Tomara que com a aparição da namorada os capítulos não demorem mais...
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Tomara que com a aparição da namorada os capítulos não demorem mais...
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Bom, talvez o capítulo esteja ruim. Escrevi ele em 4 turnos, ficou maior do que o normal por isso. E nestas paradas, quando eu voltava a escrever minha cabeça talvez tenha mudado ou idéias novas aparecido. Bom, talvez.
Mas ta aí, como o prometido, as 00:38 no horário de Brasília.
Dividido em duas partes, grandinho.
Capítulo 25 – O cérebro, a batina e a condessa.
A Ilha dos Fantasmas era uma região assombrada ao oeste da cidade de Carlin, poucos eram os loucos que perambulavam pelos arredores das muralhas naturais que cercavam a área e menos ainda se arriscavam a entrar nestes terrenos. Próximo a Ilha dos Fantasmas surgiu uma pequena aldeia, pouquíssimo maior do que Filars Porl, chamada de Quatre Vents, que fora devastada pelos cavaleiros do diabo. Antigamente a aldeia possuía uma igreja sombria que parecia um celeiro, um aglomerado de choupanas onde vacas e pessoas tinham compartilhado os mesmos telhados de sapé, um moinho de água, e algumas fazendas curvando-se servilmente em vales protegidos. Agora só restavam as paredes de pedra da igreja e do moinho; o resto era apenas cinza, poeira e ervas daninhas. As flores brotavam dos pomares abandonados quando Argos chegou num cavalo que estava branco de suor pela longa viagem que fizera. Ele soltou o garanhão para pastar num local bem protegido por cercas vivas e com capim acima do normal, e depois meteu-se no bosque acima da igreja. Estava abalado, nervoso e amedrontado, porque aquilo que parecera um jogo transformara sua vida e a lançara na escuridão. Até poucas horas atrás ele era um arqueiro do exército de Thais e, embora seu futuro pudesse não ter atraído os rapazes com os quais ele provocara arruaças em Turcthan, Argos tinha certeza de que pelo menos iria subir tanto quanto Vince Farz. Ele se imaginara chefiando um bando de soldados, enriquecendo, seguindo com seu arco preto para a fortuna e até mesmo algum título, mas agora era um homem caçado. Seu pânico era tamanho que ele começou a duvidar da reação de Farz, temendo que ele fosse prender Argos e levá-lo de volta para terminar seus dias dançando pendurado numa corda na praça do mercado de La Roche-Ogre, onde Bruno, o mais bem sucedido pescador da cidade, comerciava toneladas de peixes. Ele se preocupava com a possibilidade de Jeanette ter sido apanhada voltando a cidade. Será que também iriam acusá-la de assassinato? Ele tremia quando a noite chegou. Tinha vinte e dois anos de idade, fracassara por completo, estava sozinho e perdido.
Acordou num amanhecer frio e garoento. Lebres corriam pelo pasto no qual o cavalo de combate de Sir Simon aparava a grama. Argos abriu a bolsa que mantinha sob a sua cota de malha e contou as moedas. Havia o ouro da bolsa da sela de Sir Simon e as poucas moedas que lhe pertenciam, de modo que ele não estava pobre mas, como a maioria dos cavaleiros do diabo, ele deixava o grosso do dinheiro sob a guarda de Vince Farz; até mesmo quando eles estavam fora, fazendo uma incursão de surpresa, sempre ficavam alguns homens em La Roche-Ogre para ficar de olho no mealheiro. O que devia fazer? Tinha um arco e algumas flechas, e talvez pudesse ir a pé até a Ab’Dendriel, embora não fizesse idéia da distância e certamente seria mal recebido, mas pelo menos sabia que aos arredores da cidade havia guarnições de Thais que sem dúvida alguma receberia de bom grado mais um arqueiro experiente. Ou talvez pudesse achar um jeito de atravessar Sula. Ir para casa, mudar de nome, recomeçar – só que ele não tinha casa. O que nunca deveria fazer era ficar a uma distância de Sir Simon Skeat que estivesse ao alcance de uma corda de forca.
Os cavaleiros do diabo chegaram pouco depois do meio-dia. Os arqueiros foram os primeiros a entrar na aldeia, seguidos pelos soldados, que escoltavam uma carroça puxada por um só cavalo com arcos de madeira sustentando uma coberta de tecido marrom, cujas pontas se agitavam. O padre Hobbe e Vince Farz cavalgavam ao lado da carroça, o que deixou Argos intrigado, porque ele nunca soubera que os cavaleiros do diabo tivessem usado um veículo daquele antes. Mas então Farz e o padre afastaram-se dos soldados e esporearam seus cavalos em direção ao campo em que o garanhão pastava;
Os dois homens pararam junto à cerca viva, e Farz levou as mãos à boca e gritou em direção ao bosque:
- Saia daí, seu bastardo!
Argos apareceu muito humildemente, para ser saudado com uma ovação sardônica por parte dos arqueiros. Farz olhou para ele, carrancudo.
- Pelos ossos de Elane, Argos – disse ele –.
O padre Hobbe fez um muxoxo diante da blasfêmia de Vince e depois ergueu a mão numa bênção.
- Você perdeu uma bela visão, Argos – disse ele, animado. – Sir Simon voltando para Northport, seminu e sangrando como um porco espetado. Vou ouvir sua confissão antes de partirmos.
- Não sorria, seu bastardo estúpido – vociferou Farz. – Por Banor, Argos, quando fizer um serviço, faça-o direito. Direito! Por que deixou o bastardo vivo?
- Eu errei o alvo.
- E aí, em vez de matá-lo, você mata um pobre de um bastardo escudeiro. Por Banor, você é um idiota completo!
- Imagino que eles queiram me enforcar – disse o arqueiro;
- Ah, não – retrucou Farz, numa surpresa fingida –, claro que não! Eles querem homenageá-lo, pendurar guirlandas no seu pescoço e lhe dar uma dúzia de virgens para aquecer a sua cama. O que diabos você pensa que eles querem fazer com você? Claro que o querem morto, e eu jurei pela vida da minha mãe que levaria você de volta, se o achasse vivo. O senhor acha que ele parece estar vivo, padre?
O padre hobbe examinou Argos.
- Para mim, ele parece bem morto, mestre Farz.
- Pois o bastardo bem que merece estar morto.
- A condessa chegou em casa sã e salva? – perguntou Argos.
- Ela chegou em casa, se é a isso que você se refere – disse Farz –, mas o que é que você acha que Sir Simon queria no momento em que cobri o pau encolhido dele? Mandar revistar a casa dela, Argos, à procura de uma armadura e de uma espada que pertenciam legitimamente a ele. Ele não é tão tolo assim; ele sabe que você e ela estavam juntos. – Argos soltou um palavrão e Farz repetiu a blasfêmia. – Por isso, pressionaram os dois criados dela e eles admitiram que a condessa planejou tudo.
- Eles fizeram o quê? – perguntou Argos.
- Eles os pressionaram – repetiu Vince, o que significava que o velho casal tinha sido deitado no chão e pedras tinham sido empilhadas sobre os peitos. – A velha contou tudo aos gritos depois da primeira pedra, de modo que os dois praticamente não foram feridos – prosseguiu Farz –, e agora Sir Simon quer acusar a condessa de assassinato. E naturalmente mandou revistar a casa dela à procura da espada e da armadura, mas não encontraram nada, porque eu tinha escondido as duas e a condessa bem longe, mas ela ainda está tão mergulhada na merda quanto você. Você não pode sair por aí espetando setas de bestas em cavaleiros e abatendo escudeiros, Argos! Isso perturba a ordem das coisas!
- Desculpe, Vince – respondeu.
- Pois o resumo da história – disse Farz – é que a condessa está procurando a proteção do tio do marido dela. – Ele agitou um dedo em direção à carroça. – Ela está ali, junto com a criança, dois criados com escoriações, uma armadura e uma espada.
- Ah Crunor – disse Argos, olhando fixo para a carroça.
- Foi você que a colocou ali – resmungou – e não Crunor. E eu tive um trabalho dos diabos mantendo-a escondida de Sir Simon. Richard Totesham desconfia que eu estou aprontando alguma e ele não aprova, embora acabasse aceitando a minha palavra, mas ainda assim eu tive que prometer arrastar você de volta seguro pelo miserável do seu cangote. Mas eu não vi você, Argos.
- Eu lamento, Vince – tornou a dizer Argos.
- Você devia lamentar bastante – disse, embora demonstrasse uma tranqüila satisfação por ter desfeito com tanta eficiência a confusão causada por Argos. Daniel e Sam não tinham sido vistos por Sir Simon ou pelo soldado dele que sobrevivera, então estavam a salvo, Argos era um fugitivo e Jeanette tinha sido levada às escondidas para fora de La Roche-Ogre antes que Sir Simon pudesse transformar a vida dela numa infelicidade extrema.
- Ela está indo para Batalha – continuou Farz – e eu estou mandando doze homens para escoltá-la e só Fardos sabe se o inimigo vai respeitar a bandeira de trégua. Se eu tivesse uma gota de senso, esfolaria você vivo e faria uma capa de arco com a sua pele.
- Sir, Vince – disse Argos, humilde.
- Não me venha com “sim, Vince” – disse. – O que é que você vai fazer com os poucos dias que lhe restam para viver?
- Eu não sei.
Farz fungou.
- Para início de conversa, você poderia amadurecer, embora talvez seja mínima a chance de que isso aconteça. Está bem, rapaz. – Ele se conteve, assumindo o controle. – Eu tirei o seu dinheiro do baú, e aqui está ele. – Entregou a Argos uma bolsa de couro. – E coloquei três feixes de flechas na carroça da dona, e isso irá manter você por alguns dias. Se você tiver senso, o que você não tem, deve ir para Ab’Dendriel e espalhar por lá que é um bastardo meio-elfo de Thais, e inventa algo para suas orelhas. Porém, Femor Hills está mais perto e tem muitos soldados thaisenses acampando nas montanhas que provavelmente irão acolhê-lo se estiverem desesperados. Este é o meu conselho, rapaz. Vá para o nordeste, sem chegar muito próximo a Carlin nem de La Roche-Ogre, porque tanto Carlin quanto Thais estão atrás do seu pescoço Argos. O resto, é manter a esperança de que Sir Simon nunca vá a Femor Hills.
- Obrigado – disse Argos.
- E como é que se vai a Femor Hills? – perguntou Farz.
- A pé? – sugeriu Argos.
- Pela alma de Uman – disse Vince –, você está uma imprestável carcaça comida pelos vermes. Caminhe vestido desse jeito e levando um arco, e seria como você mesmo cortar a sua garganta. Será mais rápido do que deixar que os carlinianos façam isso.
- Isto aqui poderá lhe ser útil – interveio o padre Hobbe, e ofereceu a Argos uma trouxa de pano preto que, ao ser desenrolada, revelou-se uma batina dos frades de Thais. – Você fala carliniano e thaisense, Argos – disse o padre –, e por isso poderia passar por um pregador itinerante. Se alguém o interpelar, diga que está viajando para Venore.
Argos agradeceu.
- Há muitos padres que viajam com um arco? – perguntou ele.
- Rapaz – disse o padre Hobbe, com tristeza –, eu posso desabotoar o seu calção e apontar você na direção a favor do vento, mas nem com a ajuda de Fardos eu posso urinar por você.
- Em outras palavras – disse Farz – resolva você mesmo o problema. Você se meteu nessa confusão danada, Argos, e trate de sair dela sozinho. Foi um prazer ter você como companheiro, rapaz. Da primeira vez em que o vi, achei que não serviria para nada, e você serviu, mas agora não serve mais. Mas que a sorte o proteja, rapaz. – Ele estendeu a mão e Argos apertou-a. – Você também poderia ir para Batalha com a condessa – encerrou o velho arqueiro – e depois encontrar o seu caminho, mas o padre Hobbe que salvar a sua alma primeiro. Vai lá saber por quê.
O padre Hobbe deu um suspiro quando a confissão terminou.
- Você matou um homem, Argos – disse ele, abatido –, e isso é um grande pecado.
- Padre... – começou o arqueiro.
- Não, não, Argos, nada de desculpas. A Igreja diz que matar em combate é um dever que um homem deve ao seu senhor, mas você matou ilegalmente. Aquele pobre escudeiro, que ofensa ele lhe fez? E ele tinha mãe, Argos; pense nela. Não, você cometeu um pecado grave, e eu tenho que lhe dar uma penitência grave.
Argos, de joelhos, ergueu os olhos e viu uma águia deslizando entre as nuvens que se tornavam mais tênues, acima das paredes queimadas da igreja. E o padre Hobbe chegou mais perto do rapaz, sua figura pairando acima dele.
- Não vou querer você balbuciando uma oração de perdão para Uman ou o deus que quiser, Argos – disse o padre –, mas algo difícil. Algo muito difícil. – Ele encostou a mão nos cabelos do rapaz. – Sua penitência é cumprir a promessa que você fez ao seu tio.
Ele fez uma pausa para ouvir a resposta de Argos, mas o rapaz ficou calado.
- Está me ouvindo? – perguntou o padre Hobbe, ríspido.
- Estou, padre.
- Você vai encontrar o frasco com o sangue do deus Crunor, Argos, e devolvê-la à Thais. Esta é a sua penitência. E agora – ele tocou a cabeça do arqueiro – eu te absolvo. Não desperdice a sua vida, rapaz.
- Eu acho que já desperdicei, padre.
- Você é jovem. A coisa parece assim, quando se é jovem. A vida nada mais é do que alegria ou infelicidade quando se é jovem. – Ajudou Argos a se levantar. – Você não está pendurado numa forca, está? Você está vivo, Argos, e ainda existe uma certa vida em você. – Ele sorriu. – Eu tenho a sensação de que nós voltaremos a nos encontrar.
Argos fez sua despedidas e depois ficou olhando enquanto Vince Farz recolhia o cavalo de Sir Simon Skeat e liderava os cavaleiros do diabo para o nordeste, deixando a carroça coberta e sua pequena escolta na aldeia em ruínas.
O chefe da escolta chamava-se Hugh Boltby, um dos melhores soldados de Farz, e calculava que era provável que eles encontrassem o inimigo no dia seguinte, em algum ponto próximo à Carlin. Ele iria entregar a condessa e depois voltar para juntar-se a Farz.
- E é melhor você não se vestir como um arqueiro, Argos – acrescentou ele.
O arqueiro caminhou ao lado da carroça, que era dirigida por Pierre, o velho que tinha sido pressionado por Sir Simon. Jeanette não convidou Argos para dentro da carroça; na verdade, fingiu que ele não existia, embora na manhã seguinte, depois de terem acampado numa fazenda abandonada, ela tivesse soltado uma gargalhada ao vê-lo vestido com a batina de frade.
- Sinto muito pelo que aconteceu – disse Argos.
Jeanette deu de ombros.
- É possível que tenha sido para o bem. Talvez eu devesse ter ido procurar o duque Charles no inverno passado.
- Por que não foi, senhora?
- Ele nem sempre foi delicado comigo – disse ela, pensativa –, mas acho que, a esta altura, isso pode ter mudado.
Ela convencera a si mesma de que a atitude do duque poderia ter se alterado devido às cartas que ela mandara, cartas que iriam ajudá-lo quando ele chefiasse suas tropas contra a guarnição em La Roche-Ogre. Ela também precisava acreditar que o duque iria recebê-la de bom grado, porque ela precisava desesperadamente de um lar seguro para o filho, Charles, que estava gostando da aventura de viajar numa carroça que balançava e rangia. Juntos, os dois iriam começar vida nova na confusa cidade de Batalha, e Jeanette acordara otimista com aquela nova vida. Fora obrigada a deixar La Roche-Ogre numa pressa desabalada, colocando na carroça apenas a armadura recuperada, a espada e algumas roupas, embora tivesse algum dinheiro que Argos desconfiava que Vince lhe dera, mas suas verdadeiras esperanças estavam no duque Charles que, disse ela ao rapaz, sem dúvida iria arranjar-lhe uma casa e emprestar-lhe um dinheiro como adiantamento nas rendas das fazendas de seu falecido marido.
- Com certeza, ele vai gostar do Charles, você não acha? – perguntou ela.
- Estou certo que sim – disse Argos, olhando para o filho de Jeanette, que sacudia as rédeas da carroça e estalava a língua em um vão esforço de fazer com que o cavalo andasse mais depressa.
- Mas o que é que você vai fazer? – perguntou a condessa.
- Eu vou sobreviver – disse Argos, sem querer admitir que não sabia o que iria fazer. Ir para Femor Hills, talvez, se pudesse chegar até lá. Unir-se a outra tropa de arqueiros e rezar todas as noites para que Sir Simon Skeat nunca fosse para onde ele estava. Quanto à penitência, o frasco, ele não fazia idéia de como iria encontrá-lo ou, depois de encontrá-lo, recuperá-lo.
Jeanette, naquele segundo dia de viagem, chegou à conclusão de que, no final das contas, Argos era um amigo.
- Quando chegarmos a Batalha – disse ela a ele – encontre algum lugar para ficar e eu vou convencer o duque a lhe dar um passe. Mesmo um frade itinerante será ajudado por um passe fornecido pelo duque de Batalha.
Mas nenhum frade portava um arco, muito menos um longo arco thaisense de guerra, e Argos não sabia o que fazer com a arma. Ele relutava em abandoná-la, mas a visão de algumas madeiras carbonizadas na grande casa da fazenda abandonada deu-lhe uma idéia. Ele destacou um pedaço de madeira enegrecida e amarrou-o na haste do arco no sentido cruzado, fazendo com que parecesse uma cruz usada por peregrinos como apoio. Argos lembrou-se de um dominicano em visita a Filars Porl com uma cruz exatamente igual àquela. O frade, os cabelos cortados tão rente que parecia careca, fizera um inflamado sermão do lado de fora da igreja até que o tio de Argos se cansara de sua linguagem bombástico e o mandara seguir viagem, e o jovem Argos agora admitia que teria de se fazer passar por um homem igual àquele. Jeanette sugeriu que ele amarrasse flores à cruz para disfarçá-la ainda mais, e por isso ele envolveu-a com trevos que cresciam altos e imperfeitos nos campos abandonados.
A viagem seguiu por dias e, embora o medo fosse grande, transcorreu sem nenhum contratempo. A carroça, puxada por um cavalo ossudo que tinha sido roubado do porto, balançava e se arrastava para o sul. Os soldados ficaram ainda mais cautelosos à medida que se aproximavam de Batalha, temendo uma emboscada de setas de besta vindas dos bosques que chegavam perto da estrada deserta. Um dos homens tinha uma trompa de caça que ele tocava constantemente para avisar o inimigo da chegada deles e para assinalar que eles vinham em paz, enquanto Boltby trazia um pedaço de pano branco pendurado na ponta de sua lança. Não houve emboscada, mas a poucos quilômetros de Batalha eles chegaram a um vau onde um bando de soldados inimigos esperava. Dois soldados e doze besteiros avançaram correndo, as armas engatilhadas, e Boltby chamou Argos, que estava na carroça.
- Fale com eles – ordenou o soldado.
Argos estava nervoso.
- O que é que eu digo?
- Dê a eles uma porcaria de bênção, por Fardos – disse Boltby, aborrecido – e diga que estamos aqui em paz.
E assim, com o coração batendo e a boca seca, Argos caminhou pela estrada. A batina preta se agitava desajeitada em volta dos tornozelos enquanto ele agitava as mãos para os besteiros.
- Abaixem as armas – gritou ele em carliniano –, abaixem as armas. Os thaisenses vêm em paz.
Um dos cavalarianos adiantou-se. Seu escudo levava o mesmo emblema de arminho branco que os homens do duque John portavam, embora aqueles partidários do duque Charles tivessem cercado o arminho com uma coroa azul, na qual tinham sido pintadas flores-de-lis.
- Quem é o senhor, padre? – perguntou o cavalariano.
Argos abriu a boca para responder, mas nenhuma palavra saiu. Ele olhou boquiaberto para o cavaleiro, que tinha um bigode avermelhado e olhos estranhamente amarelos. Um bastardo de aparência vigorosa, pensou Argos, e ergueu uma das mãos para tocar a pata do lobo de Crunor. Talvez o santo o inspirasse, porque de repente ele se viu possuído de diabruras e começou a gostar de fazer o papel de padre.
- Eu sou apenas um dos servos mais humildes de Fardos, meu filho – respondeu, com fervor.
- O senhor é de Thais? – perguntou o soldado, desconfiado. O carliniano de Argos era quase perfeito, mas era o carliniano falado pelos governantes de Thais, e não a língua de Carlin propriamente dita.
Argos tornou a sentir o painço agitando-se no peito, mas ganhou tempo tocando a pata do lobo, a cabeça e apontando ao céu, e enquanto sua mão se mexia, a inspiração chegou.
- Eu sou da Ilha da Liberdade, meu filho – disse ele, e aquilo atenuou as suspeitas do homem de olhos amarelos; a Ilha da Liberdade sempre tinha sido aliada de Carlin. Argos não sabia nada sobre a Ilha, mas duvidava que muitos carlinianos ou batalhenses soubessem, porque ela ficava muito longe e, sob todos os aspectos, era um lugar muitíssimo desprovido de atrativos. Farz sempre dizia que era uma ilha de piratas, e toda sua economia era focada no comércio de navios, fora isso apenas vegetação, rochas e bastardos bárbaros que eram duas vez mais difíceis de matar do que qualquer carliniano.
- Sou libertês – repetiu Argos – e trago uma parenta do duque para longe das mãos dos thaisenses.
O soldado olhou para a carroça.
- Uma parenta do duque Charles?
- Existe outro duque? – perguntou Argos, com inocência. – Ela é a condessa, mulher do falecido... falecido – prosseguiu ele – marido. E o filho dela, que está com ela, é sobrinho-neto do duque, e conde também. Os thaisenses os mantiveram prisioneiros nos últimos seis meses, mas pelas boas graças de Uman apiedaram-se e a libertaram. O duque, pelo que sei, vai querer recebê-la.
Argos grudou na classe e no parentesco de Jeanette com o duque como creme recém-desnatado, e o inimigo engoliu a história toda. Deixaram a carroça continuar viagem, e o arqueiro-padre ficou observando Hugh Boltby liderar seus homens num trote rápido, ansioso por colocar a maior distância possível entre eles e os besteiros. O chefe dos soldados inimigos conversou com Jeanette e pareceu impressionado com a altivez dela. Ele disse que se sentiria honrado em escoltar a condessa até Batalha, embora a avisasse de que o duque não estava lá, mas ainda estava voltando de Venore. Dizia-se que naquele momento ele estava em Kazordoon, cidade construída por anões no subsolo das montanhas, discutindo sobre a situação sócio-política entre Batalha, a metrópole em ascensão, com a centenária cidade de Kazordoon.
- Você me leva até Kazordoon? – perguntou Jeanette a Argos.
- A senhora quer que eu a leve?
- Um jovem é útil – disse ela. – Pierre está velho – ela fez um gesto em direção ao criado – e perdeu as forças. Além do mais, se você for para Femor Hills, Kazordoon é bem próxima, creio que não seja nem um dia de viagem.
E assim Argos fez companhia a ela durante os três dias necessário para que a carroça dolorosamente lenta fizesse a viagem. Eles não precisaram de escolta depois que passaram por Batalha, uma bela cidade em crescimento, porque era pequeno o perigo de que assaltantes de Thais andassem pelas terras bem patrulhadas pelas forças do duque. O terreno era estranho para Argos, porque ele se acostumara com campos férteis, pomares sem tratamento e aldeias desertas, mas ali as fazendas estavam movimentadas e eram prósperas. As igrejas eram maiores e tinham vitrais e mesmo ali sendo terreno de Batalha, o carliniano e o thaisense disputavam para se tornar a língua nativa da nova cidade.
Ficaram em tabernas em uma aldeia próxima a minas onde anões trabalhavam por dias, um local muito perigoso para forasteiros. Jeanette e seu filho receberam o que era considerado o melhor quarto, que mesmo que tivesse pulgas na palha fora melhor do que Argos, que compartilhava os estábulos com os dois criados. Encontraram dois padres no caminho, mas nenhum deles desconfiou de que Argos fosse um impostor. Ele os saudou em carliniano, que ele falava melhor do que eles, e ambos lhe desejaram um bom dia e fizeram um fervoroso voto de que os deuses o acompanhasse. Argos quase sentiu o alívio deles quando não prolongou a conversa. Os dominicanos não eram populares junto aos padres das paróquias. Os frades também eram padres, mas eram encarregados da supressão da heresia, de modo que uma visita de dominicanos dava a entender que um padre de paróquia não estivesse cumprindo com o seu dever, e até mesmo um frade jovem, inexperiente e agitado como Argos não era bem-vindo. Superior a estes, com uma grandeza inigualável sobre os seus irmãos de classe estavam os druidas, que são tão raros quanto os magos e executa o mistério da magia com perfeição.
Eles chegaram a Kazordoon à tarde. Havia nuvens escuras a leste contra as quais as grandes estátuas de dois anões imponentes erguia-se. A entrada era detalhada em pedra e a sua beleza era comparada à Thais. Era simplesmente mágico.
Os guardas anões ficaram agitados quando descobriram as flechas na carroça, mas Jeanette convenceu-os de que eram troféus que ela estava levando para o duque. Depois, quiseram cobrar uma taxa alfandegária sobre a bela armadura e a condessa voltou a arengar com eles, usando o seu título e o nome do duque com liberalidade. Os guardas anões acabaram cedendo e deixaram a carroça passar e ser deixada aos cuidados de outro guarda. Após descerem por escadas de pedra talhada, seguiram por uma ponte também de pedra cercada de lava que borbulhava magistralmente. O calor era inigualável e o cheiro de enxofre enjoou o estômago de Argos. Porém, ao descer as escadas no fim da ponte uma bela cidade se ergueu, com escadas, anões e humanos circulando pelas ruas de pedra da cidade subterrânea. A cidade estava lotada de soldados. A maioria dos soldados usava a insígnia do arminho branco com coroa, mas muitos levavam insígnias que Argos nunca vira, e a presença de tantos soldados confirmava que o duque estava, mesmo, na cidade e se preparando para a campanha que iria expulsar os thaisenses das terras de Carlin.
Eles encontraram uma taberna cercada por enormes pilares de pedra e um velho anão, com uma expressão de ignorância, troncudo e com uma longa barba branca, servia a melhor bebida das terras de Tibia: a cerveja dos anões. Argos teve tempo de provar, Jeanette queria preparar-se para a audiência com o duque e pediu um quarto privado, embora tudo o que conseguisse em troca do dinheiro que deu fosse um espaço cheio de aranhas sob o beiral do telhado da taberna. O estalajadeiro que trabalhava junto ao anão que servia as cervejas, um sujeito de aspecto doentio e magricela, sugeriu que Argos ficaria mais satisfeito no mosteiro dominicano que ficava ao lado da igreja de Durin, ao norte da catedral, mas o arqueiro declarou que sua missão era ficar em meio aos pecadores, não aos santos, e por isso o estalajadeiro, de má vontade, disse que ele podia dormir em uma carroça sem rodas, que estava largada em um canto ao final da taberna.
- Mas nada de sermões, padre – acrescentou o homem –, nada de sermões. Já existe isso em quantidade suficiente, na cidade.
A criada de Jeanette escovou os cabelos da patroa, depois enrolou-os e prendeu as tranças negras em chifres de carneiro que lhe cobriam as orelhas. A condessa vestiu um vestido de veludo vermelho que escapara do saque de sua casa, com uma saia que caía da base dos seios ao chão, enquanto o corpete, intricadamente bordado com espigas de milho e margaridas, subia justo até o pescoço. As mangas eram cheias, adornadas com pele de tigre, e caíam até os sapatos vermelhos, que tinham fivelas de chifre. O chapéu combinava com o vestido e era adornado com a mesma pele e um véu de renda de um azul quase preto. Ela cuspiu no rosto do filho e tirou a sujeira, e depois levou-o para baixo, para o pátio da taberna.
- Você acha que o véu está certo? – perguntou ela a Argos, ansiosa.
O arqueiro deu de ombros.
- Eu acho que está.
- Não, a cor! Ela combina com o vestido?
Ele balançou a cabeça, disfarçando a perplexidade. Ele nunca a vira vestida com tanta elegância. Ela agora parecia uma condessa, enquanto o filho vestia uma bata limpa e estava com os cabelos molhados e alisados.
- Você vai conhecer o seu tio-avô! – disse Jeanette a Charles, lambendo um dedo e esfregando um pouco mais de sujeira da bochecha dele. – E ele é sobrinho da rainha Eloise, de Carlin. O que significa que você é parente da rainha! É, sim! Não é um menino de sorte?
Charles encolheu-se para fugir dos exageros de sua mãe, mas ela não percebeu, porque estava ocupada em instruir Pierre, seu criado, a enfiar a armadura e a espada num grande saco. Ela queria que o duque visse a armadura.
- Eu quero que ele saiba – disse ela a Argos – que quando meu filho atingir a maioridade irá lutar em favor dele.
Pierre, que alegava ter setenta anos de idade, ergue o saco e quase caiu ao chão com o peso. Argos ofereceu-se para carregar o saco até a cidadela, mas Jeanette não admitiu uma coisa daquelas.
- Você pode passar por um padre da Ilha da Liberdade entre a gente do povo, mas o duque terá homens que podem ter visitado aquele país. – Ela alisou pregas da saia de veludo vermelho. – Espere aqui – disse ela ao arqueiro – e eu mandarei Pierre de volta com um recado, talvez até mesmo algum dinheiro. Tenho certeza de que o duque será generoso. Vou pedir um passe para você. Que nome eu devo usar? Apenas Argos, o frade? Assim que ele vir você – ela agora estava falando com o filho – ele vai abrir a bolsa, não vai? Claro que vai.
Pierre conseguiu erguer a armadura e levá-la ao ombro sem cair, e Jeanette pegou a mão do filho.
- Eu vou lhe mandar um recado – prometeu ela a Argos.
- Que Crunor a abençoe, minha jovem – disse Argos –, e que o bendito lobo dele zele por você.
Jeanette franziu o nariz diante da menção do deus do arqueiro e, segundo soubera por Argos, o seu lobo sagrado.
- Vou confiar em Bastesh – disse ela, em tom de reprovação, e com essas palavras, retirou-se. Pierre e sua mulher a seguiram, e Argos esperou no pátio, dando bênçãos a rapazes da estrebaria, gatos vadios e criados de tabernas. Seja bem maluco, dissera seu tio certa vez, e eles ou irão internar ou transformá-lo num santo.
Continua no próximo post...
Última edição por Kaoh; 10-01-2007 às 09:27.
LangobardisComunidade de Roleplay em Neptera. Venha conhecer!PALMEIRAS - Campeão Paulista 2008
"Posso não concordar com o que dizes, mas lutarei até a morte pelo direito de dizê-lo" Mestre Voltaire
Asha Thrazi!
Continuação...
A noite caiu, úmida e fria, rajadas de ventos balançavam as árvores na entrada da cidade. Argos pensou na penitência que o padre Hobbe exigira.
Será que o sangue era autêntico? Seria ele mesmo de um deus tão poderoso como era Crunor? Argos achava que ele era verdadeiro. Seu tio acreditara nisso, e seu tio, embora pudesse ter sido um louco, nada tinha de tolo. E o frasco parecera antigo, muitíssimo antigo. Argos costumava rezar para Crunor, mas já não o fazia mais com tanta freqüência, e aquilo o fez sentir-se culpado, e assim caiu de joelhos ao lado da carroça velha e pediu ao deus que o perdoasse por seus pecados, que o perdoasse pelo assassinato do escudeiro e por fazer-se passar por um frade. Eu não pretendo ser um mau sujeito, disse ele, mas é muito fácil esquecer o céu e os santos. E se o senhor quiser, rezou ele, eu encontrarei o vosso sangue, mas o senhor tem que me dizer o que fazer com ele. Será que ele deveria devolvê-lo a Filars Porl que, até onde Argos sabia, já não existia? Ou será que deveria devolvê-lo a quem quer que o tivesse possuído antes que seu avô a roubasse? E quem era o seu avô? E por que seu tio se escondera da família? E por que a família tinha ido atrás dele para pegar o frasco com o líquido rubro de volta? Argos não sabia e, nos últimos três anos, não se importara, mas de repente, no pátio da taberna, viu-se consumido pela curiosidade. Ele tinha uma família em algum lugar. Seu avô fora soldado e ladrão, mas quem era ele? Seu pai seguira os passos de seu avô e também fora soldado para proteger Thais, mas morrera de uma doença grave pelo que sua falecida mãe contara. Argos acrescentou uma oração a Crunor, para que lhe permitisse descobri-los.
- Rezando para que chova, padre? – sugeriu um dos rapazes de estrebaria. – Eu acho que vamos ter chuva. Nós precisamos dela.
Argos poderia ter comido na taberna, mas ficou subitamente nervoso com o salão cheio em que os soldados do duque e suas mulheres cantavam, contavam vantagens e brigavam. Tampouco podia enfrentar as suspeitas ardilosas do proprietário. O anão estava curioso por saber por que Argos não ia para o mosteiro, e ainda mais curioso por saber por que um frade iria viajar com uma mulher bonita.
- Ela é minha prima – disse Argos ao homem, que fingira acreditar na mentira, mas o arqueiro não queria enfrentar mais perguntas e, por isso, ficou no pátio e fez uma refeição pobre com o pão seco, cebolas rançosas e queijo duro, que eram os únicos alimentos que pegara na carroça que viajavam.
Começara a chover lá fora e ele se retirou para dentro da carroça e ficou ouvindo os pingos baterem no piso acima. Pensou em Jeanette e seu filhinho sendo alimentados com iguarias açucaradas servidas em pratos de prata antes de dormirem entre lençóis de linho limpos em algum quarto com tapeçarias penduradas nas paredes, e então começou a sentir pena de si mesmo. Ele era um fugitivo, Jeanette era sua única aliada e ela era muito nobre e poderosa para ele.
Sinos anunciaram o fechamento do portão da cidade dos anões. Vigias caminhavam pelos becos, à procura de ladrões. Sentinelas tremiam de frio em cima dos portões e os estandartes do duque Charles pendiam do topo da cidadela. Os anões eram mais receptivos do que contavam as histórias, Argos estava entre seus inimigos, protegido por nada mais do que pela inteligência e por uma batina de dominicano. E estava sozinho.
Argos Fall, o padre.
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"Posso não concordar com o que dizes, mas lutarei até a morte pelo direito de dizê-lo" Mestre Voltaire
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ah.. que magicow :o
Novo capítulo rlz x), embora eu esteja no 15 ainda.
Mais um ótimo capitulo!
gostei de como vc ambientou a estória em kazz, eu sei que vai demorar mas ja to ansioso pelo proximo capitulo hahah
flows
"Que nome eu devo usar? Um nome ESCOCÊS? Apenas Argos, o frade? Assim que ele vir você – ela agora estava falando com o filho – ele vai abrir a bolsa, não vai? Claro que vai."ESCOCÊS????Um erro curioso sera q isso e um indicio de plagio??outro dia encontrei um capitulo da sua historia em q os personagems referiam aos thaisienses com ingleses e os carlinianos como franceses,quando fui ler a historia outra ves o erro estava corrigido.vc esta plagiando a historia kaoh??:eek:
Última edição por tio porkz; 10-01-2007 às 08:35.
Como eu já disse tem uma base enorme em um livro citado neste mesmo tópico, tendo situações e ações copiadas. O livro foi lido e no caso deste capítulo, na parte de Kazz por exemplo, era relacionado a uma cidade da Inglaterra. Me confundo muito pois tenho que ficar variando em situações como o porto, que no caso foi escrito e partes de diálogo como essas que, como você viu, acabo trocando o nome com de outra cidade. Estou postando esta história em outro fórum que não tem nada haver com Tibia, e lá eu escrevo utilizando países da idade média e situações que aconteceram. A intenção sempre foi escrever com base nesta obra e passar para as terras de Tibia. Isso me confunde muito e as vezes aparece um paladino inglês andando por Northport.Postado originalmente por tio porkz
PS: Erro corrigido, valeu Tio.
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Última edição por Kaoh; 10-01-2007 às 09:29.
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estou esperando pelo proximo capitulo...
Última edição por tio porkz; 10-01-2007 às 10:48.
Opa!
Bom, talvez eu vá viajar ainda essa semana para a praiaaaa! \o/
Se eu for, isso vai ficar a atrasado.
Aproveitem as férias crianças, porque a média é de um mês pras aulas voltarem... ¬¬
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Mais um cap. ótimo e grande (xD), continueu postando que a história ta ficando boa. Agora sim me parece que Argos está ficando mais inteligente.
Esperando o prox. cap.