Folhas de uma cerejeira caem.
Elas estão mais pesadas, devido a água da chuva.
O homem encapuzado olha pra um cenário incompreensível para a visão sã de uma pessoa comum. Veste uma capa negra que cobre todo o seu corpo, não permitindo notar outros detalhes de seu corpo, senão as gotas d’água descendo por ele. Ao mesmo tempo em que observa o desolado norte da cidade de Carlin, próximo da muralha, uma figura aproxima-se do mesmo, sem rodeios, sequer medo.
Ela também usa a mesma capa negra. Mas não significa que era a mesma pessoa que aquele homem encapuzado. Nem de longe.
— O objetivo foi cumprido. Mas um dos alvos principais fugiu.
— A rainha, presumo?
— Exato.
— Não será um problema. Eventualmente, a viagem a pegará, e o resto o destino fará.
Folhas de uma cerejeira caem.
Algumas delas possuem uma ou duas gotas de sangue. Parecem mais pesadas.
E uma nova figura surge próxima dos dois. Usava o mesmo traje, com uma rosa desgastada nas costas. Ela fora pintada usando um líquido vermelho.
— Sabe que não é tão simples assim, não é, Soulslayer? A viagem é algo complexo para julgar seu término desta forma.
— O que importa é que a rainha já a tem. Tanto faz o que vier a seguir.
O segundo indivíduo cruzou os braços.
— Entendo... Mesmo que ela não vá, ela poderá ser localizada por nós da mesma forma para terminarmos sua história?
Soulslayer assentiu. O indivíduo sorri.
— Não é a toa que é o melhor de nós. O terror é bem o seu estilo.
— Quando tenho paciência...
— Então você não teve aqui, certo?
— Hm... — Sussurra, coçando o queixo.
Folhas de uma cerejeira caem. Agora ela está vazia.
Assim como os inúmeros corpos distribuídos pelo chão, cobertos por folhas cheias de sangue.
— Bem... Não foi só eu que participei disso.