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Tópico: Onda de Choque

  1. #31
    Avatar de Manteiga
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    Obrigado a quem comentou esse capítulo. Já me demoro em postar esse novo. Curto, pouco objetivo, mas ao mesmo tempo, objetivo. Ele tem uma relação com outro capítulo, aliás uma bem óbvia. Pode não ser algo importante agora, mas futuramente será.

    Capítulo VI
    Negócios

    O Mercado Negro de Darashia era um verdadeiro antro de marginalidade a céu aberto. Como toda boa cidade sem leis, Darashia se via a mercê desse tipo de atividade ilegal quase todos os dias. Era de se admirar que a cidade ainda não fosse mandada por cleptocratas, se bem que não faltava muito...
    - Você só vai me dar isso por aquela raridade? - Espantou-se a compradora, oculta em um manto vermelho e um turbante azul, disfarçando a voz. Tudo para preservar a identidade, afinal não queria que descobrissem que ela estava ali. Já era acusando de todos os crimes possíveis e imagináveis, não precisava de mais um.
    - Não vai conseguir oferta maior em lugar algum. É raro, mas um penhor. - Retrucou o vendedor, insistindo na humilde oferta. Estava escondido dentro de uma tenda, atrás de uma mesa com várias quinquilharias expostas. Olhou para fora e encarou os metros e metros de mesas e tendas enfileiradas, com um vai-e-vem de pessoas astronômico, todas observando e comprando aquilo que gostavam.

    - Como assim? Essa coisa vale horrores, foi feita pelos maiores mestres e usada nos objetivos mais nobres! - Ela quase berrava.
    - Não interessa, ninguém compra aquilo.
    - Porque ninguém sabe que existe.
    - Então! - Ele bateu na testa com a mão, caçoando a compradora - Quer me vender um treco que ninguém sabe que existe! Estou é te fazendo um favor lhe pagando tudo isso.
    Ela praguejou alto, mas ninguém deu atenção.
    - Tudo bem. Mas preciso enrolar meu chefe.
    - Seja rápida. Ou abaixo o preço.

    Ela saiu de perto e seguiu sua jornada de volta a Darashia. Precisava sair daquela cidade o quanto antes e chegar a Thais. Do contrário, o “Papai” poderia desconfiar de algo.

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  2. #32
    Banido Avatar de Hovelst
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    Apesar de bem curto, esse capítulo foi interessante. Poderia ter sido bem mais explorado, na minha opinião, em um conflito interior, mas mesmo sem isso, ainda tem seu lado bom. Mostrou bem o ponto de vista de Orcus, e um conflito rápido, porém, presente na narrativa.

    Obs: Existem dois erros no capítulo. Um é “mata-lo” que deveria estar acentuado. E o outro é “deserdar”, que deveria ser desertar, acho.

    E quanto ao outro capítulo, deixo de novo para depois.

    Sem mais,
    Hovelst

  3. #33
    Avatar de Scholles
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    O capítulo 3 foi bem legal. Uma base para as raças e tal, e uma escrita muito bem feita. Só não gostei do trechinho final, que intitulou o capítulo.
    Achei o capítulo 4 pouco explorado... Ficou a pergunta do que seria o objeto no ar, mas eu não senti necessidade nenhuma de saber...
    Limito-me apenas a isso, hoje. E, sempre que eu demorar a vir quando um capítulo novo lançar, não é incômodo nenhum receber uma PM me lembrando.

  4. #34
    Avatar de Manteiga
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    Ui, dois comentários logo no dia do lançamento do capítulo? Fico feliz com isso =d

    @Hove
    Achei que tinha morrido (putz sempre falo isso), mas pelo menos comentou. E sobre os erros, é, desertar. Eu acho que ele nem tem herdeiros pra deserdar né ~.~ O do matá-lo culpe o word, sempre ponho acento nesses verbos, mesmo que não precisa [+ vicio]. Ás vezes ele tira um acento, às vezes põe... Ele é louco.

    @Elementalis
    Bem, eu não posso dizer que objeto é por questões meio óbvias XD Se não estraga o mistério, embora logo eu revele... Acho. O 4 preciso admitir que explorei pouco, mas era pra ser curto e rápido. Vão entendê-lo melhor muito em breve. Muito.

    Manteiga.

    PS: Vi um post seu em GRIM. Cap I? =D Vou checar o/
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  5. #35
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    Bah... Double postando só por um capítulo... Pois é, vai ser engraçado ler o post acima e ver que double postei em seguida ~.~ Em todo caso, vamos seguir com a trama.

    Capítulo V
    Esforços em Vão

    - Sob que acusação? - Berrou Chronus, com a voz abafada, ainda prensada contra a mesa. Tentava se desvencilhar do guarda, mas apesar de baixo, ele era estrondosamente forte. Esperneava, agitava-se, tentava de tudo para se ver livre daquilo tão surreal. Mas nada adiantava. Perguntou-se por que seus amigos nada faziam.
    - Solte-a! - Bradou Henry, notavelmente furioso. Puxara a espada e estava parado, em posição de ataque, com os olhos em chamas e o corpo tremendo de tanta raiva. Sua pele estava avermelhada e as veias do pescoço bem em evidência - ESTOU AVISANDO!
    - E vai fazer o que a respeito seu idiota? - Gritou em resposta o anão, com a voz firme, sem recuar. Puxou Chronus para perto de si e colocou-a em sua frente. - Quer ser preso também?
    - VOCÊ NÃO TEM COMO ME ENFRENTAR! - Gritou ele, quase explodindo.
    - EU NÃO, MAS ELES TÊM.

    Henry se virou e largou a espada. Um esquadrão de cerca de doze anões estava parado no corredor, todos preparados para uma batalha de emergência. Aquela era uma operação séria. Mas ele não ia abaixar as armas e deixar que levassem sua melhor amiga, não mesmo! Empunhou a arma novamente, com uma expressão ameaçadora na face. Cerrou os punhos em volta do cabo da arma e preparou-se para uma investida contra os doze. Sequer parou pra pensar em desvantagens ou algo relativo a isso, apenas queria mata-los e salvar Chronus. Era sua única opção.

    - Henry calma - Disse Ava, baixo o suficiente para que ninguém mais na sala ouvisse. Este virou-se para o amigo. O druida permanecia com os olhos fixos no guarda que segurava Chronus. Não se mexia, apenas pensava. Seu forte era o planejamento, então Henry esperou que ele tivesse uma brilhante idéia para resgatar a paladina e fazer com que os três saíssem vivos dali. Ava suspirava fundo, pensando rápido. Precisava resgatar Chronus e fugir com ela e Henry pro lugar mais distante dali possível. Mas e o ferido? Não podia simplesmente deixa-lo pra trás. Tinha quase certeza que Isimov não saberia agir corretamente, não confiava nele. Na verdade, eram poucas as pessoas nas quais ele depositava sua confiança. Se bem que não confiava nem nele mesmo...

    - Quando eu mandar, pega o corpo e desce as escadas - Disse se referindo a uma escadaria de mármore perfeitamente lapidada escondida em uma salinha a leste do templo. Ela levava ao Túmulo dos Heróis, uma sala cheia de estátuas, placas de mármore com lendas e ossos podres e fedorentos de pessoas que ninguém conhecia. Ava já estivera lá antes, e sabia da existência de uma escada oculta para a base do templo. Se pudessem atrair os guardas até lá teriam uma chance de escapar.
    - Não - Respondeu prontamente o cavaleiro - Não vou deixar Chronus.
    - Precisamos - sibilou o druida, sem tirar os olhos do guarda - Não temos opção.
    - Porque devo favorecer um desconhecido?
    - Porque estou mandando! - Ele disse essas palavras já irritado dos intermináveis questionamentos de Henry - Esse cara corre risco de vida. Chronus não. Pelo menos na teoria...
    - O que tanto murmuram? - Disse com a voz grave o guarda, em tom de desafio. Puxou Chronus mais perto de si. Ela fez um gesto com a cabeça que indicava claramente que eles deviam correr. Henry olho os doze pelo canto do olho e viu um deles empunhando uma besta.
    - Não temos tempo - Cochichou Henry, finalmente se rendendo.
    - Não adianta fugirem, ela é procurada pelo mundo todo! - Gritou o guarda, como se vangloriasse sua habilidade de captura por pegar uma foragida. Mas porque estavam a prendendo? Havia algo oculto no passado de Chronus que eles não conheciam? Uma ponta de desconfiança se erguia na mente de Ava.

    - AGORA! - Gritou o druida sem mais nem menos. Era hora de agir. Henry jogou a espada cegamente para trás e atirou-se na direção da mesa. Ouviu um grito agudo de dor vindo do lado dos doze e teve certeza que a arma fizera o que tinha de fazer. Jogou-se sobre o pobre e confuso Isimov, que funcionou como escudo. Era um pecado tremendo aquilo que ele estava fazendo. Escondeu-se ao lado da mesa enquanto Avalanche escondia-se atrás de um dos pilares, tirando um bastão verde enfeitado com pedras brilhosas da mochila.

    Henry empurrou Isimov na direção de Ava. Um soldado, logo na aparição do vulto, disparou um dardo vermelho munido de uma ponta cortante como uma faca na direção do clérigo, que por sorte errou. Ava o segurou por trás e pegou o bastão disparando uma das pedras que giravam nele na direção do guarda que segurava Chronus. Esse esquivou-se e atirou a paladina na direção dos doze. Um soldado a pegou e correu na direção da escada que ligava o terceiro e quarto andar.
    - CHRONUS! - Urrou do fundo de sua alma Henry. Ele fez menção de se erguer para seguir o guarda,mas Avalanche o encarou firmemente, de uma forma que jamais fizera.
    - MANTENHA O PLANO! - Se ia dar certo ele não sabia, aliás tinha certeza que algo daria errado. Nenhum de seus planos funcionava. Mas aquele era uma questão de vida ou morte. Jogou Isimov na direção do guarda que acabara de soltar Chronus e atacou-o com sua varinha, atingindo-o na face. Ele cambaleou, pondo a mão no olho que se esvaía em sangue e berrando. Tropeçou em uma elevação no piso e caiu de costas sobre um lampadário incandescente, entrando em chamas e gritando em desespero. Os demais guardas se alarmaram para salvar o amigo.

    - CORRE! - Gritou Avalanche correndo para uma porta no fundo do templo. Henry pulou sobre a mesa e pegou o corpo sem muita dificuldade. Os guardas notaram o rápido movimento e prepararam-se para contra atacar, mas um disparo negro vindo de Ava conjurou uma enorme parede de energia na frente deles, impedindo sua passagem. Henry virou-se e viu o amigo com uma pedra amarelada em mãos, fazendo sinal para que ele o seguisse.

    Os dois correram ao fundo da sala, escondendo-se atrás dos últimos pilares paralelos. Os guardas tentavam destruir a parede mágica e gritavam para que Isimov corresse chamar reforços. Ava pôde ouvir a voz de Chronus clamando por ajuda, e sentiu uma angústia profunda. Estava impotente, não tinha como salva-la. Não ainda. Mas se algo ocorresse com ela, ele jamais se perdoaria. Precisava sair logo dali.
    - AVA! - Henry berrou, trazendo o druida de volta a realidade. A parede sumira e os guardas avançavam rapidamente contra Henry, que defendia-se com seu escudo vermelho-sangue com a face de um demônio. Ava chutou a porta de madeira, arrombando-a. Pulou para dentro da salinha e puxou o cavaleiro para perto da escada. Sacou outra daquelas pedras amarelas da mochila e disparou-a na porta, conjurando mais uma parede que bloqueou a passagem.
    - Temos pouco tempo.

    Mas ele mal sabia que o tempo deles já havia se esgotado.
    Enjoy it.
    Manteiga.




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  6. #36
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    Decepcionado.

    Manteiga.
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  7. #37
    Avatar de Neal Caffrey
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    CAPÍTULO IV, MEU IRMÃO


    Já era acusando de todos os crimes possíveis e imagináveis, não precisava de mais um.
    Ooops!

    Capítulo rápido e bem sem-sentido, no sentido literal da história. Mas sei lá, se o roleplay tiver alguma continuidade, ele pode ser importante.

    CAPÍTULO V, MERMÃO


    Henry olho os doze pelo canto do olho e viu um deles empunhando uma besta.
    Opa!

    Gostei deste capítulo. A batalha foi realmente muito envolvente. Só receio que, talvez, o plano em que se tem mistério seja inobjetivo. N'O Incubo, muito mistério só fez com que eu fracassasse. Espero que não ocorra o mesmo na sua história, amigo.

    O Incubo II foi lançado. Já que você não acompanhou o primeiro, acompanhe este! ;D

    Abraços.
    Jason Walker e o Retorno do Príncipe
    Sexta história da série de Jason Walker e contando. Quem sabe não serão dez?

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  8. #38
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    Foi bom, porém acho que tu pode fazer melhor. Por exemplo, uma hora o Ava pega a varinha e '' ataca o guarda ''. Porém tu não me disse se saíram faíscas brancas que cortavam, se ele atirou a varinha ou tentou um Vingardium Leviosa. A batalha foi envolvente, mas deu a sensação de surrealismo.

    Vou parando por aqui. Abraços.

  9. #39
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    Citação Postado originalmente por EleMenTals Ver Post
    Foi bom, porém acho que tu pode fazer melhor. Por exemplo, uma hora o Ava pega a varinha e '' ataca o guarda ''. Porém tu não me disse se saíram faíscas brancas que cortavam, se ele atirou a varinha ou tentou um Vingardium Leviosa. A batalha foi envolvente, mas deu a sensação de surrealismo.

    Vou parando por aqui. Abraços.
    É um pássaro? É um avião? É Isabella Nardoni? [+ humor negro]
    Não! É um comentário!

    Isso é surreal ~.~
    Ava o segurou por trás e pegou o bastão disparando uma das pedras que giravam nele na direção do guarda
    Não sei se foi bem isso que quis dizer em relação à varinha, mas foi uma pedra disparada. Uma pedra mágica, se é que me entende (Não, ele não tacou uma pedra na testa do guarda ;-;')

    Bom, eu espero então que os próximos capítulos sejam melhores que este =P E já que falamos disso...

    Capítulo VI
    Maquinário para a Guerra


    - Mais um voluntário para a guerra! - Bradou Baxter em meio à multidão que o cercava, interditando a pequena ponte de pedra que fazia o acesso a Ilha da Monarquia, donde se erguia o imponente Castelo de Thais. Homens, mulheres, cavaleiros, arqueiros, feiticeiros, druidas, velhos, jovens, anônimos, heróis consagrados, todos os cidadãos mais corajosos de Thais o cercavam, comentando e estendendo o braço para assinar o documento que este mantinha sobre uma mesa de madeira. Aquela lista carregava as esperanças thaienses de uma nova vitória contra os orcs. O rei queria voluntários para a guerra, precisava deles. E o povo, que amava sua bela cidade, não protestou nem pensou antes de ir servir ao seu mandante. Baxter esboçava um sorriso em ver tantas pessoas dispostas a lutar, ou até a morrer por sua cidade. Era um sentimento fantástico!

    Em pé ao lado da mesa, anotava na lista o nome e as habilidades de cada soldado. O documento seria entregue à TBI, que se encarregaria de treinar e preparar todos os voluntários para o maior combate de suas vidas. Mal podia esperar para ver a cara que os orcs fariam quando vissem todo aquele exército altamente qualificado marchando contra suas pequenas forças de guerra, mínimas. Pensava se seria consagrado por ser o comandante daquelas tropas, se receberia honras e seria chamado de herói. Esperava há anos por aquele momento. Não seria só mais um guarda do castelo, seria o maior herói que Thais já vira desde Banor.

    - Baxter - Trovejou uma voz sombria e grave, forte como mil tufões nas terras do Tíbia, em meio a multidão. As pessoas abriram o caminho da ponte para a passagem do lendário cavaleiro com sua armadura reluzente, prateada e marcada pela guerra. Sua longa capa azul e branca esvoaçava pelo forte vendaval do dia e o tilintar de suas proteções ecoou pelas alamedas e becos da cidade. Sua espada embainhada transmitia poder, ninguém ousaria desafiar o homem que usava aquela espada. Era um grande homem, uma lenda viva. Era o chefe da TBI, era Chester Khas - Podemos conversar?

    Ninguém ali pareceu respirar. Alguns tinham como um desacato mover qualquer músculo na presença daquele homem. Outros sequer olhavam, com medo de terem os olhos arrancados. Outros, em contrapartida, pareciam querer pular sobre ele, não acreditando que estavam o vendo ali, a poucos metros de seus corpos. Baxter prendeu a respiração e tremeu. Detestava quando tinha que falar com seu superior, se sentia um pobre cavaleiro sem forças perto dele. Mas engoliu em seco seu medo de ouvir umas verdades e seguiu o cavaleiro, que simplesmente virou-se sem dizer mais anda. Baxter o seguida com uma leve distância, não ousando olhar pra trás, mesmo ao ouvir o alarde que as pessoas faziam, comentando a cena e tentando preencher a lista.

    ***

    - Que houve? - Disse Khas, sentando-se em uma cadeira estofada avermelhada com detalhes em madeira reluzente, descansando os pés sobre sua mesa de aço puro na qual deixava papéis, tinta, penas e candelabros. Desembainhou a espada e escorou-a na cadeira, olhando firmemente para o trêmulo guarda - Parece que viu um fantasma.
    - N-não é n-na-da - Gaguejou Baxter, engolindo litros e litros de saliva e suando frio por todas as partes de seu corpo. O outro riu alto, quase caindo da cadeira.
    - Não sou um demônio, não precisa quebrar-se todo perante minha pessoa.
    - Sim senhor - Disse o guarda tentando se comportar. Khas ergueu-se e deu várias voltas na mesa, parando diante um quadro feito em pele presa a bambus que jazia pregado a parede atrás deles. A pintura retratava um monte de terra em meio ao mar, cortado por linhas vermelhas e assinalado com “X” e “O”.
    - Isto é o nosso plano de guerra - Khas puxou uma gaveta em sua mesa e dela tirou uma maçã enrolada em um pedaço de papel fedorento e ligeiramente marrom - “X” somos nós, “O” são eles - Deu uma grande mordida na maçã.

    - Não seria o contrário?
    - Queremos confundir eles.
    - Ah claro - Ele que estava confuso. Espichou-se e olhou o alvoroço na rua - Olha senhor, preciso checar lá e...
    - Não vou me demorar - Andou de novo em círculos pela mesa, mordendo a maçã com gosto. Baxter só olhava. Passou a encarar o mapa e observou a presença de uma linha pontilhada azul na altura dos “O”- Que é isso?
    - Ai é que está - Argumentou Khas com um pedaço grotesco de maçã na boca - Tenho um espião na Pedra.

    Se fosse Baxter que tivesse com a maçã na boca teria engasgado naquele momento. Na Pedra? Na Pedra de Ulderek? Só podia ser loucura! Nenhum humano jamais regressara vivo de lá! Como Khas conseguira mandar um espião para as entranhas daquela fortaleza tão bem guardada?
    - Mas como... - Baxter engoliu em seco - Como um humano entrou lá?
    - Eu disse que era humano? - Khas riu da cara de baxter e jogou os restos da maçã pela janela.
    - Um traidor? - Baxter ergueu de leve as sobrancelhas, levemente desconfiado - Um orc?

    Khas fechou os olhos e riu em pensamento. O impacto que causara tal informação era surpreendente, o que ele realmente esperava. Talvez por isso confiara tanto naquele orc... De qualquer jeito, sabia que ninguém poderia suspeitar dele, era um mestre no disfarce e não seria tolo para ser reconhecido. Sentiu-se extremamente orgulhoso da idéia, estufando o peito e olhando com superioridade ao guarda, como se indicasse que ali ele mandava. Nunca em toda sua vida tivera um plano tão brilhante.

    - Mas como conseguiu o apoio de um orc? - Baxter tremeu quando o pensamento de que o orc poderia estar enganando a TBI chegou à sua mente. Adoraria ver Khas quebrar a cara, era convencido demais e acreditava veemente em sua superioridade, logo merecia se dar mal. Mesmo assim, um erro daqueles poderia estragar toda uma operação.
    - Não há o que o dinheiro não possa comprar - Disse Khas, ainda com o peito estufado e esboçando um sorriso enorme, de orelha à orelha.
    - Certo... - Outro problema de Khas: a cega submissão ao dinheiro. Aquele era o veneno que certamente o mataria um dia - Mas pra que isso? Só por uma guerra?

    - Me pediu que traço era esse - Disse o líder da TBI indicando o risco azul. Khas olhou-o com um ar sombrio nos olhos e voltou a ser o frio e calculista Khas de sempre. Pela cara, o que ele tinha a dizer era muito sério, na verdade extremamente sério e preocupante. Nunca antes vira um oficial com tal expressão, logo espantou-se. O que ouviria certamente era uma bomba e tanto - Os orcs estão se preparando excepcionalmente bem para a guerra.

    - Eles sempre se prepararam - Lembrou-se Baxter das catapultas da última invasão e da fantástica organização dos orcs quando o tema era guerra. Se fossem mais fortes significariam um problema maior.
    - Mas desta vez tudo mudou - Ele mantinha o tom enigmático. Andou lentamente pela sala, pensando e remoendo como tratar de um assunto tão delicado. Nunca tivera receios, então era melhor falar tudo de forma rápida e direta, para encurtar o caso e acabar com aquele papo vago de uma vez por todas. Detestava falar com inferiores, e não queria que aquele ser continuasse ali poluindo seu ar. Engoliu em seco e falou, sem rodeios. - Eles têm um impressionante maquinário para guerra.

    Baxter só ergueu as sobrancelhas. Como assim maquinário? O que poderia ser tão tenebroso a ponto de arrancar um receio de Chester Khas? Tinham catapultas de novo? Construíram armas melhores? Domaram dragões? O que raios eles estavam preparando? A cara do oficial era um indicador perfeito de que o que vinha por ai era um fator realmente preocupante que arrancou idéias mirabolantes e preocupações do pobre Baxter, que suava frio imaginando orcs domando demônios e serpentes gigantes destruindo as casas da cidade. Pensou em cada habitante que perderia a vida, cada casa erguida com esforço que seria destruída...
    - O que eles têm? - Disse, com um enorme receio na voz, temendo o que ouviria em resposta. Fechou os olhos e suou para se preparar para ouvir as duras e diretas palavras de Khas, sabendo que teria mais trabalho por ai.
    - Torres gigantes, de um tamanho colossal, maiores que os pórticos de nossa cidade - As palavras saíram deliberadamente, sem que ele mostrasse qualquer reação ou temor ao falar daquilo. Mas não mudara a expressão facial, que permanecia sombria e séria, transmitindo um temor fora do comum em baxter, que estava a ponto de sair gritando - Torres equipadas com rodas de madeira munidas de pontas de aço, capazes de moer o mais duro dos aços em um piscar de olhos, torres resistentes ao mais afiado dos cortes de um machado, torres munidas de atiradores de elite e feiticeiros capazes de explodir construções inteiras em segundos. Eles têm sete ao todo, o suficiente para entrar aqui e fazer um extremo estrago.

    Baxter levantou-se, derrubando a cadeira. Seu queixo caíra, seu corpo tremia e suava e ele não sentia os músculos. Um frio na barriga vinha acompanhado de imagens e pensamentos sobre mortos e caos, um imenso remorso de incapacidade o tomando. Sentiu que seus esforços eram insignificantes contra tal monstruosidade. Imaginou monstros de madeira e aço de vinte metros correndo em sua direção, destruindo tudo a sua volta. Sentiu-se no fundo do poço, com um desespero enorme dentro de si. Se era verdade, os orcs estariam com a faca e o queijo na mão. E já o teriam cortado.

    - O seu espião precisa destruir as torres, é nossa única salvação! - Baxter disse, atropelando as palavras com seu desespero. Não tinha tropas suficientes para lutar contra os exércitos e contra as torres. Thais seria destruída, a menos que um orc fizesse o que fora pago para fazer.
    - Não é tão simples assim... - Khas retrucou pausadamente, com um tom frio e extremamente calmo, como se tentasse raciocinar sobre aquela situação tão difícil. Era um caso de vida ou morte, e certamente se conseguisse assegurar a vida iria ganhar uma gorda recompensa - Preciso zelar pela segurança de meu informante, toda operação depende disso!
    - QUE SE DANE A OPERAÇÃO! - Baxter gritou em fúria, ignorando a autoridade do oficial - Temos vidas em perigo! Precisa zelar pelo bem dos habitantes dessa cidade que você ajuda a proteger, e não por uma operação!
    - A operação é a nossa salvação! - Ele respondeu, sem perder a calma. Era fundamental estar de cabeça fria para pensar em uma solução. Baxter precisava entender que não era tão fácil se comunicar com um orc, principalmente se este estivesse na Pedra de Ulderek. Era realmente algo mundo complicado, mas decisivo - Não posso me precipitar. Mandar o orc destruir as torres pode não ser tão simples, não tenho como saber se ele possui acesso às torres nem se tem poder para destruí-las. E ainda se o mandar para tal ato, ele pode ser descoberto e morto.

    - MAS AS TORRES TERÃO SIDO DESTRUÍDAS! - Gritou Baxter em desespero, como se clamasse por cada vida da cidade. Não conseguiria ser tão frio como Khas.
    - E NOSSO ÚNICO INFORMANTE TERÁ MORRIDO! - Pela primeira vez ele se alterou, berrando. Estava vermelho, bufando e com os olhos envolvidos em chamas. Era impressionante como aquele guarda conseguia ser um retardado mental. Não tinha seu sangue frio para perceber o quão era importante que o orc continuasse vivo. Acalmou-se, pensando na única saída que tinha. - Vá recrutar mais gente, eu sei o que fazer - Mas para o sucesso daquela sua idéia, precisava que tudo tivesse corrido decentemente no Colosso.

    ***

    No andar inferior, sentado em sua cadeira na delegacia. Harkath Bloodblade lia e relia atenciosamente a carta que acabara de ser entregue.. Sua informante era muito profissional, pois soube disfarçar bem o que realmente queria dizer. Se tudo que estava expresso ali fosse verdade, podia começar a ter perspectivas de um futuro melhor. Não importava Khas, guerra, orcs, Thais, Tibianus. O que importava era o poder que teria em mãos, seria o homem mais poderoso de todos, mais que um deus. E tudo dependia daquela mulher, estivesse ela onde estivesse.

    Caro papai.
    Não gostei de Edron, as bibliotecas são muito vagas e incompletas, não pude fazer uma pesquisa decente. Ouvi relatos de que o Eremo, um grande conhecedor que mora em uma ilha próxima a Cormaya, possui um vasto acervo de livros e que posso tê-los a minha disposição, basta você usar seus contatos. Espero coletar material suficiente para sua pesquisa.

    Beijos, sua filha amada, Sofia.


    Sorriu. Ela tinha muita criatividade. De onde tirara “Sofia” não sabia, mas era o disfarce perfeito. Chamou um guarda que estava na porta de sua sala e lhe passou as informações. Era hora dele “usar seus contatos”. Sorriu mais ainda, percebendo a inteligência de sua agente. Era fantástica!

    Mas ele mal sabia que Sofia era muito mais esperta do que mostrara na carta.
    ----

    Veremos se mais almas se acusão com esse.

    Manteiga.
    Última edição por Manteiga; 02-09-2008 às 16:25.
    Dezesseis anos depois, estamos em paz.

  10. #40
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    Me referi a
    Mas aquele era uma questão de vida ou morte. Jogou Isimov na direção do guarda que acabara de soltar Chronus e atacou-o com sua varinha, atingindo-o na face.
    Capítulo VI:
    Vou ser sincero. FODA! Com certeza, o melhor capítulo até agora. Me envolvi com todo o texto e pude 'sentir' o desespero de Baxter, consegui ver a frieza de Khas. Só acho que tu pode melhorar um pouco a personalidade de Khas, pois ele é muito '' fodão ganancioso '', saca? Tipo, alguma fraqueza que ele deixa, algum ponto fraco na ganância, etc. Adorei.

    Abraços.

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