Bom, moçada, este é o capítulo final do meu roleplay. Estou feliz que ele tenha chegado até o fim. E de quebra, pra comemorar meu post de número 1000. Eu fiz, refiz, li, reli, e ele ficou pronto depois de eu quebrar bastante a cabeça. Espero que gostem deste último capítulo.
Quero agradecer a todos que me acompanharam e deixaram seus comentários aqui, especialmente Emanoel, Hovelst e Claudio di Martino. Suas opiniões foram muito importantes para a construção da minha estória. Obrigado, de verdade.
Enfim, chega de conversa. Aí vai!
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CAPÍTULO 11 - A FEIRA DE DÉCADAS
Eram sete horas da manhã de sábado. O continente parecia apático. Obviamente, a felicidade era geral pela destruição completa do Incubo, mas não era completa. O Capitão Svan havia morrido na tentativa. E era isso o que mais pesava no coração da Rainha Eloise, que estava parada, acompanhada de dois guardas, exatamente no portão principal do Castelo. Vários comerciantes passavam pra lá, e pra cá, afinal a cidade toda havia sido reconstruída, graças ao trabalho de todos os magos residentes nela. Alguns novos, alguns que já estavam aposentados de seus artefatos mágicos, todos eles trabalharam e re-levantaram a cidade. E a Rainha estava orgulhosa. A Feira de Décadas se iniciaria logo depois do meio-dia.
- Peço desculpas, Mercy - a Rainha Eloise dirigia-se ao espião. - Tenho vergonha por ter desconfiado de você, meu homem de confiança. Tenho também consciência do risco que correu. Espero que me perdoe.
- Tudo bem, Rainha - os olhos de Mercy estavam dispersos. Sentia a falta do Capitão Svan. O momento era crítico. - Até mesmo o nosso Capitão cometeu o mesmo erro. Mas houve tempo suficiente para o reparar. Sem problemas, está tudo resolvido - completou, dando-lhe um sorriso forçado.
O trânsito era maior que o normal. Em cada esquina, em cada rua estreita ou larga, em especial na Avenida Principal de Carlin, comerciantes do continente se espremiam para armar suas tendas. Nenhum deles tinha a menor noção da perda que significava o Capitão, depois de quinze anos servindo fielmente o exército de Carlin. No portão leste, cada vez mais e mais pessoas chegavam. As pousadas estavam à toda. Em alguns minutos, os cidadãos e comerciantes, já prontos para a Feira, dirigiram-se para a parte da frente do Castelo. Esperavam um discurso da Rainha. Um discurso de abertura para a Feira. Eloise dirigiu-se até a torre frontal, e aguardou por alguns minutos até a balbúrdia se normalizar. Enfim, começou.
- Cidadãos do continente - forçadamente, um sorriso -, é com tristeza que eu venho a vocês iniciar essa Feira. Como todos devem saber, Tibianus III morreu. Isso aconteceu porque, numa tentativa enlouquecida de destruir esta cidade - esta cidade que estão hospedados -, ele resolveu trazer à tona um demônio.
Um arrepio correu pela multidão inteira. Alguns comerciantes se entreolharam, tentando buscar uma resposta para uma dúvida que lhes invadia a cabeça, depois das palavras da Rainha: Vou embora, ou não?
- Mas - Eloise continuou, engolindo seco -, existiu um homem capaz de deter tal demônio. Ele era Capitão Svan. Svan foi capitão, foi homem, foi herói, como jamais qualquer um será, afirmo isso com toda a certeza do meu coração. Mesmo sabendo dos poderes do Incubo, ele não fraquejou, e dirigiu-se determinadamente até a cidade de Demona, e o destruiu.
- ONDE ESTÁ SVAN AGORA? - uma voz surgia da multidão.
- Pois bem - Eloise dava continuidade -, Svan encontrou uma forma de destruir o demônio. Mesmo sabendo que lhe custaria a própria vida, o Capitão não hesitou e o fez. Sem pesar no coração. Sem pensar em sua própria vida. O fez, pelo bem da humanidade.
- AFINAL, NEM O CAPITÃO SVAN FOI CAPAZ DE DERROTAR O DEMÔNIO!
- Que absurdo! Tudo que temos aqui, cada pedra, cada castelo, a cidade onde vivem, senhores - Eloise fez uma pausa -, tudo se dá por causa do Capitão Svan. Porque ele foi homem para dar sua vida em razão do continente. Tudo que temos hoje é sua decendência, é o seu legado. Espero que tenham consciência disso.
Um silêncio tenebroso ocorreu-se, seguido de um grito da multidão.
- AO CAPITÃO SVAN! O HERÓI DO CONTINENTE.
No terraço do Castelo, uma estranha figura observava tudo atentamente, com lágrimas nos olhos. Estava sentado sobre os calcanhares, apoiado em sua espada que estava cravada no telhado. Espada que tinha um brilho inacreditável. Espada que jamais perdera seu fio.
- Ao Capitão Svan, meus comandados - a Rainha já chorava. - Declaro aberta a Feira de Décadas. Divirtam-se.
A figura no telhado então levantou-se. Agil, como um gato, lançou seu corpo por trás do Castelo e caminhou equilibradamente sobre o muro. Saltou para o lado de fora, e seguiu a estrada de terra, em direção a nada. Enfim, tinha encontrado seu lugar. De volta à estrada. Os últimos quinze anos que viveu foram vividos em razão de outras pessoas, em razão de salvar suas vidas. Enquanto caminhava, conversava consigo próprio.
- Mesquinharia, barganhas, ganância - falava pausadamente -, o continente ainda não está preparado para receber heróis ou vilões. Não está preparado para a misericórdia de Crunor. Fiz meu trabalho aqui. Espero que as coisas mudem.
Caminhou durante cerca de dez minutos, quando chegou na costa, em Northport. Olhou o próprio reflexo na água, tentando manter sua expressão branda. Não havia mais nada a ser feito. Apenas pegou água e molhou o rosto e os cabelos, quando percebeu um navio aproximando-se. Inteiramente branco, com exceção do casco, que era de metal prateado. A ancorada era impecavelmente limpa, assim como seu convés. Haviam muitas escotilhas, denunciando completamente a estrutura interna do navio. De luxo, não?, pensou. O navio ancorou. Dele, desceu um jovem rapaz, cabelos longos e loiros, presos a uma espécie de ramo silvestre. Usava roupas comuns, demonstrava ser apenas um civil.
- Olá, cavaleiro - dirigiu-se ao homem -, este é Tibia, não é?
- Sim - respondeu, com um pouco de desconfiança.
- Qual é o seu nome, amigo?
- Prefiro não falar sobre isso. De onde esse navio vem?
O marinheiro o encarou com um pouco de receio.
- Vem da cidade de Roxanne, em Verdana. Sempre navegamos de continente em continente, buscando por pessoas que queiram mudar de vida, ou alguma coisa próxima disso.
- E por que fazem isso?
- Existem muitas coisas erradas em Roxanne. Procuramos por alguém que as solucione. A maldade transborda, no continente de Verdana.
O cavaleiro olhou novamente seu reflexo na água. Será um novo desafio para mim? Pensou por vários segundos, quando teve seus pensamentos despertados pelo marinheiro.
- Pense bem no que fará. O navio sai daqui a vinte minutos. Essa cidade é muito pouco populosa, mas fico feliz de ter encontrado ao menos uma alma viva por aqui.
- Mas como é que... - o marinheiro subiu as escadas ao convés, deixando-o para trás.
Encarou o casco do navio. Tomou sua mochila, e decidiu por acompanhar o marinheiro.
- Sinto muito, cavaleiro, mas preciso saber seu nome. É necessário para o registrar como passageiro, para que não seja visto como clandestino.
- Capitão... o que acha de dez moedas, e esquecemo-nos do nome?
- Ótimo.
O navio partiu, levando consigo o cavaleiro e todos os seus sonhos. Sabia que haveria mais um desafio. E estava em busca do mesmo. Seu trabalho em Tibia já tinha se cumprido, não havia nada mais para se fazer. Estava satisfeito. E desejoso de outras aventuras.
- Rainha Eloise... sentirei sua falta.
O navio, então, sumiu no horizonte.
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