Resultados 1 a 10 de 69

Tópico: Ferumbras

Hybrid View

Post Anterior Post Anterior   Próximo Post Próximo Post
  1. #1
    Avatar de Emanoel
    Registro
    04-06-2006
    Posts
    6.851
    Conquistas / PrêmiosAtividadeCurtidas / Tagging InfoPersonagem - TibiaPersonagem - TibiaME
    Peso da Avaliação
    0

    Padrão

    Kamus me passou esse capítulo revisado e com título a dois dias atrás, mas acabei esperando alguns usuários comentarem antes de postar.

    Enfim, vamos ao que interessa...


    Capítulo 7 - Passado, presente e futuro


    Arieswar estava sonolento. Com a cabeça encostada na janela do seu quarto observava Lynda dormir tranquilamente e se perguntava quando poderia fazer o mesmo. Fazia um dia que ele estava acordado, e, diga-se de passagem, fora um dia de extrema tensão. Algo em sua mente gritava por repouso, mas quanto mais ele desejava, mais obstáculos apareciam no seu caminho.

    Depois da passagem de Hesperides, Arieswar ficou informado de que o conselheiro Tales Nantes far-lhe-ia uma visita. Nantes era um dos homens mais influentes do Conselho Thaiense, e certamente já soubera da sua “captura” de Lynda. A vontade de Arieswar era quebrar-lhe um tijolo na cabeça quando este aparecesse, mas como seu amigo Hesperides não deveria ir correndo aos braços de Tibiano, ele sabia que as primeiras notícias da sacerdotisa que chegariam ao rei seriam por intermédio do seu querido conselheiro.

    E foi assim, num eterno fechar e abrir de pálpebras que Arieswar ficou a esperar. O fato é que a luta contra o sono só não foi perdida pois enquanto acordado o cavaleiro podia admirar a beleza da jovem à sua frente. Seus cabelos dourados e seu tom de pele rosado já não pareciam tão pálidos quanto a algumas horas atrás. Apesar de forte, o feitiço ou seja lá o que fora lançado contra ela anunciava que estava de partida. Seus braços posicionavam-se de modo a espremer os seios dando a impressão destes serem ainda maiores e mais carnudos. Arieswar desejou que a camisola, com a qual já a encontrara vestida na enfermaria, tivesse o decote alguns milímetros maior. Por baixo dos lençóis que a cobriam parcialmente, o cavaleiro observava também o desenho de suas coxas grossas.

    A viagem pelo corpo da moça estava boa, mas entre uma olhada e outra Arieswar ouviu baterem à sua porta. Preguiçosamente ele levantou-se da cadeira, arrastou-se até lá, onde encontrou do outro lado um Nantes falsamente sorridente.

    - Arieswar! É bom vê-lo são e salvo depois de tudo que aconteceu!

    Um obrigatório aperto de mão seguido de um sorriso quase imperceptível foi o máximo que Arieswar conseguira fazer. Nantes já era conselheiro quando Yorik governava e votou contra a sua entrada no exército de Thais mesmo com o rei lhe considerando “uma jóia a ser lapidada”. Foi por causa de pessoas como aquela que ele se dedicou dia e noite para provar que podia ser melhor que qualquer guerreiro thaiense. Agora, depois de tudo provado, tinha que recebê-lo para lhe dar outro tipo de satisfações.

    - Então, essa é a menina, não é? Acho melhor conversarmos lá fora para não acordá-la.

    - Não há necessidade. Ei! – gritou Arieswar, fazendo Lynda quase pular da cama – Pronto, ela já está acordada. O que tiver para falar tem de ser mesmo na frente dela.

    Nantes gaguejou um pouco. A rispidez de Arieswar o pegou de surpresa, mas o cavaleiro não estava mesmo a fim de ser educado.

    - Eu...Arieswar, não precisava fazer isso...mas...bem queria saber com qual embasamento legal você resolveu dar abrigo privado a essa moça.

    - Legal? – repetiu, franzindo as sobrancelhas – Acho que nenhum.

    Nantes novamente se surpreendeu. Não com a resposta em si, mas com a displicência na qual ela foi dada.

    - Sabe que ela é testemunha de um evento importante, não?

    - Sei.

    - Que será posteriormente interrogada pela coroa...

    - Sei disso também.

    - Que deveria ficar em observação até melhorar...

    - Ela está.

    - ...num local onde ninguém pudesse intervir no seu futuro depoimento.

    - Desculpe-me, Tales, mas não permitirei que me desfaça assim. Eu sou um guerreiro da corte, homem da coroa, e esta é minha convidada. O arqueiro chamado Pepelu, que também estava naquela igreja está se reabilitando fora da enfermaria do castelo e com ela também será assim.

    - Este é um caso à parte, Arieswar. Você não faz idéia.

    - Então vamos lá. – e abriu os braços – Me diga o que preciso saber.

    Nantes ficou em silêncio. Arieswar apostara que aquilo fora um blefe; mas não pôde deixar de cogitar que havia algum segredo por debaixo dos panos.

    - Esperava de você uma atitude mais madura, Arieswar. Você perdeu sua humildade ao longo dos anos.

    - Acho que a doença da realeza me pegou, afinal.

    Sem mais palavras e já sem sorrisos, falsos ou não, Nantes bateu a porta e saiu. Lynda deu a Arieswar um olhar furtivo que mesclava surpresa e agradecimento.



    ****



    Ao entrar na casa do velho, Pepelu lembrou-se imediatamente do porão do Armazém. O mesmo ambiente escuro, úmido e mofado estava presente, com a singela diferença que no seu estabelecimento ficavam apenas caixas de estoque e barris de vinho, enquanto que ali morava uma pessoa.

    O velho, no entanto, parecia ter sido feito à imagem e semelhança da casa. Sujo, com a barba desgrenhada e os poucos dentes restantes amarelados e tortos. A palavra que Pepelu usaria para descrever o local e seu anfitrião seria: abandono.

    - Será que o senhor se lembra de mim? – perguntou Diogo – Certa vez comprei um cálice de ouro em sua mão.

    - Lógico que me lembro. – clamou o velho, surpreendendo Pepelu com sua lucidez - E até hoje me arrependo se quer saber! Adorava ver meu reflexo dourado nele.

    - Era mesmo excelente, não era? Mas infelizmente um bando de mercenários o roubou de mim. Não lamento, pois em seguida acabei por ganhar um bom presente.

    Pepelu se surpreendeu. Sabia que Diogo estava falando da sua chave-mestra, mas nunca podia imaginar que o artefato do velho entrava na história por tabela.

    - Mas... – voltou a falar o capitão – O senhor vá me desculpar, mas não consigo me recordar o seu nome.

    - Nomes não são necessários. Fazem me lembrar do passado. É só me chamar de senhor.

    - Certo...bem...acontece que nós estamos com um pequeno problema e achamos que talvez o senhor tivesse a solução.

    - Eu? Vocês dois devem estar bem desesperados, não é? – e ele deu uma risada – Como for...vamos nos sentar e tomar um pouco do rum que porventura eu ainda tenha aqui.

    Pepelu agradeceu, mas não aceitou. Deixou que Diogo fosse cordial o suficiente para conversar fiado com o velho antes de tocar no assunto principal. Enquanto isso ele foi para a única janela da casa admirar novamente a paisagem.

    Uma das primeiras coisas que o arqueiro viu ao se inclinar naquele parapeito quase cedendo o tirou muitas dúvidas. Um pouco abaixo da casa passava um córrego e haviam algumas árvores e hortaliças de onde deveria vir toda a alimentação do velho. O córrego, aparentemente, descia até encontrar-se com a Baía de Havoc, bem em sua frente. O espelho d’água era fantástico, e por um bom tempo Pepelu ficou a admirar o reflexo dos dois sóis reluzirem contra si. Foi quando algo desviou sua atenção. Num ponto muito longe do horizonte, à sua esquerda, via-se um pequeno rastro de fumaça a dançar nos céus. Olhando para a direita da Baía ele via uma pequenina cidade de Thais, e, usando-a como referencial, concluiu que o fogo no local devia ser intenso para que a fumaça fosse perceptível dali. Talvez fosse um incêndio. Mas parecia estar próximo ao Acampamento dos Foragidos. A atenção de Pepelu, contudo, foi cortada ao ouvir Diogo chamar seu nome.

    - Estamos falando da Igreja da Criação.

    O arqueiro sacudiu a cabeça e sentou-se no que devia, um dia, ter sido um sofá. O velho, que agora tomava uma golada de rum, lambeu a gengiva com a língua e recomeçou:

    - Vocês sabem que aquele lugar é um dos mais velhos da cidade de Thais, não? Eu sou um garotinho travesso correndo atrás de anões perto dela! Talvez por isso mesmo ela atraia tantas lendas. O fato, meninos, é que ali se esconde um grande segredo. E a mesma linhagem de sacerdotes e sacerdotisas continua desde então a guardá-lo.

    - E você saberia que segredo é esse? – perguntou Diogo, vacilante.

    - Ah, é uma coisinha à toa. Se não me engano, acho que ela pode reviver os mortos.

    Pepelu e Diogo se entreolharam. O copo do capitão quase escorrega de sua mão.

    - Lógico que a coisa não é tão simples assim. Se por um lado há ali alguma coisa que a faça ressuscitar pessoas, há de existir outra que se contraponha a isso. Afinal, é a Igreja de Uman, mas também é a de Zathroth.

    O arqueiro imediatamente lembrou-se de estar rezando sentado na primeira fileira diante do altar regido por uma belíssima escultura dos deuses opostos enquanto um monstro destruía toda sua cidade. O mesmo altar, inclusive, no qual ele se escondera e escapara o destino terrível daquela sacerdotisa de nome Lynda. Imediatamente seu rosto ficou pálido e o suor começou a escorrer. O mundo então se pôs a girar.

    - Creio que seu amigo não está bem. – disse o velho.

    - Estou ótimo. – falou Pepelu, sentindo a vertigem ir e voltar – Acho que devíamos ir embora.

    Diogo claramente queria continuar a perguntar coisas ao velho, mas achou mais prudente seguir o pedido do amigo. Ainda assim, insistiu:

    - É tudo o que sabe?

    - Sim. Mas sei também que seu amigo precisa de repouso.

    Diogo assentiu. Esperou Pepelu melhorar um pouco e começaram a descer o Monte Strenum. Antes, contudo, o arqueiro deu uma nova olhada para o horizonte e notou que a fumaça aumentara.



    ****



    Arieswar finalmente dormiu. Seu cansaço mental era tamanho que ele nem chegou a sonhar; simplesmente apagou naquela cadeira, braços cruzados e com a cabeça pendendo na janela. Nem mesmo os últimos raios dos sóis que passavam por entre as cortinas de cetim o incomodavam. Depois de dormir tão mal durante a infância, numa armação de madeira e espuma no Porto Norte que ele chamava de cama, aquilo era mais que o suficiente. O tempo e a nobreza não haviam mudado os velhos instintos do guerreiro Arieswar.

    Foi talvez um desses instintos, o de permanecer eternamente alerta, o acordaram a tempo de evitar que Lynda fugisse. Seu súbito abrir de olhos arrepiou de cima a baixo a sacerdotisa, que, para surpresa de Arieswar, estava vestida com roupas masculinas e girando a maçaneta da porta freneticamente.

    O cavaleiro levantou-se num pulo. Esqueceu até mesmo que ele próprio havia trancado a porta e que a chave estava em segurança no seu bolso. Ao lembrar-se disso já havia pego a moça pelos braços e jogado-a na cama.

    Agora ela estava acuada, encolhendo-se entre os lençóis. Pelas roupas folgadas que Arieswar reconheceu como suas rolavam lágrimas de medo. O cavaleiro, que já consumara o destino de tantas vidas com sua espada, estava num raro momento de impotência. Parecia que não cabia mesmo a ele alterar o destino daquela mulher em especial.

    - Eu...eu...me desculpe. – era tudo o que podia falar – Não tenho o direito de prendê-la aqui. Fui um idiota.

    Dirigiu-se então para a porta e a destrancou. Lynda, contudo, não se mexeu, exceto pelos soluços do choro. Ela parecia querer fugir de algo muito maior que aquele quarto.

    Arieswar, ainda meio sem jeito, sentou-se do seu lado. Colocou uma das mãos em suas costas e sentiu que o toque foi bem recebido. Com a outra mão enxugou as lágrimas em seu rosto e a acariciou suavemente. Lynda então recostou a cabeça em seu ombro e parou de chorar.

    - Eu estou com medo. – dizia ela – Estou com muito medo.

    Arieswar não sabia o que falar. Apenas continuou acariciando aquele rosto macio agora apoiado sobre seu peito, movimentando-se no mesmo ritmo da sua respiração. Ele não saberia dizer quanto tempo aquele abraço durou, só sabia que fora tempo o suficiente para os sóis em fuga cederem espaço à lua e às estrelas nos céus de Tibia.

    A cada minuto que passava Lynda e Arieswar sentiam-se mais íntimos pela troca de calor e carinho, e o cavaleiro torceu para que aquilo nunca acabasse. A jovem, contudo, ainda estava com um temor na voz que não era normal.

    - Eu nunca pensei...achei que estaria livre...sacrifiquei tanta coisa...

    O cavaleiro franziu a testa. Olhou-a fixamente nos olhos e viu que havia alguma coisa por trás daquelas pupilas verdes ainda úmidas das lágrimas; alguma coisa grave.

    - Você precisa confiar em mim. – disse ele – Só posso te ajudar caso você também me ajude.

    Ela consentiu timidamente com a cabeça. Ele então se levantou e novamente trancou a porta, parando abruptamente no momento em que o fazia para ver se Lynda demonstrava algum sinal de objeção. Feito isso ele sentou-se na cama de novo, desta vez bem a frente da moça e segurou as suas mãos.

    - Por favor, fique calma. Você não corre mais riscos agora. Está segura!

    - Não estou! – e ela deu sinais de que voltaria a chorar – Eu conheço aquele homem da igreja! Ele está de volta!

    Ditas aquelas palavras, o silêncio tomou conta do quarto. Até mesmo o vento parecia ter parado de assobiar por entre as cortinas para ouvir aquela conversa. Arieswar titubeou:

    - Eu não sei quem é você, Lynda. Eu não sei o quão doloroso pode estar sendo pra você esse momento, mas eu queria pedir de coração que você confiasse em mim. – e ele fez uma pausa – Não posso deixar que você seja jogada aqueles crápulas do Fórum. Talvez eu possa te ajudar!

    - Você pode me fazer nascer outra pessoa? Se não puder, não me ajudará!

    Arieswar gaguejou.

    - Não...não consigo acreditar. O que...o que você fez pode ter feito de tão errado?

    - Eu não fiz nada de errado, senhor Arieswar. Esse é o problema. Carrego um segredo que não pedi pra carregar. E por esse segredo – e ela recomeçou a chorar – as pessoas seriam capazes de matar. E por causa dele perdi todas as pessoas que eu amava!

    Arieswar não pôde deixar de se incomodar com o “senhor”.

    - E o que aconteceu ontem? Tem alguma coisa a ver?

    - Não sei. Bem provável.

    Ele novamente sentiu a impotência tomar conta de si. O que seria aquele segredo tão terrível que fazia um guerreiro da corte, um dos mais poderosos guerreiros de Thais, se sentir como um garoto inocente?

    - Você não está sozinha. – foi tudo que ele conseguiu dizer.

    - Eu prefiro estar. – falou ela decidida, mas ainda chorando copiosamente – Não se envolva, senhor Arieswar. Você é um homem bom. Não se envolva.

    - Não me chame de senhor. Sou seu amigo. E já estou envolvido. Não posso apenas sair por aquela porta e fingir que nada disso aconteceu. Eu não vou deixar você sem saber que ficará bem.

    Ela então deu uma risadinha entre os soluços do choro.

    - Esse é o problema dos cavaleiros, diria meu pai. Acham que podem ser heróis em todas as horas. Mas agradeço muito tudo o que tem feito por mim; ou por Thais.

    - Você é minha Thais. Eu te protegerei.

    E sem mais palavras ele a abraçou com força. Sentiu os cabelos dourados da moça entrelaçarem-se com os seus cachos negros e os volumosos seios apertarem-se novamente contra o seu peito. Virou-a de costas e deitou-se com ela, fazendo de seus corpos uma concha. Cruzou seus braços em torno da barriga de Lynda e sentiu que ela segurou firme suas mãos, impedindo que estas deslizassem pelo seu corpo, mas também tentando achar nelas proteção. E os dois dormiram juntos pela primeira vez.



    ****



    Três noites mais tarde, Pepelu e Kala dormiram juntos pela enésima vez. Na verdade, apenas Kala dormiu, pois o arqueiro ficou a rolar na cama com crises de vertigem. Toda vez que lhe vinha à cabeça a lembrança de um par de botas andando pelo chão frio da Igreja, ou do homem sibilando que levaria Lynda com ele, ou da profundidade do seu olhar maligno o mundo começava a girar. Pepelu costumava pensar que insônia ou sensações nauseantes eram para pessoas de cabeça fraca, mas agora via o quanto era difícil querer adormecer, se desligar do mundo por um momento que fosse e não conseguir.

    Sem muito o que fazer, após ter desistido de vencer os atordoantes pensamentos, Pepelu ficou vagando pela casa. Primeiro desceu ao andar inferior e pensou em acender a lareira, mas lembrou que isso poderia acordar Kala e desistiu da idéia. Depois ficou observando a porta fechada do quarto em que Diogo dormia. Não fossem os acontecimentos recentes e um pouco mais tarde, talvez depois do almoço do dia seguinte, e o capitão estaria novamente embarcando no Esperança e zarpando pelos mares de Sula. Lógico que agora ele ficaria um pouco mais; pelo menos até Pepelu ser chamado para dar seu depoimento oficial sobre o ocorrido na Igreja da Criação – coisa que certamente aconteceria logo – e a situação ficar um pouco mais amena. O arqueiro sabia que se pedisse, o capitão Natharde poderia passar um bom tempo morando com eles, mas ao mesmo tempo que lamentava não ter seu amigo e “irmão mais velho” junto dele para protegê-lo, sabia que não podia segurar em terra um lobo do mar.

    Pepelu então subiu as escadas e retornou ao seu quarto. Encostou-se na janela e ficou a observar o sono de Kala. Sua esposa dormia serenamente, nua, enrolada em alguns lençóis e com uma saliência já notável na barriga, onde se desenvolvia o herdeiro do casal. Ele novamente começou a pensar em como seria sua vida depois que se tornasse pai. Queria ensinar a sua criança tudo o que de melhor podia ser ensinado. Gostaria que ela crescesse numa cidade pacata, onde pudesse conhecer todos os outros moradores e brincar com os filhos de todos eles. Se não fosse pedir muito, gostaria também que ela tivesse a chance de conviver com um possível filho de Diogo, e ambos cresceriam como amigos inseparáveis desde pequenos, assim como seus pais foram.

    Aqueles pensamentos suavizavam a mente de Pepelu e ele chegou até a sentir que conseguiria dormir. O problema é que agora ele estava gostando daquela brincadeira de pensar no futuro; em dias melhores. Talvez ele conseguisse mesmo transferir seu negócio, o Armazém, para a calma vila da Costa Verde e compraria uma casa para lá morar com Kala. Passado algum tempo, quem sabe eles não tivessem mais filhos? Pepelu queria montes deles. E quanto à cidade de Thais? Ele tinha certeza que, apesar de tudo, ela ficaria bem. O que quer que a tenha atacado aquele dia, mesmo o terrível homem dos olhos profundos – e ele sacudiu a cabeça como querendo tirar de lá esse pensamento – não seria capaz de ameaçar a maior cidade do mundo. Carlin, Venore, Ab’Dendriel e Kazordoon, reino dos anões, seriam sempre sombras diante do poderio thaiense.

    A sorte de Pepelu é que ele nunca tentou ganhar a vida como profeta.
    Capítulo revisado: 28/12/2009.

    Publicidade:


    Jogue Tibia sem mensalidades!
    Taleon Online - Otserv apoiado pelo TibiaBR.
    https://taleon.online
    Última edição por Emanoel; 28-12-2009 às 19:43.



Tópicos Similares

  1. [Entrevista] TibiaBR entrevista Ferumbras de Rookgaard
    Por Admin LokiRJ no fórum Entrevistas TibiaBR
    Respostas: 335
    Último Post: 19-06-2010, 11:18
  2. Ferumbras é derrotado em Askara 2 vezes em 2 dias seguidos!!!!
    Por Mestre Thaigon no fórum Tibia Geral
    Respostas: 19
    Último Post: 08-06-2009, 07:45

Permissões de Postagem

  • Você não pode iniciar novos tópicos
  • Você não pode enviar respostas
  • Você não pode enviar anexos
  • Você não pode editar suas mensagens
  •