PS: WK, peço-lhe que não julgue a aranha como “não sábia”, pois todos os eternos, tem uma história singular, eles não nasceram assim, em minha narrativa mostrarei isso. Apenas seja paciente...Quanto ao resto, creio que devo-lhe, um Grande Obrigado. Primeiramente por ter feito a leitura destas linhas, e segundo por comentar com tamanho empenho...Um abraço, e um obrigado sincero. E quando digo sobre os tripulantes do barco.. Quando descrevê-lo você saberá por que usei tal numerosidade, acho que os eternos irão comprovar o que falo...Corrigirei os erros, por ora, tento acertar...
O iluminado. Divirtam-se, chorem, e encabulem-se.
Capitulo 19: Lágrimas
A vida há vários sentidos, depende do ponto de vista de quem vê, ou de quem à vive. O garoto sabia com pesar o que essas palavras significavam, ele adentrou a fortaleza, olhando aquele lugar grotesco como um gato que olha seu novelo de lã. Um simples toque seu, faria aquele lugar decrépito vir abaixo, mas, ele sabia que isso traria grandes transtornos, e por isso não o fez.
Caminhou lentamente olhando as paredes, nelas estavam incrustados símbolos e runas de um dialeto desconhecido a olhos humanos, passeou durante alguns instantes até que suas mãos pudessem tatear as paredes, e assim o fez. Deixou a palma de sua mão deslizar sobre as grossas pedras de arenito.
Malditas frases macabras, um dia ele há de arrepender-se, isso não é algo que alguém em hipótese alguma deveria lembrar.
Grande, poder há nessas inscrições, mas, nada menos eu esperaria daquela mente astuta e fugaz.
Marti innqtri muert!
As inscrições brilharam, assim como a palma da mão do garoto, emanando uma luz azul clara.
Os símbolos começaram a se unir, e todas as palavras se dilaceraram, virando apenas letras, para logo depois virarem um globo a bailar na frente da criança.
– Não seja tão mal humorado, tudo que há, tem algo de proveitoso. – Disse uma voz rouca e gutural que saia de cima da torre.
– O que há de proveito em tirar a vida de milhões de seres para ter um poder tão inútil.
– Inútil...Olhe minhas mãos, manchei-as com sangue para conseguir algo que você chama de descartável.
– De tolo que foi! Não me acuse dessas merdas que tu fizeste no passado, afinal, você se afundou-se em sangue sozinho! – A voz da criança sibilou na torre, suas paredes tremeram.
– Eu?! Malditas sejam essas palavras. Mardities, mardities, ingrand mar hur !!!!! – A voz ganhou força, como se fosse o ribombar de um trovão.
– Por que? Pela pedra?! Saiba que menti à viúva...Falei que: quem me deu aquela pedra foi o Carrasco, você como ninguém sabe, ou melhor, se lembra da dor que passei para que essa pedra estivesse comigo até hoje. E eu sim, amaldiçoou esta pedra, MARDITIEA!!
– Então me dê!
– Já que quer tanto.– A pedra com o colar antes tecido foi jogada para cima, uma mão velha e decrépita a segurou, o dono da mão olhava com um sorriso seco e amarelo.
– Pois bem, darei ela ao teu filho.
– Não, ele não merece.
– Diga isso à ele, aquele moleque fracote, mal sabe dizer uma ou duas palavras na língua dos deuses.
– Ele não é obrigado a saber. – Falou o garoto dando de ombros.
– Não minta para si mesmo, você lamentasse por ter aquilo para chamar de filho, para mim, ele é uma escória, pior que Suon.
– Por mais que eu odeie Suon, não posso tirar dele o brilho de sua força.
– E também não pode tirar dele a compreensão...
– MARDITEI, NÃO BRINQUE COMIGO FERUMBRAS, EU NÃO SOU UM QUALQUER, ME OLHE NOS OLHOS, E LEMBRE-SE DE QUE ESTÁ NA PRESENÇA DO QUE REGE ESSE MUNDO!
Ferumbras pulou, e deixou-se planar, caindo em frente ao garoto, este último com uma expressão séria no rosto; cenho fechado. Ferumbras era o mesmo de cem anos atrás, com sua manta marrom, cabelos brancos, olhar triste e mórbido; o seu chapéu podre de sujeira tombava-lhe na face, as rugas se faziam presentes em seus membros. Os lábios ressequidos pela idade começaram a pronunciar algo, mas, a voz recusou-se a sair.
– Desculpe-me, não tive a intenção Verminor.
O garoto apenas assentiu com a cabeça, seus olhos já estavam embargados por lágrimas, ele podia parecer forte, e as vezes era. Porém todos tem um ponto dolorido em seu coração.
Você ainda chora as tardes quando ela se vai, e canta nas manhãs não é? – Continuou Ferumbras, a falar, e olhando o céu como se cobrasse uma dívida de si mesmo.
Não foi preciso falar mais nada, já que as palavras de nada valiam para que aqueles corações tristes e sofridos se entendessem, ambos se abraçaram e choraram amargamente pelas suas perdas.
– de que vale minha vida sem ela?
– E de que vale meu poder sem você?
– Nada!
Os corações chorosos se completavam, ambos com suas mágoas, tristezas e dores.
O tempo passou, para eles a ampulheta que estava sobre uma mesa no canto da sala de entrada de nada valia, já que o tempo era apenas uma criança. Tudo que perderam, sonhavam em reconquistar, mesmo por métodos que as vezes poderiam ser considerados errados, e levaram Ferumbras a viver preso em um torreão feio e disforme.
Os fatos que ambos presenciaram não foram mostrados a nenhum humano, o único que teria o direito de saber, só pensava em coisa obsoletas, seguia um caminho sem sentido, sobrevivia em uma existência vaga.
As lágrimas deram espaços a pequenos soluços, e logo após, deram espaço a qualquer coisa que quisesse sair, pois até as águas oculares já haviam se esvaído, e nesse caso o único meio foi as palavras.
– Até você Ferumbras viu que meu filho não é nada parecido conosco...
– Sim, tenho suspeitas dele como todos tem, mas creio que não seja algo relevante.
– Ferumbras meu velho amigo, lembro-me de tudo que passamos, se nossa história juntos fosse escrita nas areias do oceano, faltaria páginas para terminá-la.
– Talvez, Verminor. Eu sei o quanto foi difícil aceitar tudo aquilo, e vir para cá sem nada, a não ser um amor.
– Eu sei que você não queria vir, só o fez por que eu precisava de você...
– Talvez eu precise mais de você do que você de mim Verminor.
– Acho que esta pergunta não tem resposta, como muitas que pairam no ar.
O silêncio se fez presente, para depois ser quebrado pela voz do ancião.
– Tive noticias do seu filho...
O rosto de ambos ficaram solenes como se algo proibido tivesse sido mencionado.
– Bem...E então, o que você ouviu.
– Eu não ouvi. Ele veio aqui, a pouco tempo atrás, e apenas chegou na janela, quando a noite já ia alta , e conversou comigo, ele queria as traduções...
– Por isso as destrui, você foi muito imprudente em escrever aquele processo nas paredes.
– Acho que ele as copiou mentalmente. Ele sabia do que se tratava, só não sabia o que estava escrito.
– Mas como?! Só a cinco pessoas além de mim sabem o que aquilo pode fazer.
– Talvez haja um traidor entre nós...
– Sim, isso se torna claro como a linphia.
– Mas, isso é fácil de se perceber, você deve preocupar-se em descobrir quem é o traidor.
– O Morgaroth esteve na presença do Orshabaal, e você sabe como o maligno age...
– Sim, sei, tive vários desentendimentos com ele por causa da sua índole. Mas uma coisa é certa, ele se mataria para salvar a mim ou a você.
– Quanto a isso não há duvidas. Procurarei investigar, tenho que ocupar meu coração com coisas mais eminentes, ao invés de chorar algo perdido.
– Não seja tão duro consigo mesmo Verminor, nem tudo é como aparenta ser.
– Investigue você também, creio que precisarei de tu mais cedo ou mais tarde.
– Mas..
– Eu sei sobre a cela mágica, quando entrei eu à desfiz, e pretendo deixar assim, até que tudo se esclareça.
O Garoto virou as costa e se dirigiu a porta.
– Obrigado pela visita...
– Não fiz nada que você não faria.
Na mente de Ferumbras muitas idéias começaram a martelar, ele havia sido tocado no âmago por aquela visita, voltou-se a lembrar de tudo que ocorreu para resultar o seu estado físico, emocional e espiritual que se encontrava hoje. E pela primeira vez, o verdadeiro sentimento que Verminor esperou veio no coração do velho.
Como um perdão...Serei útil mais uma vez, e nesta oportunidade revelarei o que ainda há de digno em mim...
O que?! Quem está travando esta batalha?
Ferumbras sentiu um espírito se debater, como se estivesse preso em uma concha,e apenas silenciou, ao notar que aquele processo só podia ser passado pelo Fieart.
Nota: linphia: esse líquido, é uma água, que só nasce em Mireine, ( a cidade encontrasse em um plano astral, que será mostrado mais à frente na narrativa)