas que encontrasse. A cidade precisava ser mobilizada, ou os Libertários a encontrariam de portas abertas e completamente vulnerável. Mas, naturalmente, ninguém acreditou numa “garotinha”, cuja única prova do que falava eram seus próprios sonhos. Nem mesmo Jacques. Tudo aquilo a inquietava profundamente. Os Libertários poderiam muito bem estar as portas da cidade agora, e ninguém sabia de nada, a não ser ela.

    Eu, e aquele ser.

    Agora, já estava quase desejando que a entidade em sua cabeça realmente cumprisse a palavra e se libertasse. Quem sabe então as pessoas acreditariam. Mas estava com medo do que poderia ver quando ele de fato se apresentasse no mundo real. Não tinha ideia de sua aparência ou de sua origem, muito menos de suas intenções.

    Perdida em seus devaneios, Sara acabou por se deitar na cama e adormeceu em breve, daquela vez esquecendo-se de resistir ao sono. Daquela vez, milagrosamente não sonhou com nada. No entanto, o que prometia ser um sono agradável e reparador para ela acabou por ser interrompido poucas horas depois.

    Ela despertou com um sobressalto, ouvindo muitos gritos nas ruas. Seu quarto estava sombrio e gelado, e ainda era noite cerrada. No céu, a lua havia sido completamente obscurecida pelas pesadas nuvens cinzentas, que agora ameaçavam derramarem-se sobre a cidade numa tempestade memorável. Os relâmpagos, arautos da tempestade, já caíam aos montes.

    A garota correu até as janelas, a fim de observar a origem do barulho. Não conseguiu discernir muito com a pouca luminosidade, mas os gritos agora eram mais altos do que nunca. Conseguia ver vultos em pânico correndo pelas ruas, para todos os lados, como formigas desnorteadas. De súbito, alguém abriu com violência a porta de seu quarto, e, por trás de si, ela ouviu a voz apavorada de Jacques:

    — Senhorita, devemos partir imediatamente. Aqui já não é mais seguro. — Seu tom de voz deixava claro que as coisas estavam terrivelmente erradas lá fora.

    — O que foi, qual é o problema? — Embora já soubesse a resposta. Eles haviam chegado, quer os habitantes da cidade acreditassem ou não. E agora estavam todos desprotegidos. Ela apenas rezava que a guarda militar de Liberty Bay já estivesse se mobilizando para defender a cidade. De qualquer forma, estariam em grande desvantagem.

    — Navios, com velas vermelhas. Estão neste momento aportando na costa leste de Vandura. Aparentemente vieram de Darama, embora eu não faça ideia de quem sejam. Não é nenhum aliado do reinado de Thais, disso tenho certeza.

    — Eles... Eles são quantos?

    Ao ouvir a pergunta, Jacques fez uma expressão de absoluto medo.

    — Senhorita, não são muitos, veja bem. São menos numerosos do que os soldados da cidade, mas eles tem... Céus! Por que estou perdendo tempo aqui? Vim busca-la. Liberty Bay já não é mais segura.

    — E vou para onde?

    — Para Thais. É a cidade mais próxima e a mais segura neste momento. Já temos um navio providenciado, onde irão também várias outras pessoas importantes. Não vai querer estar aqui caso a cidade caia, senhorita. — Sara não fez mais perguntas, entendia a gravidade e urgência da situação. Sem mais delongas, foi até seu baú, de onde retirou seu cajado. Jamais viajaria sem ele.

    Jacques a puxou pela mão e ambos correram até o hall de entrada. Ao abrirem a porta da frente, o ar gelado encheu o interior da casa, causando-lhes arrepios. Sem hesitar, trancaram a porta e correram para a noite. Sara deu uma última olhada para sua enorme casa, e sentiu um aperto no coração. Estaria deixando-a, e deixando Liberty Bay, sabe-se lá por quanto tempo. Talvez jamais voltasse a vê-las.

    Os ruídos noturnos ficaram ainda mais altos. Misturados aos gritos e aos trovões, ouviam-se também estrondos ensurdecedores de explosões e de fogo. Em vários lugares, casas ardiam em chamas. A parte leste da cidade era aonde o tumulto era maior. Soldados de Liberty Bay, vestidos em armaduras completas, lutavam contra os invasores Libertários.

    Estes não possuíam nenhum uniforme definido, vestiam-se da forma que desejassem. A única forma de identifica-los era pelas capas vivamente coloridas que utilizavam por cima das outras roupas. A grande maioria era vermelha, mas alguns usavam capas azuis, e raramente via-se algumas brancas.

    Era um grupo curioso, aquele. Invadiam uma cidade sem sequer estarem vestidos de armaduras, ou possuírem qualquer plano tático aparente, ou mesmo um comandante de batalha. Pareciam um tanto indisciplinados e inconsequentes, até mesmo no manejo de suas armas. No geral, não eram tão diferentes dos dois encapuzados que haviam encontrado anteriormente.

    A balança da luta parecia estar pendendo para o lado de Liberty Bay. Haviam alguns magos entre eles, mas pareciam muito poucos para fazerem a diferença. Sara não entendeu porque Jacques parecia ter tanto medo deles.
    Enquanto seguiam por uma grande rua central, em direção ao porto do Sul, ela deu voz as suas dúvidas:

    — Parece que estamos ganhando, pelo que vejo da luta no leste. O que é tão terrível nesse grupo de invasores?

    — São meros peões, senhora. Se tivesse visto o que eu vi, não pensaria assim. Creio que... Creio que eles não se importem que seus próprios homens sejam mortos, assim como os de Liberty Bay. São meras peças dispensáveis, por trás da sua real força de batalha. Se realmente estiverem planejando o que penso... Não. Seria vergonhoso e maligno demais.

    Curiosíssima, Sara quis saber o que havia de tão tenebroso, mas antes que pudesse novamente dar voz as suas dúvidas, foi interrompida por um barulho ensurdecedor. A batalha havia chegado à rua central onde estavam. Uma das casas que a ladeavam explodiu num show de estrondos e fogo sensacional, e seus destroços de pedra se espalharam por toda a rua. Soldados de ambos os lados começaram a fluir para a estrada, e o barulho de aço batendo em aço pode ser ouvido em todo lugar. Subitamente, e sem querer, estavam no meio da batalha.

    — Fique próxima a mim, senhorita! — Berrou Jacques, a fim de ser ouvido por sobre a algazarra.

    Agarrando a mão de Sara, ele começou a puxá-la para uma rua lateral deserta, a fim de escaparem da luta. Parecia que seriam bem sucedidos, mas então, ela o viu. Alguns metros a frente dela, no meio de outros soldados que lutavam entre si, um dos Libertários de capa azul. O homem olhava fixamente para ela, e quando Sara retribuiu seu olhar, ele ergueu a palma da mão em sua direção, pronunciando algumas palavras que ela não pode ouvir.

    Só o que se lembrou de ter visto em seguida foi uma luz de cegar os olhos, e o calor... Por puro reflexo, ela abaixou-se, e as chamas passaram por sobre sua cabeça, chamuscando a ponta de seus cabelos. A bola de fogo errante encontrou alguma construção atrás dela, e ela ouviu um estrondo quando outra casa veio abaixo, sucumbindo perante a força da magia. Imediatamente percebeu que Jacques já não segurava sua mão.

    Desesperada, procurou por ele, mas não conseguiu encontra-lo no meio da confusão. No entanto, percebia o homem de capa azul, que ainda parecia ter ela como alvo. Ergueu a palma da mão a fim de preparar outra bola de fogo, mas Sara correu na direção contrária, e entrou por uma ruela lateral, abençoadamente deserta. Continuou correndo por ruas e mais ruas, cada vez mais para longe da confusão. Estava apavorada.

    Por favor, que ele não esteja atrás de mim...

    Parou por alguns instantes, para retomar o folego. Foi o suficiente para o homem de capa azul reencontrá-la. Sara não entendia porque ele ainda a perseguia. Que diferença ela poderia fazer na batalha? Voltou a correr com todas as forças que tinha, sem olhar para trás. Por fim, sua corrida chegou ao fim quando percebeu que havia entrado por um beco sem saída. Desesperada, tentou escalar o muro de pedra que impedia sua passagem a fim de continuar fugindo, mas escorregou no meio do caminho e estatelou-se no chão, dolorosamente.

    Aterrorizada e a beira das lágrimas, Sara olhou para o fim da rua, onde o homem apareceu novamente. Numa tentativa desesperada, ela apontou seu cajado para ele, e de sua ponta saiu uma rajada de gelo que correu velozmente em sua direção. O homem limitou-se a rir de sua fraca demonstração mágica.

    — Utamo Vita. — Entoou ele. Em seguida, sua rajada de gelo encontrou o alvo, mas não produziu efeito algum. Pareceu ser absorvida por alguma espécie de campo de força que o homem colocara em volta de si próprio. Ele voltou a erguer a palma da mão. Daquela vez, estavam muito próximos. Não erraria o alvo.

    Naquele breve momento, Sara percebeu que seria o seu fim. Da mão do homem, surgiu a característica luz de cegar os olhos, e a garota observou, impotente, enquanto a bola de fogo atravessava o ar e vinha diretamente em sua direção.

    Um segundo depois, um sol brilhante e extremamente quente a atingiu em cheio. As chamas a engoliram, e a dor que ela sentiu naquele momento foi indescritível. Não suportando, Sara gritou para a noite, num clamor inumano, de gelar os ossos, enquanto seu corpo era consumido pelo fogo.

    Você é idiota?

    Em seus instantes finais de vida, sua mente foi novamente invadida por aquela presença misteriosa e indefinida.

    Cure-se, garota estúpida! Seria péssimo para mim se você morresse agora. Parece que já é hora de interceder...

    Naquele instante, Sara atreveu-se a ter esperanças. No entanto, se sua magia ainda estivesse sendo bloqueada...

    — Exura Vita! —Exclamou, com todas as forças que tinha.

    O alívio que sentiu em seguida estava além de qualquer descrição. Foi a melhor sensação que alguma vez sentira na vida. Sentiu que estava mergulhando em água gelada, e as queimaduras de seu corpo estavam curando-se milagrosamente. Enfim, sua magia voltara, embora sequer entendesse porque ela havia sido bloqueada anteriormente.

    Mas antes que pudesse alegrar-se por afinal estar viva, a presença em sua mente começou a debater-se terrivelmente, como se estivesse dando marteladas no próprio crânio de Sara. Sentiu-se desorientada, e a cabeça latejava horrivelmente. Em seguida, a sensação espalhou-se pelo resto do corpo. Era como se ganchos a estivessem puxando de todas as direções.

    Então, alguma coisa... Pareceu sair de dentro de sua cabeça, e apresentou-se ao mundo. Viva, enfim livre de sua prisão.

    A entidade parecia incorpórea, quase transparente, mesmo agora que se encontrava no mundo físico. Era mais uma figura abstrata e colorida do que um corpo propriamente dito. Suas “mãos” eram roxas, e quase do tamanho do resto do corpo. O próprio corpo da criatura parecia um emaranhado de fios verdes que entrelaçavam-se entre si, culminando na cabeça, da mesma cor das mãos. Não possuía pernas, ao invés disso, flutuava alguns metros acima do chão. Mas o pior eram os olhos. Eram de um azul muito vivo, e pareciam estar sempre vidrados, como se vissem coisas que outros olhos não pudessem ver.

    O homem de capa azul observava tudo aquilo, abobado. Aparentemente ele também podia ver a entidade que se originara de Sara, pois olhava fixamente para ela, com os olhos esbugalhados. Sem avisos, a criatura voou na direção dele, e soltou um grito extremamente agudo. O homem assustou-se terrivelmente, mas logo recompôs-se e apontou sua mão para a criatura, pronto para lançar sua costumeira bola de fogo.

    — Tsc tsc, hoje não. — Disse a criatura. Sua voz era a mesma que Sara ouvira em sua mente, aguda e zombeteira. Imediatamente, ele agarrou o homem com suas enormes mãos, e subiu com ele para os céus. O homem gritava e debatia-se, impotente. Quando já estavam a pelo menos uns duzentos metros de altura, tornaram-se apenas um ponto indistinto no céu noturno. Mesmo a essa distância, a criatura fantasmagórica gritou, e seu grito pôde ser ouvido por toda a extensão de Liberty Bay.

    — Eia, soldados de Liberty Bay! Libertários! Por que estão tão parados? Quero ver o caos. Não vim a este mundo para ver uma batalha tão entediante. — Em seguida, gargalhou, e continuou. — Quem sabe isto não os anime!

    E o que fez em seguida, Sara não esqueceria tão cedo. Daquela altura, jogou o homem de capa azul, como se ele fosse um saco de trapos. O homem caiu velozmente, berrando e debatendo-se no ar. Toda a cidade parecia ter parado para ver o espetáculo. Sara preparou-se para o que viria a seguir, mas mesmo assim chocou-se com o som que o homem fez quando encontrou o chão. Não pode vê-lo, mas a julgar pelo barulho, havia se espatifado como uma gelatina.

    — Que esta luta comece de verdade, para o bem ou para o mal. — Terminou gargalhando novamente.

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    Aeeeeeee novo capítulo

    To lendo ele aqui, e dá um coment lá na minha história, Gabriellk, pq eu sei que vc foi lá !!
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    E terminou?




    De qualquer forma, tive alguns problemas sinistros no meu pc (que por sinal é da idade da pedra),e agora ele não quer nem ligar. Estou postando do netbook, que é terrível de escrever. Só avisando que o capítulo seis talvez demore um pouco a sair, se o pc não quiser colaborar.
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  4. #4
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    Oioeoeoe... desculpa ontem... eu li e nem comentei... é que eu tinha que sair as 6 da tarde, então eu tinha terminado de ler as 5:30 +- e tive que ir correndo me aprontar (esquecido mode on)...

    Mas agora vou comentar!!

    @

    Cara, gostei muito do capítulo. Eu realmente não consigo achar nenhum erro de ortografita! E além do mais, o enredo é ótimo. Acompanho essa estória!!

    Você tem muito talento. Gosto muito de escritores assim!! Continue com sua estória, pois muitos gostam!! Inclusive eu!! ;ilied: >8D brinks

    Agora, realmente eu gostaria muito de fazer uma disputa com você. Daqui uns dias bora ver issae mews!!

    Keep Writing!

    Eu, e aquele ser.
    Nossa, numa estória de terror, o leitor pensaria "F....!!! CORRE CORRE, MATA MATA"

    oh crap!!

    uasdhasdas
    Última edição por Secret Facts; 24-08-2012 às 19:06.
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  5. #5
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    Citação Postado originalmente por Secret Facts Ver Post
    Oioeoeoe... desculpa ontem... eu li e nem comentei... é que eu tinha que sair as 6 da tarde, então eu tinha terminado de ler as 5:30 +- e tive que ir correndo me aprontar (esquecido mode on)...

    Mas agora vou comentar!!

    @

    Cara, gostei muito do capítulo. Eu realmente não consigo achar nenhum erro de ortografita! E além do mais, o enredo é ótimo. Acompanho essa estória!!

    Você tem muito talento. Gosto muito de escritores assim!! Continue com sua estória, pois muitos gostam!! Inclusive eu!! ;ilied: >8D brinks

    Agora, realmente eu gostaria muito de fazer uma disputa com você. Daqui uns dias bora ver issae mews!!

    Keep Writing!



    Nossa, numa estória de terror, o leitor pensaria "F....!!! CORRE CORRE, MATA MATA"

    oh crap!!

    uasdhasdas

    ;D Obrigado, Secret!
    Sobre a disputa, já tenho uma pendente, mas podemos combinar depois que eu termina-la.
    Obrigado por acompanhar e comentar. (:


    Citação Postado originalmente por Joxkyz Ver Post
    Que capitulo sensacional!
    O que dizer? Você tem o dom!

    Tudo parece muito bem planejado em sua cabeça, cada acontecimento é minuciosamente escolhido e pensado.

    Sobre o capítulo em si, eu adorei a parte de como a entidade sombria só quer a destruição, não se importando com o que vai acontecer...
    Mas levantei uma certa desconfiança sobre Jacques, com certeza ele é maligno... Não tenho muita certeza, mas ele agiu de uma maneira muito estranha.

    Mas gostaria de dar uma ressalva em uma coisa :'(
    O capítulo 5 de inicio não foi ligado ao 4
    Quer dizer; ela desmaiou na cidade e acordou em seu quarto, curando o Jacques? Meio estranho isso ai!

    Mas deixemos a parte, afinal, o resto do capítulo foi extremamente sensacional. sua história está perfeita. e digo perfeita, sendo perfeita mesmo, não vejo nenhum tipo de erro que possa compromete-la!
    Parabéns cara, você é demais

    oO, obrigado por todos os elogios Joxkyz, realmente só tenho a agradecer!
    Realmente, houve um pequeno pulo temporal entre o começo de um capitulo e o fim do outro. Basicamente eles voltaram para casa e o Jacques pediu pra Sara cura-lo pouco depois. Eu não escrevi esse trecho por pura preguiça e economia de palavras.

    No mais, muuuito obrigado por estar sempre lendo e comentando. (:




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  6. #6
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    Seu capítulo... EU QUERO SEU CAPÍTULO! 7 dias....
    Tome cuidado com este prazo...

    Estou curiosíssimo para a continuação... Pensei que meu voto 5/5 estrela daria um gás na história (Okay..)


    Quando der...

  7. #7
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    Ta aqui, Joxkyz.
    PS: Número de visitas continua crescendo, mas ninguém diz nada. Comentar não faz cair os dedos, pessoas.




    Capítulo VI - Cai a tempestade



    Sara começou a correr pelas ruas de Liberty Bay, desnorteada. Não fazia ideia do que procurava, as ruelas e praças da cidade pareciam-lhe labirintos sem fim. Só queria fugir daquela insanidade de batalha, que era agora um mar de caos e gritos por todos os lados. E também, encontrar Jacques. O mordomo estava sumido desde que a bola de fogo quase a acertara. A aparição fantasmagórica, saída dos pensamentos de Sara, estava agora vagando à esmo pelas ruas da cidade, assustando e instigando os moradores e combatentes.

    Pelos deuses, que tipo de monstro eu criei?

    Mesmo distante como estavam, a criatura parecia poder ouvir seus pensamentos.

    Monstro? Sou apenas o produto final de uma mente perturbada e perigosa, como a sua. Sou o mais profundo dos medos de todos os homens. Sou o inconsciente, conhecedor de seus piores pesadelos. Vim para causar o caos, desestabelecer a ordem e corromper as idéias e pensamentos de todos os que vivem. O medo é meu aliado, a esperança, minha inimiga. —Terminando com sua costumeira gargalhada, a criatura continuou sua tarefa.

    Sara nada conseguiu responder àquilo. Não conseguia acreditar que um ser horrendo como aquele poderia ter sido criada por ela. Será que eu sou mesmo tão estranha? Talvez devesse ir morar numa ilha longínqua, longe de tudo, a fim de não causar mais mal à ninguém.

    Céus, onde está Jacques?

    No céu, os mensageiros da tempestade caíam com mais força do que nunca, e os trovões faziam estrondos memoráveis, capazes até mesmo de abafar os gritos da batalha. Logo, não aguentando mais seu próprio peso, as pesadas nuvens começaram a derramar-se sobre a cidade. Centenas de grandes cascatas de água caíam aos montes por toda a ilha de Vandura.

    Já ensopada até os ossos, Sara continuou correndo. Era difícil ver qualquer coisa a sua frente; a chuva nublava quase completamente sua visão. Só desejava que não estivesse se aproximando da batalha mais uma vez, e continuou sua corrida sem sequer olhar para a frente. Perdida como estava, tropeçou em alguma saliência molenga em uma rua mais a diante, e caiu sobre ela, de bruços. A superfície mole amaciou a queda, mas ao ver o que era, Sara deu um pulo para trás, enojada. Havia tropeçado em um corpo.

    Era um Libertário, de capa vermelha. Seu rosto estava completamente desfigurado. Passado o susto inicial, Sara começou a captar detalhes da rua. O corpo em que tropeçara era apenas um no meio de tanto outros jogados pela estrada, ensanguentados e encharcados. A batalha havia passado por ali e feito suas vítimas, soldados de Liberty Bay e Libertários. Fosse quem fosse, a luta não perdoava ninguém.

    Continuando sua maratona, a garota enfim chegou à uma grande praça arborizada, mais ou menos no centro da cidade. Dali, ela poderia se localizar, pois conhecia o local, de várias vezes que já havia passeado por ali. As bonitas casas de Liberty Bay, o gramado e as árvores da praça, e o cheiro de cana e de rum que sempre impregnavam o ar da cidade ecoavam como lembranças na mente de Sara. Tudo isso parecia pertencer a um passado longínquo, que fora deixado de lado por uma nova realidade sombria.

    Havia um ajuntamento de pessoas no meio da praça. Desejando não ser vista, Sara procurou algum lugar onde pudesse se esconder e observar. Queria ter notícias sobre a batalha, não sabia de nada desde que perdera Jacques. Aquela poderia ser sua chance de ao menos saber o que estava acontecendo.

    O local apresentou-se logo à sua frente; uma macieira alta e com uma copa cheíssima, carregada de frutos. A garota subiu agilmente pelo tronco e posteriormente os galhos da árvore, um pouco atrapalhada por seu cajado. Era um lugar perfeito para ver sem ser visto, e também para fugir da tempestade, que não dava trégua. Na praça, Sara observou que o ajuntamento era feito por Libertários. Alguns vestiam capas azuis, mas a maioria estavam vestidos com branco. A garota só poderia imaginar qual era a função dos de branco. Eles pouco atuaram na batalha.

    — Estamos perdendo. No leste, quase todas as nossas forças ja caíram perante os defensores da cidade. Isso pouco importa, mas reuni-os para fazer uma pergunta. Onde é que se enfiou o Silverhand? — Gritou um dos Libertários, para fazer-se ouvir através da tempestade que não dava trégua.
    Ao ouvi-lo, os outros começaram a murmurar entre si, e, por fim, um outro falou:

    — Aparentemente, ninguém o vê desde que chegamos à cidade. Deve ter fugido e se atirado no mar a fim de não precisar lutar. Sempre foi um covarde, aquele. — Alguns Libertários riram com o comentário do homem.

    — Seja como for, precisamos do governador inteiro. Foi o chefe que ordenou. Não quero saber, procurem na cidade inteira, em cada beco, ruela ou porão que conseguirem até achar o patife. Se ele realmente se atirou no mar, se atirem vocês também e mergulhem até encontrá-lo. Não fazem idéia do que poderá nos acontecer se desobedecermos nosso líder. — Finalizou seu monólogo com uma expressão amedrontada.

    — Estremeço toda vez que ouço falar nesse líder. — Comentou um outro. — Deve ser um tipo muito poderoso, pra ter gente como a Lianne e aquele feiticeiro ankramano sob seu comando.

    Sara não entendeu o comentário. Os Libertários não conheciam seu próprio líder?

    Mas neste instante, uma outra figura adentrou a praça, sozinha. Mais um Libertário branco, mas Sara espantou-se ao ver que era uma garota, que deveria ser poucos anos mais velha do que ela. Ao prestar mais atenção, viu que ela de fato estava usando um vestido alvíssimo, e não uma capa. Em contraste, seus cabelos ondulados eram muito negros, e os lábios da mesma cor do sangue. Sara intrigou-se ao vê-la; a garota parecia-lhe estranhamente familiar, embora tivesse certeza de que não era uma habitante da cidade.
    Curiosamente, todos os Libertários curvaram-se respeitosamente numa reverência ao vê-la, como se ela fosse uma espécie de líder.

    — Senhora Lianne. — Saudou-a um dos homens, o mesmo que havia anteriormente feito o alarde sobre o governador. — Peço-lhe que...

    — Sim, sim. — Cortou a garota, levantando a mão num gesto impaciente. — O Percy foi visto correndo pela cidade com sua guarda particular há apenas alguns momentos. Já já cuidaremos dele. Já esperamos tempo demais. Nossos vermelhos já estão quase todos mortos, e os azuis não são suficiente para tomarem a cidade. Isso era óbvio, mas está na hora. Além disso, vi um espectro flutuando pela cidade, assustando e matando homens. Não faço ideia de onde ele veio.

    Os homens pareceram ter compreendido, pois assentiram sem mais perguntas. Imediatamente, todos se juntaram em um grande círculo, deixando Lianne no centro.

    — Juntemo-nos, irmãos! — Entoou ela. Mesmo gritando, sua voz ainda era doce e melodiosa.— Que Urgith seja testemunha. Que ele nos veja e nos abençoe com sua graça e sabedoria. A dança da noite está prestes a começar! — Todos os homens que a circundavam assentiram e repetiram suas palavras.

    Em seguida, deram as mãos e começaram a balbuciar palavras que Sara não pôde ouvir. Era uma prece arrastada e sinistra, quase um canto. No centro, Lianne falava mais alto do que todos. Após alguns minutos, eles terminaram e, sem mais palavras, cada um correu para um lado, e adentraram as ruas da cidade. Aturdida e sem entender nada, Sara esperou que todos saíssem para enfim descer de sua árvore, com câimbras pelo corpo de tanto ficar parada.

    A garota começou a correr para o sul, a fim de chegar ao cais do porto. Esperava encontrar Jacques no caminho, pois ele dissera que haveria um navio que a levaria para longe da cidade. Seguiu por uma larga rua, ladeada por casas ainda milagrosamente intactas. À medida que ia se aproximando do porto, as moradias iam ficando mais e mais pobres; a pedra ia gradualmente sendo trocada pela madeira, e os casarões do norte da cidade foram por fim substituídos por diminutos casebres. O caminho estava abençoadamente deserto.

    Não se via uma alma viva ali. Para onde foram todos os moradores? Não era possível que estivessem todos mortos, afinal, estavam ganhando a luta. A garota corria pelo que parecia ser uma cidade fantasma. No entanto, mais a frente, ela começou a distinguir uma estranha figura cinzenta parada no meio da estrada. A chuva e a falta de iluminação não a permitiam vê-la com clareza daquela distância, mas Sara apertou o passo, intrigada e cautelosa. Por via das dúvidas, manteve seu cajado preparado na mão direita.

    A sombra parecia de fato ser uma figura humanóide, mas agia de forma estranhíssima. Contorcia os braços e as pernas em ângulos bizarros, por vezes caindo no chão e rolando pela estrada molhada. Quando isso acontecia, a figura olhava para cima e gemia para a noite, num som agoniante e triste, que causou arrepios em Sara. Em um momento, rastejou por alguns metros antes de se levantar novamente, cambaleando. Ao chegar mais perto, percebeu que era um camponês, provavelmente um trabalhador dos canaviais.

    A garota teve medo ao vê-lo. Supôs que fosse algum aldeão louco que fora deixado para trás pelos outros moradores. Cautelosa, aproximou-se mais, e tentou chamar a atenção da figura, que berrava para a lua, de costas para ela.

    — Ei, você aí? Quem é você? Consegue me entender? — O homem virou-se imediatamente ao chamado, e ao ver seu rosto, Sara sentiu um espasmo de medo percorrer seu corpo. Demonstrou seu horror pela figura com um grito agudo, e apontou seu cajado diretamente para o coração do homem, tensa.

    Ele não possuía os dois olhos. Em seu lugar, via-se apenas uma massa sangrenta e úmida, que escorria por seu rosto. Sua mandíbula inferior também estava desfigurada e pendia molemente, presa à seu rosto por apenas alguns centímetros de músculo e pele. Por todo o resto do corpo, o homem apresentava hematomas e profundos cortes que sangravam sem parar. Como alguém assim poderia ainda estar vivo?

    O horroroso aldeão ainda tentou pronunciar algumas palavras, esquecendo-se que não tinha mais língua, ou mesmo uma boca discernível. O resultado foram alguns horrendos gemidos. Em seguida, ele começou a avançar em direção à garota, estendendo uma das mãos a frente. Andava vacilando, e suas pernas bambeavam como se não suportassem seu próprio peso. Amedrontada, Sara não pensou duas vezes, e disparou uma raja de gelo de seu cajado druídico em direção ao homem. Ela nunca havia de fato matado uma pessoa, mas sequer sabia se aquele homem ainda era o que se podia chamar de humano.

    Atingiu-o em cheio, e ele desabou no chão novamente. No entanto, sua magia pareceu surtir pouco efeito, pois o homem disforme já tentava se levantar novamente. Desesperada, ela tentou pensar no que fazer. Naquele momento de tensão, todos os ensinamentos e a sabedoria druídica que aprendera desde que escolhera se tornar uma mestra nas magias da natureza pareciam ter se esvaído de sua mente. Começou a andar de costas para trás, tentando lembrar-se de algum modo de conter o homem. Por fim, lembrou-se.

    — Exori Tera. — Imediatamente, das palmas de suas mãos brotavam galhos e vinhas de árvores retorcidas, que viajaram imediatamente de encontro ao pavoroso ser. Rapidamente, prenderam-se firmemente em volta de seu corpo, contendo-o. Mesmo assim, ele ainda se contorcia e berrava, lamurioso. Parecia até mesmo um...

    Morto vivo, garotinha. Mais precisamente, um zumbi. No entanto, nota-se que o necromante que o criou não era lá muito habilidoso. Ele apresenta alguns defeitos. A propósito, você talvez queira ver a situação de sua cidade neste momento.

    Desconfiada, a garota não deu ouvidos aos pensamentos da criatura em sua mente.

    Por que eu devo confiar em você? Você mata homens sem hesitar, aparentemente sem motivo algum exceto seu próprio divertimento. Quem é você afinal? Por que está aqui? E por que quer me ajudar?

    Por que não te ajudaria? Sou criação sua, esqueceu? Devo obediência à minha criadora, que de tão boa vontade me trouxe à este mundo.. — Gargalhou. — Quanto às suas outras perguntas, responderei-as em um momento mais oportuno.

    A garota ainda permanecia cética e enojada pela presença do espectro em sua mente. Notando isso, ele acrescentou:

    Ainda não acredita em mim. Pois bem, deixe-me lhe dar um vislumbre das coisas, da forma que eu as vejo...

    Subitamente, Sara foi arrancada de seu próprio corpo, que caiu molemente no chão, como uma casca vazia. Estava agora no alto da cidade, flutuando. Entendeu, estava vendo as coisas pelos olhos do espectro. Ao olhar para a cidade, viu um absoluto pandemônio. Homens corriam para todos os lados, e outros homens... Outros homens capengavam pelas ruas, gemendo. Mortos vivos. Tudo estava claro em sua mente. Os Libertários brancos eram, afinal, necromantes, todos eles. Os de vermelho eram meras peças dispensáveis, trazidas apenas para aquele momento. Homens de ambos os lados estavam agora reerguidos dos mortos, prontos para violar e tomar a cidade às ordens de seus mestres.

    Sara sentiu-se horrorizada com o que via. Como poderia um grupo utilizar-se de um modo tão vil de magia? Aquilo ia contra tudo que a garota sabia, tudo que aprendera como druida. Necromantes eram maldosos, criações do próprio Zathroth. Por isso a necromancia era proibida em quase todos os lugares. Os Libertários eram, enfim, um grupo muito mais perigoso e complexo que do ela poderia ter imaginado. Que outras táticas repugnantes e poderes demoníacos poderiam ter?

    No entanto, ao ver aqueles homens correndo, berrando e sendo retalhados pelos zumbis, ela sentiu uma enorme vontade de rir. Eram todos tão patéticos. Tudo aquilo era apenas uma gigantesca brincadeira. Divertia-se vendo pessoas sendo dilaceradas sem piedade por aqueles que anteriormente haviam sido seus companheiros. Não aguentando, a garota abriu a boca numa gargalhada, mas a voz que ouviu não foi a sua, e sim a do espectro. Aguda, fria e sobrenatural.

    O som despertou Sara, que voltou ao seu próprio corpo, horrorizada. Por um momento, viu-se na mente do espectro, viu-se deliciando-se com o sofrimento daquelas pessoas. Sentiu-se mal consigo mesma, mesmo sabendo que não era de fato ela quem havia pensado aquelas coisas. Estava cercada por pessoas e seres que jamais imaginara existir, cujas idéias e objetivos eram tão horrorosos e repugnantes que a garota sentia vontade de vomitar. Como um mundo que há um dia trás era belo hoje poderia ter se tornado palco para que pessoas assim apresentassem suas atrocidades?

    Perdida em seus devaneios, ela não percebeu quando alguém tocou seu ombro por trás. Imediatamente, virou-se, esperando encontrar algum Libertário, outro zumbi ou sabe-se lá o que. Mas quem estava ali era Jacques, o mordomo. Apresentava alguns arranhões pelo corpo e parecia cansado, mas de outra forma, inteiro. Sentiu-se imensamente aliviada ao vê-lo. Pelo menos, nele poderia confiar com certeza. Na ausência de seu pai, ele era seu mentor. Uma ilha de clareza em meio àquele mar de insanidades. Abraço-o rapidamente.

    — Ahn... Acalme-se, senhorita. Fiquei terrivelmente preocupado. Por onde andou? Bom, agora não há tempo. Temos que ir imediatamente ao porto.

    Sara não encontrou palavras. Ainda estava abalada depois de tudo. Começaram a correr novamente em direção ao sul. Com Jacques a seu lado, nada poderia machucá-la. Enquanto corriam, a garota por fim encontrou sua voz.

    — Jacques... Aonde estava? Aconteceram tantas coisas... Você não vai acreditar, eu...

    Mas descobriu que não conseguia falar nada. Narrar o que passara para o mordomo seria como reviver tudo de novo.

    — Não se preocupe, senhorita. Teremos tempo quando chegarmos ao navio. Sou um tolo irresponsável, e estou extremamente envergonhado por tê-la deixado que sumisse de minhas vistas.

    Correram por mais centenas de metros, desimpedidos. A salvação encontrava-se a frente, e a loucura parecia estar abençoadamente ficando para trás.
    Última edição por Gabriellk~; 03-09-2012 às 18:34.
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  8. #8
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    Que capitulo sensacional!
    O que dizer? Você tem o dom!

    Tudo parece muito bem planejado em sua cabeça, cada acontecimento é minuciosamente escolhido e pensado.

    Sobre o capítulo em si, eu adorei a parte de como a entidade sombria só quer a destruição, não se importando com o que vai acontecer...
    Mas levantei uma certa desconfiança sobre Jacques, com certeza ele é maligno... Não tenho muita certeza, mas ele agiu de uma maneira muito estranha.

    Mas gostaria de dar uma ressalva em uma coisa :'(
    O capítulo 5 de inicio não foi ligado ao 4
    Quer dizer; ela desmaiou na cidade e acordou em seu quarto, curando o Jacques? Meio estranho isso ai!

    Mas deixemos a parte, afinal, o resto do capítulo foi extremamente sensacional. sua história está perfeita. e digo perfeita, sendo perfeita mesmo, não vejo nenhum tipo de erro que possa compromete-la!
    Parabéns cara, você é demais



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